Madonna divulgou, nesta sexta-feira, 8, um vídeo do seu projeto ‘Secret project revolution‘, que foi exibido no dia 20 de outubro, no Complexo do Alemão, maior comunidade do mundo. Em parceria com o fotográfo Steven Klein, a cantora criou o filme com o objetivo de combater a opressão.
No vídeo divulgado por Madonna, aparecem momentos da exibição do curta e depoimentos de quem prestigiou a sessão. “É difícil acreditar, é emocionante. Eu vi, na televisão, a Madonna chamando as pessoas a virem ao Complexo do Alemão para assistir ao filme. A escolha do local foi dela e isso nos deixa orgulhosos. Mostra que estamos no caminho certo”, diz um dos depoimentos do vídeo.
O vídeo ‘Secret project revolution‘ é inteiro em preto e branco e repleto de performances de dança. Madonna intercala entre o papel de uma prisioneira sofrendo em uma cela, e o de uma carcereira/assassina atirando em seus “companheiros”. Antes do curta foram exibidas duas mensagens: do Luciano Huck, que contou sobre o contato entre ele e a cantora, e como surgiu a ideia para a exibição do filme naquele local e da própria Madonna, que mandou um recado especial para os fãs brasileiros e falou sobre o curta que fala sobre intolerância e liberdade de expressão e artística.
Em comunicado oficial, Madonna agradeceu a todos os envolvidos no projeto e sua exibição no Brasil. “Obrigado a todos que foram ao Secret Project Revolution no Complexo do Alemão. Exibir esse filme no Brasil foi muito importante para Madonna e para vocês, lutadores da liberdade, tornando-o ainda maior. Os brasileiros detonam!”
“Mercados econômicos estão entrando em colapso, pessoas ao redor do mundo estão sofrendo e pessoas estão com medo. E o que acontece quando as pessoas têm medo? Elas se tornam intolerantes. Elas começam a apontar o dedo para outras pessoas. Elas dizem “você é o motivo! você é o problema! A culpa é sua! Cai fora!”. O inimigo não está lá fora. O inimigo está dentro de nós.
Eu fiz a minha turnê este ano e parece que eu fui até o inferno e voltei. Eu vi muitas coisas das quais não gostei. Eu vi apatia, eu vi intolerância, eu vi desespero e pobreza. Eu vi discriminação e intolerância. E vi um tipo sinistro de nuvem negra chegando sobre mim, como uma cortina de desespero. Sim, eu vi a falta de desejo se espalhando como uma praga, pondo todos numa espécie de transe.
Então olhei nos olhos das pessoas e vi desamparo, desesperança. Vi humanos procurando por uma saída, uma nova e excitante distração. Uma desculpa para não fazer nada, um inimigo externo para culpar. Mas eu também vi pessoas desesperadas por uma entrada, buscando direção e inspiração, procurando por esperança e amor.
Eu falo a todos que eu quero começar uma revolução, mas ninguém me leva a sério. Se eu tivesse a pele escura e cabelo crespo, você me levaria a sério? Se eu fosse uma granada voando no ar, você me levaria a sério? Se eu usasse roupa camuflada e tivesse uma AK-47 nas minhas costas, você me levaria a sério? Mas ao invés disso eu sou uma mulher. Sou loira. Eu tenho peitos e bunda, e um desejo insaciável de ser notada. Eu ainda quero começar uma revolução. Alguém tem que começar.
Tem muita beleza no mundo sendo desperdiçada, muito talento que não é notado, muita criatividade sendo esmagada pelas rodas de grandes companhias que estão em alta. Mas é hora de acordar antes que seja tarde demais. A história está se repetindo. Você não vê o que está acontecendo? Vivemos em tempos assustadores. Ou eu deveria dizer que simplesmente não vivemos mais?
A democracia parece não mais existir. “Liberdade de expressão” parece uma frase pronta e, se você quiser ser um artista em nossos dias, você precisa ter braço forte, precisa estar preparado para nadar contra a correnteza e chocar águas infestadas. É melhor que você tenha a pele grossa porque quando os homens daqueles ditadores fascistas vierem atrás de você, com suas grandes botas de couro para te calar, para colocar uma mordaça em sua boca, para te mandar para um campo de concentração, você deve estar preparado para lutar por aquilo em que acredita.
