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‘Monstrinhos’ de Lady Gaga chamam Madonna de ‘louca’: ‘Não é tão legal’

A cantora Lady Gaga se apresentou na noite desta terça-feira (30) no Coliseo em San Juan, em Porto Rico, e o G1 conversou com os fãs da cantora na porta da casa de shows para saber mais sobre o fanatismo dos “pequenos monstros” (como Gaga costuma chamar seus admiradores) e sobre a suposta disputa entre ela e Madonna.

Madonna

Angel Gonzales, jovem de 17 anos de Porto Rico, comentou sobre Madonna e falou da importância de Gaga em sua vida. “Madonna é uma boa artista, mas às vezes fica louca… Ela não gosta de Lady Gaga”. Ele mostrou uma cicatriz na barriga por conta de uma doença que tem e contou que a cantora o ajuda nas horas ruins. “Gaga me fez mais forte e corajoso. Por isso estou aqui. Ela e o disco ‘Born this way’ são tudo para mim”.

A americana Arlene, 26, afirmou que saiu do Texas, sua terra natal, apenas para ver Lady Gaga em Porto Rico. “Ela é incrível, a única pessoa que defende os direitos dos gays. Já havia visto seu show e ela é inspiradora”. Arlene afirma não aceitar que Madonna diga que Gaga a copie. “Elas são diferentes. Gaga é totalmente pé no chão, muito próxima dos fãs. Madonna não é tão legal. Uma artista incrível, mas não gosto tanto dela assim”.

Madonna

“Ela não é só uma cantora, ela também quer que todos sejamos nós mesmos, sinto que ela com sua musica pode divulgar a mensagem do amor, de amar a todos sem julgar ninguém. Ontem, religiosos aqui protestaram por causa deste show. Supostamente ela é um mau exemplo para a juventude, mas para nós ela é perfeita”, afirmou o portorriquenho Alexis, de 21 anos. Seu amigo Gabriel, 24, que teve a sorte de ser chamado por Gaga poucas horas depois para subir ao palco, disse que a americana “é a voz” de sua geração.

As irmãs portorriquenhas Natalie Colon, 16, e Hilary Colon, 17, disseram preferir Lady Gaga a Madonna, embora não soubessem dizer ao certo o porquê. “Ela é a Lady Gaga. É linda”, disse Hilary, que em seguida afirmou não se importar com as supostas gordurinhas extras da cantora. “Eu a amo como ela é. Ela está sempre fabulosa, gorda ou não”.

Emoções e Arrepios de Madonna num cenário épico em New Orleans

“Há somente uma rainha, e é a Madonna!”, declara Nicki Minaj, fechando seu verso em “I Don’t Give A…”, do 12º álbum da Material Girl, MDNA.

Madonna MDNA TOUR New Orleans

Na noite de sábado,27, na Arena New Orleans, Madonna mostrou que tem razão. Seu cenário reuniu quase duas horas de muito drama e emoções, apresentando um material audiovisual suficiente para fazer valer a pena o ingresso de quase 400 dólares. Havia material hidráulico, fogo, lasers, palhaços dançarinos, contorcionistas, acrobatas, armas de fogo, vídeos quase políticos e discursos de voto e, claro, mais imagens católicas do que o Papa poderia destacar.

Em anos de Estrela Pop, o reinado de Madonna (2012 marca 30 anos desde o lançamento do primeiro single) faz dela a equivalente monarca à Rainha Vitória, em termos de longevidade. Na crítica do MDNA para a revista Slate, o crítico de rock Jody Rosen atacou e questionou como, aos 54 anos, Madonna ainda consegue, de forma audaciosa, tentar fazer o tipo de música dance-pop que mantém os fãs, com um terço da idade dela, na pista de dança até o amanhecer, sentindo como se seus segredos mais profundos estivessem sendo revelados pelas escolhas do DJ. Muitas divas de uma certa idade caem graciosamente no mundo das baladas, fato destacado por Rosen, se apoiando dignamente no poder de suas vozes.

É claro que Madonna não é uma cantora de primeira classe. Mas o objetivo nunca foi esse. O que a levou ao topo foi sua teatralidade, um lindo controle dramático de imagem e narrativa que fez dela uma das melhores atrizes do século 20, enquanto interpretava a si mesma. “A mensagem de Madonna sempre foi o poder”, destacou Rosen. “Não é algo que você perde com a idade”.

O show de sábado foi excepcional: exuberante, íntimo, perturbador, bem organizado e genuíno, tudo ao mesmo tempo. Com o perdão dos Von Trapps, como você resolve um problema como Madonna? (Resposta: não tem solução. Você simplesmente aperta os cintos e segue o fluxo.)

madonna neworleans2

Dentre as emoções, havia algumas desafinações. Uma, por que Madonna gosta de tocar guitarra, como fez em, pelo menos, três músicas no sábado? Duas, uma “Open Your Heart” reimaginada e apresentada com o trio tradicional basco Kalakan (que participou de várias canções) cantando e tocando no escuro, em tom medieval, foi uma ideia corajosa, mas parecia não haver sincronia, e mais, a voz dela parecia sem fôlego, nem força.

Durante “Gang Bang” (que inclui o refrão “Bang, Bang, te matei / Bang, Bang, atirei na sua cabeça), seguida por “Revolver” (que apresenta um verso de Lil’ Wayne e, na noite de sábado, incluiu um vídeo de Wayne elevando-se no palco, usando uma túnica Opus Dei assustadora), havia violência suficiente para um filme de horror de Hong Kong. A cantora e seus exército de dançarinos seguiram no palco repletos de armas; um clone de Tura Satana* (ver nota) lambeu a pistola de Madonna. Durante o intervalo, que mostrou a cantora numa representação de motel dos anos 50, meia dúzia de assassinos mascarados tentaram sequestrá-la. Com muitas armas, ela despachou todos com gosto. A cada tiro, um spray de sangue em alta definição jorrava no telão – mais e mais e mais. Depois de matar seu último criminoso, ela relaxou na cama do motel cenográfico, daí agarrou o “morto” e esfregou a virilha no rosto dele.

Como se não tivéssemos entendido, ela andou orgulhosa até a ponta da passarela, cantando “Morra, seu puto!”, e variações desse tema, o suficiente pra ficar desconfortável.

A Casa de Horrores não estava no fim. Durante uma “Papa Don’t Preach” abreviada, Madonna foi algemada e carregada por artistas usando estranhas e assustadoras máscaras animais; enquanto ela estava nos bastidores, dançarinos sem camisa e com máscaras de gás apresentaram contorções e simulando torturas repugnantes e bem realistas, com movimentos violentos, com o som de ossos sendo quebrados nas batidas de “Best Friend”. Cenas tremidas em preto e branco de um cemitério gótico foram exibidas ao fundo.

Depois do intervalo sangrento e teatral, Madge, misericordiosamente, se transformou numa dançarina de uniforme e pegou um bastão para uma versão clássica e animada de “Express Yourself”, acompanhada por uma banda em fila que pairou no ar até desaparecer. “Oh, yay”, meu amigo disse aliviado. “Vamos ter uma música feliz pra dançar”.

