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Prince culpa Madonna por seu fracasso

madonna-prince2Em entrevista à Billboard, o cantor pop Prince disse que Madonna é uma das responsáveis por fazer que ele fosse “esquecido” pela gravadora Warner Bros. Records.

“It was always about Madonna,” he tells the magazine, explaining why his relationship with the record label went sour. “She was getting paid, but at the same time we were selling more records and selling out concerts on multiple nights.”

Na entrevista, o cantor culpou Madonna por ter roubado o foco da gravadora. “Ela estava sendo paga, mas, na época, nós vendíamos mais discos e lotávamos mais shows em noites consecutivas”, afirmou Prince.

Durante os anos 1990, Prince mudou seu nome para um símbolo em protesto.

Ele também comentou o fato de a banda Maroon 5 ter regravado um de seus clássicos, a música “Kiss”

Prince disse não ter problemas com versões e afirmou que ele mesmo canta músicas de outros artistas em seus shows, pagando os royalties devidos. Mesmo assim, ele disse que não entende porque bandas como o Maroon 5 precisam regravar e relançar músicas de outros artistas.

“Why do we need to hear another cover of a song someone else did?” he quips in the interview, noting that he has no problem with artists performing covers during live shows. “Art is about building a new foundation, not just laying something on top of what’s already there.”

“Por que precisamos escutar outra versão de uma música de outra pessoa? Arte é construir novas fundações, não simplesmente ficar no topo do que já está feito”.

Madonna e Prince cantaram juntos na faixa “Love Song”, do álbum “Like A Prayer”, de 1989, música sempre ignorada por Madonna em qualquer show. Em 1994, Madonna teceu o seguinte comentário sobre Prince ao jornal Los Angeles Times: “Eu jantava com Prince e ele só molhava torrada no chá, muito delicado. Eu enchia o prato de comida diante de mim, perguntando tipo ‘Você não vai comer?’. Ele mexia os lábios, sussurrando um ‘não’ imperceptível”. Em seguida, ela concluiu: “Eu pensei, ‘Oh, meu Deus’. Eu tenho uma teoria sobre gente que não come. Elas enchem meu saco”.

Após essa declaração eles passaram um longo período se estranhando e evitando um ao outro.

Prince gravou vários álbuns para se desvencilhar do contrato com a Warner Bros devido seus deventendimentos com a gravadora, além disso recusou trabalho e turne com Michael Jackson.

2007 – Durante um show em Londres, Prince disse “Meus hits são mais numerosos que os filhos de Madonna”, o que parecia uma pré reconciliação.

2011 – Em 18 de Janeiro de 2011, Madonna foi ao show de Prince no Madison Square Garden e encerrou a rixa de duas décadas.

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Durante o show, Prince brincou com Madonna sobre o seu show ser mais caro que o de Madonna em NY.

Para quem se interessar: Madonna – Uma Biografia Íntima – Caso com Prince:

Logo depois de seu primeiro encontro no set de “Material Girl”, Madonna, 26 anos, e Sean Penn, 24 anos, começaram a sair juntos. “Depois da filmagem do clipe, fui até a casa de um amigo meu”, explica ele. “Ele tinha um livro de citações, que abriu aleatoriamente numa página, e leu o seguinte: ‘Ela possuía a inocência de uma criança e a esperteza de um homem’. Olhei para meu amigo e ele disse apenas: ‘Caia matando!’. E foi o que fiz.” Mas a coisa complicada para Sean Penn era que Madonna também andava saindo com Prince, que conhecera numa outra ocasião nos camarins do American Music Awards, em Los Angeles, em 28 de janeiro de 1985. Ele não era seu tipo, e é difícil saber até por que Madonna estava interessada nele, exceto pelo fato de que o respeitava como músico e provavelmente apenas queria saber o que o fazia ser quem era.

Prince (cujo nome verdadeiro é Prince Rogers Nelson) era – ainda é – uma pessoa excêntrica, notória por exibir um comportamento estranhamente tímido em particular e uma sensualidade ultrajante – saracoteando de sunga e salto alto – no palco. Durante uma entrevista comigo no mesmo ano em que conheceu Madonna, Prince se recusou a falar. Em vez disso, sentou-se silenciosamente em sua cadeira diante de um prato chinês e passou a noite inteira brincando com o arroz e o camarão, o tempo todo de cara amarrada. Como resposta a cada questão, não acenava afirmativamente nem
sacudia a cabeça em negativa. Quando a entrevista terminou, foi embora sem dizer tchau. “E isso, meu amigo, é Prince”, disse seu agente a título de explicação.

Em seu primeiro encontro, Prince convidou Madonna para acompanhá-lo a uma de suas apresentações em Los Angeles. Embora ela tivesse agendado uma viagem fora de Nova York para começar os ensaios de sua própria turnê, decidiu adiá-la por alguns dias para passar algum tempo com o rock star. Na noite do show, ele a apanhou numa limusine branca imensa e a levou até o Forum, onde era a apresentação. Madonna disse mais tarde que ficou espantada com o forte cheiro de lavanda da diminuta estrela do rock. “Como uma mulher”, ela notou. “Senti com se estivesse na presença de Elizabeth Taylor. Ele exala lavanda. Na verdade, aquilo me excitou.”

Um antigo amigo de Prince, T. L. Ross, que estava na limusine, recorda: “ouvi que ela era muito agressiva, que o pobre sujeitinho tinha de se defender. Ela era muito forte. Segundo ele, tinha a força de dez homens”. Como devia se apresentar naquela noite, Prince não queria gastar todas suas forças com Madonna, e sugeriu que esperassem.

Após o show, os dois se aventuraram pela noite de Los Angeles e acabariam no Hotel Marquis, em Westwood, numa festa com a turma de Prince. A farra ficou da pesada quando ele subiu numa mesa e começou a tirar a roupa. Subindo junto, Madonna se atracou com ele numa esfregação, com os ombros subindo e descendo e o corpo ondulando. A festa só acabou às cinco da manhã, e Prince e Madonna – de braços dados, praticamente escorando um ao outro – retiraram-se para a suíte particular do ídolo.

Nos dois meses seguintes, o casal continuou a se encontrar, embora não parecessem ter muito mais em comum do que seu status de superestrelas. Enquanto ela era honesta e direta, ele era calado e acanhado. Para sorte dos dois, ambos idolatravam Marilyn Monroe. Quando ele Ihe contou que seu quarto estava abarrotado de posteres da deusa loira das telas, Madonna disse que não podia esperar para ver sua memorabilia.

Em uma noite romântica, Prince reservou todo o restaurante Yamashiro, que fica no topo de uma montanha, com uma vista de tirar o fôlego das luzes da cidade de Los Angeles. Madonna usava uma saia rendilhada púrpura com um sutiã preto, de marca, se insinuando sob a blusa impecavelmente branca. No restaurante, os dois comeram comida japonesa e então, após três horas do que pareceu a alguns observadores pouca conversa, partiram para um clube noturno chamado Façade.

“Passei um tempão rodeando esse assunto porque não sei bem como começar ou como dizer a você”, falou Prince quando estavam no clube junto com amigos. Estava sendo mais corajoso do que nunca com ela, e na frente de testemunhas, o que tornava tudo ainda mais surpreendente. “Madonna, acho que a gente devia ficar junto, você e eu. Quero que você seja, sabe…minha garota.”

Parecendo surpresa, Madonna deixou o pedido em suspense, como que antecipando um arremate de piada. Mas ele não estava brincando, e sim esperando sua resposta. “Hummm”, disse ela, franzindo o cenho e olhando como se estivesse tentando imaginar como lidar com o momento. “Puxa, isso é uma coisa para se pensar, não é?” Suas palavras não aparentavam muita convicção. Quando Prince pareceu cabisbaixo, Madonna pegou sua mão. “Ah, venha, vamos dançar!”, disse-lhe alegremente enquanto o puxava para a pista de dança.

Depois de mais ou menos dois meses, quando já não havia mesmo mais nada para dizerem um ao outro, Madonna se encheu. Os dois haviam gravado algumas canções em seu estúdio de Mineápolis, e uma delas iria até mesmo ser lançada mais tarde. Mas seus amigos se recordam que, enquanto ela reclamava de sua passividade, ele se pegava em sua natureza agressiva.