Eu achava que tivesse a pele grossa. Mas agora Parece que eu nem tenho pele, como se a tivessem tirado comigo ainda viva. Eu não durmo mais. Eu perdi meu apetite. Não me sinto segura. Muitas pessoas não se sentem seguras. É por isso que quero começar uma revolução. Mas essa revolução não será televisionada, não estará na internet, não será um aplicativo disponível para seu iPhone. Você não terá como baixá-la.
Essa será a revolução do “pensar por si próprio”, do “ter sua própria opinião e não dar a mínima para que os outros dizem”. Essa será uma revolução sobre indagar mais, sobre não se preocupar em ganhar a aprovação de outras pessoas, sobre não desejar ser outra pessoa, mas estar perfeitamente contente com quem você é, alguém único, raro e destemido. Eu quero começar uma revolução de amor.
Essa revolução vai superar todo o medo, todo o sofrimento e toda a separação e incluirá todas as pessoas, negros, brancos, cristãos, chineses, muçulmanos, judeus, gays, heteros, bissexuais, gordos, incapacitados, ricos, pobres, artistas e autistas. Fodam-se os rótulos, eu odeio rótulos. Estamos juntos neste navio, navegando como um arpão incandescente neste mar.
Eu sinto que as pessoas estão cada vez mais amedrontadas por aqueles que são diferentes. As pessoas estão ficando cada vez mais intolerantes. Nós queremos lutar pelo direito de sermos livres. Este é um momento muito sério em que nós podemos fazer a diferença. Nós podemos mudar isso. Nós temos o poder. E nós não precisamos fazer isto com violência. Apenas temos que fazer isto com amor.
Jesus pregava isso, Maomé pregava isso, Buda pregava isso, Moisés pregava isso. Isso está no livro sagrado: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Vocês não podem usar religião para tratar mal as pessoas. Todos merecemos amor.
Eu me sinto nua e solitária. Tenho certeza que vocês podem se identificar com isso. Às vezes, tenho vontade de me bater. Às vezes, digo a mim mesma: “Por que não esperei? Por que ouvi todas aquelas vozes na minha cabeça? Por que não tive paciência? Por que deixei toda aquela dúvida entrar em minha cabeça, no meu sistema de crença? Por quê?”.
Eu sei o que estão pensando: se não aguenta o calor, então, cai fora da cozinha. Mas é tarde demais, eu estou na cozinha, e o fogão está no máximo. Eu quero iniciar uma revolução. Vocês estão comigo?
Este filme é dedicado a todos aqueles que foram perseguidos, estão sendo perseguidos, ou que podem ser perseguidos pela cor de sua pele, suas crenças religiosas, suas expressões artísticas, seu gênero ou suas preferências sexuais. Qualquer um cujos direitos humanos foram violados”.
Madonna será julgada na Rússia no dia 11 de outubro. Ela é acusada de violar as leis do país ao fazer propaganda do homossexualismo durante um show da tour MDNA que ela realizou em São Petersburgo, em 9 de agosto. A por star também se apresentou em Moscou durante a permanência no país.
Madonna está sendo processada por um grupo de moradores daquela cidade que exige uma indenização de 333 milhões de rublos, aproximadamente US$ 11 milhões, a título de danos morais. Os advogados dos autores da ação indenizatória pediram ao tribunal para também incluir como réus os organizadores do concerto de Madonna por entender que eles estavam cientes de que a cantora iria agir contra a legislação russa.
Madonna fechou, na noite desta terça-feira, 21, com chave de ouro para 30 mil pessoas, o último show da etapa européia do MDNA Tour, em Nice, na França, antes de partir para os Estados Unidos. E como polêmica é também sinônimo de Madonna, digamos que este Madonna não foi nada complacente com muitos desafetos, a começar pelo cantor Elton John.
– Ela dedicou MASTERPIECE a Elton John. “Como eu sei que ele é um fã desta música, eu o perdoo.” Vale lembrar que Elton John segue atacando Madonna na imprensa desde que perdeu o Globo de Ouro de melhor canção para ela em janeiro…Madonna no show desta terça resolveu, finalmente, tirar com a cara do colega.
