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Download: pack de remixes de Madonna produzidos por William Orbit

madonna william orbit remixes falling free gang bang some girls ray of light im a sinnerO produtor William Orbit liberou nesta quarta-feira (29) o remix da faixa “Some Girls”, do álbum MDNA, de Madonna. A versão original da canção também foi produzida por Orbit e Klas Åhlund.

Orbit já havia divulgado anteriormente os remixes das faixas “Gang Bang“, “Falling Free” e “I’m a Sinner”.

Ouça a seguir o remix de “Some Girls”:

Para download, um pacote reunido com os remixes anteriores do produtor:

1. Falling Free (LEAF Remix)
2. Gang Bang (LEAF Remix)
3. I’m A Sinner (Orbit Remix)
4. Ray Of Light (LEAF Remix)
5. Some Girls (William Orbit Remix)

Clique aqui para baixar.

Por que Tarantino não quis trabalhar com Madonna em “Gang Bang”?

Quentin-Tarantino-MadonnaQuando a revista francesa Studio Ciné Live perguntou a Quentin Tarantino o que ainda não havia feito e o que ele gostaria de fazer, ele disse…

“Não sei. Me pediram pra dirigir comerciais e clipes, Madonna e Jay-Z queriam que eu dirigisse os clipes deles, mas me recusei. Não estou interessado, assim como não estou interessado em comerciais. Se não for pra fazer filmes, não quero estar no set.

Crítica IstoÉ: A igreja digital de Madonna

Munida de sensualidade e provocação e apoiada na melhor tecnologia, a popstar traz ao Brasil a turnê “MNDA”, seu mais ambicioso espetáculo em 30 anos que alimenta o culto à sua própria personalidade

Ao som de sinos, uma imponente catedral é vista nos telões de altíssima definição. Na porta da igreja, uma cruz exibe a sigla MNDA onde comumente se leria INRI, a inscrição em latim que marcou a crucificação de Jesus Cristo. Dessa forma, ao mesmo tempo solene, blasfema e impactante, inicia-se o novo show de Madonna, que chega ao Brasil para quatro apresentações a partir do domingo 2. Sempre fascinada pela iconografia religiosa, a popstar de 54 anos faz do espetáculo o templo de seu próprio culto, marcando três décadas de uma carreira que sempre aponta para o alto – como as formas góticas reveladas pelas imagens. Sua maior turnê em extensão – até se encerrar, no dia 22 de dezembro, terá percorrido 28 países –, MDNA Tour é também a mais ambiciosa em recursos técnicos e visuais. No auge da cultura digital, os shows de rock se transformaram em verdadeiros circos tecnológicos. No caso de Madonna, a performance vai mais longe, já que transporta para o palco todas as possibilidades de um grande musical da Broadway. Ou seja: Madonna está mais uma vez mudando a paisagem do show biz.

“O que conseguimos aqui é o começo de algo novo, grande, que ainda não sabemos aonde vai chegar”, diz o consagrado diretor de vídeos Stefaan “Smasher” Desmedt, conhecido pelos concertos do U2.

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Para alcançar esse trunfo, a popstar se cerca dos melhores profissionais do mercado. Ao surpreender os fãs mais uma vez com um visual de tirar o fôlego, a cantora contou com a criatividade de outros pesos-pesados. Seu palco mirabolante, cujos componentes se movem segundo um sofisticado sistema hidráulico e de automação, foi criado pelo maior set designer atual, o arquiteto inglês Mark Fisher. A “ilustração” das canções ficou a cargo da empresa canadense de arte digital Moment Factory, colaboradora habitual do Cirque du Soleil. Não bastasse essa parceria high tech, a direção geral do espetáculo está a cargo de Michel Laprise, do mesmo Cirque. Autor da parte gráfica, tendo participado da criação do vídeo para a música “Justify My Love” (momento em que Madonna dança com o seu atual namorado, o bailarino Brahim Zaibat, de 24 anos), o diretor de arte brasileiro Giovanni Bianco comenta o resultado: “‘MDNA’ é o show de Madonna que tem a melhor tecnologia de vídeo, com uma qualidade visual maravilhosa.”

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Trata-se de mais um feito da equipe que concebeu a espetacular apresentação da cantora no Super Bowl, em fevereiro, cuja transmissão ao vivo atingiu a marca de 114 milhões de espectadores. “Nossa equipe concebeu imagens para 12 músicas, incluindo o primeiro ato inteiro e as últimas canções do show”, disse à ISTOÉ Johanna Marsal, produtora da Moment Factory. “Não são projeções, são vídeos exibidos no próprio telão, sem a necessidade de projetores.” Outra novidade revolucionária é o palco móvel. Desenvolvido pela empresa belga Tait, o seu piso é composto por cubos que se elevam, servindo de elevadores ou escadas para a cantora e os 22 bailarinos nas elaboradas coreografias. “São 36 cubos móveis de LED, que estão sempre mudando de posição, possibilitando múltiplas configurações”, diz Johanna. Tudo isso funciona também como pequenos telões. Para a canção “I’m a Sinner”, um dos momentos mais empolgantes da apresentação, os artistas gráficos fizeram os três conjuntos de cubos ganhar a forma de trens que viajam pelo interior da Índia, mostrada ao fundo. Madonna canta sobre um dos vagões enquanto os bailarinos “surfam” no teto do comboio. O efeito é fabuloso.