Conforme T. L. Ross: “Prince era cósmico demais para Madonna. Para ele, fazer amor é uma experiência espiritual. Para ela – pelo menos na época -, apenas uma expressão física. Enquanto Prince queria saborear cada momento do ato, ela sentia orgasmos múltiplos. Depois de dois meses, ele terminou. Daí, ela resolveu fazer a cena da mulher desprezada.
“Depois que ele demonstrou não ter mais interesse nela, foi aí que os telefonemas começaram. Madonna o importunava por semanas . Mais tarde, ele contou que ela gritava: ‘Como ousa me chutar desse jeito, não sabe quem sou eu?’. Definitivamente, não estava acostumada a levar um fora.”

Contudo, Madonna teria a última palavra em relação a Prince, anos mais tarde no Los Angeles Times, em outubro de 1994: “Eu jantava com Prince e ele só molhava torrada no chá, muito delicado. Eu enchia o prato de comida diante de mim, perguntando tipo ‘Você não vai comer?’. Ele mexia os lábios, sussurrando um ‘não’ imperceptível”. Em seguida, ela concluiu: “Eu pensei, ‘Oh, meu Deus’. Eu tenho uma teoria sobre gente que não come. Elas enchem meu saco”.

Sharon Osbourne: ‘Grande parte dos fãs de Gaga são vis com Madonna’

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Alguns dos fãs leais de Lady Gaga – “Little Monsters”, como eles chamam a si mesmos – realmente não gostam da Madonna e eles já deixaram isso bem claro, mas Sharon Osbourne soltou o verbo contra Lady Gaga e seus fãs e todos os ataques que os mesmos fazem e chama Lady Gaga de grande hipócrita.

Mensagens de ódio e ameaças de morte em mídias sociais, campanhas anti-Madonna, queimando camisetas com fotos de Madonna, tudo o que se possa imaginar o que eles já fizeram.

Madonna é o principal alvo dos “little Monsters.” Adele, Justin Bieber e Rihanna constantemente são atacados, só para citar alguns. Kelly Osbourne também recebeu algumas mensagens desagradáveis ​​ao longo dos anos pelos Little Monsters, incluindo comentários de estupro e ameaças de morte. Em uma recente entrevista com a revista Fabulous, ela disse que “os fãs de Lady Gaga são os piores”.

Sua mãe Sharon Osbourne mandou esse email ao empresário de Gaga:

Caro Vince,
Você deve se lembrar que eu escrevi para você no ano passado sobre os fãs de Gaga cometerem bullying contra a  Kelly e você nunca respondeu. Bem, eu continuarei novamente a alertá-lo. Eu quero que você leia o blog abaixo de um fã da Lady Gaga.

@LilMonsterMaren
@MissKellyO LITTLE MONSTER ARTPOP : Kelly Osbourne precisa se matar.
http://littlemonsterartpop.blogspot.com/2013/01/kelly-osbourne-needs-to-kill-herself.html?spref=tw

Eu pensei que Gaga fosse uma das principais militantes contra o bullying.

Vince, eu estou deixando isto em suas mãos para que você faça a coisa certa. Um tweet de Gaga pode mudar toda esta situação. Eu não estou pedindo a ela para lidar com isso diretamente, mas ela se pudesse twittar algo para seus fãs sobre ser mais respeitoso e que podem acabar com isso. Tenho certeza que ela não tolera seus fãs dizendo coisas tão terrivelmente ofensivas.

Desejando que você e sua família tenham o melhor em 2013.
Tudo de bom,
Sharon

Ao que ele então respondeu:

Eu tô ligado!

Gaga então tirou um tempinho para escrever uma carta:

Querida Kelly,
Enquanto eu gostaria que você me visse como a mentora da fundação Born This Way, e junto com a minha mãe Cynthia gostaríamos de lhe responder.

Todos os dias, através da minha música e de minha voz pública eu escolho ser positiva e trabalhar em prol de um mundo mais amável e mais corajoso com a nossa comunidade de seguidores. Encorajo-os a ignorar a crítica, a enfrentar os valentões, conhecer seu próprio valor e ver que somos todos iguais e que uma pessoa não vale mais do que o outra. Eu sei que sou vista como uma pessoa louca, mas na realidade eu sou mulher que se preocupa profundamente com a humanidade. Eu tenho empatia por você Kelly, mas eu sinto que, culturalmente falando, você escolheu um caminho menos compassivo. Seu trabalho no canal E! Com o programa Fashion Police está enraizado na crítica, no julgamento e na beleza pessoas e sempre coloca uns contra os outros. “Aparência” é o motivo mais usado para o assédio moral no mundo. Seu programa transpira negatividade , e ao longo dos anos tornou-se mesmo algo cômico e caricato. Você e Joan Rivers apontam, riem e fazem piadas sobre artistas e celebridades como se fôssemos animais de zoológico.

E a sua revolução física? Eu ficava realmente triste quando eu ouvia as pessoas falarem sobre o seu peso quando você era mais jovem, e assim como você, eu sofria bullying também. Aí depois vi você florescendo em uma bela mulher esbelta que faz o divertimento dos outros para ganhar a vida isso para mim é algo espantoso. Por que não ajudar os outros? Por que não defender os outros que são maltratados por sua imagem e partilhar a sua história?

Eu estou apontando isso para você não se perder em seu personagem, e nós já nos conhecemos antes e você é adorável. No entanto, peço-lhe para que assuma a responsabilidade e ver que tipo de exemplo você está definindo para os jovens. Eles olham para você, porque é famosa, e a veem tratando os outros dessa maneira na TV. Muitos adolescentes em casa no twitter acharão que seus atos são aceitáveis: bem, se ela faz isso, por que não eu não posso fazer? Eu não posso controlar os meus fãs, e eu tento desencorajá-los de qualquer negatividade e violência, pois o que está errado é prejudicial – e eu me sinto muito mal que eles tenham ferido seus sentimentos. No entanto, todos nós podemos fazer a nossa parte nos meios de comunicação para estabelecer um padrão de respeito, amor, compaixão. Desejo que você seja tratada com o carinho e respeito que todos merecem.

Enquanto alguns dos meus fãs têm de aprender a fazer isso, a maioria deles possuem os mesmos valores que eu, e é isso que nos conecta. E esse vínculo é forte.
Sinceramente
Gaga e Cynthia
www.bornthiswayfoundation.org

PS. E para qualquer mídia ou celebridade que encontre esta carta em seu caminho, eu espero que vocês também considerem o poder de suas vozes. Permitam trabalhar juntos e fazer de  2013 um ano de união.

E você acha que o caso acabou? Sharon voltou a responder:

Ms. Gaga,
Estou respondendo a sua carta aberta para a minha filha Kelly, e estou perplexa quanto ao porquê de você ir a público com uma carta aberta. Em relação à esta situação atual, Kelly não entrou em contato com você. Fui eu quem contatou o seu agente e o e-mail está anexado abaixo para sua apreciação. Estendi a mão para ele como agente de Kelly e sua mãe para lhe perguntar se você poderia conter os seus fãs, os “pequenos monstros” e impedi-los de escrever comentários difamatórios, caluniosos e vis sobre a minha família, incluindo ameaças de morte para Kelly. Sua carta aberta é hipócrita e cheio de contradições. E como sua mãe Cynthia lhe apoia, eu apoio minha filha Kelly.

Devo dizer que as suas opiniões sobre o que é politicamente correto e aceitável é totalmente diferente da minha, mas é isso que torna o mundo tão interessante … somos todos diferentes. Como é meigo que você tem empatia com a minha filha, e de como você acha que ela tenha tomado um caminho menos apaixonado na vida. Você diz que seu trabalho no E! Com o programa Fashion Police está “está enraizado na crítica, no julgamento e na beleza pessoas e sempre coloca uns contra os outros.” Bem vinda ao mundo real. Exemplo, quando eu vi você usar um vestido feito de carne crua, eu fiquei enojada. Quando eu vejo que você veste de peles, e as usa como um artefato de moda, o fato de que animais indefesos foram mortos para que possa obter a sua imagem na imprensa é repugnante para mim. Você não deveria estar ensinando aos seus “pequenos monstros” a respeitar os animais e a vida? Eu não sinto que tenho de justificar opções de Kelly na vida para você. Com suas ações para Kelly, você me mostrou que não é nada mais do que uma hipócrita que fica publicamente buscando chamar a atenção de todos. Você sabe que teria sido muito mais digno se tivesse feito isso em particular. Eu estou dizendo que você causa bullying, porque tem 32 milhões de seguidores fissurados em cada palavra sua e você está criticando Kelly em sua carta aberta. Você está tão desesperada que precisava fazer isso em público?

