Arquivo da tag: Tours

DVD Madonna MDNA Tour – Rio de Janeiro 02.12.12

Para quem foi e gostaria de rever, e para quem não foi e gostaria de ver, aqui está o DVD Madonna MDNA Tour ao vivo Rio de Janeiro, no dia 02.12.12.

dvd-madonna-mdnatour-riodejaneiro

Track-listing:

1.Act of Contrition / Girl Gone Wild
2.Revolver
3.Gang Bang
4.Papa Don’t Preach
5.Hung Up
6.I Don’t Give A
7.Best Friend / Heartbeat (INTERLUDE)
8.Best Friend
9.Express Yourself
10.Give Me All Your Luvin‘
11.Turn Up The Radio
12.Open Your Heart
13.Masterpiece
14.Justify My Love (INTERLUDE)
15.Vogue
16.Candy Shop
17.Human Nature / Erotica
18.Like A Virgin / Love Spent
19.Nobody Knows Me (INTERLUDE)
20.I’m Addicted
21.I’m A Sinner
22.Like A Prayer
23.Celebration

Capturas originais do dvd (clique na imagem para ampliá-la)

dvd madonna mdna tour rio de janeiro

Assista ao vídeo com trechos:

Para mais informações, clique aqui.

Estresse, mau humor e chuva no show de Madonna no Chile

Madonna

Quarta-feira de muita tensão para Madonna em Santiago. O público viu uma Madonna bastante irritada no palco. A cantora ficou muito nervosa e soltou os cachorros com o público ao sentir cheiro de cigarro durante a passagem de som para seu show no Chile.

Desde o início da turnê “MDNA”, a diva do pop alertou que todos estavam proibidos de fumar em sua plateia.
Ao sentir uma nuvem de fumaça na direção de seu rosto, Madonna perdeu a compostura e esbravejou: “Tem gente fumando aqui. Não fumem! Se vocês vão fumar, eu não vou fazer o show. Vocês não ligam para mim? Então, não ligo para vocês. Tudo bem?”.
No entanto, o ultimato da cantora não surtiu efeito e o público começou a vaiá-la. “Vocês vão querer jogar esse jogo? Eu não estou brincando. Eu não posso cantar se vocês fumarem. Entiendes?”, finalizou a cantora em espanhol.
E as reclamações da popstar não pararam por aí. Antes de sair do palco, a cantora fez um desabafo: “Vocês estão olhando para mim e mesmo assim continuam fumando seus cigarros, como se eu fosse alguma estúpida”.O SHOW

Os críticos musicais e os fãs de Madonna no Chile afirmaram nesta quinta-feira (20) que o show realizado um dia antes na capital do país, que começou com duas horas e meia de atraso, deixou a desejar.

A decepção do público pôde ser notada no próprio Estádio Nacional, onde uma parte das pessoas gritou o nome de “Lady Gaga”, que “briga” com Madonna pelo posto de “rainha do pop”.

Os jornais chilenos relataram que Madonna apareceu no palco do Estádio Nacional de Santiago com duas horas de atraso, algo que já tinha acontecido em outras apresentações de sua “MDNA Tour”.

Segundo o jornal “La Tercera”, os quase 40 mil presentes aguentaram o atraso debaixo de chuva e um frio pouco habitual para esta época do ano.

O público assobiou diversas vezes e cantou o nome de Lady Gaga, até que a artista saiu do palco.

Após a espera, os presentes encontraram um formato diferente dos outros shows da turnê, no qual a primeira parte foi cortada em meia hora. Madonna cortou todo o primeiro bloco e começou direto em “Express Yourself.”

Ela cortou ao todo 10 performances – todo o primeiro bloco + Like A Virgin/Love Spent:

-Intro
-Girl Gone Wild
-Revolver
-Gang Bang
-Papa Don’t Preach
-Hung Up
-I Don’t Give A
-Best Friend
-Like a Virgin
-Love Spent

Para compensar, teve “Holiday” e “Spanish Lesson.”

Segundo relatos da produtora que levou a artista ao Chile, ficou decidido tirar o primeiro ato do show porque a montagem instalada no palco estava escorregadia e gerava riscos para os dançarinos que acompanham Madonna.

O jornal ainda sustenta que esta viagem de Madonna é “notavalmente a menos espetacular, com um ritmo mais travado e muitos discursos” se comparada com a primeira aparição da cantora no Chile, em 2008.

Já o jornal “El Mercurio” diz que a “sensação de insatisfação” dos fãs chilenos da artista, que “ficaram esperando, sob chuva, um show mais curto e uma diva menos iluminada”.

O Twitter foi a ferramenta usada por milhares de fãs para mostrar a insastifação com o espetáculo da americana.