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Além de se interessar pelo que existe de mais novo em termos de tecnologia, Madonna sabe que uma das formas de se manter atual é se alinhar às modas e tendências, sejam elas musicais, sejam comportamentais ou políticas. Se no lado musical ela deu uma guinada em direção à progressive house (créditos ao produtor italiano Benny Benassi, que deu o tom do CD “MNDA”, sigla que a artista criou para si), no plano das provocações (o seu verdadeiro elixir da juventude), a “Rainha do Pop” tem se voltado para o noticiário internacional. No decorrer da turnê, Madonna comprou briga na Rússia – ao apoiar o grupo Pussy Riot e defender o direito dos gays – e na França associou a deputada Marine Le Pen ao nazismo. No show de Nova York, fez um striptease durante a música “Like a Virgin” e pediu aos fãs que pagassem pela exibição – o dinheiro atirado ao palco foi direcionado às vítimas da tempestade Sandy. O gesto não amenizou as críticas por ela abrir o espetáculo como uma espécie de bond girl justiceira – os telões mostram jorros de sangue a cada tiro que dispara. Diante da violência atual no País, esse é o tipo de censura que não se poderá fazer à Madonna.

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IstoÉ

Crítica: Madonna exibe seus “bens” na Arena Philips, em Atlanta

Ouviu-se no banheiro feminino no final do show de Madonna: “Ela era boa. Agora, ela está tão…estranha”.

Madonna

Uma das figuras mais extremistas da história da música popular sendo classificada como incomum não é novidade. Madonna se tornou Madonna não por causa de sua habilidade vocal limitada ou coreografias criativas – ela o fez baseada numa habilidade provocativa sem igual, uma mente sagaz para negócios e ótimas colaborações de composições que ajudaram-na a criar dezenas de músicas pop atemporais.

Agora, ela tem 54 anos, intensamente consciente de que não conseguirá apresentar um show de duas horas equivalente a um espetáculo da Broadway noite após noite por quase 6 meses, ou que ficar apenas de sutiã preto e calcinha, como fez no show na Arena Philips, não lhe dará assobios e gritos por seus firmes “bens” pra sempre.

Tais óbvias realizações explicam a grandiosidade explícita deste show, uma produção tremenda que, às vezes, apresentou bateristas suspensos sobre o palco, cubos iluminados e impressionantes, 15 dançarinos em vários figurinos chamativos, exibindo peitorais musculosos (os homens, claro) e um alegre show de moda durante Vogue. A líder Madonna quase não teve tempo de beber água e, enquanto não pode ser criticada por muitas coisas – como o Auto-Tune desenfreado e a cantoria questionável durante coreografias pesadas – ela vai à exaustão no palco, pelo benefício de um show de primeira.

A extravagância foi dividida em quatro seções/temas, que inicialmente continham um monte de violência besta. Revolver e Gang Bang apresentaram-na ostentando uma arma, ondas de sangue inundando a enorme tela, de quase 1km de altura, sempre que ela matava um bandido no estilo “vilão de James Bond”.

Na verdade, muito da primeira parte do show pareceu uma produção do Cirque du Soleil. Você está lá, confuso, mas não quer desviar o olhar com medo de perder aquele segundo precioso. Daí, novamente, a julgar pelo número de pessoas que passaram a maior parte do show mandando mensagens de texto e vendo fotos nos telefones, talvez Madonna tenha saído muito de seu curso, sem, ao menos, suavizar nossas tendências tecnológicas.

Mas se há uma queixa legítima sobre esta turnê, não é que ela tocou músicas do MDNA, seu último álbum. O que você esperava? O problema é que apenas algumas dessas canções são boas o bastante pra garantir o foco.

A acústica e linda Masterpiece, apresentada com o trio basco Kalakan, foi um ponto alto do show, que começou às 22h30, fato frequentemente mencionado desde que a turnê começou. Além dela, a irritável I Don’t Give A…, que apresentou Nicki Minaj no vídeo, deve ter sido um sucesso em outra era musical. Mas muitas outras – I’m Addicted, Girl Gone Wild – são esforços esquecíveis, enquanto Gang Bang é, meramente, um refrão chato sobre uma batida latejante e guitarras frenéticas.

Claro que haverá fãs do show, esgotado, que irão reclamar que Madonna não cantou sucessos suficientes, e eles teriam razão. Mas, na última década, nenhuma turnê de Madonna incluiu mais do que alguns dos hits dos anos 80, e a maioria destas canções foram tão recriadas, que ficaram irreconhecíveis.

Pelo menos no sábado, os fãs receberam uma Papa Don’t Preach mais fiel, uma Vogue excitante e uma versão tradicional de Open Your Heart, novamente com Kalakan. A única falha verdadeira foi transformar Like A Virgin numa supostamente ardente canção, que Madonna apresentou com o sutiã supracitado e calças, primeiramente elevadas na linha do estômago, no fim da passarela, e depois sobre um piano, no estilo do filme Os Fabulosos Irmãos Baker. Claro que seria ridículo se ela cantasse a versão original, mas transformá-la em lixo não foi a melhor escolha.

Àqueles ansiosos pela Madonna vintage, ela fez uma aparição mais cedo no show, quando, vestida com o figurino de baterista de banda e mostrando um pouco da coreografia com os pompons – algo que você não verá em qualquer jogo de futebol colegial – ela apresentou Express Yourself. No meio da canção, Madonna chegou ao refrão de Born This Way, de Lady Gaga, provando que ela rouba a mesma linha melódica, daí enfiou a faca no melhor estilo Madonna adicionando o refrão de sua própria She’s Not Me.

Entendido! A questão é a seguinte: mesmo quando Madonna está criando e apresentando um show que é mais pro seu próprio interesse do que para agradar fãs que ainda usam luvas de renda e rendem-se aos seus shows…é uma evolução necessária!

Podemos nem sempre concordar com as direções dela, mas, como Minaj lembra no fim de I Don’t Give A…: “Só há uma rainha, e é Madonna”. Access Atlanta

Crítica: Quando Madonna deixará de ser relevante?

