É quase certo que onde quer que você esteja, quase todo mundo conhece Madonna. Tenha você 16 ou 60 anos, a maioria da população mundial deve ser capaz de dizer o nome de pelo menos uma música de Madonna. Ela é indubitavelmente a Rainha da música Pop e já vendeu 300 milhões de álbuns em todo o mundo, além de estar na lista dos artistas que mais venderam de todos os tempos, como Michael Jackson, The Beatles e Abba. Madonna também pode se gabar por ser a artista feminina que mais vendeu de todos os tempos, e não demonstra vontade de parar.
Madonna lançou seu álbum de estreia, auto-intitulado Madonna, em 1983, com o single de estreia Everybody lançado no ano anterior. Desde então, ela tem aproveitado mais de 30 anos na indústria musical, além de ser uma bem-sucedida mulher de negócios, tendo lançado a própria linha de roupas, aberto academias ao redor do mundo e, mais recentemente, dirigido um filme.
Entretanto, nem tudo foi diversão e brincadeiras para Madonna. Com os sucessos, também vieram derrotas, incluindo seus dois casamentos: com o ator Sean Penn (1985-1989) e o diretor Guy Ritchie (2000-2008). E mais, a maioria dos filmes que estrelou foram fracassos comerciais e de crítica (com a exceção de Evita, que lhe deu um Globo de Ouro). Mesmo com esses problemas, Madonna conseguiu se erguer, permanecer aos olhos do público e manter sua imagem como, possivelmente, a maior celebridade feminina do planeta.
Pessoalmente, sou um grande fã de Madonna. Recentemente, fui à MDNA Tour quando ela visitou Edinburgo, na Escócia, pela primeira vez. Não apenas sendo fã, mas ser um fã jovem de Madonna me faz receber críticas e julgamentos. Geralmente me perguntam “Por que você gosta da Madonna? Ela é um lixo!”, “Ela não está meio velha?” e “Por que raios você pagaria 100 libras pra ver AQUILO?!” – eu simplesmente ignoro essas críticas e explico a eles que gosto dela não apenas por causa da música, mas a criatividade e minha admiração por como ela conseguiu se manter relevante por mais de 30 anos. Ame-a ou odeie-a, não há como negar que Madonna ainda é relevante como sempre foi. Se são adolescentes ou jornalistas, todos parecem falar sobre ela.
Acima: O album Erotica, para o qual Madonna recebeu muitas críticas de que sua carreira estava no fim.
Ela não é conhecida apenas por sua música e controvérsias, mas também por todas as críticas que rodearam a carreira. Embora desde a estreia (como qualquer outra celebridade) ela tenha encarado as críticas (como no clipe de Like A Prayer, condenado pela Igreja Católica, além dos controversos clipes de Vogue e Justify My Love, que foi banido pela MTV, algo que nunca tinha acontecido antes), Madonna encarou possivelmente suas maiores críticas em 1992, quando seu quinto álbum Erotica foi lançado, simultaneamente com o primeiro livro, SEX, que também causou muita controvérsia e se tornou um fenômeno de mídia. Erotica foi um álbum principalmente sobre sexo e romance, e também pessoal, por também abordar a perda de dois amigos de Madonna para a AIDS. Ela encarou muitas críticas e a mídia disse que ela “tinha ido longe demais” e que “a carreira dela estava no fim”.
De volta ao topo: Ray Of Light vende mais de 20 milhões de cópias
Erotica não vendeu tanto quanto os álbuns anteriores de Madonna: aproximadamente 5 milhões de cópias em todo o mundo. Ela não desistiu e deixou as críticas de lado, ao continuar o que fazia de melhor: música. Em 1998, lançou o sétimo álbum Ray Of Light – um trabalho pessoal e reflexivo, que fez Madonna voltar ao trono e o álbum vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo e foi nomeado a seis prêmios Grammy, dos quais ganhou 4. O álbum está entre os mais vendidos e muitos afirmam ser o melhor até então. Outros álbuns de sucesso desde Ray Of Light incluem: Music e Confessions On A Dance Floor.
É 2012, Madonna está com 54 anos. Apesar da idade, Madonna está mais atarefada do que nunca. Em fevereiro, ela se apresentou no Super Bowl para um público de 111,3 milhões de pessoas e lançou seu 12º álbum, MDNA, que se tornou o oitavo álbum número 1 nos EUA e quebrou um novo recorde no Reino Unido, como a artista com mais álbuns no topo das paradas britânicas, superando Elvis Presley. O álbum foi seguido de uma turnê, intitulada The MDNA Tour, que está para se tornar a turnê mais lucrativa de todos os tempos. Nada mal para uma mulher que começou em 1982.
No estilo tradicional de Madonna, uma nova era traz novas controvérsias. Durante uma performance de Human Nature, Madonna brevemente mostrou um de seus mamilos, o que causou uma grande divisão entre a mídia e o público. Alguns afirmaram que ela era velha demais pra se exibir assim e chamaram o momento de “embaraçoso”, enquanto outros disseram que ela não era velha demais e que não devia para de fazer nada por causa da idade. Este tipo de crítica, juntamente com todos os comentários ruins por ela usar armas no show, seus discursos apoiando os direitos gays, a banda punk-rock feminista Pussy Riot (cujas integrantes foram presas), a paz mundial e a liberdade de expressão, é similar ao que aconteceu com Erotica em 1992. Madonna continua com a mesma atitude e escolhe ignorar tudo e seguir em frente.
É isso o que faz Madonna ser a Rainha da música Pop. Ela não apenas é uma lenda por direito, mas luta pelo que acredita. Ela ignora as muitas críticas e as pessoas que duvidam dela, e segue fazendo seus fãs felizes. Apesar de toda a negatividade sobre a idade, Madonna prova mais uma vez que não há limite de idade pra fazer o que quiser. Se você quer, faça! Idade é apenas um número. Ela é uma inspiração para tantas pessoas e poderia inspirar muitas outras se o público e a imprensa dessem uma chance a ela. É vergonhosa a forma com que a carreira e o trabalho dela é apresentada, tão negativamente. Mesmo assim, ela vai seguir se apresentando e lançando música, e isso é algo que os críticos não podem tirar dela. Madonna é Madonna, nunca haverá outra como ela e ninguém roubará sua coroa.
Michael Phillips
Twitter: @MichaelPhillipz
Obrigado a Leonardo Magalhães pela tradução.