Você diz: “Todos os dias, através da minha música e de minha voz pública eu escolho ser positiva e trabalhar em prol de um mundo mais amável e mais corajoso com a nossa comunidade de seguidores.” Bem, obviamente que essa sua mensagem não está chegando corretamente a seus fãs, pois uma grande parte deles não tem sido vil só com Kelly, mas também de outras celebridades como Adele e Rihanna, e, principalmente, a MADONNA. “Você diz que quer um mundo amoroso, mais corajoso” Eu não sei o mundo em que você vive, mas apoiar comentários vergonhosos de fãs não combina muito com as palavras “amáveis ​​e corajosa.” Isso soa muito mais como um monte de bobagens.

Para encerrar, pare de usar peles, pare de se preocupar tanto  com publicidade, e pare de usar seus fãs para menosprezar não apenas Kelly, mas um fluxo interminável de celebridades. Uma palavra de você iria parar todas as ameaças terríveis, negativas e vis de seus “monstrinhos”.

Deixe-me saber se você quer continuar este debate. Eu estou jogando aberta com você, minha querida.
Atenciosamente,
Sharon Osbourne

Tudo acabou (por enquanto) com a seguinte resposta da mother monster:

O “mundo real” pode ser cruel, por que não tentar transformá-lo em um lugar melhor? Eu sou uma ativista. Ninguém leva à sério adolescentes, mas eu levo. Minha carta para Kelly Osbourne estava aberta, porque suas declarações sobre cyber-bulling eram públicas e como uma jovem ativista me sinto obrigada a estar envolvida.

Obrigado a Jorge Luiz pela tradução do original.

Por que Madonna sempre será a rainha do pop?

É quase certo que onde quer que você esteja, quase todo mundo conhece Madonna. Tenha você 16 ou 60 anos, a maioria da população mundial deve ser capaz de dizer o nome de pelo menos uma música de Madonna. Ela é indubitavelmente a Rainha da música Pop e já vendeu 300 milhões de álbuns em todo o mundo, além de estar na lista dos artistas que mais venderam de todos os tempos, como Michael Jackson, The Beatles e Abba. Madonna também pode se gabar por ser a artista feminina que mais vendeu de todos os tempos, e não demonstra vontade de parar.

Madonna lançou seu álbum de estreia, auto-intitulado Madonna, em 1983, com o single de estreia Everybody lançado no ano anterior. Desde então, ela tem aproveitado mais de 30 anos na indústria musical, além de ser uma bem-sucedida mulher de negócios, tendo lançado a própria linha de roupas, aberto academias ao redor do mundo e, mais recentemente, dirigido um filme.

Entretanto, nem tudo foi diversão e brincadeiras para Madonna. Com os sucessos, também vieram derrotas, incluindo seus dois casamentos: com o ator Sean Penn (1985-1989) e o diretor Guy Ritchie (2000-2008). E mais, a maioria dos filmes que estrelou foram fracassos comerciais e de crítica (com a exceção de Evita, que lhe deu um Globo de Ouro). Mesmo com esses problemas, Madonna conseguiu se erguer, permanecer aos olhos do público e manter sua imagem como, possivelmente, a maior celebridade feminina do planeta.

Pessoalmente, sou um grande fã de Madonna. Recentemente, fui à MDNA Tour quando ela visitou Edinburgo, na Escócia, pela primeira vez. Não apenas sendo fã, mas ser um fã jovem de Madonna me faz receber críticas e julgamentos. Geralmente me perguntam “Por que você gosta da Madonna? Ela é um lixo!”, “Ela não está meio velha?” e “Por que raios você pagaria 100 libras pra ver AQUILO?!” – eu simplesmente ignoro essas críticas e explico a eles que gosto dela não apenas por causa da música, mas a criatividade e minha admiração por como ela conseguiu se manter relevante por mais de 30 anos. Ame-a ou odeie-a, não há como negar que Madonna ainda é relevante como sempre foi. Se são adolescentes ou jornalistas, todos parecem falar sobre ela.

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Acima: O album Erotica, para o qual Madonna recebeu muitas críticas de que sua carreira estava no fim.

Ela não é conhecida apenas por sua música e controvérsias, mas também por todas as críticas que rodearam a carreira. Embora desde a estreia (como qualquer outra celebridade) ela tenha encarado as críticas (como no clipe de Like A Prayer, condenado pela Igreja Católica, além dos controversos clipes de Vogue e Justify My Love, que foi banido pela MTV, algo que nunca tinha acontecido antes), Madonna encarou possivelmente suas maiores críticas em 1992, quando seu quinto álbum Erotica foi lançado, simultaneamente com o primeiro livro, SEX, que também causou muita controvérsia e se tornou um fenômeno de mídia. Erotica foi um álbum principalmente sobre sexo e romance, e também pessoal, por também abordar a perda de dois amigos de Madonna para a AIDS. Ela encarou muitas críticas e a mídia disse que ela “tinha ido longe demais” e que “a carreira dela estava no fim”.

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De volta ao topo: Ray Of Light vende mais de 20 milhões de cópias

Erotica não vendeu tanto quanto os álbuns anteriores de Madonna: aproximadamente 5 milhões de cópias em todo o mundo. Ela não desistiu e deixou as críticas de lado, ao continuar o que fazia de melhor: música. Em 1998, lançou o sétimo álbum Ray Of Light – um trabalho pessoal e reflexivo, que fez Madonna voltar ao trono e o álbum vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo e foi nomeado a seis prêmios Grammy, dos quais ganhou 4. O álbum está entre os mais vendidos e muitos afirmam ser o melhor até então. Outros álbuns de sucesso desde Ray Of Light incluem: Music e Confessions On A Dance Floor.

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É 2012, Madonna está com 54 anos. Apesar da idade, Madonna está mais atarefada do que nunca. Em fevereiro, ela se apresentou no Super Bowl para um público de 111,3 milhões de pessoas e lançou seu 12º álbum, MDNA, que se tornou o oitavo álbum número 1 nos EUA e quebrou um novo recorde no Reino Unido, como a artista com mais álbuns no topo das paradas britânicas, superando Elvis Presley. O álbum foi seguido de uma turnê, intitulada The MDNA Tour, que está para se tornar a turnê mais lucrativa de todos os tempos. Nada mal para uma mulher que começou em 1982.

No estilo tradicional de Madonna, uma nova era traz novas controvérsias. Durante uma performance de Human Nature, Madonna brevemente mostrou um de seus mamilos, o que causou uma grande divisão entre a mídia e o público. Alguns afirmaram que ela era velha demais pra se exibir assim e chamaram o momento de “embaraçoso”, enquanto outros disseram que ela não era velha demais e que não devia para de fazer nada por causa da idade. Este tipo de crítica, juntamente com todos os comentários ruins por ela usar armas no show, seus discursos apoiando os direitos gays, a banda punk-rock feminista Pussy Riot (cujas integrantes foram presas), a paz mundial e a liberdade de expressão, é similar ao que aconteceu com Erotica em 1992. Madonna continua com a mesma atitude e escolhe ignorar tudo e seguir em frente.

É isso o que faz Madonna ser a Rainha da música Pop. Ela não apenas é uma lenda por direito, mas luta pelo que acredita. Ela ignora as muitas críticas e as pessoas que duvidam dela, e segue fazendo seus fãs felizes. Apesar de toda a negatividade sobre a idade, Madonna prova mais uma vez que não há limite de idade pra fazer o que quiser. Se você quer, faça! Idade é apenas um número. Ela é uma inspiração para tantas pessoas e poderia inspirar muitas outras se o público e a imprensa dessem uma chance a ela. É vergonhosa a forma com que a carreira e o trabalho dela é apresentada, tão negativamente. Mesmo assim, ela vai seguir se apresentando e lançando música, e isso é algo que os críticos não podem tirar dela. Madonna é Madonna, nunca haverá outra como ela e ninguém roubará sua coroa.