“Express Yourself”, com um vídeo de fundo cheio de bolos, donas de casa, personagens e marinheiros musculosos dos anos 50 foi um alto ponto do cenário por muitas razões: a fidelidade à gravação original, o alto valor de produção, a energia exagerada, e o reconhecimento dissimulado ao débito que os descendentes de Madonna têm com ela. No meio da canção, sem se perder, Madonna saiu de sua música e cantou um verso de “Born This Way”, da Lady Gaga, que é, musicalmente, inquestionavelmente similar a “Express Yourself”. Admiração mútua ou um puxão de orelha? De qualquer forma, os fãs se alegraram por dançar com dois ídolos, o velho e o novo, em um só.

Como uma prerrogativa de realeza, Madonna tomou suas liberdades. Uma pluralidade das músicas do show foi tirada do MDNA, mas o ápice do catálogo dela também foi representado, mesmo que o arranjo da maioria estava totalmente novo. “Like A Virgin” foi cantada de forma melodramática, lenta e triste, com Madonna envolta em um piano. “Justify My Love” tocou enquanto um batalhão de dançarinos vestidos de palhaços ameaçadores se apresentavam. “Holiday”, “Into The Groove” e “Ray Of Light” tocaram sob um montagem de vídeos antigos, zumbindo como um rádio buscando sinal.

Madonna chegou ao palco logo após as 22h30, embora muitos fãs chegaram perto das 20h, horário do ingresso. Contudo, não vi ninguém impaciente com ela. Enquanto seu DJ abria o show tocando “House”, os corredores da arena esgotada pareciam uma grande festa, com multidões de fãs fantasiados bebendo e se enturmando. Havia Escoteiros, Centuriões Romanos e Missionários Mórmons, um Papa, várias freiras, três Marias Antonietas (duas mulheres e um homem) e, claro, múltiplas homenagens aos visuais incônicos de Madonna, representados por ambos os gêneros. (A “cowgirl” da era “Music” num terno branco brigou com a clássica Madonna “Like A Virgin” pelo título de “Mais Popular”.)

Partes do cenário de Madonna eram genuinamente aterrorizantes. Partes eram apaixonadamente transcendentes. Outras, poucas, eram confusas. Ela nos assustou demais, nos emocionou loucamente e provocou de formas que muitos artistas do nível dela nem se atrevem.

Conforme a própria cantora reconheceu, com elogios às fantasias da plateia, é difícil derrotar Nova Orleans numa noite de sábado de Halloween para um show muito bom. Mas, facilmente, Madonna fez exatamente isso. A Turnê MDNA deve ser eternizada.

Review do jornal Greater New Orleans.

Nota: Tura Satana foi uma atriz e dançarina exótica nipo-americana. Referência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tura_Satana

MDNA Tour: Madonna ao vivo – Pop, Política e Poder

Madonna

DENVER, EUA, 26 DE OUTUBRO

Muitos boatos têm sido ditos nas últimas semanas sobre o lado negro, por assim dizer, da turnê “MDNA” de Madonna. E, de fato, há momentos brutais nas duas horas do show. O primeiro segmento, que inclui as novas músicas “Girl Gone Wild” e “Gang Bang”, mostra Madonna massacrando um grupo de assassinos mascarados com uma arma falsa e respingos de sangue ao longo da enorme tela.

“Bang, bang / Te matei / E não me arrependo”, ela sussurrou sobre a lenta batida. O banho de sangue em alta definição fez a multidão do Toyota Center gritar. E tem mais: ela está politizada! Ela canta várias canções novas! Ela apoia os direitos dos homossexuais! E a banda punk feminista Pussy Riot!

“Qual é o problema, você não gosta da minha bunda?”, Madonna perguntou depois de um “strip-tease” em “Human Nature” revelar “Obama” estampado ao longo de suas costas e receber algumas vaias (mas os gritos venceram no final).

“Não subestimem a Democracia”, ela disse à multidão. “Continuo dizendo isso, e vou dizer aonde quer que eu vá. Precisamos apreciar o que temos. Não me importo em quem você vote, mas vote!”.

Mas o imperdoável (pelo menos àqueles que ainda não foram a nenhum show) é o horário de início. Madonna entrou no palco por volta das 22h45. Atrasada, pra ser exato, mas é algo comum se você já a viu em turnês recentes. O DJ/Produtor Martin Solveig abriu o show e foi acompanhado por David, o filho mais novo de Madonna. Poucas pessoas pareceram se importar com a espera.

Na verdade, foi divertido assistir à parada da moda pré-show: perucas rosas e roxas, pulseiras e laços da era “Virgin”, muitas penas e couro, até mesmo ombreiras de futebol cobertas em paetês. Havia faíscas e calças justas e muita maquiagem (grande parte nos garotos). Mais de 2 milhões de fãs terão visto a turnê quando ela chegar na América do Sul, e a atmosfera de festa só vai somar a todo o esplendor.

O show começou em meio a um redemoinho de fumaça e cânticos, com dançarinos vestidos de monges e gárgulas congregando. Madonna apareceu, armada, com a tensão provocante de “Girl Gone Wild”. Elevadores iam pra cima e pra baixo. Imagens piscavam na tela. Daí, a violência, que seguiu a um segmento igualmente nefasto apresentando “Papa Don’t Preach” e “Hung Up”. Mas foi menos “vida real” e mais Russ Myers (ver nota), com Madonna como a perfeita heroína/vilã vestida de couro.

Ela estava em forma e dançando muito, muitas vezes de salto alto, quase em todas as músicas. O show é feito para o Pop em cada ângulo, quase sem intervalos. Uma montagem angustiante preparou “Nobody Knows Me” (do álbum “American Life”) e apresentou dedicatórias a adolescentes gays levados ao suicídio por “Bullying”, incluindo Asher Brown, que frequentava a Hamilton Middle School no Distrito Escolar Independente Cypress-Fairbanks.

Muitos artistas inferiores já passaram pela mesma arena, mas nenhum mostrou a mesma combinação de confiança, carisma e atitude de Madonna.

De muitas formas, a Turnê MDNA é um estudo de contrastes. A abertura frenética abriu espaço para uma sequência radiante e alegre que incluiu uma combinação inteligente de “Express Yourself” e “She’s Not Me”, de Madonna, com “Born This Way”, de Lady Gaga. (Malícia é um pré-requisito pra ser Diva, especialmente com um golpe tão óbvio.) A dançarina Madonna foi acompanhada por bateristas retumbantes, no palco e suspensos no ar, durante “Give Me All Your Luvin'”, e foi impossível não se contagiar no palco primoroso.

O trio de folk Basco Kalakan trouxe um talento cigano para “Open Your Heart”, que apresentou uma participação do filho Rocco, de 12 anos; e “Masterpiece”, a única balada do show, um destaque sincero. “Vogue”, ainda uma perfeição pop, permaneceu virtualmente intocada. Mas “Like A Virgin” foi transformada numa triste valsa.

O trecho final foi repleto de Majestade Pop, da batida disco de “I’m Addicted” à iluminada, animada, entoada pela multidão “Like A Prayer”. A última música “Celebration” foi simplesmente isso – uma tampa efervescente para uma noite de amor, morte, redenção e liberdade de expressão.

(Nota: Russ Myers foi um diretor de cinema e fotógrafo americano conhecido principalmente por ter escrito e dirigido uma série de filmes de baixo custo de exploração sexual, que apresentavam sátiras maliciosas e atrizes com grandes seios.) Joey Guerra

Review do jornal Chron Houston.

Show de Madonna não decepciona “gay-friendly” em Phoenix

MadonnaSe você tinha suas dúvidas sobre a simpatia gay da área de Phoenix, sua opinião mudaria rapidamente se estivesse presente no concerto de Madonna na quarta-feira, 16 de outubro, no EUA Airways Center, no centro de Phoenix, Arizona.

O show de Madonna estava marcado para começar às 20:30, mas começou um pouco depois, em seguida ao DJ que tocou algumas músicas da rainha do pop. Sua atuação durou pouco mais de uma hora. A multidão irrompeu em aplausos logo após 22:20 quando a gigante cortina “Madonna” desceu revelando o palco por inteiro. As luzes da casa apagaram-se às 22:29 seguido de mais aplausos. Essa foi a deixa para Madonna subir ao palco às 22:30h, com um tema gótico / religioso. Uma luminária gigante para simbolizar incenso era empurrada para baixo bem na frente do público por “monges” vestidos de vermelho.

Lady Gaga fez uma aparição no show de Madonna. Logo após 23:00, Madonna desferiu um golpe contra Gaga enquanto cantava Respect Yourself (Nota do tradutor: na verdade é Express Yourself) intercalando com a letra de Born This Way, da Gaga.

Madonna deu o tom político depois de quase uma hora de show, quando declarou que Obama havia vencido o debate presidencial daquela noite.

Ela disse à multidão que amava até mesmo os republicanos. “Eu sou uma democrata. Mas eu amo você que não é (democrata), porque pregamos tolerância “, disse a diva.

Madonna também fez uma declaração dramática contra o bullying. Ela mostrou o nome AMANDA escrito nas costas. Ela explicou que foi em homenagem à menina canadense de 15 anos, Amanda Todd, que cometeu suicídio por causa de um bullying antigay sofrido pela jovem. A estrela também atacou o terrorismo. Mais tarde, mostrou slides de jovens que cometeram suicídio por serem gays.
Ainda fazendo alusão ao barulho político que causou na Rússia, a diva depois brincou com membros da audiência, “Conseguir um quarto de hotel para rapazes. Você pode até ser preso por isso na Rússia. “Mais tarde, ela acrescentou: “Não há demonstrações públicas de afeto entre os caras a menos que eu estou envolvida.”

Como ficou evidente no show de Madonna, Phoenix tem uma enorme população gay. Para o viajante gay, Phoenix é um dos segredos mais bem guardados dos EUA. A cidade tem de tudo. É claro, querido, que nós temos alguns dos melhores resorts do mundo. Além disso, Phoenix tem uma vida noturna LGBT vibrante e todas as atrações culturais de qualquer outra grande cidade. A Secretaria de turismo da cidade, aliás, mantém uma seção em seu site oficial para receber os visitantes gays.

A cidade também oferece algumas belezas naturais fora de seu centro urbano. Por exemplo, antes de participar do show de Madonna, este repórter foi para uma visita à um deserto a menos de uma hora fora da cidade com a empresa de turismo Green Zebra Adventures. Com os “Tom Cars”, desenvolvidos pelo exército israelense, o Green Zebra leva grupos em excursão de dois por carro sobre terreno acidentado, por aqueles cactos gigantes que você vê nos filmes e que são o símbolo do Arizona. O passeio também passa o Rio Verde, onde você provavelmente vai ver alguns dos mustangs selvagens que descem rio abaixo em busca de água fresca.

Para os viajantes homossexuais, Phoenix é rica em opções de hotéis. O mais gay-friendly é o Hotel Palomar (que tem como referência os Hotéis Kimpton em San Francisco) e fica do outro lado da rua do US Airways Center. Há rumores de que a diva se hospedou nesse hotel. Como é típico dos Hotéis Kimpton, a propriedade é de primeira e Madonna se acomodaria muito bem lá. O Hotel Palomar também está convenientemente localizado no centro da cidade, no bairro mais novo da cidade, o City Scape.

Se você não se importa de estar longe do centro da cidade, um dos resorts ao sudoeste mais exclusivos fica em Phoenix. O histórico do Arizona Biltmore Hotel Resort é onde alguns dos líderes mais poderosos do país se reuniram para ficar longe de tudo, enquanto desfrutavam do sol que fez Phoenix famosa. A propriedade também é muito gay friendly e tem um fiel público gay.
Se você não acha que pode obter uma boa dose de cultura em Phoenix, pense novamente. O Museu Heard localizado no centro mostra a cultura indígena americana. O mais novo museu de Phoenix é o Museu dos Instrumentos Musicais. Foi fundado pelo CEO (Chief Executive Officer) Bob Ulrich e abriu suas portas em abril de 2010.

Indo à Phoenix não deixe de visitar o centro de Tempe. Claro, Tempe é o lar da Arizona State University e sem dúvida a universidade ajuda a contribuir e muito com a vibrante vida local. A rua principal de Tempe é a Mill Street (Rua do Moinho), pois antes de ser uma cidade universitária, era uma cidade industrial. Agora é uma das cidades mais tranquilas do Arizona. Lojas de luxo, de moda e restaurantes pontilham seu centro. Você pode usar a linha de metrô a partir do centro da cidade de Phoenix para Tempe poucos minutos. Tempe claro, é também muito gay-friendly. Um se seus ex-prefeitos é Neil Giuliano, ainda mantém uma residência lá.

Vizinho a Scottsdale, é a casa do San Francisco Giants durante seu treinamento de primavera. Também é muito gay-friendly e é a casa do marco gay bar BS, que está no coração da cidade velha da cidade. Scottsdale é também a casa do popular Hotel Valley Ho e do famoso Scottsdale Fashion Square o shopping mais famoso do Arizona.

The Examiner

Madonna se politiza e mostra a bunda para multidão em Los Angeles

By Randall Roberts – Los Angeles Times Pop Music Critic

Mais um review da passagem de Madonna por Los Angeles com a MDNA World Tour.

Madonna

Contorcionistas humanos se fantasiaram com asas. Monges de túnicas e padres misteriosos cantando em voz baixa. Tiroteios em hoteis decadentes. Assassinatos cheios de drama, com sangue derramado numa tela do tamanho de um outdoor, além de um giratório guerreiro ninja Nunchuku.

Estes dramas musicais e o retorno em destaque da cantora pop Madonna a Los Angeles na noite de quarta-feira (10/10), onde ela apareceu no Staples Center para o primeiro de dois shows em divulgação ao álbum MDNA.

E esse foi apenas o primeiro ato.

Por várias vezes, no segundo e terceiro atos, ela levou uma bateria flutuante que tocou enquanto se pendurava nas vigas de suporte, girou um cassetete em uníssono com os dançarinos/líderes de torcida e confortou uma tropa de dançarinos soldados com um violão acústico, violino e a batida de Masterpiece.

Ela flutuou num carro cromado sobre o palco e arrastou-se numa escada próxima ao público, apertando a mão de um fã. A energia alegre que iluminou o rosto de um homem de meia idade enquanto Madge olhou fixamente pra ele impulsionou o Staples Center.

Certamente! Ela é Madonna e ninguém faz isso melhor. Nem Lady Gaga, Katy Perry, Britney Spears, Ke$ha, Rihanna, Christina ou qualquer estrela pop de outras gerações que usaram como modelo os shows detalhadamente montados, as coreografias, os projetos artísticos e os espetáculos. Algumas delas podem ser cantoras melhores ou mais acrobáticas, ou até oferecer ingressos mais baratos – assentos bons custaram mais de 300 dólares – mas ninguém se provou tão adepta na entrega de um bom espetáculo como Madonna.

Uma evidência: o modo sugestivo no qual ela incorporou o refrão de Born This Way, da Lady Gaga, em Express Yourself. Apresentada tanto como uma provocação e como uma ponte de gerações, o gesto personificou as formas com as quais Madonna adotou suas crias pop, o que deve ser ressaltado, já que o álbum divulgado é um dos mais desafiadores da carreira. Um esforço em vão de continuar sua dominação das paradas competindo com artistas que têm metade da idade dela, a abordagem pareceu um pouco desesperada.

Ela encheu o show com faixas do MDNA, com as cinco primeiras músicas acrobaticamente coreografadas com inspiração em filmes policiais. Daí, o drama cresceu, em suas seduções musicais e nos intervalos.

E, como de costume, ela deu um sermão, desta vez focado na banda russa Pussy Riot e no recente tiroteio a uma garota paquistanesa de 14 anos, Malala Yousafzai, supostamente pelos Talibãs. Ela protestou com a voz e, com a música, chocou e impressionou.

Rolando no chão durante Human Nature, ela tirou o sutiã e virou de costas pro público. Com muita sedução, baixou as calças para revelar a bunda e, um pouco acima, o nome Malala.

Os sucessos continuaram muito bem organizados. Vogue foi executada em preto e branco; I’m A Sinner mostrou Madonna tocando guitarra numa versão mesclada como música indiana; Like A Prayer apresentou um coral de 30 pessoas formado pelos dançarinos que, ao longo da noite, mostraram força e agilidade.

Combinada, a Rainha do Pop entregou um grande espetáculo, com quase duas horas de uma performance ridiculamente alegre. Não é de estranhar porque os ingressos foram tão caros. Foi um negócio sério que exigiu muita mão-de-obra (sem camisa e muscular), além de muita energia feminina e misticismo.

VÍDEOS

Madonna surpreende a plateia de Los Angeles com show espetacular

Madonna

THE EXAMINER: Nota para Madonna  no Staples Center – 5

Madonna está vindo para Las Vegas neste fim de semana. Se você ainda não comprou seu ingresso, vai perder um dos concertos mais espetaculares e teatrais já produzidos. O  desempenho da MDNA Tour noite passada no Staples Center, em Los Angeles,  não só reafirma a posição de Madonna como ícone gay supremo, como também mostra que ela não é uma artista antiga ou ultrapassada e sim que ela está mais relevante do que nunca.

Controvérsia

A controvérsia em torno deste show tem sido muito exagerada. A divulgação das fotos do show significa, muitas vezes, que elas foram mostradas fora do contexto. As armas eram apropriadas para uma metáfora sobre a vida de Madonna. O exibicionismo não era um pouco sexual, e sim, a maneira que Madonna encontrou para afirmar o seu poder e dar um basta ao sexismo e preconceito de idade.

A controvérsia sobre o setlist é válida, já que o show tem demais no MDNA, seu álbum mais recente, que é um disco mediano e não merecia estar em quase metade do espetáculo.

Escuro

O início do show foi muito escuro. Madonna abriu com uma temática religiosa em “Girl Gone Wild”, e logo depois “Revolver”, com acrobacias incríveis e armas atirando. Ela, então, entrou em “Gang Bang”, que teve sangue respingado, linguagem chula, etc. Foi mais cômico do que qualquer outra coisa e o público pareceu não se incomodar.

O destaque da primeira parte foi “Hung Up”, em que Madonna foi arrastada para uma “slackline” (linha bamba ou corda bamba, na tradução literal), por pessoas representando demônios. Ela andou sobre as cordas, simbolizando que há uma linha tênue entre o céu e o inferno.

Emocionante

A segunda parte do show começou com “Express Yourself” e mostrou Madonna no discutível uniforme de majorette. Parece horrível nas fotos, mas funciona muito bem ao vivo. Ela cantou um pedaço de “Born This Way” da Lady Gaga e também de “She’s Not Me”, do álbum “Hard Candy”. Felizmente, este não foi um ataque desesperado contra Mother Monster; pareceu muito mais como um tributo, com Madonna dizendo que elas não são a mesma artista e que as pessoas deveriam parar de compará-las.

Político

Antes de cantar seu hit “Holiday”, Madonna teve tempo para conversar com o público sobre os direitos dos homossexuais. Isso trouxe lágrimas aos olhos de muitos homens gays na plateia que foram abandonados por amigos, família, etc. só por causa de sua sexualidade. Os direitos dos homossexuais podem ter melhorado nos últimos dez anos, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

Madonna também falou sobre a adolescente Malala Yousafzai, que foi baleada por membros do Taliban por reivindicar melhores condições de educação em seu  blog. As lágrimas correram pelo rosto de Madonna e o público ficou tocado por ver que ela  realmente tem qualidades humanas.

Ao contrário de uma Virgem

A única parte ligeiramente desanimada do show foi quando Madonna cantou “Like a Virgin” como um número de cabaré barato. Várias pessoas na plateia aproveitaram para ir ao banheiro ou foram pegar uma bebida, mas ela recebeu muitos aplausos calorosos ao terminar o número. Mas a coisa mudou quando ela cantou “Love Spent” do álbum MDNA, logo depois.

Like a Prayer

O penúltimo número no show foi “Like a Prayer”. Este tem  sido a desempenho mais destacado a cada apresentação de Madonna. Foi muito alegre, espiritual e levou todos a dançar. Todos foram totalmente tomados pela emoção. Este foi o ponto do show onde Madonna ficou mais conectada com o público.

A apresentação final da noite foi “Celebration”, que contou com uma  incrível iluminação e números de dança bem loucos. É comum, muitos na plateia saírem durante a última música. Esse não foi o caso com esta canção, embora seja possível que alguns já esperassem algum tipo de bis.

Conclusão

Lady Gaga, Kesha, Rihanna e Katy Perry podem até ser mais legais para a geração mais jovem do que Madonna atualmente é, mas o show da noite passada demonstrou quão à frente dessas artistas Madonna ainda está. E o reinado da Rainha Pop acaba de ser prorrogado.

CRÍTICA: Por que Madonna ainda é importante?

Madonna 30 anos - carreira e marketing

Madonna é, para melhor ou pior, considerada (bem ou mal) como a Rainha do Pop e, ao contrário da crença popular, o título faz com que seus braços com veias movam-se da esquerda para a direita em trajes de líder torcida. Ficamos com a sensação muito real quando se olha para Madonna em 2012 que percebemos em todos os sentidos que ela atingiu o ponto final da década de 1980. Quando, mais uma vez, ficamos sem palavras para definir a velha ‘Madge’, uma única frase vem à mente: “Ela literalmente conseguiu.”

Ela é, no entanto, a mesma Madonna que chega a San Jose para as apresentações de duas noites no HP Pavilion, em 06 e 07 de outubro. E da mesma forma que a advertência dos pais não surtam mais o efeito que já surtiram como nos anos 80, Madonna permanece cimentando o seu lugar na cultura pop e ainda faz barulho por onde passa.

Em honra da chegada da rainha, uma coisa deve ser lembrada (apenas uma) para realmente entender o que exatamente Madonna representa no vazio da cultura contemporânea. Porque, como é provável que você esteja lembrado, muitas vezes a própria Madonna abriu as portas para muitos jovens com vaginas e seu desejo de cantar.

A porta também é muitas vezes deixada entreaberta para a bajulação e imitação (válida ou não, e só para lhe atualizar, Lady Gaga, também está vindo à San Jose, em 17 de janeiro), mas as comparações parecem discutíveis: Nunca haverá uma “nova Madonna” porque nunca haverá novamente um momento como aquele, quando Madonna entrou em destaque. Ela é tão puramente o subproduto de sua época que as discussões sobre originalidade são quase totalmente sem fundamento.

Por exemplo, acreditem ou não, Zers Gen* (Geração Zero – em tradução literal), houve um tempo em que a apropriação irônica de imagens religiosas na verdade era um grande negócio. E como para algumas pessoas isso realmente importava, como em afiliadas da Igreja Católica que verdadeiramente protestavam. Agora é só uma chatice induzida (pelo menos no Ocidente), com todos usando uma cruz de cabeça para baixo como uma forma de fazer algum tipo de protesto.

Mesmo Madonna ainda usando esses velhos temas; sua atual MDNA Tour apresenta uma catedral e alguns arrulhos sagrados que pode ser mais o resultado de má acústica do que intenção estética. De qualquer forma, Madonna (cujo nome permanece como uma espécie de profecia auto-cumprida) foi uma das primeiras a realmente mexer com todos os que amam esse cultura hippie de “chinelão e cabelos compridos desleixados”.

É verdade, ela não estava sozinha. A década de 1980 foi o momento em que as desprezadas crianças católicas cresceram e começaram a colocar seu ressentimento religioso em sua arte (Bruce Springsteen completamente, The Cure, talvez, em parte). Mas Madonna fez primeiro e fez melhor, e literalmente não parou de fazê-lo, mesmo quando foi louvada e isso poderia fazê-la calar-se.

Ela estava em todos os lugares, ou seja, em qualquer coisa hedionda que tenha os anos 80 como tema que você já tenha visto. Entrar e encher os olhos no binário impressionante: luz neon para os homens; eclética mistura para as mulheres. A estética de misturar todos os estilos de moda que acabou se transformando em seu próprio estilo foi pelo menos parcialmente construída pela estrela pop.

Eu gostaria de dizer também que a palavra “estrela” (star) na frase anterior foi auto corrigida para “armazenar”(store), e se isso não lhe diz tudo o que você precisa saber sobre o estado atual e natureza intrínseca do pop e da música e da cultura , então eu não sei o que o faria.

No entanto, juntando cerca de 300 anos de Madonna (acho que houve um erro de digitação e na verdade ele queria dizer 30. Ou também pode estar fazendo uma alegoria de que seus 30 anos de carreira equivalem a 300), na verdade, se torna difícil, pois Madonna foi realmente a primeira estrela pop a nascer simplesmente como uma série de imagens e idéias mais do que qualquer catálogo singular de músicas ou vídeos ou esforços de cinema, ou mesmo um próprio perfil de relacionamentos.

Seus elementos mais marcantes são as escolhas de fotografias tiradas por Richard Avedon e similares, enquanto ela foi feita como Marilyn, vestida de Jean Paul Gautier, tiradas muitas vezes em preto-e-branco e com um sentido similar de minimalismo aplicado a sua própria mitologia: menina de Detroit foge para Nova York no auge da fusão da arte, moda, música e energia, e as façanhas da menina punk e pop foi dominar essa cultura com efeito. Esta é a história de Madonna, e isso realmente importa se foi divulgado e perpetuado pela própria?

Ninguém cuidou mais dessa imagem destinada a sustentar-se por cerca de 30 anos mais do que Madonna. Ela sempre foi obcecada por estar alguns passos à frente. Essa tática se aplica a sua música, pois ela é quem mais tem feito uma carreira localizando os sons que saem dos becos mais obscuros e colocando-os nas rádios cerca de seis a nove meses antes que eles realmente se tornem grandes sucessos (pense no New York clubhouse, no movimento Vogueing;  e na house music eletrônica de “Ray of Light”).

A coisa sobre constantemente reinventar-se é que, em um certo ponto, você não está mais ajudando a definir a cultura, mas apenas lutando para permanecer relevante nela. Superficialidade é adotada como parte da lente pós-moderna. Mas o legado de Madonna está enraizado em uma crença genuína de que esses elementos têm sua importância. E quando o seu legado é mexer com a sociedade, o que é devido à provocação de um artista e o que é devido à sensibilidade inata do público? Madonna foi realmente brilhante na forma como ela abordou temas tão tabus como sexo e homossexualidade, ou foi numa época em que a América estava totalmente fechada, sem ouvir nada, que facilmente poderia ser provocada?

Difícil dizer com certeza, mas é mais difícil dizer se isso importa. Como uma estrela pop que gosta de abordar o exagero e a distração como elementos vitais do que ela vagamente chama de “sua arte”, Madonna conseguiu criar em si mesma uma imagem de como ela quer ser vista, mesmo (ou talvez especialmente) agora. Dessa forma, ela sempre se posicionou como uma estrela pop para ser desconstruída em uma série de motivos e idéias, um esboço vago do que a década de 1980 deve ter sido, até mesmo para as pessoas que podiam jurar que a conheciam.

METRO ACTIVE – ROD BASTANMEHR (Obrigado a Jorge Luiz pela tradução)

Madonna entrega uma alta dosagem de MDNA na Key Arena em Seattle

Por Gregory Franklin, para o Seattle Weakly

Madonna

Descrever a atual turnê de Madonna em um amontoado de palavras é mais ou menos como ser solicitado para descrever a história da sua vida em detalhes para um estranho. Existem tantos momentos de minúcias e detalhes maravilhosos que acabarão tendo que ser explicados em uma recapitulação posterior que a tentativa é, desde o início, inútil. O set de 135 minutos de Madonna foi uma aula master em “Arte da Apresentação Profissional”, e não houve um segundo sequer dele onde não nos sentíssemos envolvidos por inteiro, direcionando nossa atenção aos tais detalhes meticulosos, me parece trágico dar um parecer geral dos mesmos. Com isto em mente, aqui vou eu, tentar explicar o que vi nesses 135 minutos que passei na Key Arena na última terça-feira (2 de outubro) a noite.

Madonna sempre foi uma agregadora intensa de cultura pop. Algumas a chamariam de criadora de tendências ou de pioneira; outros diriam que ela usa a cultura como um figurino. Independente de qual lado da cerca você se encontre, é impossível negar sua imensa influência, e ver tudo isso em uma experiência concentrada e ininterrupta foi intensamente inspirador e simultaneamente chocante. Jogue tudo que você sabe/sente sobre religiões, espiritualidade, sexualidade, política, moda, amor, medo e a condição humana em geral dentro de um liquidificador, junto com um iPod bem estocado e você terá uma boa ideia da história caótica que Madonna está tentando contar em sua MDNA tour.

Isso não quer dizer que o caos não é bem-vindo ou não é planejado. Chegar perto de uma arena de shows é muito parecido a ir às festividades do 4 de julho; se tudo for feito de maneira correta, será algo alto, brilhante e você se encontrará processando tudo aquilo por um bom tempo. Você está ali para o espetáculo, para o bombástico, pela oportunidade de ver algo maior que a vida, e tudo que diz respeito a MDNA tour tem a obstinação de preencher todo o seu periférico até o ponto de ter seu processador sobrecarregado, derretido.

O show já começou de maneira suficientemente bela, com monges moicanos entoando uma melodia assombrosa (enquanto gárgulas aladas tomam suas posições em cubos de LED que sobem e descem do gigantesco palco) e um turibulo fumegante gigante balança, espalhando incenso pela multidão. Estamos sendo abençoados ou perdoados? Telas de vídeo aparecem ao fundo, mostrando uma enorme cruz adornada com o MDNA e o fundo de uma catedral antiga, cuja natureza sombria, rica e pontiagudaparece ter saído de alguma peça de Alexander McQueen. Por trás das telas, as luzes são posicionadas de forma a parecer que raios de sol vazam por entre as frestas. Madonna entra na arena, rezando, antes que os vidros jateados das telas ao seu redor se quebrem de maneira alta e dramática, espalhando-se pelo chão e oficialmente dando início ao espetáculo. Nunca querendo se esquivar de suas controvérsas, Madonna pula da sala de oração vestida com uma burca e segurando uma metralhadora. A sutileza tira folga quando Madonna está na cidade.

Apesar do repertório ter sido moldado para o material mais recente, o álbum MDNA, mais do que alguns fãs gostariam, foi difícil pelo menos se preocupar em ouvir as músicas favoritas quando cada segundo deste mesmo repertório foi visualmente impactante. Em “Revolver”, Madonna nos lembrou de seu contínuo gosto por chocar. Aparecendo no cenário de um motel sujo em “Gang Bang”, vários intrusos (dançarinos arrepiantemente coreografados) se arrastam para seu quarto para encontrarem a morte horrenda pela pistola de Madonna e ela rindo satisfatoriamente enquanto as gigantes telas de LED que preenchem o fundo do palco são preenchidas com um vermelho sangue vivo. Uma dica bastante saudável das menções a cerca de Quentin Tarantino, assim como um lembrete que esta não seria uma viagem rápida pela Candy Land.

Dito isso, vale dizer que Madonna não foi destrutiva o tempo todo. Em “Express Yourself”, Madonna estava estonteantemente doce. Entrando com sua tropa e com algumas projeções fantásticas inspiradas na arte gráfica pop de Roy Lichtenstein, que ficam pipocando e girando o tempo todo, Madonna parecia que estava entregando o bastão para qualquer atual ou futura cantora pop para ao menos TENTAR ser ela. Uma banda de desfile entra no meio da música, com um exército de bateristas suspensos por fios por cima do placo, flutuando por sobre a multidão, tocando como se fosse uma coisa absolutamente normal estar a 100 pés do chão. Não é grande coisa, certo? Tudo isso para ser sutilmente danado, pois Madonna coloca “Born this Way” de Lady Gaga no meio de “Express Yourself” (elas são basicamente a mesma canção) no que pareceu algo como um cumprimento amigável para Gaga, até que ela termina a canção com um desafiante “She´s Not Me” (ela não sou eu – faixa do álbum anterior, “Hard Candy”, de 2008)

A narrativa do show foi solta e dispersa, com Madonna ascendendo do inferno ao céu, passando por uma chuva de cápsulas de projéteis, indo de canções antigas (“Open your Heart” com o trio Basco Kalakan nos vocais na percussão e mostrando seu próprio filho de 12 anos Rocco Ritchie como dançarino) da lenta e tocante canção de amor “Masterpiece”, antes de se jogar ao desfile art-deco de “Vogue” e à orgia andrógena e contorcionista de “Candy Shop”.

Até mesmo os clássicos de Madonna foram refeitos, com “Like a Virgin” se tornando uma esparça e lenta peça acompanhada pelo piano, virando a música de uma celebração ao relacionamento para uma desesperada e piedosa balada sobre uma indestrutível co-dependência. Junto com algum dos momentos mais sombrios, os segmentos criativos dos dançarinos (obviamente de certa forma inspirados pelos Jabbawockeez ) foram mais do mesmo, mas mais focados em elementos de auto piedade; “Erotica” teve uma trupe de aterrorizantes palhaços em volta do filme noir da cobertura de Madonna, e os gráficos pop de “Nobody Knows Me” remeteram às armadilhas da fama, como também fizeram um tocante tributo à crianças que (presumidamente) morreram devido a atos de bullying.

A sequencia de “I´m a Sinner” e “Like a Prayer” mostraram a Madonna clássica no seu melhor, mandando lembranças ao misticismo ocidental dos Beatles enquanto abraça a vida selvagem e convidando depois um coral de 35 membros para o palco para uma grande e celestial apresentação. Foi hilário (se não um pouco já esperado) continuar seu papel, mostrando sua atuação 2012, estando confortável em sua própria pele, versus a sua luta nos anos 80 com sua culpa católica. Ao invés de uma ascensão literal ao céu, Madonna ascende para um clube de dança inspirado em Tron para “Celebration”, trazendo uma tropa de dançarinos inspirados em DJs e transformando a Key Arena em uma pulsante nave espacial pronta para entrar em órbita. Espero que eles tenham caixas eletrônicos no espaço, porque algo me diz que viajar com Madonna não vai ser nada barato.

NOTA: Se suas interações gentis com a audiência servem de indicação, seus tempos de sotaque britânico falso parecem ter chegado ao fim. Ela também cantou (ao vivo) a maior parte do show. Ela se desculpou por sua garganta arranhada (culpando Vancouver e sua imensa nuvem de fumaça de maconha na noite anterior) e fez um trabalho admirável sendo uma líder de gang e cantora. Claro, houve alguma nota falha aqui ou ali, mas eu me sinto melhor sabendo que uma pessoa (e não uma faixa pre-gravada) está manejando o microfone nos shows de Madonna.

NOTA 2: Por mais que eu queira fazer piadas a respeito dos braços de Madonna (os famosos “scaryarms” em inglês – Nota do Tradutor) e não as tenho. A mulher estava absolutamente incrível.

Setlist do show:
Gregorian Chant Intro
Girl Gone Wild
Revolver
Papa Don’t Preach
Hung Up
I Don’t Give A
Heartbeat (Interlude)
Express Yourself/Born This Way
Give Me All Your Luvin’
Turn Up The Radio
Open Your Heart/Saggara Jo (Kalakan)
Masterpiece
Justify My Love (Interlude)
Vogue
Candy Shop/Erotica
Human Nature
Like A Virgin
Love Spent
Nobody Knows Me (Interlude)
I’m Addicted
I’m A Sinner
Like A Prayer
Celebration

Tradução: Gustavo Espeschit, em 03/10/12

Vídeo

Fotos (clique nas imagens para ampliá-las)

Chicago: “Show de Madonna no United Center cheio de flash e bajulação”

Madonna se apresentou na noite desta quarta e quinta-feira com o MDNA Tour no United Center, em Chicago. Ela fez a alegria dos fãs ao cantar na noite de ontem, após “Like A Virgin”, “Love Spent.” Ainda teve novamente “Holiday.”

Esta crítica foi escrita pelo jornal “Chicago Sun-Times” por Thomas Conner. Ele mostra todo conservadorismo do Estado de Illinois de uma mídia bem conservadora e partidária, então não tem como falar bem de Madonna não é? Lembre-se que estamos em epoca de eleição nos EUA e lá as coisas sao bem mais acirradas por aqui. Madonna apoia o Obama que é Democrata, a linha mais liberal da disputa, e um jornal que segue a linha republicana nunca iria elogiá-la.

Madonna
No início dessa semana, Madonna provocou um pequeno rebuliço com uma leve cortada a Lady Gaga, se referindo a ela durante um concerto e adicionando: “A imitação é a mais sincera forma de elogio.”

Quarta-feira à noite, no Chicago United Center, o primeiro dos dois concertos lá essa semana, Madonna novamente soltou o refrão de “Born this Way” da Gaga no meio do refrão da sua “Express Yourself” – com certeza que são parecidas – mas continuou sem nenhum comentário. Bom, quase. Ela cantou um pouco de “She´s Not Me” no finalzinho.

Soa como uma paranoia maldosa da inigualável rainha do pop, como se a Material Girl – o 1% se é que já existiu – tivesse adotado o novo slogan Republicano ( “Nos o construímos” ) e seu falso senso de um individualismo grosseiro. Madonna abriu espaço para as mulheres do pop durante os anos 80 e pode facilmente justificar seu amor ao redor do mundo, mas o seu sucesso é uma verdadeira colcha de retalhos barata, uma síntese inteligente do melhor entre os melhores. O show de quarta só veio aumentar a longa lista de filmes e de artistas que ela mesma elogia com imitações.

Na verdade, a abertura do concerto de duas horas – cheio das projeções usuais e pesados hoofings, com um simbolismo religioso e exibicionismo gratuito – encontra a megastar da Geração X, agora com 54 anos, encenando cenas violentas como se estivesse atuando em um filme de Tarantino ( ou seria em um de seu ex-marido Guy Ritchie? ). Quebrando uma janela de igreja e carregando uma metralhadora, Madonna e sua legião de dançarinos se jogam em várias cenas violentas, que incluem apontar armas para a multidão várias vezes e desaparecer no meio de sequestradores – seu sangue espirrando nas telas de projeção – enquanto canta “ Quero vê-lo morrer, de novo, e de novo, e de novo.” ( Gang Bang )

Tirando as suas táticas chocantes baratas, não é exatamente a coisa mais agradável de se assistir ao final deste verão em específico aqui em Chicaco.

Em uma declaração anterior, Madonna descreveu sua MDNA Tour, que promove seu novo album (altamente criticado, apesar de que eu não o detestei) como “uma jornada da alma da escuridão até a luz”, assim como “parte espetáculo e, em alguns momentos, uma performance artística intimista.” A produção do nível Broadway aparece sim, eventualmente, apesar de ser desprovida de arte e mais próximo do espetacular. Monges e seus mantos rapidamente se transformam em rapazes sarados sem camisa (Girl Gone Wild), líderes de torcidas e pequenos tocadores de tambor fazem sua parte (Give Me All Your Luvin’). Existe o cross-dressing e dança de mãos (Vogue) e tudo termina num momento “Tron encontra Tetris”, sinta-se bem e dance (Celebration).

Os melhores momentos portanto estão no meio do show, sem toda a parafernália. Ela canta “Turn Up the Radio” sozinha e um microfone na passarela tocando sua guitarra, nada mais. “Open your Heart” se transformou em um arranjo Basco interessante, com a participação total dos dançarinos passeando pelo palco como pessoas normais ao invés de coreografias mirabolantes. (Aqui também aparece seu filho de 11 anos, Rocco Ritchie tentando alguns movimentos e sorrindo de uma orelha até a outra ). Depois vem “Holiday”, relaxada e espontânea.

É um momento natural e revigorante, e dá a Madonna a chance de se espremer entre algum momento de bajulação a Oprah (ela foi a última a se despedir de Oprah no United Center no início do ano passado) e entregar um impromptu sobre o auto-poder, trantando-se uns aos outros com respeito.

Performer, regozige-se. Seu legado está seguro e pavimentado para toda uma geração por vir – a plateia desta quarta era mais ou menos da minha idade – se você adotar Gaga debaixo de suas asas ao invés de ficar mostrando suas garras para ela. Vá e ensine a garota uma coisa ou duas. Ela precisa disso.

Madonna fala sobre Oprah no discurso do show antes de “Masterpiece”.

A última vez que estive aqui foi por causa de Oprah Winfrey. Ela é uma mulher incrível, uma mulher para se olhar para cima e admirar. Não temos um monte de modelos no mundo nos dias de hoje. Ela tem feito muito para mudar o mundo e eu sou muito grata a ela por isso, mas você não precisa ser a Oprah Winfrey para mudar o mundo. Você não precisa de ser eu a mudar o mundo. Você só precisa ser você. Você precisa deixar sua luz brilhar. Eu sei que você já ouviu isso antes, mas você poderia se lembrar depois do show para deixar sua luz brilhar, para tratar um ao outro com respeito, para não votar em Mitt Romney. Obrigado. A festa acabou.”

“Love Spent” e “Holiday”

Madonna continua não apenas no topo do seu jogo, mas faz com que todos os outros artistas tentem elevar o nível do deles

Madonna comanda novamente seu próprio teatro com um criativo show no Boardwalk Hall, em Atlantic City

REVIEW:  Ter grandes artistas chegando a Atlantic City é certamente comum. Bruce Springsteen, Paul McCartney, Lady Gaga, The Who, The Rolling Stones, Van Halen, Aerosmith, Kiss, Phish, a Dave Matthews Band e Metallica – só pra citar alguns nomes – todos emocionam seus fãs com shows top de linha que apresentam por aqui.

Mas há algo especial – um aumento de excitação, energia e agitação geral – quando Madonna chega à cidade.

Isso sempre com muito respeito. Ela é a artista feminina que mais vendeu discos na história da música e a artista solo mais bem sucedida e constantemente se reinventa para permanecer relevante  na mutável e sempre desafiadora indústria da música pop.

Sempre vem a curiosidade. O que Madonna irá fazer desta vez?

Mas, principalmente, porque Madonna nunca  decepciona com seus shows teatrais. E sábado a “MDNA Tour”, nome do seu mais recente show – revelou que ela, aos 54 anos, continua a ser a maior artista pop do mundo. E, francamente, ninguém está nem perto (de fazer o que ela faz).

A detentora do prêmio dado pelo “Rock and Roll Hall of Fame’ usa toda sua criatividade para criar um exuberante espetáculo com um sangrento tiroteio e abdução por dançarinos mascarados para ser ofereciada à um striptease (sic), tudo isso enquanto é cercada por excelentes dançarinos, uma incrível produção e até mesmo uma bateria de tambores todos suspenso no ar.

O Boardwalk Hall com todos os ingressos esgotados foi brindado com o que Madonna descreve como “uma jornada das trevas para a luz”, mas o mais visível é que Madonna é a última grande estrela, a PT Barnum (Phineas Taylor Barnum (5 de julho de 1810 – 7 de abril de 1891) foi um showman e empresário do ramo do entretenimento norte-americano, lembrado principalmente por promover as mais famosas fraudes (hoaxes) e por fundar o circo que viria a se tornar o Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus.) do pop teatral que não tem medo de atravessar qualquer linha se isso significar entreter as massas.

Com inúmeras trocas de roupa, com um belíssimo e ajustado figurino em trajes que incluem uma pistoleira fodona e uma baliza e seu bastão, a energia de Madonna é nada menos que impressionante. Artistas de 20 e poucos anos não conseguem performar por duas horas como Madonna faz.

Mas não importa quão grande seja o carisma de Madonna, ninguém estaria lá se suas músicas não fossem ótimas. E aqueles que não gostaram do álbum “MDNA” podem ter ficado um pouco decepcionados com as seleções de cerca de 10 músicas do novo álbum que foram executadas, sampleadas ou em um algum interlúdio, compreendendo em torno de cerca de metade do material da noite.

Como os esforços mais recentes da Material Girl, “MDNA” tem uma forte base na música eletrônica bem casada com a sensibilidade pop de Madonna. Apesar de não ser o seu  melhor de trabalho, “MDNA” tem alguns destaques, particularmente o hipnotizante número de abertura com  “Girl Gone Wild” e “Turn Up the Radio.” Mas em “I Dont Give A”, onde a rainha do pop desnecessariamente toca uma guitarra e “I’m Addicted”, estas serão rapidamente esquecidas por uma boa razão: são canções nada memoráveis ​​que pouco funcionam melhor ao vivo do que no álbum.

É claro que qualquer super estrela que está na ativa há mais de 30 anos vai ter um catálogo de músicas tão grande que os fãs ficarão tristes com o que foi deixado de fora do setlist. E sobre a “MDNA Tour”, em particular, Madonna deixa bem claro que esta não é uma “turnê de greatest hits”.

As canções que ela não apresenta – incluindo “Music”, “Ray of Light”, “La Isla Bonita”, “Frozen”, “Material Girl”, “Lucky Star” e outras – são prova da incrível carreira que Madonna possui.

E mesmo que sábado à noite tenha parecido um pouco mais leve do que as turnês anteriores, ela apresentou vários dos seus antigos sucessos. Ela também, para agradar multidões, cantou hits como “Papa Dont Preach”, “Holiday”, “Vogue”,” Express Yourself”e “Like a Prayer”, mas alguns sucessos foram retrabalhados para dar aos fãs algo um pouco diferente.

Por exemplo, “Express Yourself” foi misturado com trechos de “Born This Way” da Lady Gaga – talvez para mostrar ao público o quão semelhantes elas são – junto com “She’s Not Me” do álbum  “Hard Candy”. “Like a Virgin” veio com o instrumental de “Evgeni’s Waltz “ de Abel Korzeniowski.

A reinvenção mais impressionante foi a de “Open Your Heart” que ela apresentou com o grupo basco Kalakan e que incluiu trechos de “Sagarra jo!”.A banda espanhola também fez outras contribuições durante todo o show, incluindo “Masterpiece” e “I’m a Sinner”, ambos de seu último disco “MDNA”.

Embora não seja a maior cantora de todas, Madonna tem personalidade em sua voz que definitivamente compensa eventuais deficiências. E ela continua a ser uma grande bailarina, com um grande senso de coreografia peculiar que funciona para ela e seus dançarinos.

A produção foi a melhor do que qualquer show da Broadway que você possa ver. Com um telão de vídeo nítido que se estendia por toda a extensão do palco, no alto e acima dos músicos, a experiência multimídia fez o show parecer mais como um filme ao vivo do que com um concerto.

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Os dançarinos por sí só já valeram à pena o preço do ingresso. Logo no início, eles já demosntraram movimentos notáveis ​​em saltos altos e depois saltaram e pularam cordas elásticas assustando a platéia quando contorciam seus corpos.

As únicas queixas sobre Madonna eram coisas não relacionadas ao seu show. Ela, como já é de praxe fazer, mandou a produção do Boardwalk Hall desligar o ar condicionado o que manteve a temperatura do local bem quente – perto dos 30 graus – o que é muito chato quando ela fez a multidão esperar e começou o show às 22h30, mais de uma hora após o DJ Paul Oakenfold deixar o palco.

A MDNA Tour está prestes a se tornar a turnê mais lucrativa de todos os tempos. E com razão. Madonna continua não apenas no topo do seu jogo, mas faz com que todos os outros artistas tentem elevar o nível do deles. Este é um de seus shows mais criativos e artísticos e que dificilmente ela conseguirá superá-lo. Mas, nunca duvide dela.

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(Press Of Atlantic City– Obrigado a Jorge Luizpela boa vontade, rapidez e disposição para traduzir.)