Mark Kemp – Creative Loafing

Madonna

Quando Madonna comicamente anunciou aos fãs do Verizon Center, em Washington, no dia 24 de setembro, que “temos um Muçulmano negro na Casa Branca”, ela jogou a merda no ventilador. Foi como se os abutres da cultura nacional sofressem outro caso de amnésia pop-cultural. Esta é Madonna, afinal. E Madonna será Madonna.

Como ovelhas, todos obrigatoriamente resmungaram no Twitter e no Facebook pra registrar seu horror. Foram inteligentes também, sendo que os considero bem astutos. Pessoas conhecidas ou com quem trabalhei muitas vezes nos últimos 15 anos – jornalistas musicais e críticos, especialistas, assessores de imprensa, o pessoal do rádio, músicos, até mesmo amigos de faculdade e conhecidos do colégio. Com os dentes rangendo e as bocas espumando, eles pularam desenfreadamente pra atacar Madonna novamente. Foi bem nostálgico.

Um escritor e ex-repórter da Billboard de Los Angeles ligou um artigo do jornal Huffington Post na página do Facebook com o título “Madonna chama Obama de ‘um Muçulmano negro na Casa Branca’”. Claro, ele também fez um comentário: “Deixe esta vaca lerda e louca por atenção se meter no diálogo político e ajudar a perpetuar uma das mais duradouras e errôneas concepções sobre o presidente”.

É sério? Sim. 57 pessoas curtiram a postagem dele e 35 comentaram, incluindo “Ela é tão idiota quanto um saco de martelos”; “Ela é uma vaca sem talento, sem cérebro e idioooota, sem senso de humor”; “Ela é uma puta, um verme estúpido”; e “Vamos lembrar que ela ainda exibe os seios nos shows”.

Você imaginaria que esses profissionais da indústria da música eram estudantes colegiais debatendo sobre uma líder de torcida popular, mas notoriamente rebelde, durante o almoço. Na verdade, eram pessoas de 40, 50 e até 60 anos de idade, debatendo sobre alguém que eles vêm seguindo de perto ao longo das últimas três décadas. Alguém que tem sido parte integral da cultura popular americana. Alguém que vem se expressando há muito tempo em músicas abusadas e bem-sucedidas, além de álbuns e performances, sempre aumentando o nível para mulheres da indústria da música e expandindo as definições de uma cantora pop e um ícone cultural popular. E lá estava ela – aos 54, a líder de torcida mais rebelde da América – na estrada já há um tempo, promovendo seu mais recente álbum, MDNA. E alimentando mais ainda a fúria no Facebook.

Agora na etapa final de uma turnê que começou em Tel Aviv em maio, Madonna seguiu para Charlotte no dia 15 de novembro para uma performance na Time Warner Cable Arena. Ela provocou controvérsia novamente? Esta sequer é uma pergunta significativa?

A grande novidade em setembro não foi que Madonna fez uma observação impactante durante um show em DC (seria novidade se ela não tivesse feito algo impactante). Não, a novidade foi que Madonna ainda trabalha e diz coisas que acendem uma paixão assim, tanto positiva quanto negativa, em 29 anos de carreira. A pergunta “Madonna ainda é relevante?” tem sido um mantra por quase 28 desses anos. Tudo começou em 1984, após o lançamento do segundo álbum e do convite pra cantar o até então o novo sucesso, “Like A Virgin”, no Video Music Awards, da MTV. Ela finalizou se arrastando no palco em um vestido de noiva, exibindo um pouco da virilha e cantando levemente fora do tom numa faixa pré-gravada. Após a performance, no primeiro de muitos pronunciamentos subsequentes, especialistas tocaram o sino da morte: Madonna desesperadamente procura chocar as pessoas; ela está acabada, pronto! Próxima!

Madonna não apenas estava em alta, mas se encontrava no meio de três álbuns maravilhosos, cortesia de colaborações muito boas com gênios dos estúdios, incluindo seu ex-namorado Jellybean Benitez, Nile Rodgers e Stephen Bray. Ao longo dos cinco anos seguintes, ela se casou e divorciou de Sean Penn, apareceu na Broadway na peça Speed The Plow, de David Mamet, estrelou no sucesso de público e crítica Procura-se Susan Desesperadamente e no fracasso Quem É Essa Garota?, e se tornou vítima de inúmeras piadas sobre punks e roqueiros. Ainda assim, foi tratada como estrela por membros da realeza do cenário alternativo: Sonic Youth e Mike Watt, do Minutemen, cujo projeto paralelo Ciccone Youth foi tanto uma homenagem, quanto uma paródia.

A primeira grande mudança artística de Madonna aconteceu em 1989 com Like A Prayer, o álbum que muitos – inclusive eu – ainda consideram a obra-prima dela. Depois de batalhar com seu querido pai e com a Igreja Católica em Papa Don’t Preach três anos antes, Madonna levou seus problemas religiosos à frente na faixa título do álbum e no clipe, repleto de ícones católicos sagrados/profanos: cruzes em chamas, cicatrizes e uma fantasia sexual com um santo. “Coube certo com o meu espírito da época, na questão de se impor às autoridades masculinas, seja o Papa ou a Igreja Católica ou meu pai e suas maneiras conservadoras e patriarcais”, ela disse à Rolling Stone em 2009. Em Express Yourself, do mesmo álbum, ela apelou a uma nova geração de jovens mulheres para que saíssem da sombra de seus namorados e tomassem o controle criativo. O que aconteceu foi que Madonna organizou um motim dois anos antes de Bikini Kill ou Courtney Love reclamar às massas desajustadas ao som de guitarras grunge e punk.

Madonna

Nos 23 anos seguintes, temos questionado a relevância de Madonna de forma automática. Com cada nova polêmica, especialistas respondem como cachorrinhos do fisiólogo russo Pavlov: “Ela foi longe demais desta vez? As bizarrices cheias de controvérsias dela chegaram a um nível de desespero? Madonna ainda é relevante?”. Fizemos isso em 1990 quando ela incorporou servidão e sadomasoquismo no clipe de Justify My Love. Fizemos de novo em 1992 quando ela lançou o livro Sex, como parte integrante do novo álbum Erotica. Fizemos no fim dos anos 90, quando ela incorporou as novas crenças da Kabbalah em Ray Of Light, que acabou sendo outro grande avanço criativo.

A primeira década do século 21 foi igual. Em 2003, Madonna usou o VMA da MTV novamente para ir além dos limites da aceitação, beijando Britney Spears e Christina Aguilera após a performance original de Like A Virgin. Os especialistas soaram como um coral: Madonna foi longe demais. Três anos depois, quando Madonna e o até então marido Guy Ritchie adotaram um menino do Malauí, o refrão voltou: ela está procurando atenção desesperadamente.

Estamos no jogo dela a cada novo movimento: suas aparições no cinema, os amantes, os desrespeitos de celebridade e comentários sociais. E em 2012, lá estamos nós outra vez. Em julho, o site MTV.com postou uma notícia com a manchete gritante: “A controversa turnê MDNA de Madonna: Ela foi longe demais? Usando armas falsas e se expondo no palco, a turnê MDNA do ícone pop está repleta de críticas”.

“Oh, fala sério, pessoal! Ela estava brincando. Os americanos estão assim, tão incapazes de aceitar sarcasmo?”. Foi isso o que eu escrevi no Facebook do escritor de música de Los Angeles sobre o comentário de Madonna sobre o “Muçulmano negro”. Daí, eu repostei o artigo na minha página. A situação não foi melhor lá, embora a acidez entre meus amigos não tenha sido tão intensa. “É um comentário horrível, que não vai ser nada bom pro Obama. Mas, ei, fez Madonna voltar ao noticiário”, um antigo conhecido da faculdade sugeriu. “Não tenho dúvidas de que ela tentava ser sarcástica”, um amigo de minha cidade disse, “mas ela falhou totalmente”. E um colega de Nova York lamentou que a piada de Madonna foi inapropriada:

“Há muitas, muitas pessoas lá fora que verdadeiramente acreditam que Obama não seja Cristão.”

E isso é problema de Madonna? Se as pessoas são burras o bastante pra acreditar que o Presidente é muçulmano, é problema deles, não de Madonna. E se o Presidente Obama tivesse perdido as eleições por causa da piada sarcástica de Madonna, muito mais teria sido dito sobre o nível de inteligência dos americanos do que sobre o humor dela. A sagacidade, os cálculos e o timing de Madonna estão ótimos, muito obrigado. Ou, conforme a solitária voz da razão – do jornalista musical, humorista e autor de I Want My MTV  Rob Tannenbaum – sugeriu no meu Facebook, o ultraje sobre a afirmação de Madonna “mostra não apenas um sarcasmo mal-entendido, mas – pior – Madonna sendo mal-entendida”.

Como a mais óbvia influência pop dela, David Bowie, Madonna é tanto uma artista performática quanto da música – cuja experimentação com personagens não se reserva apenas ao palco, filmes, clipes ou álbuns. Ela permeia cada aspecto da vida pública dela. Quando Madonna faz um documentário, como Na Cama Com Madonna ou I’m Going To Tell You A Secret, ela está se apresentando, não oferecendo algum tipo de visão jornalística perspicaz sobre sua vida pessoal ou o processo de bastidores. Ela está interpretando Madonna, seja atuando de forma vulnerável ou no controle; ela está brincando com códigos de gênero e cultura, papéis sexuais e suposições sobre poder.

Quando Madonna se une a alguma causa – seja pelos direitos gays, assuntos humanitários ou uma eleição presidencial – ela está se apresentando. Claro, é óbvio que a pessoa real – Madonna Louise Veronica Ciccone, de Detroit – também apoia o Presidente Obama e os assuntos GLBT, mas ela o faz através de vários aspectos de suas personas, não com canções de protesto, redações racionais ou palestras. Não é assim que ela trabalha. Madonna faz grandes observações com situações elaboradas, grande teatralidade, figurinos extraordinários, maquiagem à-la Fellini, e, sim, sarcasmo profano – todos os muitos aspectos de suas personas. Se entendermos os discursos políticos dela da mesma forma que ouvimos os de Joan Baez, Chuck D, Tom Morello ou Boots Riley, estaremos interpretando-a erroneamente. As grandes narrativas dela são o que a elevam muito acima das imitadoras, exceto talvez Lady Gaga, que realmente entende Madonna.

No aniversário de 50 anos de David Bowie, em 1997, eu estava com ele numa pequena loja inglesa de chás em Manhattan. Conversamos sobre as personas que ele criara ao longo dos anos – sobre seus objetivos, o que ele tentava alcançar, o que ele esperava que as pessoas soubessem sobre ele. Outros devem saber pouco sobre David Robert Jones (seu nome de batismo), ou Bowie como sugerido, mas eles devem saber muito sobre Ziggy Stardust and the Thin White Duke. A autenticidade foi superestimada, ele disse. Bowie é um artista que faz arte, personagens e situações – não uma realidade linear. “Eu costumava ficar agressivo com a ideia de integridade”, ele me contou, referindo-se àqueles que o criticaram no começo, por usar truques numa época em que sinceros cantores de folk pregavam ao seu eleitorado. “Eu dizia, ‘Foda-se – meu negócio é truque”.