Michael Phillips
Twitter: @MichaelPhillipz

Obrigado a Leonardo Magalhães pela tradução.

Estilista acusa Madonna de ter roubado seu boné VOGUE

madonna-mdna-tour-vogue-bonéUma questão fácil de saber quem copiou quem quem. Madonna está sendo acusada de copiar uma criação da estilista e figurinista Patricia Field (“O Diabo Veste Prada” e “Sex and the City”). Em sua conta na rede de blogs Tumblr, Field disse que Madonna vendeu nos shows da tour MDNA bonés que têm o mesmo design de um produto seu, que traz a estampa “Vogue”.

“A nossa estilista para Patricia Field, Hikaru, criou o boné e nós também vendemos a estampa como uma camiseta, uma tiara e um gorro”, escreveu Field. “Eu realmente não tenho mais nada a dizer, mas… Madonna é uma ladra! … Você deveria se envergonhar por roubar daqueles que te inspiram.” A estilista também publicou uma foto dos bonés, que foram supostamente vendidos em novembro de 2012, durante um show da turnê mundial “MDNA”, mais recente disco da cantora.

Senso de oportunismo? Parece que sim. Certamente esqueceram que Madonna popularizou o nome VOGUE (e que quando se fala em VOGUE ninguém pensa na revista, e sim no hit #1 de Madonna) e que Madonna comercializou bonés com o nome VOGUE como produtos de merchandising da turnê “Blond Ambition”, de 1990.

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Enfim, MDNA Tour acabou e Madonna deixará saudades em 2012

Como 2012 chega ao fim, eu me encontrei olhando para trás sobre o meu ano e refletindo sobre as decisões tomadas, caminhos percorridos e amizades formadas.

Eu poderia  aborrecer todos vocês com um play-by-play do meu ano e as coisas que eu aprendi, mas eu prefiro falar com vocês sobre uma relação muito especial que realmente tomou conta da minha vida nos últimos 12 meses.

Talvez você não tenha ouvido falar, mas eu estou em um relacionamento. Não, não é com um exemplar do sexo masculino. Não seja bobo. Em vez disso, eu mantive por mais um ano um relacionamento perfeito e belo com Madonna. Tudo foi simplesmente perfeito. Sua apresentação apoteótica no SuperBowl 2012 (ASSISTA NOVAMENTE), o qual bateu recorde de audiência (mais do que o próprio jogo si), seu maravilhoso álbum #1 MDNA e que não paro de ouvi, apenas de que alguns fãs torceram o nariz para ele, pelo belíssimo filme W.E. (o qual ela ganhou um Globo de Ouro e fez Elton John chorar de raiva) e pela espetacular e mais bem-sucedida tour de 2012, o MDNA Tour, o qual tive o prazer de assistir três vezes.

Acompanhei três ótimos vídeos, com destaque para “Girl Gone Wild” e o vídeo interlude da tournê “Justify My Love” (uma pena não ter sido lançado como um novo “Justify my Love” single/clipe 2.0 em todas as emissoras de TV do mundo. Vi Madonna dá os seus ataques de fúria pelos vídeos no Youtube durante sua tour, reclamar da chuva e até ignorar e depois gravar um vídeo ironizado todo o bafafá que o vídeo gerou – essa é Madonna. E pude também compartilhar cada movimento da estrela no facebook do Madonna Madworld. Cada post que escrevo sobre Madonna eles curtem, e bem provável que essa seja a minha primeira relação produtiva e saudável e eu não poderia apreciá-la mais. Eu quase igualei Madonna a Jesus, de uma forma muito ruim. Desde que o cristianismo fez uma lavagem cerebral nos seres humanos com a indução da Bíblia, parece que não se pode fazer mais nada de errado. O mesmo pode ser dito sobre Madonna desde que ela lançou seu SEX Book “.

A MDNA tour terminou na semana passada. Última turnê de Madonna, e seu nono megashow que visitou cidades na Europa, Oriente Médio, Estados Unidos, America Central e América do Sul e gostando do show ou não, você não pode negar o fato de que foi uma grande produção que se esforçou para mostrar que é o M-DNA ou melhor, o DNA de Madonna. E é claro que ela conseguiu.

Todos os elementos da carreira de Madonna estavam lá, remixados e revisitados para 2012: Controvérsia ligado ao sexo e religião e promulgação da violência, mas também a luta pelos direitos das minorias e o convite a tomar consciência sobre o que acontece no mundo em torno de nós. Madonna também foi muito política sobre esta turnê, ela apoiou abertamente Obama e não teve medo de falar sobre liberdade de expressão (Pussy Riot), quando ela visitou países que não estão muito dispostos a deixar seu povo se expressar. E, finalmente, os seus temas eternos de “acreditar em si mesmo” e que “se você trabalhar duro, seus sonhos viram realidade” estavam lá também! Todos misturados em um caleidoscópio de música e dança que compreende o melhor de suas novas canções e alguns de seus hinos imortais.

Esta é também a turnê em que Madonna esteve realmente mais perto de seus fãs e com as coisas que eles diziam para ela, Madonna pareceu realmente satisfeita por passar esse tempo com eles. Ela conversou, esbravejou, xingou, deu piti e brincou com eles durante passagens de som, ficou surpresa e lisonjeada. Madonna mostrou que ela é humana e não um sono coletivo, como muitos pensam. Ela prometeu um grande espetáculo, e lá estava lá num show com os maiores efeitos visuais, a maior tecnologia em telões, sons, palco, nunca jamais feito por nenhum outro artista. Mais uma vez Madonna foi a pioneira, e mesmo os preços dos ingressos salgados terem revoltados alguns, quem esteve em algum show sabe que tudo aquilo que acontece (e não basta assistir a um único show para se dar conta de tudo o que acorre no palco, é muita informação, informação essa que só veremos no lançamento do DVD/Blu-ray do MDNA Tour.)

Madonna

Este foi realmente um grande show e ainda que no início parecia um pouco apressado, mas com o tempo as coisas foram otimizadas e, eventualmente passaram a fazer mais sentido. Mas, acima de tudo o profissionalismo de Madonna era evidente, ela dançou complicadas coreografias em chuvas torrenciais, tocou Turn Up The Radio em um pesado figurino em países ou locais onde era tão quente que você podia vê-la literalmente coberta de suor! Ela foi esperta e engenhosa quando os inevitáveis problemas técnicos vieram (o “Motel” de Gang Bang em Birmingham, UK, devido a problemas técnicos, os problemas técnicos que fizeram Madonna deixar de fora Like A Virgin e Love Spent em São Paulo e Porto Alegre, no Brasil, a forte chuva no Chile que fez Madonna cortar metade do show e até um blackout no último show da tour, em Córdoba, Argentina – programação musical não funcionou corretamente em poucas situações).

É claro que houve também momentos frenéticos, sendo o maior de todos ocorrido no L’Olympia (DVD aqui). Provavelmente, se a Live Nation France tivesse tido um pouco mais de cuidado para explicar que ia ser um pocket show (de fato era claro desde o início para nós, os fãs de carteirinha) Madonna poderia ter talvez evitado a má publicidade, mas ainda assim os fãs afortunados que assistiram o show (e os que assistiram ao vivo no Youtube), não só viram performances únicas de Beautiful Killer e Je T’aime Moi Non Plus, mas puderam orgulhosamente, ou sorridentemente dizer que, de alguma forma, fizeram parte da história de Madonna bem como toda a imprensa mundial que reprisou a notícia sobre aquele mini show.

Para encurtar a história, a MDNA Tour provou mais uma vez que só há uma Rainha e é Madonna (é, eu sei que isso magoará muita gente!)

O Madonna Madworld quer felicitar e parabenizar Madonna, seus empresários, os dançarinos, os incríveis Nicki Richards e Monte Pittman e toda a produção que montou um espetáculo de tirar o fôlego e que nós curtimos muito! Queremos também agradecer a todos os fãs e amigos encantadores que conhecemos nessa turnê, foi ótimo compartilhar esta experiência com todos vocês! Vamos esperar para ver um grande espetáculo novo em 2014!