Em entrevista ao programa semanal Radio Times, o músico britânico Elton John chegou a recuar em seu ataque a Madonna, a quem chegou a chamar de “stripper de feira” há duas semanas. “Madonna pegou a indústria pelo pescoço, criou oportunidades para outras mulheres, como (Lady) Gaga e Katy Perry”, disse ele.
– No final de Human Nature e antes de Like A Virgin, falou sobre a Russia e pediu ao público para que gritasse com ela “Free Pussy Riot”.
– Mesmo com as ameaças da Frente Nacional, mesmo com os integrantes da FN no estádio, Madonna peitou e foi exibido o vídeo de Nobody Knows Me com Marine Le Pen de Hitler. A Frente Nacional exigiu que o vídeo fosse editado para o show em NICE e foram lá para conferir. Deram com os burros n’ água. Este show causou muita dor de cabeça para alguns líderes políticos de lá e a repercussão do caso Pussy Riot só aumenta.
Enquanto isso, a promotoria de São Petersburgo indicou, por outra parte, que recebeu 140 denúncias contra Madonna, apresentadas por cidadãos de forma individual, por seu apoio a comunidade gay no pais. A região de São Petesburgo adotou em fevereiro uma lei que pune penalmente qualquer ato público que promova homossexualidade e pedofilia, um texto denunciado por ativistas por equiparar gays a pedófilos.
Fim da história, sem declarações à imprensa através de um assessor. Ela mesmo está rebatendo e com força os ataques que vem sofrendo ultimamente. Governo russo queimado perante a mídia, partido Frente Nacional/Marine Le Pen detonados e Elton John finalmente teve seu castigo (bem Madonna, bem irônico). Alguém mais para a briga?
Será que este povo esqueceu do poder midiático que Madonna tem? Que para ela não existe NÃO? Que ela é a única artista em 30 anos que quebrou todas as barreiras e enfrentou todo mundo em defesa de suas idéias, e não será agora, aos 54 anos, que ela deixará de ser quem é?
Se tem uma coisa que a nova tour de Madonna, o MDNA Tour, vem causando, além de histeria, é muita polêmica. Na França, os militantes da Frente Nacional (extrema-direita) cobriram os cartazes de Madonna com imagens de sua líder Marine Le Pen. O objetivo para protestar contra o clipe que foi exibido em shows anteriores em que a presidente da bancada aparece atrás de uma suástica, informou o próprio partido. Madonna fará uma apresentação em Nice na próxima terça-feira (21).
Na última madrugada, dezenas de militantes percorreram as ruas de Nice para substituir cerca de trinta cartazes da cantora pelos de Marine Le Pen, disse à AFP Gaël Nofri, responsável pelo grupo Bleu Marine-FN na cidade. “Nós não somos contra a liberdade de expressão, mas isso é um ato revisionista, um ataque contra um partido republicano e contra a sua candidata que teve 18% nas eleições presidenciais”, declarou Nofri.
Para Gaël Nofri, Madonna, que luta para “encher seus shows desesperadamente vazios”, tenta “criar uma dinâmica para fins puramente comerciais”. Mas ela esquece que, “Marine Le Pen representa um eleitor em cada quatro da Côte d’Azur”, disse Nofri.
Poucos dias após a estreia do vídeo em questão, durante o primeiro show da turnê mundial de Madonna em Tel Aviv, que aconteceu no dia 31 de maio, Marine Le Pen alertou para que a estrela não exibisse o clipe ameaçando revidar a ação.
Em 14 de julho, durante uma apresentação no Stade de France, a cantora decidiu exibir um novo vídeo no qual Le Pen aparecia com uma suástica na testa. A Frente Nacional apresentou uma queixa por injúria.
Já na RÚSSIA…
Nove processos reivindicando compensações financeiras superiores a US$ 10 milhões (R$ 20 milhões) foram apresentados contra Madonna em um tribunal de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, informou nesta sexta-feira (17) o advogado dos queixosos, Aleksander Pochuev. Os processos por “danos morais” também se estendem aos organizadores do show da rainha do pop na sexta-feira (10) passada na antiga capital russa, afirmou Pochuev em entrevista à agência oficial “RIA Novosti”.