Truque é o negócio de Madonna também. E esperamos muito disso quando ela chegou à arena de Charlotte. Já sabemos que ela tem provocado com uma sequência violenta durante as mais recentes canções – Girl Gone Wild, Revolver e Gang Bang – que apresentam Madonna com armas e couro, numa luta sangrenta e coreografada contra homens mascarados dentro de um quarto de hotel cenográfico. A cena foi tão perturbadora para alguns membros da plateia em Denver (sendo tão recente ao tiroteio da tragédia envolvendo o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que algumas pessoas deixaram o show. “Estamos dançando e, de repente, as pessoas começaram a perceber o que era a canção”, Aaron Fransua, de 25 anos, contou à Associated Press. “Ficamos todos parados lá. Todo mundo perto de mim estavam chocados”.

Algumas canções depois no setlist da turnê MDNA, o que parecera antes ser um golpe visual e temático no ex-marido de Madonna, o diretor britânico adorador de sangue Ritchie, ficou bem claro, de acordo com a blogueira Marilee Lindemann, conhecida como a “Louca com um laptop”. Lindemann escreveu sobre o show do dia 23 de setembro em Washington: “Percebi naquele momento que não estávamos sendo forçados simplesmente a nos divertir com a violência gratuita. As evocações de Abu Ghraib contextualizaram e geopolitizaram friamente a violência das cenas anteriores, à-la Tarantino, e mostraram consequências reais”. Lindemann, Professora universitária de Inglês e Diretora de Estudos Gays, Lésbicos, Bissexuais e Transgêneros na Universidade de Maryland, acrescentou: “ou…o mais real possível no espetáculo surreal de Madonna”.

Quando o espetáculo de Madonna chegou a Charlotte, também pudemos ver referências à rixa dela com a imitadora Lady Gaga. As duas têm estado muito conectadas ao longo do último ano, brigando pela opinião popular. Em turnê, Madonna injetou a rixa em Express Yourself  (“não aceite o segundo lugar, baby…”), desviando-se momentaneamente à faixa similar de Gaga Born This Way, pra afirmar apropriação, sabe?

A resposta de Gaga a esta justaposição? “As únicas similaridades são a progressão de cordas – é a mesma da música eletrônica há 50 anos”, disse a Lady. “Não significa que estou plagiando, mas que sou esperta pra cacete”.

Na verdade, Madonna e Lady Gaga são ambas espertas pra cacete. Madonna levou a narrativa da rixa a Minneapolis em 4 de novembro, contando à plateia que Gaga rejeitara um convite pra cantar com ela no palco. “Tudo bem”, Madonna disse. “Tenho os melhores fãs do mundo todo. Então, toma isso, Lady Gaga!”.

Tome isso também: de acordo com os números, Madonna é tão relevante quanto sempre foi e, facilmente, tão popular quanto quaisquer de suas herdeiras. MDNA é o quinto álbum consecutivo dela a dominar as paradas. A turnê atual já vendeu 1.9 milhão de ingressos no mundo todo, com a maioria dos shows esgotados. E mais, ela continua em grande forma física e as canções e conceitos de performance de MDNA são fortes como tudo que ela já fez em anos.

Especialistas têm lamentado quando Bowie ou Bob Dylan ou os Rolling Stones continuam se apresentando bem em seus anos de crepúsculo, mas Madonna retrocede esta turnê – focando, na maior parte, em sua idade.

Tudo bem, de acordo com Madonna. “Já me rejeitaram antes”, disse ela, apesar de se referir aos insultos de sua jovem rival e não aos comentários sobre sua idade. “É bom construir caráter”.

Enquanto continuarmos questionando a relevância de Madonna e de seus personagens, ela continuará relevante como nunca!

Madonna tira a calça em show para comemorar vitória de Obama

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Madonna comemorou a vitória de Barack Obama e tirou as calças em Pittsburg, reduto do Obama, da turnê “MDNA”. No fim de setembro, a cantora disse durante uma apresentação que tiraria a roupa caso o candidato democrata vencesse as eleições presidenciais americanas.

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Apenas de calcinha e sutiã, ela ainda subiu em cima de um piano em ‘Human Nature’.

Antes do início do espetáculo e do resultado das eleições, Madonna reuniu sua equipe de dançarinos – muitos deles usando camisetas com o desenho do rosto de Obama – em torno de um círculo e fez uma oração para a reeleição do presidente. “Vamos dedicar esse show, e vamos dar o nosso máximo, para trazer esse homem de volta para a posição que lhe pertence”, disse ela.

Review: Madonna dá um “oi” eterno a Kansas City

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Na metade do show de duas horas no Spring Center no dia 30 de outubro, Madonna agradeceu pela resposta estridente que recebera da multidão que quase lotou o lugar. E em tantas palavras (incluindo algumas que não podem ser mencionadas), ela se desculpou. Parafraseando: Está é a primeira vez que estive em Kansas City. Por que demorei tanto?

Ela fez 54 anos em agosto; em maio, lançou a MDNA Tour, a nona da carreira. E se a primeira vez for a última em que ela tocar na cidade, ela deu à multidão um presente único e um “oi” eterno.

O show foi um espetáculo implacável e extravagente de visões, sons e façanhas; uma estridente locomotiva musical, dança, teatro, vídeos, luzes, figurinos e uma atitude pretensiosa de uma mulher que pode estar no meio de sua sexta década na Terra, mas, com certeza, provou ainda ser real e relevante.

Ela fez os fãs esperarem. Foi poucos minutos após as 22h30 quando os sinos de igreja tocaram, anunciando o começo do show. Do início, ela, a banda e a pequena legião de dançarinos/acrobatas/contorcionistas inflamaram os humores. O palco estava montado com uma enome tela de vídeo que mostrou imagens e estímulos visuais que competiram com toda a ação ao vivo que acontecia com a música, que, às vezes, parecia incidental com o drama visual.

Madonna passou a maior parte do show na mesma energia que seus ginastas/dançarinos mais jovens, sendo que a maioria se satisfazia como treinamentos extremos e yoga duas vezes por dia. Ela provou estar tão em forma quanto eles, se unindo numa coreografia na corda banda e até mesmo baixando as calças e revelando seu bumbum esculpido.

O show seguiu o tema proposto: uma jornada da alma, da escuridão à luz. Depois que os sinos tocaram e os dançarinos, vestidos de monges, colocaram um enorme incensório num pêndulo, Madonna fez sua entrada no palco, carregando um rifle. Armas e violência foram uma grande parte das primeiras três músicas. Durante Gang Bang, ela atirou e matou vários potenciais assassinos. A cada vez, a grande tela mostrava esguichos de sangue (que pareciam frutas amassadas).

Depois da aclamação inicial, a primeira grande erupção veio para Papa Don’t Preach, um dos loucos sucessos dela. Se este show tem uma fraqueza, é o setlist, que favorece em grande parte o último álbum MDNA, lançado em março (ela tocou 8 das 12 músicas, mais do que um terço do show).

A multidão, que ficou em pé durante quase todo o show, parecia conhecer a maior parte do novo material. I Don’t Give A, que apresentou uma aparição em vídeo de Nicki Minaj; Turn Up The Radio e Give Me All Your Luvin’, que apresentaram uma participação em vídeo de M.I.A.;

todas explodiram em dança, com todo mundo cantando junto. Mas, com toda a ansiedade que antecedeu o show e todas as emoções da multidão, Madonna poderia ter feito um buraco no teto da arena se tivesse apresentado alguns grandes sucessos pra uma multidão que estava à espera deles.

Ao invés disso, ela transformou um dos maiores, Like A Virgin, em uma valsa gótica no piano, fazendo-a soar como uma balada trágica de Leonard Cohen. Vogue foi tocada próxima o suficiente da versão original pra gerar uma grande aclamação. E o momento mais alto e catártico veio perto do fim, durante uma versão “hino gospel” de Like A Prayer, que utilizou um coro de 36 pessoas – o melhor uso de um coral desde I Want To Know What Love Is, do Foreigner. Em um show no qual temas e imagens religiosos predominam, aquele foi o ápice espiritual.

Se “luz” era o destino do show, ela o alcançou, enfaticamente. Depois que os sinos tocaram novamente, Madonna e a equipe entregaram o hino chiclete das boates Celebration, um convite a uma festa e à “dança da vida”.

Como foi na maior parte da noite, o palco estava incandescente com movimento e luz e som. Mesmo assim, não havia dúvida de quem havia sido a força no meio de toda aquela cor e movimento: a mulher que se apresentou a Kansas City duas horas antes e, finalmente, foi embora querendo mais.

BY TIMOTHY FINN
The Kansas City Star – Tradução de Leonardo Magalhães

Emoções e Arrepios de Madonna num cenário épico em New Orleans

“Há somente uma rainha, e é a Madonna!”, declara Nicki Minaj, fechando seu verso em “I Don’t Give A…”, do 12º álbum da Material Girl, MDNA.

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Na noite de sábado,27, na Arena New Orleans, Madonna mostrou que tem razão. Seu cenário reuniu quase duas horas de muito drama e emoções, apresentando um material audiovisual suficiente para fazer valer a pena o ingresso de quase 400 dólares. Havia material hidráulico, fogo, lasers, palhaços dançarinos, contorcionistas, acrobatas, armas de fogo, vídeos quase políticos e discursos de voto e, claro, mais imagens católicas do que o Papa poderia destacar.

Em anos de Estrela Pop, o reinado de Madonna (2012 marca 30 anos desde o lançamento do primeiro single) faz dela a equivalente monarca à Rainha Vitória, em termos de longevidade. Na crítica do MDNA para a revista Slate, o crítico de rock Jody Rosen atacou e questionou como, aos 54 anos, Madonna ainda consegue, de forma audaciosa, tentar fazer o tipo de música dance-pop que mantém os fãs, com um terço da idade dela, na pista de dança até o amanhecer, sentindo como se seus segredos mais profundos estivessem sendo revelados pelas escolhas do DJ. Muitas divas de uma certa idade caem graciosamente no mundo das baladas, fato destacado por Rosen, se apoiando dignamente no poder de suas vozes.

É claro que Madonna não é uma cantora de primeira classe. Mas o objetivo nunca foi esse. O que a levou ao topo foi sua teatralidade, um lindo controle dramático de imagem e narrativa que fez dela uma das melhores atrizes do século 20, enquanto interpretava a si mesma. “A mensagem de Madonna sempre foi o poder”, destacou Rosen. “Não é algo que você perde com a idade”.

O show de sábado foi excepcional: exuberante, íntimo, perturbador, bem organizado e genuíno, tudo ao mesmo tempo. Com o perdão dos Von Trapps, como você resolve um problema como Madonna? (Resposta: não tem solução. Você simplesmente aperta os cintos e segue o fluxo.)

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Dentre as emoções, havia algumas desafinações. Uma, por que Madonna gosta de tocar guitarra, como fez em, pelo menos, três músicas no sábado? Duas, uma “Open Your Heart” reimaginada e apresentada com o trio tradicional basco Kalakan (que participou de várias canções) cantando e tocando no escuro, em tom medieval, foi uma ideia corajosa, mas parecia não haver sincronia, e mais, a voz dela parecia sem fôlego, nem força.

Durante “Gang Bang” (que inclui o refrão “Bang, Bang, te matei / Bang, Bang, atirei na sua cabeça), seguida por “Revolver” (que apresenta um verso de Lil’ Wayne e, na noite de sábado, incluiu um vídeo de Wayne elevando-se no palco, usando uma túnica Opus Dei assustadora), havia violência suficiente para um filme de horror de Hong Kong. A cantora e seus exército de dançarinos seguiram no palco repletos de armas; um clone de Tura Satana* (ver nota) lambeu a pistola de Madonna. Durante o intervalo, que mostrou a cantora numa representação de motel dos anos 50, meia dúzia de assassinos mascarados tentaram sequestrá-la. Com muitas armas, ela despachou todos com gosto. A cada tiro, um spray de sangue em alta definição jorrava no telão – mais e mais e mais. Depois de matar seu último criminoso, ela relaxou na cama do motel cenográfico, daí agarrou o “morto” e esfregou a virilha no rosto dele.

Como se não tivéssemos entendido, ela andou orgulhosa até a ponta da passarela, cantando “Morra, seu puto!”, e variações desse tema, o suficiente pra ficar desconfortável.

A Casa de Horrores não estava no fim. Durante uma “Papa Don’t Preach” abreviada, Madonna foi algemada e carregada por artistas usando estranhas e assustadoras máscaras animais; enquanto ela estava nos bastidores, dançarinos sem camisa e com máscaras de gás apresentaram contorções e simulando torturas repugnantes e bem realistas, com movimentos violentos, com o som de ossos sendo quebrados nas batidas de “Best Friend”. Cenas tremidas em preto e branco de um cemitério gótico foram exibidas ao fundo.

Depois do intervalo sangrento e teatral, Madge, misericordiosamente, se transformou numa dançarina de uniforme e pegou um bastão para uma versão clássica e animada de “Express Yourself”, acompanhada por uma banda em fila que pairou no ar até desaparecer. “Oh, yay”, meu amigo disse aliviado. “Vamos ter uma música feliz pra dançar”.

“Express Yourself”, com um vídeo de fundo cheio de bolos, donas de casa, personagens e marinheiros musculosos dos anos 50 foi um alto ponto do cenário por muitas razões: a fidelidade à gravação original, o alto valor de produção, a energia exagerada, e o reconhecimento dissimulado ao débito que os descendentes de Madonna têm com ela. No meio da canção, sem se perder, Madonna saiu de sua música e cantou um verso de “Born This Way”, da Lady Gaga, que é, musicalmente, inquestionavelmente similar a “Express Yourself”. Admiração mútua ou um puxão de orelha? De qualquer forma, os fãs se alegraram por dançar com dois ídolos, o velho e o novo, em um só.

Como uma prerrogativa de realeza, Madonna tomou suas liberdades. Uma pluralidade das músicas do show foi tirada do MDNA, mas o ápice do catálogo dela também foi representado, mesmo que o arranjo da maioria estava totalmente novo. “Like A Virgin” foi cantada de forma melodramática, lenta e triste, com Madonna envolta em um piano. “Justify My Love” tocou enquanto um batalhão de dançarinos vestidos de palhaços ameaçadores se apresentavam. “Holiday”, “Into The Groove” e “Ray Of Light” tocaram sob um montagem de vídeos antigos, zumbindo como um rádio buscando sinal.

Madonna chegou ao palco logo após as 22h30, embora muitos fãs chegaram perto das 20h, horário do ingresso. Contudo, não vi ninguém impaciente com ela. Enquanto seu DJ abria o show tocando “House”, os corredores da arena esgotada pareciam uma grande festa, com multidões de fãs fantasiados bebendo e se enturmando. Havia Escoteiros, Centuriões Romanos e Missionários Mórmons, um Papa, várias freiras, três Marias Antonietas (duas mulheres e um homem) e, claro, múltiplas homenagens aos visuais incônicos de Madonna, representados por ambos os gêneros. (A “cowgirl” da era “Music” num terno branco brigou com a clássica Madonna “Like A Virgin” pelo título de “Mais Popular”.)

Partes do cenário de Madonna eram genuinamente aterrorizantes. Partes eram apaixonadamente transcendentes. Outras, poucas, eram confusas. Ela nos assustou demais, nos emocionou loucamente e provocou de formas que muitos artistas do nível dela nem se atrevem.

Conforme a própria cantora reconheceu, com elogios às fantasias da plateia, é difícil derrotar Nova Orleans numa noite de sábado de Halloween para um show muito bom. Mas, facilmente, Madonna fez exatamente isso. A Turnê MDNA deve ser eternizada.

Review do jornal Greater New Orleans.

Nota: Tura Satana foi uma atriz e dançarina exótica nipo-americana. Referência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tura_Satana

Polêmica: uso de armas no show de Madonna daponta fãs no Colorado

Madonna hpFãs do Colorado, Estados Unidos, não gostaram da última apresentação de Madonna realizada na última quinta-feira, dia 18, no Pepsi Center, em Denver, de acordo com uma agência internacional de notícias.

Durante a música Gang Bang, Madonna empunhou uma arma de brincadeira enquanto fingia atirar em um criminoso. Ao mesmo tempo, imagens de sangue aparecem espirrando no telão.

Para os que estavam presentes no show, esse episódio os teria feito recordar de um crime da história recente da região – o tiroteio no cinema, na première de The Dark Knight Rises, que matou 12 pessoas e deixou 58 feridos. Foi reportado que alguns espectadores ficaram tão comovidos com a cena durante o show, que deixaram o local.

Várias reclamações foram enviadas para a cantora, e em resposta, a sua assessora de imprensa, Liz Rosenberg, disse que não poderia tirar essa parte da apresentação:

– É como se tirássemos o terceiro ato de Hamlet. A Madonna não faz as coisas bonitas e as amarra com um laço.

Antes de a turnê começar, a cantora deu um depoimento sobre o uso de armas:

– Elas são símbolos de poder, de me fazer aparecer mais forte e achar uma maneira de eliminar a dor. Elas são símbolos de intolerância à dor que eu senti de ter o meu coração partido.

De acordo com o site E! Online, a filial da NBC recebeu inúmeras ligações com reclamações sobre o ocorrido. A população ficou indignada com a falta de sensibilidade da cantora diante dos últimos acontecimentos.

Chicago: “Show de Madonna no United Center cheio de flash e bajulação”

Madonna se apresentou na noite desta quarta e quinta-feira com o MDNA Tour no United Center, em Chicago. Ela fez a alegria dos fãs ao cantar na noite de ontem, após “Like A Virgin”, “Love Spent.” Ainda teve novamente “Holiday.”

Esta crítica foi escrita pelo jornal “Chicago Sun-Times” por Thomas Conner. Ele mostra todo conservadorismo do Estado de Illinois de uma mídia bem conservadora e partidária, então não tem como falar bem de Madonna não é? Lembre-se que estamos em epoca de eleição nos EUA e lá as coisas sao bem mais acirradas por aqui. Madonna apoia o Obama que é Democrata, a linha mais liberal da disputa, e um jornal que segue a linha republicana nunca iria elogiá-la.

Madonna
No início dessa semana, Madonna provocou um pequeno rebuliço com uma leve cortada a Lady Gaga, se referindo a ela durante um concerto e adicionando: “A imitação é a mais sincera forma de elogio.”

Quarta-feira à noite, no Chicago United Center, o primeiro dos dois concertos lá essa semana, Madonna novamente soltou o refrão de “Born this Way” da Gaga no meio do refrão da sua “Express Yourself” – com certeza que são parecidas – mas continuou sem nenhum comentário. Bom, quase. Ela cantou um pouco de “She´s Not Me” no finalzinho.

Soa como uma paranoia maldosa da inigualável rainha do pop, como se a Material Girl – o 1% se é que já existiu – tivesse adotado o novo slogan Republicano ( “Nos o construímos” ) e seu falso senso de um individualismo grosseiro. Madonna abriu espaço para as mulheres do pop durante os anos 80 e pode facilmente justificar seu amor ao redor do mundo, mas o seu sucesso é uma verdadeira colcha de retalhos barata, uma síntese inteligente do melhor entre os melhores. O show de quarta só veio aumentar a longa lista de filmes e de artistas que ela mesma elogia com imitações.

Na verdade, a abertura do concerto de duas horas – cheio das projeções usuais e pesados hoofings, com um simbolismo religioso e exibicionismo gratuito – encontra a megastar da Geração X, agora com 54 anos, encenando cenas violentas como se estivesse atuando em um filme de Tarantino ( ou seria em um de seu ex-marido Guy Ritchie? ). Quebrando uma janela de igreja e carregando uma metralhadora, Madonna e sua legião de dançarinos se jogam em várias cenas violentas, que incluem apontar armas para a multidão várias vezes e desaparecer no meio de sequestradores – seu sangue espirrando nas telas de projeção – enquanto canta “ Quero vê-lo morrer, de novo, e de novo, e de novo.” ( Gang Bang )

Tirando as suas táticas chocantes baratas, não é exatamente a coisa mais agradável de se assistir ao final deste verão em específico aqui em Chicaco.

Em uma declaração anterior, Madonna descreveu sua MDNA Tour, que promove seu novo album (altamente criticado, apesar de que eu não o detestei) como “uma jornada da alma da escuridão até a luz”, assim como “parte espetáculo e, em alguns momentos, uma performance artística intimista.” A produção do nível Broadway aparece sim, eventualmente, apesar de ser desprovida de arte e mais próximo do espetacular. Monges e seus mantos rapidamente se transformam em rapazes sarados sem camisa (Girl Gone Wild), líderes de torcidas e pequenos tocadores de tambor fazem sua parte (Give Me All Your Luvin’). Existe o cross-dressing e dança de mãos (Vogue) e tudo termina num momento “Tron encontra Tetris”, sinta-se bem e dance (Celebration).

Os melhores momentos portanto estão no meio do show, sem toda a parafernália. Ela canta “Turn Up the Radio” sozinha e um microfone na passarela tocando sua guitarra, nada mais. “Open your Heart” se transformou em um arranjo Basco interessante, com a participação total dos dançarinos passeando pelo palco como pessoas normais ao invés de coreografias mirabolantes. (Aqui também aparece seu filho de 11 anos, Rocco Ritchie tentando alguns movimentos e sorrindo de uma orelha até a outra ). Depois vem “Holiday”, relaxada e espontânea.

É um momento natural e revigorante, e dá a Madonna a chance de se espremer entre algum momento de bajulação a Oprah (ela foi a última a se despedir de Oprah no United Center no início do ano passado) e entregar um impromptu sobre o auto-poder, trantando-se uns aos outros com respeito.

Performer, regozige-se. Seu legado está seguro e pavimentado para toda uma geração por vir – a plateia desta quarta era mais ou menos da minha idade – se você adotar Gaga debaixo de suas asas ao invés de ficar mostrando suas garras para ela. Vá e ensine a garota uma coisa ou duas. Ela precisa disso.

Madonna fala sobre Oprah no discurso do show antes de “Masterpiece”.

A última vez que estive aqui foi por causa de Oprah Winfrey. Ela é uma mulher incrível, uma mulher para se olhar para cima e admirar. Não temos um monte de modelos no mundo nos dias de hoje. Ela tem feito muito para mudar o mundo e eu sou muito grata a ela por isso, mas você não precisa ser a Oprah Winfrey para mudar o mundo. Você não precisa de ser eu a mudar o mundo. Você só precisa ser você. Você precisa deixar sua luz brilhar. Eu sei que você já ouviu isso antes, mas você poderia se lembrar depois do show para deixar sua luz brilhar, para tratar um ao outro com respeito, para não votar em Mitt Romney. Obrigado. A festa acabou.”

“Love Spent” e “Holiday”