Então, vocês. Olhem para trás em seu ano e me digam se não tiveram uma relação mais apaixonada, amorosa ou completa este ano como a que eu tive com Madonna. Agora esperar o tão aguardado lançamento do MDNA Tour em vídeo (há vários DVD da tour aqui no site à venda) e um novo álbum, afinal, Madonna em 2007, Madonna encerrou o contrato com a Warner, gravadora pela qual lançou seus discos desde o começo da carreira, em 1982. A mudança de casa engordou a conta bancária da cantora em pelo menos U$ 150 milhões por um contrato de 10 anos.

Parabéns Madonna pelo glorioso ano de 2012.

Obrigado a Jorge Luiz pela ajuda no texto – família Madonna Madworld, como também a Leonardo Magalhães.

MDNA Tour 2012 – A Experiência de ver Madonna

Madonna

MDNA. Madonna. Turnê MDNA. Pensei em tanta coisa enquanto estava assistindo a esse espetáculo. Pensei em escrever tanta coisa depois que ele passou. Pensei. Voltei de SP para MG maquinando parágrafos inteiros sobre essa experiência, sobre o que é está praticamente debaixo do ídolo, ver que ele existe, é palpável, é gente como a gente, com expressão cansada, mas profissional de primeira qualidade que não se deixa abater por nada. Pensei em escrever… e agora que me sento para fazê-lo percebo que são tantas coisas a serem ditas que as palavras fogem, não aparecem… ou seja, essa experiência é algo inenarrável! É algo que não cabe em uma crônica, em um conto, em uma resenha. Ela só cabe no coração e na memória de quem presenciou tal espetáculo. Espetáculo este que para ser totalmente absorvido, tem que ser visto mais de uma vez, ou de duas no meu caso. De longe, de perto, em DVD, da mais varias formas, para que cada nuance seja percebida. É tanta coisa, que você se perde. É tanto simbolismo e tanta mensagem que é transmitida que é realmente difícil, ou praticamente impossível, captar todas de uma vez.

A começar pela excelente entrada de Madonna. Ali a simbologia está praticamente em todos os lugares; a começar pelo turíbulo, pela catedral que se monta, pelo nome MDNA na cruz magnânima que se encontra projetada ao fundo do palco. O canto gregoriano do excelente Kalakan Trio. E eis que entra o Ato de Contrição, o pedido de perdão a Deus pelos seus pecados. E o estádio inteiro reza junto com ela, mesmo alguns não sabendo do que se trata, mas a conexão já está feita, e o tom do show está dado. E a diva entra, de dentro do confessionário, e faz seu paradoxo entre querer muito ser boa, mas ser uma garota má, como diz a letra da música. E a sua purgação começa, entre armas, luta pela sobrevivência, onde ela canta que o amor dela é um revolver, mata vários bandidos, pede que o pai não dê sermão, é sequestrada por radicais, forçada a andar na slackline, e depois de dizer que não dá a mínima para essas coisas, ascender de forma linda em uma plataforma, engolida pelas chamas e desaparecer. E isso tudo em 20 minutos de apresentação mais ou menos onde todo mundo já está embasbacado.

Madonna

O espetáculo segue e ela agora volta como uma festeira cheeleader, se divertindo, a parte alegrinha do show. Depois de se expurgar na primeira parte do show, porque não algo mais leve, lembrando seus tempos de líder de torcida na velha Detroit, para se divertir e nos divertir. Drummers pendurados no teto, muita coreografia de uma energia impressionante, e um pedido de para que as pessoas se expressem e não se reprimam, em uma de suas canções mais conhecidas. Todos gritam por ela quando cantam o início da próxima cancão  onde ela pede todo nosso amor. E o público dá, quase a transborda de tanto amor, de tanta energia.

Depois somos convidados a aumentar o som do rádio! Ah, e isso fazemos com gosto enquanto entoamos os versos da canção Turn Up The Radio. Todos já hipnotizados, absorvidos totalmente no clima dela. Tem-se mesmo que aumentar o som do rádio até que se estourem os auto falantes. E a parte emocionante chega. Abram os seus corações, ela canta. E evoca a obra de arte depois de um discurso que varia de noite pra noite, mas o de SP do dia 04/12 foi impactante. (Nota: Masterpiece foi a parte mais emocionante do show para mim. Foi como uma catarse, onde expurguei realmente tudo que eu passei para poder estar ali, cara a cara com esse espetáculo. A música é realmente tocante. Meu amigo que estava comigo que o diga. Foi uma lavada na alma.) O Kalakan Trio que a acompanha é muito bom. (quem se interessar em conhecer as músicas que eles cantam durante o show podem acessar http://www.kalakan.fr/wa_files/Collaboration_20Madonna_20Horizontal.pdf. Interessante ver como cada uma encaixa a mensagem a ser transmitida). Nessa parte ela se diverte vendo o filho Rocco dançar e logo após o interúdio nos convida a justificar nosso amor.

Madonna

O desfile de modas de Vogue. Está dado o tom da próxima parte. Um cabaré. Madonna se diverte com eles e com elas e vai se despindo. Aqui está seu famoso strip da turnê, depois de cantar a natureza humana e a hipocrisia das pessoas, esquecendo-se que não podia falar sobre sexo! oops! E ela se despe. “O que estará escrito em suas costas?” pensamos. Em SP, no primeiro dia, ela escolheu palavras hebraicas mais sérias, mas no dia 5/12 já brincou com a condição de SAFADINHA. E a platéia vai ao delírio. Normalmente esta parte do show se encerraria como uma virgem, mas isso ela não fez em SP. Isto fecharia o ciclo de quem chega no cabaré com o glamour de Vogue, convida a todos para entrarem em sua loja de doces, expressa a condição humana, pede a todos que toquem seu corpo proclamando o erotismo e… não tivemos essa chance dela se declarar como uma virgem. Os motivos não sabemos.

Interlúdio com mais uma mensagem. Ninguém me conhece, como você me conhece. Suásticas, imagens cortadas da própria se misturando com personalidades boas e más da história, com um balé que traduz o que a musica quer dizer, até culminar com fotos de crianças que se mataram por terem sofrido bullying e cada um desses bailarinos vai caindo ao chão. Muito bonito. Foi onde uma senhora na França a processou, se lembram? E agora ela volta em uma bela coreografia dizendo que é viciada no nosso amor, proclamando uma música que fala que o nome é viciante, cabe como uma luva e não se dá para saciar, toma conta dela como uma droga, o MDMA, e a galera vibra. É muita energia para duas horas de apresentação. É muita vibração. E tudo explode quando todo mundo grita junto com a música MDNA, MDNA. Dizemos que somos pecadores e gostamos assim na próxima canção e depois vem o clássico que nos diz que como uma oração, a sua voz nos faz alcançar o que queremos. Lindo o coro e essa apresentação. Inexplicável.

Finalmente a celebração final em tom de festa pura! Pronto, já estamos extasiados, felizes, completamente preenchidos pela energia, pelo amor, por tudo. Totalmente extasiados ela nos convida a darmos tudo que temos… e assim, neste tom, completamente diferente da sua entrada, ela se despede. A catarse está feita. Quem assistiu a esse espetáculo nunca mais será o mesmo. De alguma forma vai sair dali, do local da apresentação, tocado. É um teatro, como ela mesma diz.

Quanto a mim me coube as sensações que não consigo descrever, as marcas que nunca sairão, e a certeza de que ela realmente é a Rainha. A vontade que dá é de voltar no tempo e passar por toda essa experiencia de novo, sem mudar uma vírgula e sem acrescentar um ponto. Estou pleno, assim como ela mesma diz que quer que as pessoas se sintam depois do show.

E cantemos então como a Nicki Minaj diz em I Don’t Give A: Só existe uma rainha, e é Madonna! Aguardemos para ver o que ela nos preparará para superar essa MDNA.

(Review de Gustavo Espeschit)

Madonna se machuca durante “Gang Bang” em Medellin, Colômbia

Madonna

Os colombianos tiveram ontem a oportunidade de ver pela primeira vez Madonna em seu país, com show realizado na cidade de Medellin. Com um público em 47 mil pessoas que lotaram o estádio local (os ingressos esgotaram-se poucos dias após o início das vendas), a imprensa derrete-se pelo espetáculo apresentado na MDNA Tour.

Mario Saldarriaga, professor de antropologia da Universidade San Martin, disse que “em Medellín, assistimos a uma cena que não será repetida no país, como a exibição teatral, dança acrobática e de ter Madonna que é inigualável no mundo. Não importa quantas cantoras aparecem todos os dias, Madonna jamais será superada, é questão de lógica.”