A palavra Madonna rapidamente se tornou um “trending topic” e seus admiradores se queixavam da longa espera e inclusive, pediam que o dinheiro dos ingressos fosse devolvido.

A artista colocará um ponto final em sua viagem com uma atuação na cidade argentina de Córdoba no próximo sábado.

GUY OSEARY, EMPRESÁRIO DE MADONNA, FALA

“O show começou no segundo bloco por questões de segurança. O show começou atrasado e não iria acontecer, mas Madonna não desistiu e não quis decepcionar seus fãs com o cancelamento. Ela está doente mas quis continuar.”

REPERCUSSÃO NEGATIVA

E AÍ?

Madonna poderia ter cancelado o show que estava cheio de problemas…uma chuva imensa caindo e etc? Podia?
Mas não….fez o que deu pra fazer…acho que q seria pior se cancelasse com aquela multidão no estádio esperando ela por horas…

Já julguei muito a Madonna em off hoje por causa disso, mas tipo, eu nem sei o que de fato aconteceu…e se ela cortou 1h de show e fez assim mesmo, acho que seria uma falta de consideração se ela largasse todo mundo na chuva e fosse pra casa ver TV, aí sim. Ali tem toda uma mega estrutura, dançarinos e etc, e ela comprometer sua segurança e etc, com uma chuva que segundo relatos, o local estava um caos, palco todo ensopado, goteiras pra todo lado, nem se ela trocasse os sapatos…seria um show com momentos bons na parte que ela fica no palco e um pedaço tenso dela na chuva…e ela gripada levando chuva correndo o risco de pegar uma pneumonia depois…sem chance.

Se eu fosse a Madonna tentaria remarcar um outro show – uma compensação, nem que fosse no natal, para todos que tivessem o ingresso ontem, ou algum comprovante de compra, poderem ir e rezar muito para que não chovesse, com direito a Love Spent, Holiday e até Spanish Lesson.

Madonna é muito perfeccionista com seus shows.

Ela tinha duas saídas: ou cancelasse ou prosseguisse. E deu a cara a tapa mesmo sabendo 99% dos estádio sairia dali falando mal e que a imprensa cairia matando no dia seguinte. Muitos fãs foram embora por causa da chuva forte.

Acho que no fundo isso foi uma prova de coragem. Imagino que aquilo pra ela ontem foi um pesadelo.

Agora todo mundo revoltado! Imprevistos acontecem, e infelizmente Madonna ainda não tem o poder de controlar o céu.

E se ainda estava gripada, o que deixa o corpo ruim e deixa qualquer pessoa gripada em péssimo humor, pronto, um prato de cheio de problemas num único dia.

FOTOS

Madonna

Madonna

Madonna

VÍDEOS

MADONNA: Artista do ano e tour mais lucrativa de 2012

madonna mdnatour riodejaneiro95

Mais uma lista da revista “Billboard” foi apresentada esta semana. De acordo com os leitores da publicação, Madonna ganhou o título de Artista do Ano em 2012. A rainha do pop ainda ficou na primeira posição na preferência do público.

O ano de 2012 já começou intenso para Madonna, com uma incrível e comentada apresentação no Super Bowl, no show do intervalo da final do campeonato de futebol americano, visto por 114 milhões de pessoas.

Depois ela lançou o 12.º segundo disco da carreira, “MDNA”, e saiu em uma turnê mundial para divulgar o trabalho, eleita como a mais lucrativa de 2012. Por isso, os leitores também a colocaram no topo das categorias de melhor turnê, melhor aparição na TV, melhor álbum e melhor briga, com Lady Gaga.

TOUR MAIS LUCRATIVA DE 2012

Embora as paradas pop deste ano tenham sido dominadas por cantores jovens, foram os veteranos – encabeçados por Madonna– que mais faturaram fazendo shows, segundo uma lista divulgada na terça-feira (18) pela Billboard.

A cantora de 54 anos conseguiu uma bilheteria estimada em US$ 228,4 milhões com sua nona turnê mundial, que termina no fim de semana na América do Sul, após mais de 80 apresentações desde maio. Ela superou a rival Lady Gaga, de 26 anos, que ocupou apenas a sexta posição com os US$ 124,9 milhões arrecadados por sua turnê “Born this way ball”.