Os queixosos, acrescentou, reivindicam compensações econômicas por causa do “forte sofrimento moral” causado por Madonna ao fazer “propaganda das uniões homossexuais” durante sua apresentação em São Petersburgo.
“Várias dessas pessoas estiveram no show, outras viram reportagens nos noticiários”, disse Pochuev. Madonna defendeu os direitos dos homossexuais em sua apresentação em São Petersburgo, cidade que aprovou uma lei punindo a propaganda homossexual entre menores de idade. “Queremos lutar pelo direito de ser livres. Viajei muito pelo mundo e vejo que as pessoas são cada vez mais intolerantes, mas podemos mudar isto. Temos a força para isso”, proclamou ao público a cantora americana. Madonna garantiu que “o amor” é a única coisa que pode mudar o mundo e pediu tolerância em relação as pessoas que têm uma orientação sexual não tradicional.
Madonna usou seu show do MDNA Tour desta quinta-feira em São Petersburgo, cidade natal do presidente Vladimir Putin, para declarar apoio aos direitos dos homossexuais, depois de ativistas apontarem como discriminatória uma lei local sancionada neste ano contra a “propaganda” gay.
Madonna se apresentou de lingerie preta, com as palavras “no fear” (Sem medo) escritas nas costas. Ela pediu à plateia – onde muita gente usava pulseiras rosas distribuídas na entrada – para “mostrarem seu amor e apreciação pela comunidade gay”. Eis o discurso de Madonna:
“Eu estou aqui para dizer a comunidade gay e os gays daqui e de todo o mundo que todos têm os mesmos direitos. Os mesmos direitos de serem tratados com dignidade, com respeito, com tolerância, com compaixão, com amor!
Sim, você está comigo? Se você está comigo, eu quero ver a sua pulseira rosa. Se você está comigo, levante o braço e mostrar seu amor e apreço pela comunidade gay!
Você está comigo? Você está comigo? Eu disse, vocês estão comigo seus “filhos da puta”? Obrigado!
E isto é para as pessoas que estão citando a Bíblia e usando Deus como seu sistema de defesa: Jesus pregou isso, Maomé pregou isso, Buda pregou isso, Moisés pregou isso. É está em cada livro sagrado:
“Ama o teu próximo como a ti mesmo! Ok?
Então você não pode usar a religião para tratar as outras pessoas mal! Você não pode usar o nome de Deus para tratar mal ninguém pois ninguém é melhor ou pior que você. Nós todos merecemos amor. Então, vamos todos espalhar para o mundo esta mensagem de amor e viver a nossa vida sem medo! AMÉM.”
Logo após, fãs levantaram suas pulseiras:
Primeiro-ministro ataca Madonna no Twitter
Irritado, o vice-primeiro-ministro para a Defesa, Dmitri Rogozin, atacou Madonna no Twitter nesta quinta-feira: “Conforme fica velha, toda ex-p… tenta dar lição de moral nos outros, especialmente durante viagens ao exterior.”
Embora não tenha escrito a palavra completa, a imprensa russa disse não duvidar de que Rogozin quis dizer “puta”. A autoridade publicou um segundo tweet, também agressivo, sobre a cantora: “Ou tire sua cruz ou ponha sua calcinha.”
Madonna aproveitou seus dois shows na Rússia para expor suas opiniões sobre a situação atual do país.
O homossexualismo, punido com penas de prisão na União Soviética, foi descriminalizada na Rússia em 1993, mas grande parte da comunidade homossexual vivem às escondidas. Inúmeras tentativas de conter protestos gays em Moscou, considerada ilegal pelas autoridades, acabaram em prisões e em confrontos violentos com cristãos ortodoxos russos que dizem que os homossexuais devem ser punidos ou ter tratamento psiquiátrico.
“Vivemos com medo?” Madonna perguntou as seus fãs na noite de quinta-feira. “Não!” Foi a resposta. “Nós te amamos!” Gritaram alguns fãs, mas nem todos se emocionaram.
“Não se deve misturar show business com ativismo pelos direitos humanos”, disse o ativista dos direitos gays Yuri Gavrikov. Vários ativistas fizeram piquetes no local do show. “Se ela quisesse apoiar a comunidade LGBT, ela poderia ter cancelado seus shows na Rússia.”
Na terça-feira, em Moscou, ela disse que reza pela libertação das três integrantes da banda punk Pussy Riot, que correm o risco de serem condenadas a três anos de prisão por terem feito uma manifestação contra Putin no altar da principal catedral do país.
A lei que entrou em vigor em março em São Petersburgo pune com multa quem difundir “propaganda” homossexual que cause “danos ao desenvolvimento físico, moral ou espiritual” de menores.
Na sua página do Facebook, Madonna disse que a lei é uma “atrocidade ridícula”.
Em sua passagem por Moscou com o MDNA TOUR, na noite desta terça-feira, Madonna fez um discurso emocionante. Leia na íntegra:
“Obrigado a todos meus fãs aqui na Rússia que me apoiam através dos anos.
Eu não queria todo este amor de graça, então eu sou imensamente agradecida. E há um homem aqui na primeira fila, ele está vestindo uma camisa que diz “Sagarro Jo”. Sim, acho que ele tem indo em alguns shows. Quem já foi a um show antes sabe que existe uma música sobre a liberdade, certo? É uma canção sobre a luta pela liberdade. E eu queria dizer algumas palavras sobre isso.
Como você pode ver aqui no meu palco, todos comigo são de todo lugar diferente no mundo, da África, da América, da França, da Rússia, da Inglaterra. Nós somos cristãos, somos muçulmanos, nós somos judeus, nós somos tudo o que você pode imaginar. Mas nós somos uma família. Nós estamos juntos. Nós somos gays, somos héteros, somos seres humanos. E esta última “seres humanos” é o mais importante e, de fato, o único que devemos nos referir uns aos outros: seres humanos.
Agora, eu sou muito grata e eu muito sortuda porque eu venho de um país, os Estados Unidos, onde somos livres para nos expressar, expressar o nosso ponto de vista. Como um artista, como ser humano, como mulher, eu tenho a liberdade de expressar meu ponto de vista. Mesmo que outras pessoas não concordem comigo, mesmo que o meu governo não concorde comigo. Eu tenho o direito de expressar meu ponto de vista, eu tenho a liberdade de expressar meu ponto de vista. Isso é democracia, certo? E eu não tomo isso como garantido também. Eu só quero dizer algumas palavras sobre Pussy Riot.
Eu sou abençoada por ser de um país onde eu tenho o direito de expressar minha opinião, ok? Mas o meu sonho e minha oração é que todos no mundo tenham esse direito também. Não só aqui da Rússia, da França, do Irã… Como seres humanos, deveríamos ter o direito de expressar nossas opiniões e ainda ser tratados como seres humanos.
Agora, eu sei que existem muitos lados para cada história e eu quero fazer nenhum desrespeito com a igreja ou o governo, mas acho que essas 3 meninas – Mascha, Katja, Nadja – fizeram algo corajoso. Eu acho que elas pagaram o preço por este ato e rezo por sua liberdade. E eu sei que todos aqui no palco sente o mesmo e sei que todos neste estádio, e se meus fãs estão aqui, sei que eles merecem o direito de ser livre. Ok?
Então, para essas 3 meninas que estiveram na cadeia agora por 5 meses e que ainda estão lá, eu rezo pela sua liberdade, sei que todos oram por sua liberdade. E vamos esperar que um dia, nós realmente vivamos em um mundo cheio de paz, liberdade e tolerância.”
Com duas horas de atraso, Madonna fez mais um show de sua MDNA Tour, desta vez em Moscou, na Rússia. Madonna disse durante um show em Moscou que reza pela liberdade das integrantes da banda de punk Pussy Riot, que podem ser condenadas a três anos de prisão por terem feito uma “oração” contra o presidente russo. O emotivo pedido da cantora se soma ao de numerosas personalidades russas e estrangeiras que defendem as integrantes da banda e consideram as acusações e sua prisão provisória de cinco meses desproporcionais. “Sei que há vários lados de uma história”, declarou Madonna, considerando valente a atitude das jovens da Pussy Riot, no dia 21 de fevereiro na Catedral do Cristo Salvador de Moscou. “Como um artista, como um ser humano, como mulher, eu tenho liberdade para expressar meu ponto de vista, mesmo se outras pessoas não concordam comigo “, disse ela. “Mesmo que o meu governo não concorda comigo.”
Além do show desta terça-feira à noite em Moscou, Madonna fará outro na quinta-feira, em São Petersburgo. “As três meninas – Masha, Katia, Nadia – fizeram algo corajoso, mas me parece que já pagaram o preço, rezo pela liberdade delas“, disse Madonna, referindo-se a Nadejda Tolokonikova, de 22 anos, Yekaterina Samutsevich, de 29, e Maria Alejina, de 24, acusadas de vandalismo e de incitação ao ódio religioso, no show em Moscou antes de cantar MASTERPIECE. Assista aos vídeos:
E no final da música Human Nature, a tatuagem nas costas mudou e ao invés do habitual “No Fear”, estava escrito o nome da banda, Pussy Riot.
Nesta terça-feira, a Promotoria de Moscou pediu três anos de prisão para elas no tribunal Jamovnicheski de Moscou, segundo o promotor Alexandre Nikiforov. “O crime é grave e a Promotoria considera que sua correção só é possível em condições de isolamento da sociedade. A punição necessária deve ser uma verdadeira privação de sua liberdade”, disse ele no tribunal. Violeta Volkona, advogada de uma das acusadas, anunciou que recorrerá à Corte Europeia de Direitos Humanos para denunciar os maus tratos que, segundo ela, as jovens sofreram, como alimentação inadequada e humilhações.
Madonna desejou que “o tribunal demonstre clemência e que estas mulheres sejam libertadas em breve”, segundo a imprensa russa. O pedido levou alguns fiéis da Igreja Ortodoxa a pedir o cancelamento dos shows. Próximo das eleições de março, as três integrantes do grupo entraram na Catedral de Cristo Salvador com os rostos cobertos, guitarras e um equipamento de som e cantaram uma “oração punk” contra Putin, que disputava o terceiro mandato. Para alguns críticos, o julgamento faz parte de uma campanha mais ampla contra a crescente oposição a Putin, que voltou ao Kremlin no dia 7 de maio.
Pussy Riot agradece o apoio de Madonna no Twitter (@pussy_riot):
“Querida Madonna, nós te amamos e você pode estar mudando a história da Rússia à partir de agora. Muito obrigado e milhares de rezas em troca!”
MADONNA ENFRENTA GOVERNO RUSSO NOVAMENTE NESTA QUINTA
Nesta quinta-feira Madonna fará mais um show na Rússia, agora em São Petersburgo, na Rússia, e em seu site oficial, o Madonna.com, Madonna afirma que o show terá uma homenagem a comunidade LGBT.
“No show de quinta-feira, uma pulseira rosa será distribuída a todos que queiram apoiar a comunidade LGBT em São Petersburgo. A pulseira fará parte do show e esteja preparado para erguer seus braços em apoio!”
Chamando a legislação, que impõe multas para quem promover a homossexualidade entre menores, de “atrocidade ridícula” em sua página no Facebook, ela disse que iria resolver o problema durante o seu show. Se protestar, a cantora corre o risco de ser multada em 5 mil rublos (algo em torno de R$ 310 mil).
“Eu irei a São Petersburgo para falar pela comunidade gay, para apoiar a comunidade gay”, disse ela. Sua turnê russa começa em agosto, meses após a abertura de sua academia particular em Moscou, cujo nome vem do álbum dela de 2008, “Hard Candy”.
O homossexualismo, punido com penas de prisão na União Soviética, só foi descriminalizado na Rússia em 1993, mas grande parte da comunidade homossexual continua escondida já que o preconceito é forte.
A legislação foi assinada em março pelo prefeito de São Petersburgo e aliado de Putin, Georgy Poltavchenko.
A lei impõe uma multa de até 500.000 rublos (17.100 dólares) para quem espalhar o que a lei chama de “propaganda homossexual”, que poderia “prejudicar a saúde, desenvolvimento moral e espiritual do menor de idade”, definidos como menores de 18 anos.
A lei tem causado preocupações na comunidade gay, que teme que ela poderia ser usada para reprimir as raras demonstrações públicas na Rússia de homossexualidade, como as paradas gays.
Inúmeras tentativas de realizar protestos gays em Moscou, considerados ilegais pelas autoridades, acabaram em prisões e confrontos com vários cristãos ultra-ortodoxos que dizem que os homossexuais devem ser punidos ou tratados em hospitais por “doença”.
Em 2010, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos multou a Rússia por banir paradas homossexuais em Moscou, no que os ativistas dos direitos gays descreveram como uma vitória histórica.
Madonna provocou protestos de ativistas da Igreja Ortodoxa Russa em uma visita a Moscou em 2006, quando ela cantou Live to Tell em um crucifixo enquanto usava uma coroa de espinhos.
Assim como Gabriel García Márquez fez em sua famosa autobiografia “Viver para Contar”, a carreira de Madonna também poderia resumir-se sob essa máxima, que, em inglês, intitula uma de suas mais famosas músicas, “Live To Tell”, origem de uma de suas muitas e famosas polêmicas.
Até a recente denúncia do partido francês Frente Nacional contra uma montagem audiovisual apresentada em seu último show em Paris, que destacava a política Marine Le Pen (líder da legenda ultradireitista) com uma suástica na testa, muitas são as polêmicas que envolvem a chamada “ambição loira”.
Além das questões puramente eróticas, Madonna também ambienta sua música em outros pontos de muita discussão, como a homossexualidade, o catolicismo, os símbolos nacionais e o antiamericanismo. Alguns atribuem seu compromisso com a liberdade, e outros com a máxima: “Que falem mal de mim, mas falem”.
Com o single “Papa, Don’t Preach”, de 1986, Madonna acendeu ao mesmo tempo os ânimos dos setores conservadores e dos progressistas. A canção, que fala de uma adolescente grávida, fugia claramente da rígida moralidade dos anos 80, enquanto as feministas consideravam que a cantora banalizava um tema delicado.
Alguns anos depois, em 1989, Madonna lançou o clipe de “Like a Prayer”, considerado o mais escandaloso da história da rede “MTV”. Neste, a cantora se refugia dentro de uma igreja, onde, com um provocante decote, aparece para dar vida a uma estátua de um Cristo negro.
Embora a artista tenha declarado que não pretendia brincar com a religião, aquela foi a primeira vez que uma de suas músicas foi considerada como uma blasfêmia. Na ocasião, a marca de refrigerantes que patrocinou o lançamento do clipe cancelou uma campanha similar poucos dias depois.
A partir de então, os confrontos da rainha do pop com os setores mais ortodoxos do Cristianismo foram contínuos e chegaram a um ponto extremo durante a turnê “Confessions Tour”, realizada em 2006, quando a cantora interpretou “Live To Tell” descendo dos céus, pregada em uma cruz e com uma coroa de arame farpado, enquanto rostos de crianças sofrendo apareciam por trás.
A artista recebeu ameaças de sequestro da máfia russa, protestos liderados pelo ex-presidente da Polônia Lech Walesa e até uma tentativa de boicote por um sacerdote protestante holandês de 63 anos, que reconheceu ter sido o autor de uma falsa ameaça de bomba durante uma apresentação da loira em Amsterdã.
Além disso, no show desta mesma turnê em Roma, Madonna incluiu imagens de Bento XVI em uma projeção que mostrava personagens como Hitler, George W. Bush, Benito Mussolini, Vladimir Putin, Osama Bin Laden e Saddam Hussein.
Já em 2003 – em plena Guerra do Iraque, liderada pelo ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush -, Madonna lançou a controvertido clipe de “American Life”, que trazia imagens de conteúdo bélico em um desfile de moda.
“Me sinto muito patriota e muito orgulhosa de ser americana, mas me chateia ver que um país com tanto poder e influência esteja obcecado e motivado por valores errôneos”, disse então a cantora, que criticou a “obsessão dos americanos pelas aparências”.
Suas críticas aos políticos conservadores continuaram durante a turnê de “Sticky And Sweet” em 2008. Nesta ocasião, a cantora queimou imagens do então candidato republicano John McCain, assim como a de Adolf Hitler e de Robert Mugabe, o presidente do Zimbawe, ao som de “Get Stupid”.
Isso sem falar nos desafortunados episódios relativos a alguns símbolos nacionais. Os porto-riquenhos não viram com bons olhos o fato de a cantora nova-iorquina ter passado a bandeira deste “Estado Livre Associado” aos EUA entre as pernas durante um show em Bayamon em 1993.
Na Argentina, a cantora encontrou uma inflamada oposição a sua famosa interpretação de Eva Duarte de Perón em “Evita”. Nesta época, o então presidente Carlos Menem disse que sua escolha “não seria tolerada pelo povo argentino”. Posteriormente, Madonna também declarou que se identificava com sua personagem, com exceção desta ser “uma mulher disposta a tudo para assegurar sua ascensão social”.
Não há dúvidas que Madonna possui tantos anos de polêmica como de carreira. O próximo episódio desta lista, por exemplo, poderá ocorrer já no próximo mês de agosto, quando a cantora se apresentará em São Petersburgo. Ícone da comunidade gay, Madonna foi ameaçada pelas autoridades russas com uma multa caso ela venha a infringir a controvertida lei que proíbe “a propaganda homossexual” no país.
“Não fujo da adversidade. Durante minha atuação, eu vou falar sobre esta ridícula atrocidade”, advertiu a cantora, que provavelmente deverá ter que pagar a quantia de US$ 170 por conta desta advertência. EFE
Com sua turnê mundial se aproxima do Reino Unido, todos os olhos estão sobre Madonna, que lança o terceiro single do álbum número 1 MDNA, “Turn Up The Radio”, no dia 05 de agosto pela Interscope.
Produzido por Madonna e por Martin Solveig, “Turn Up The Radio” é uma stomper pop pulsante que celebra a alegria em alto volume.
A música será lançada oficialmente poucos dias antes do show de Madonna em São Petersburgo, na Rússia. No início deste ano, o prefeito da cidade aprovou uma resolução que proíbe a “promoção da homossexualidade”, fazendo a discussão do tema ilegal em quase todos os casos e independentemente do contexto. Líderes locais manifestaram o desejo de que Madonna cancelasse seu show por lá no dia 09 de agosto, mas, em vez disso, ela prometeu abordar o assunto de frente.
“Eu vou a São Petersburgo para falar para a comunidade gay e dar força e inspiração para quem é ou sente-se oprimido”, disse Madonna em comunicado à imprensa. “Eu sou a favor da liberdade …. Eu não fuja da adversidade. Vou falar durante meu show sobre esta atrocidade ridícula.”
Agora, o vereador de St. Petersburg que propôs a chamada “lei da mordaça gay”, Vitaly Miranov, emitiu um alerta para Madonna dizendo que as autoridades municipais pretendem manter um olho nela … e será penalizada por quaisquer violações às suas leis conservadoras.
“Eu ouvi que em um dos shows desta turnê ela tirou a calça e não vamos permitir isso aqui. Advertimos os organizadores do concerto para que tudo corra bem. Caso contrário, eles terão de enfrentar as duras leis de St. Petersburg”, disse Milanov.
Madonna é famosa por bater de frente com leis que considera ofensiva. Quem pode esquecer de quando Madonna enfrentou a polícia de Toronto, em 1990, no Canadá, que queria impedir a apresentação de “Like A Virgin” e que Madonna disse que preferia ir presa do que mudar uma linha do seu show?
França
O fundador do partido da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, afirmou que vai incitar a sua filha Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, a exigir de Madonna um milhão de dólares por difamação.
O motivo está no vídeo interlude da canção “Nobody Knows Me”. No vídeo exibido durante o show, a imagem de Marine Le Pen aparece com uma cruz suástica sobreposta, antes de uma personagem composta, semelhante ao ditador nazista Adolf Hitler.
No vídeo, o rosto de Madonna aparece também sucessivamente misturada com a de personalidades como o papa Bento XVI, o Presidente chinês, Hu Jintao, ou a norte-americana Sarah Palin, ex-candidata à Casa Branca.
O MDNA Tour se apresenta na França no dia 14 de julho, no Estádio de França, perto de Paris, e 21 de agosto, em Nice, no Sul do país.
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