“O show foi sem precedentes”, publicou o El Tiempo. “Um espetáculo inesquecível”, diz o El Colombiano.
“Madonna superou todas as expectativas”, disse o jornal El Mundo.

Um imprevisto aconteceu durante a performance de Gang Bang: Madonna se machucou de verdade com os socos “de mentirinha” e cortou próximo ao olho esquerdo, que ficou sangrando durante o primeiro bloco, mas a rainha do pop continuou a performance até o fim do show apesar do corte.

Assista duas reportagens sobre a passagem de Madonna pelo país.

Crítica IstoÉ: A igreja digital de Madonna

Munida de sensualidade e provocação e apoiada na melhor tecnologia, a popstar traz ao Brasil a turnê “MNDA”, seu mais ambicioso espetáculo em 30 anos que alimenta o culto à sua própria personalidade

Ao som de sinos, uma imponente catedral é vista nos telões de altíssima definição. Na porta da igreja, uma cruz exibe a sigla MNDA onde comumente se leria INRI, a inscrição em latim que marcou a crucificação de Jesus Cristo. Dessa forma, ao mesmo tempo solene, blasfema e impactante, inicia-se o novo show de Madonna, que chega ao Brasil para quatro apresentações a partir do domingo 2. Sempre fascinada pela iconografia religiosa, a popstar de 54 anos faz do espetáculo o templo de seu próprio culto, marcando três décadas de uma carreira que sempre aponta para o alto – como as formas góticas reveladas pelas imagens. Sua maior turnê em extensão – até se encerrar, no dia 22 de dezembro, terá percorrido 28 países –, MDNA Tour é também a mais ambiciosa em recursos técnicos e visuais. No auge da cultura digital, os shows de rock se transformaram em verdadeiros circos tecnológicos. No caso de Madonna, a performance vai mais longe, já que transporta para o palco todas as possibilidades de um grande musical da Broadway. Ou seja: Madonna está mais uma vez mudando a paisagem do show biz.

“O que conseguimos aqui é o começo de algo novo, grande, que ainda não sabemos aonde vai chegar”, diz o consagrado diretor de vídeos Stefaan “Smasher” Desmedt, conhecido pelos concertos do U2.

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Para alcançar esse trunfo, a popstar se cerca dos melhores profissionais do mercado. Ao surpreender os fãs mais uma vez com um visual de tirar o fôlego, a cantora contou com a criatividade de outros pesos-pesados. Seu palco mirabolante, cujos componentes se movem segundo um sofisticado sistema hidráulico e de automação, foi criado pelo maior set designer atual, o arquiteto inglês Mark Fisher. A “ilustração” das canções ficou a cargo da empresa canadense de arte digital Moment Factory, colaboradora habitual do Cirque du Soleil. Não bastasse essa parceria high tech, a direção geral do espetáculo está a cargo de Michel Laprise, do mesmo Cirque. Autor da parte gráfica, tendo participado da criação do vídeo para a música “Justify My Love” (momento em que Madonna dança com o seu atual namorado, o bailarino Brahim Zaibat, de 24 anos), o diretor de arte brasileiro Giovanni Bianco comenta o resultado: “‘MDNA’ é o show de Madonna que tem a melhor tecnologia de vídeo, com uma qualidade visual maravilhosa.”

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Trata-se de mais um feito da equipe que concebeu a espetacular apresentação da cantora no Super Bowl, em fevereiro, cuja transmissão ao vivo atingiu a marca de 114 milhões de espectadores. “Nossa equipe concebeu imagens para 12 músicas, incluindo o primeiro ato inteiro e as últimas canções do show”, disse à ISTOÉ Johanna Marsal, produtora da Moment Factory. “Não são projeções, são vídeos exibidos no próprio telão, sem a necessidade de projetores.” Outra novidade revolucionária é o palco móvel. Desenvolvido pela empresa belga Tait, o seu piso é composto por cubos que se elevam, servindo de elevadores ou escadas para a cantora e os 22 bailarinos nas elaboradas coreografias. “São 36 cubos móveis de LED, que estão sempre mudando de posição, possibilitando múltiplas configurações”, diz Johanna. Tudo isso funciona também como pequenos telões. Para a canção “I’m a Sinner”, um dos momentos mais empolgantes da apresentação, os artistas gráficos fizeram os três conjuntos de cubos ganhar a forma de trens que viajam pelo interior da Índia, mostrada ao fundo. Madonna canta sobre um dos vagões enquanto os bailarinos “surfam” no teto do comboio. O efeito é fabuloso.

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Além de se interessar pelo que existe de mais novo em termos de tecnologia, Madonna sabe que uma das formas de se manter atual é se alinhar às modas e tendências, sejam elas musicais, sejam comportamentais ou políticas. Se no lado musical ela deu uma guinada em direção à progressive house (créditos ao produtor italiano Benny Benassi, que deu o tom do CD “MNDA”, sigla que a artista criou para si), no plano das provocações (o seu verdadeiro elixir da juventude), a “Rainha do Pop” tem se voltado para o noticiário internacional. No decorrer da turnê, Madonna comprou briga na Rússia – ao apoiar o grupo Pussy Riot e defender o direito dos gays – e na França associou a deputada Marine Le Pen ao nazismo. No show de Nova York, fez um striptease durante a música “Like a Virgin” e pediu aos fãs que pagassem pela exibição – o dinheiro atirado ao palco foi direcionado às vítimas da tempestade Sandy. O gesto não amenizou as críticas por ela abrir o espetáculo como uma espécie de bond girl justiceira – os telões mostram jorros de sangue a cada tiro que dispara. Diante da violência atual no País, esse é o tipo de censura que não se poderá fazer à Madonna.

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IstoÉ

Review: Madonna incendeia Miami na gravação de seu próximo DVD

Elvis, por quase toda sua vida, foi Elvis – até se tornar, no vocabulário cínico dos historiadores amadores, o “Fat” Elvis (Elvis O Gordo em tradução livre), quase uma entidade separada e um símbolo de um talento em triste e pesado declínio.

Com base no desempenho de segunda à noite, no show na American Airlines Arena, não devemos temer que sua estrela de 54 anos, possa em breve fazer essa transição para algo diferente de Madonna, apenas Madonna.

Chamando todos os bebedores de cerveja!

Madonna

Em uma exibição impressionante de força e provocação sexy, a rainha do pop apresentou por mais de duas horas várias canções em uma performance que incluiu diversas mudanças de figurino e números de dança ousados em que a estrela contorcia-se de uma forma que desafia o corpo de alguém da metade de sua idade. Desfilando nas passarelas próximas à plateia, ou saindo de um buraco no meio do palco em um novo figurino, Madonna novamente exibe sua sexy e energética musculatura, algo que sempre foi sua marca registrada durante quase três décadas.

Pode ter havido alguma pressão adicional sobre Madonna para fazer o seu melhor show, que será repetido no AAA na noite de terça-feira. O show estava sendo filmado em 3-D para um próximo DVD, e toda energia extra que as equipes de filmagem procuravam parecia estar em falta quando a cantora finalmente subiu ao palco logo após 23h20. Isso depois de quase duas horas após  Paul Oakenfold ter finalizado sua apresentação. Os espaços entre as músicas no sistema de som da arena eram preenchidos por vaias impacientes e muitos gritando “Bullshit! Bullshit! (Porcaria! Porcaria! Em tradução literal) “Você só consegue ver homens gays em jeans skinny dançando despreocupados o” Sexy Back” por pouco tempo.

Madonna chegou com o palco cheio de uma névoa mística, homens vestidos de monges e o estrondo profundo de cantos gregorianos. Mas a cantora rapidamente explodiu esta cena solene com os agitados passos de dança de “Girl Gone Wild”, do seu novo álbum MDNA. Vestida com altivos saltos, top de couro preto e calças justas no melhor estilo hard-rock , com seis dançarinos de peito nu arrastando-a através de uma série de poses sexys, uma Madonna  fashion, poderosa, mas vulnerável como um brinquedo sexual foi a atração principal da noite.