1
Madonna
Total Gross: $228,406,085 Number of Shows: 72
Total Attendance: 1,635,176 Number of Sell-Outs: 72
list divider

2
Bruce Springsteen & The E Street Band
Total Gross: $199,371,791 Number of Shows: 72
Total Attendance: 2,165,925 Number of Sell-Outs: 54
list divider
3

Roger Waters
Total Gross: $186,466,703 Number of Shows: 72
Total Attendance: 1,680,042 Number of Sell-Outs: 51
list divider

4
Michael Jackson The Immortal World Tour by Cirque Du Soleil
Total Gross: $147,310,505 Number of Shows: 183
Total Attendance: 1,374,482 Number of Sell-Outs: 9
list divider

5
Coldplay
Total Gross: $147,188,828 Number of Shows: 67
Total Attendance: 1,811,787 Number of Sell-Outs: 56
list divider
6

Lady Gaga
Total Gross: $124,879,545 Number of Shows: 65
Total Attendance: 1,111,099 Number of Sell-Outs: 65
list divider

7
Kenny Chesney & Tim McGraw
Total Gross: $96,458,890 Number of Shows: 23
Total Attendance: 1,085,382 Number of Sell-Outs: 9
list divider

8
Van Halen
Total Gross: $54,425,548 Number of Shows: 46
Total Attendance: 522,296 Number of Sell-Outs: 9
list divider

9
Jay-Z & Kanye West
Total Gross: $46,986,464 Number of Shows: 31
Total Attendance: 371,777 Number of Sell-Outs: 15
list divider

10
Andre Rieu
Total Gross: $46,785,717 Number of Shows: 99
Total Attendance: 490,165 Number of Sell-Outs: 2
list divider

11
Dave Matthews Band
Total Gross: $41,433,182 Number of Shows: 41
Total Attendance: 757,629 Number of Sell-Outs: 17
list divider

12
Barbra Streisand
Total Gross: $40,657,170 Number of Shows: 12
Total Attendance: 154,287 Number of Sell-Outs: 12
list divider

13
Jason Aldean
Total Gross: $39,956,703 Number of Shows: 59
Total Attendance: 984,229 Number of Sell-Outs: 59
list divider

14
Lady Antebellum
Total Gross: $38,358,801 Number of Shows: 88
Total Attendance: 860,065 Number of Sell-Outs: 72
list divider

15
Red Hot Chili Peppers
Total Gross: $33,911,873 Number of Shows: 42
Total Attendance: 549,028 Number of Sell-Outs: 24
list divider

16
Brad Paisley
Total Gross: $33,794,719 Number of Shows: 51
Total Attendance: 485,852 Number of Sell-Outs: 31
list divider

17
Nickelback
Total Gross: $33,790,267 Number of Shows: 50
Total Attendance: 492,492 Number of Sell-Outs: 7
list divider

18
Trans-Siberian Orchestra
Total Gross: $33,370,711 Number of Shows: 99
Total Attendance: 673,575 Number of Sell-Outs: 13
list divider

19
Elton John
Total Gross: $32,920,986 Number of Shows: 38
Total Attendance: 240,381 Number of Sell-Outs:25
list divider
20
Justin Bieber

Total Gross: $30,667,737 Number of Shows: 29
Total Attendance: 402,710 Number of Sell-Outs: 28
list divider

21
Rod Stewart
Total Gross: $30,158,491 Number of Shows: 35
Total Attendance: 201,912 Number of Sell-Outs: 24
list divider

22
Neil Diamond
Total Gross: $29,910,078 Number of Shows: 30
Total Attendance: 317,824 Number of Sell-Outs: 6
list divider

23
Pearl Jam
Total Gross: $27,363,430 Number of Shows: 11
Total Attendance: 337,613 Number of Sell-Outs: 0
list divider

24
Taylor Swift
Total Gross: $26,310,160 Number of Shows: 21
Total Attendance: 285,715 Number of Sell-Outs: 21
list divider

25
Rascal Flatts
Total Gross: $26,155,360 Number of Shows: 45
Total Attendance: 612,243 Number of Sell-Outs: 21

OUTRAS POSIÇÕES DE MADONNA NA BILLBOARD YEAR-END 2012

#23 no Billboard Top Artist of the year.
#44 no Billboard 200 Albums of the year com MDNA.
#2 no Billboard Top Dance/Electronic Albums of the year com MDNA.
#40 no Top Canadian Albums of the year com MDNA
#33 com “Turn up the Radio”, #41 com “Give me all your Luvin’” com #44 with “Girl Gone Wild” no Dance/Club Songs of the Year charts.

The Examiner compara venda de ingressos de Lady Gaga com Madonna

madonna lady gagaNa última terça-feira, a revista Billboard divulgou que mesmo que Lady Gaga tenha feito dinheiro em sua passagem pela America do Sul, suas vendas foram desastrosas em comparação com a passagem de Madonna pelo nosso continente.

Considerando o tamanho dos locais, as vendas informadas por sua equipe não passaram de uma maquiada, segundo notícia do jornal The Examiner. Por exemplo, em sua passagem pelo Peru, Lady Gaga teria vendido 50 mil ingressos de acordo com sua produtora. