Madonna quer que você comece uma revolução! Leia a entrevista de Madonna a Anderson Cooper

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Madonna falou com Anderson Cooper, da CNN, na quinta-feira, 03, sobre o novo projeto, Art For Freedom. Nele, ela convida os fãs a enviarem vídeos, músicas, poesias e fotografias originais para lutar contra a opressão, a intolerância e a complacência através da arte.

Através do Art For Freedom, ela explica: “Criamos esta plataforma para dar às pessoas ao redor do mundo uma oportunidade de responder à pergunta: ‘O que é liberdade para você?’”.

“Estou encorajando outras pessoas, sejam elas profissionais ou não, a usar a criatividade para se expressarem, para conversar, realmente começar a festa”, Madonna contou a Cooper.

Em setembro, ela revelou o que era apenas conhecido como #secretprojectrevolution em Los Angeles e Nova York. Os que compareceram assistiram a um “chamado à ação”, um filme que a cantora criou com o fotógrafo Steven Klein.

Cooper se encontrou com uma Madonna bem relaxada, que brincou que sofria de estresse pós-traumático depois de um treino pesado. Mas a artista estava claramente apaixonada pelo assunto e até pediu que o filho Rocco a esperasse enquanto a entrevista acontecia.

Cooper e Madonna tiveram uma extensa conversa, abordando desde a citação favorita do autor James Baldwin (“Não separo o espírito humano do artístico”) até o que aconteceu com o uniforme de escoteiro que ela vestiu para os prêmios GLAAD deste ano. (Cada um de seus filhos pediu uma parte da roupa, mas “eu fiquei com as botas de combate”, Madonna disse. “Vou precisar delas para a minha revolução.”).

Eis alguns destaques da entrevista:

Anderson Cooper: Ouvi dizer que você chama este projeto de “a coisa mais importante que já fez, além de criar seus filhos”.

Madonna:Sim. Obviamente, sinto muita responsabilidade em ser uma boa mãe e criar meus filhos. Sou muito séria quanto a isso. Quem eles são, o que se tornaram e o que contribuem ao mundo é muito importante pra mim. Tudo perfeito neste ponto, graças a Deus, mas o mesmo acontece com este filme. Dediquei não sei quantas horas, e gastei meu próprio dinheiro nisso. Steven Klein fez o mesmo.

Fizemos sem objetivos financeiros, e também não para promover nenhum produto em particular. A única razão de fazermos é porque queremos destacar assuntos que precisam ser destacados. Realmente vejo que o mundo em que vivemos está em colapso, e a civilização está se afundando.

Acredito que estamos em um nível muito baixo de consciência, e não sabemos como tratar uns aos outros como seres humanos. Estamos presos em nossas próprias vidas, nossas necessidades, na gratificação do nosso ego. Sinto muita responsabilidade em entregar esta mensagem.

Cooper: Parece haver otimismo no que você está fazendo.

Madonna: Claro! Faço porque acredito no bem da humanidade, mas, muitas vezes, um empurrão é necessário. Acho que você já percebeu, ao longo dos anos. Quando as pessoas realmente querem salvar os outros? Quando há uma catástrofe. Quando acontece o 11 de setembro, ou quando as enchentes acontecem em Nova Orleans, ou quando as bombas acontecem em Boston. O que acontece? As pessoas se unem. De repente, todos dizem, “o que posso fazer para ajudar? Como posso ser útil?”.

O que estou tentando dizer é, por que precisamos estar nos piores momentos para darmos o nosso melhor e sermos o melhor que podemos ser?

Cooper: Eu fui à estreia do Secret Project Revolution em Nova York e você incorporou algumas palavras de James Baldwin. Não estou citando diretamente, mas ele disse que apenas o artista pode verdadeiramente ver e descrever a condição humana.
Não acho que é algo que muitas pessoas realmente acham, mas é claramente algo em que você acredita muito – que a arte pode, de verdade, mudar a vida das pessoas.

Madonna: Acredito nisso. E acho que era uma mudança maior na vida das pessoas quando não havia censura. Quando o capitalismo não mandava. Agora, para as pessoas conseguirem as coisas, eles têm que se associar a alguma marca e, uma vez que isso acontece, infelizmente, a marca começa a te censurar. Daí, de repente, não é mais a sua pura visão.

Imagine se alguém como John Lennon ou Bob Marley, Sid Vicious, Picasso, quem quer que seja, estivesse trabalhando e alguma empresa, algum diretor, alguma marca lhe dissesse, “Bem, você pode fazer isso, mas precisa tirar esse aspecto do seu trabalho”. Não haveria mais a pureza. Não teríamos mais o dom. Não aprenderíamos com o que eles tiveram pra compartilhar conosco. Apoio a não-censura e a liberdade de expressão.

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