O produtor Stuart Price tem um currículo impressionante, além de estar na acirrada lista de colaboradores regulares de Madonna, tendo trabalhado com ela pela primeira vez na Drowned World Tour, em 2001, e, anos depois, no aclamado álbum Confessions On A Dancefloor, em 2005. Recentemente, Price falou sobre a experiência de criar o álbum, quase uma década depois.
“Antes de criarmos o álbum, eu havia trabalhado com uma cantora chamada Juliet, durante o mês de novembro em Nova York, numa época em que a cidade está morta. Éramos só nós dois focados no trabalho. Logo após, fui direto ao trabalho com Madonna e presume que seria uma experiência muito diferente, mas ela me surpreendeu.
A grande revelação foi o comprometimento dela em evitar o ambiente exagerado e excessivo que eu esperava. Foi totalmente o contrário. Ela ajudou a criar um ambiente no qual parecíamos duas crianças no estúdio. Senti a mesma coisa quando trabalhei com Juliet. Ela era bastante… não quero dizer ‘esperta’, mas foi muito honesta quanto à música. Ela é bastante instintiva em compreender que a dance music vem de uma forma minimalista de trabalho, ao invés de exigir grandes quantias em dinheiro numa produção extravagante.
Passamos cinco ou seis semanas no meu apartamento, com o estúdio no andar de cima. Eu trabalhava em uma faixa da noite pro dia, e ela vinha depois pra gente brincar. Ela gravava melodias e eu tinha ideias, daí ela falava: ‘Beleza, vou pra casa pensar nisso’. Então, ela voltava no dia seguinte, com um verso de Hung Up ou o refrão de Sorry. Daí, eu continuava o trabalho em mais faixas pra manter o processo em andamento. Foi mais um ambiente fluido e quase infantil do que qualquer coisa mais séria.
As pessoas dizem que um álbum terá o som do momento que você vivia. Sei que, com esse álbum, tivemos momentos super produtivos, mas também foi divertido e natural. E acho que ficou perceptível.
É surpreendente que Madonna tenha uma forma tão simples de trabalhar. Eu esperava que ela entrasse com toda a comitiva e bancasse a diva, pelo menos um pouco. Bem, não me entenda mal… creio que, em vários momentos da vida, ela realmente é!