A cantora apoiou-se em MDNA em cerca de um terço do set list, com muitos de seus maiores sucessos recebendo tratamentos de medleys rápidos ou com novas e modernas roupagens. Ela teve a ajuda de Kalakan, um trio de músicos bascos do norte da Espanha, principalmente na nova versão  de “Open Your Heart”, que recebeu um tratamento cigano meio hoedown (um tipo de dança country). Foi uma das muitas canções em que seu extraordinário grupo de bailarinos apresentou excelentes coreografias.

Outro destaque incluiu uma versão pungente e refeita de “Like a Virgin”, com Madonna vestida de lingerie, espartilho e uma versão do famoso sutiã cônico de Gaultier. Em cima de um piano e de forma poética, triste e melancólica, Madonna pôs a nu toda a emoção de ser “tocada pela primeira vez.” Muitos gritos e assobios sexys se seguiram.

Uma versão elegante de “Vogue” teve uma resposta entusiástica, bem como a sofrida “Love Spent”, na qual o strip-tease de Madonna fez os fãs atirarem várias cédulas de dólar no palco. Houve também a animada “Express Yourself”, com suas sexys majoretes e bateristas pendurados acima do palco (e, sim, Madonna sabe manejar bem um bastão).

Por volta das 01h15, quando a resistência dos fãs parecia estar esgotada, Madonna seguiu com uma versão “Kalakanesca”de “I’m a Sinner” e com um coral gospel em “Like a Prayer”, formado por dezenas de cantores dançando atrás dela como ela houvesse ressurgido dos mortos. Foi o momento jogo de luzes, pessoas cantando, dançando e batendo palmas juntas. The power of “Prayer.” O poder da “Oração”.

Fonte: SouthFlorida

Crítica: Quando Madonna deixará de ser relevante?

Mark Kemp – Creative Loafing

Madonna

Quando Madonna comicamente anunciou aos fãs do Verizon Center, em Washington, no dia 24 de setembro, que “temos um Muçulmano negro na Casa Branca”, ela jogou a merda no ventilador. Foi como se os abutres da cultura nacional sofressem outro caso de amnésia pop-cultural. Esta é Madonna, afinal. E Madonna será Madonna.

Como ovelhas, todos obrigatoriamente resmungaram no Twitter e no Facebook pra registrar seu horror. Foram inteligentes também, sendo que os considero bem astutos. Pessoas conhecidas ou com quem trabalhei muitas vezes nos últimos 15 anos – jornalistas musicais e críticos, especialistas, assessores de imprensa, o pessoal do rádio, músicos, até mesmo amigos de faculdade e conhecidos do colégio. Com os dentes rangendo e as bocas espumando, eles pularam desenfreadamente pra atacar Madonna novamente. Foi bem nostálgico.

Um escritor e ex-repórter da Billboard de Los Angeles ligou um artigo do jornal Huffington Post na página do Facebook com o título “Madonna chama Obama de ‘um Muçulmano negro na Casa Branca’”. Claro, ele também fez um comentário: “Deixe esta vaca lerda e louca por atenção se meter no diálogo político e ajudar a perpetuar uma das mais duradouras e errôneas concepções sobre o presidente”.

É sério? Sim. 57 pessoas curtiram a postagem dele e 35 comentaram, incluindo “Ela é tão idiota quanto um saco de martelos”; “Ela é uma vaca sem talento, sem cérebro e idioooota, sem senso de humor”; “Ela é uma puta, um verme estúpido”; e “Vamos lembrar que ela ainda exibe os seios nos shows”.

Você imaginaria que esses profissionais da indústria da música eram estudantes colegiais debatendo sobre uma líder de torcida popular, mas notoriamente rebelde, durante o almoço. Na verdade, eram pessoas de 40, 50 e até 60 anos de idade, debatendo sobre alguém que eles vêm seguindo de perto ao longo das últimas três décadas. Alguém que tem sido parte integral da cultura popular americana. Alguém que vem se expressando há muito tempo em músicas abusadas e bem-sucedidas, além de álbuns e performances, sempre aumentando o nível para mulheres da indústria da música e expandindo as definições de uma cantora pop e um ícone cultural popular. E lá estava ela – aos 54, a líder de torcida mais rebelde da América – na estrada já há um tempo, promovendo seu mais recente álbum, MDNA. E alimentando mais ainda a fúria no Facebook.

Agora na etapa final de uma turnê que começou em Tel Aviv em maio, Madonna seguiu para Charlotte no dia 15 de novembro para uma performance na Time Warner Cable Arena. Ela provocou controvérsia novamente? Esta sequer é uma pergunta significativa?

A grande novidade em setembro não foi que Madonna fez uma observação impactante durante um show em DC (seria novidade se ela não tivesse feito algo impactante). Não, a novidade foi que Madonna ainda trabalha e diz coisas que acendem uma paixão assim, tanto positiva quanto negativa, em 29 anos de carreira. A pergunta “Madonna ainda é relevante?” tem sido um mantra por quase 28 desses anos. Tudo começou em 1984, após o lançamento do segundo álbum e do convite pra cantar o até então o novo sucesso, “Like A Virgin”, no Video Music Awards, da MTV. Ela finalizou se arrastando no palco em um vestido de noiva, exibindo um pouco da virilha e cantando levemente fora do tom numa faixa pré-gravada. Após a performance, no primeiro de muitos pronunciamentos subsequentes, especialistas tocaram o sino da morte: Madonna desesperadamente procura chocar as pessoas; ela está acabada, pronto! Próxima!

Madonna não apenas estava em alta, mas se encontrava no meio de três álbuns maravilhosos, cortesia de colaborações muito boas com gênios dos estúdios, incluindo seu ex-namorado Jellybean Benitez, Nile Rodgers e Stephen Bray. Ao longo dos cinco anos seguintes, ela se casou e divorciou de Sean Penn, apareceu na Broadway na peça Speed The Plow, de David Mamet, estrelou no sucesso de público e crítica Procura-se Susan Desesperadamente e no fracasso Quem É Essa Garota?, e se tornou vítima de inúmeras piadas sobre punks e roqueiros. Ainda assim, foi tratada como estrela por membros da realeza do cenário alternativo: Sonic Youth e Mike Watt, do Minutemen, cujo projeto paralelo Ciccone Youth foi tanto uma homenagem, quanto uma paródia.

A primeira grande mudança artística de Madonna aconteceu em 1989 com Like A Prayer, o álbum que muitos – inclusive eu – ainda consideram a obra-prima dela. Depois de batalhar com seu querido pai e com a Igreja Católica em Papa Don’t Preach três anos antes, Madonna levou seus problemas religiosos à frente na faixa título do álbum e no clipe, repleto de ícones católicos sagrados/profanos: cruzes em chamas, cicatrizes e uma fantasia sexual com um santo. “Coube certo com o meu espírito da época, na questão de se impor às autoridades masculinas, seja o Papa ou a Igreja Católica ou meu pai e suas maneiras conservadoras e patriarcais”, ela disse à Rolling Stone em 2009. Em Express Yourself, do mesmo álbum, ela apelou a uma nova geração de jovens mulheres para que saíssem da sombra de seus namorados e tomassem o controle criativo. O que aconteceu foi que Madonna organizou um motim dois anos antes de Bikini Kill ou Courtney Love reclamar às massas desajustadas ao som de guitarras grunge e punk.

Madonna

Nos 23 anos seguintes, temos questionado a relevância de Madonna de forma automática. Com cada nova polêmica, especialistas respondem como cachorrinhos do fisiólogo russo Pavlov: “Ela foi longe demais desta vez? As bizarrices cheias de controvérsias dela chegaram a um nível de desespero? Madonna ainda é relevante?”. Fizemos isso em 1990 quando ela incorporou servidão e sadomasoquismo no clipe de Justify My Love. Fizemos de novo em 1992 quando ela lançou o livro Sex, como parte integrante do novo álbum Erotica. Fizemos no fim dos anos 90, quando ela incorporou as novas crenças da Kabbalah em Ray Of Light, que acabou sendo outro grande avanço criativo.

A primeira década do século 21 foi igual. Em 2003, Madonna usou o VMA da MTV novamente para ir além dos limites da aceitação, beijando Britney Spears e Christina Aguilera após a performance original de Like A Virgin. Os especialistas soaram como um coral: Madonna foi longe demais. Três anos depois, quando Madonna e o até então marido Guy Ritchie adotaram um menino do Malauí, o refrão voltou: ela está procurando atenção desesperadamente.

Estamos no jogo dela a cada novo movimento: suas aparições no cinema, os amantes, os desrespeitos de celebridade e comentários sociais. E em 2012, lá estamos nós outra vez. Em julho, o site MTV.com postou uma notícia com a manchete gritante: “A controversa turnê MDNA de Madonna: Ela foi longe demais? Usando armas falsas e se expondo no palco, a turnê MDNA do ícone pop está repleta de críticas”.

“Oh, fala sério, pessoal! Ela estava brincando. Os americanos estão assim, tão incapazes de aceitar sarcasmo?”. Foi isso o que eu escrevi no Facebook do escritor de música de Los Angeles sobre o comentário de Madonna sobre o “Muçulmano negro”. Daí, eu repostei o artigo na minha página. A situação não foi melhor lá, embora a acidez entre meus amigos não tenha sido tão intensa. “É um comentário horrível, que não vai ser nada bom pro Obama. Mas, ei, fez Madonna voltar ao noticiário”, um antigo conhecido da faculdade sugeriu. “Não tenho dúvidas de que ela tentava ser sarcástica”, um amigo de minha cidade disse, “mas ela falhou totalmente”. E um colega de Nova York lamentou que a piada de Madonna foi inapropriada:

“Há muitas, muitas pessoas lá fora que verdadeiramente acreditam que Obama não seja Cristão.”

E isso é problema de Madonna? Se as pessoas são burras o bastante pra acreditar que o Presidente é muçulmano, é problema deles, não de Madonna. E se o Presidente Obama tivesse perdido as eleições por causa da piada sarcástica de Madonna, muito mais teria sido dito sobre o nível de inteligência dos americanos do que sobre o humor dela. A sagacidade, os cálculos e o timing de Madonna estão ótimos, muito obrigado. Ou, conforme a solitária voz da razão – do jornalista musical, humorista e autor de I Want My MTV  Rob Tannenbaum – sugeriu no meu Facebook, o ultraje sobre a afirmação de Madonna “mostra não apenas um sarcasmo mal-entendido, mas – pior – Madonna sendo mal-entendida”.

Como a mais óbvia influência pop dela, David Bowie, Madonna é tanto uma artista performática quanto da música – cuja experimentação com personagens não se reserva apenas ao palco, filmes, clipes ou álbuns. Ela permeia cada aspecto da vida pública dela. Quando Madonna faz um documentário, como Na Cama Com Madonna ou I’m Going To Tell You A Secret, ela está se apresentando, não oferecendo algum tipo de visão jornalística perspicaz sobre sua vida pessoal ou o processo de bastidores. Ela está interpretando Madonna, seja atuando de forma vulnerável ou no controle; ela está brincando com códigos de gênero e cultura, papéis sexuais e suposições sobre poder.

Quando Madonna se une a alguma causa – seja pelos direitos gays, assuntos humanitários ou uma eleição presidencial – ela está se apresentando. Claro, é óbvio que a pessoa real – Madonna Louise Veronica Ciccone, de Detroit – também apoia o Presidente Obama e os assuntos GLBT, mas ela o faz através de vários aspectos de suas personas, não com canções de protesto, redações racionais ou palestras. Não é assim que ela trabalha. Madonna faz grandes observações com situações elaboradas, grande teatralidade, figurinos extraordinários, maquiagem à-la Fellini, e, sim, sarcasmo profano – todos os muitos aspectos de suas personas. Se entendermos os discursos políticos dela da mesma forma que ouvimos os de Joan Baez, Chuck D, Tom Morello ou Boots Riley, estaremos interpretando-a erroneamente. As grandes narrativas dela são o que a elevam muito acima das imitadoras, exceto talvez Lady Gaga, que realmente entende Madonna.

No aniversário de 50 anos de David Bowie, em 1997, eu estava com ele numa pequena loja inglesa de chás em Manhattan. Conversamos sobre as personas que ele criara ao longo dos anos – sobre seus objetivos, o que ele tentava alcançar, o que ele esperava que as pessoas soubessem sobre ele. Outros devem saber pouco sobre David Robert Jones (seu nome de batismo), ou Bowie como sugerido, mas eles devem saber muito sobre Ziggy Stardust and the Thin White Duke. A autenticidade foi superestimada, ele disse. Bowie é um artista que faz arte, personagens e situações – não uma realidade linear. “Eu costumava ficar agressivo com a ideia de integridade”, ele me contou, referindo-se àqueles que o criticaram no começo, por usar truques numa época em que sinceros cantores de folk pregavam ao seu eleitorado. “Eu dizia, ‘Foda-se – meu negócio é truque”.

Truque é o negócio de Madonna também. E esperamos muito disso quando ela chegou à arena de Charlotte. Já sabemos que ela tem provocado com uma sequência violenta durante as mais recentes canções – Girl Gone Wild, Revolver e Gang Bang – que apresentam Madonna com armas e couro, numa luta sangrenta e coreografada contra homens mascarados dentro de um quarto de hotel cenográfico. A cena foi tão perturbadora para alguns membros da plateia em Denver (sendo tão recente ao tiroteio da tragédia envolvendo o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que algumas pessoas deixaram o show. “Estamos dançando e, de repente, as pessoas começaram a perceber o que era a canção”, Aaron Fransua, de 25 anos, contou à Associated Press. “Ficamos todos parados lá. Todo mundo perto de mim estavam chocados”.

Algumas canções depois no setlist da turnê MDNA, o que parecera antes ser um golpe visual e temático no ex-marido de Madonna, o diretor britânico adorador de sangue Ritchie, ficou bem claro, de acordo com a blogueira Marilee Lindemann, conhecida como a “Louca com um laptop”. Lindemann escreveu sobre o show do dia 23 de setembro em Washington: “Percebi naquele momento que não estávamos sendo forçados simplesmente a nos divertir com a violência gratuita. As evocações de Abu Ghraib contextualizaram e geopolitizaram friamente a violência das cenas anteriores, à-la Tarantino, e mostraram consequências reais”. Lindemann, Professora universitária de Inglês e Diretora de Estudos Gays, Lésbicos, Bissexuais e Transgêneros na Universidade de Maryland, acrescentou: “ou…o mais real possível no espetáculo surreal de Madonna”.

Quando o espetáculo de Madonna chegou a Charlotte, também pudemos ver referências à rixa dela com a imitadora Lady Gaga. As duas têm estado muito conectadas ao longo do último ano, brigando pela opinião popular. Em turnê, Madonna injetou a rixa em Express Yourself  (“não aceite o segundo lugar, baby…”), desviando-se momentaneamente à faixa similar de Gaga Born This Way, pra afirmar apropriação, sabe?

A resposta de Gaga a esta justaposição? “As únicas similaridades são a progressão de cordas – é a mesma da música eletrônica há 50 anos”, disse a Lady. “Não significa que estou plagiando, mas que sou esperta pra cacete”.

Na verdade, Madonna e Lady Gaga são ambas espertas pra cacete. Madonna levou a narrativa da rixa a Minneapolis em 4 de novembro, contando à plateia que Gaga rejeitara um convite pra cantar com ela no palco. “Tudo bem”, Madonna disse. “Tenho os melhores fãs do mundo todo. Então, toma isso, Lady Gaga!”.

Tome isso também: de acordo com os números, Madonna é tão relevante quanto sempre foi e, facilmente, tão popular quanto quaisquer de suas herdeiras. MDNA é o quinto álbum consecutivo dela a dominar as paradas. A turnê atual já vendeu 1.9 milhão de ingressos no mundo todo, com a maioria dos shows esgotados. E mais, ela continua em grande forma física e as canções e conceitos de performance de MDNA são fortes como tudo que ela já fez em anos.

Especialistas têm lamentado quando Bowie ou Bob Dylan ou os Rolling Stones continuam se apresentando bem em seus anos de crepúsculo, mas Madonna retrocede esta turnê – focando, na maior parte, em sua idade.

Tudo bem, de acordo com Madonna. “Já me rejeitaram antes”, disse ela, apesar de se referir aos insultos de sua jovem rival e não aos comentários sobre sua idade. “É bom construir caráter”.

Enquanto continuarmos questionando a relevância de Madonna e de seus personagens, ela continuará relevante como nunca!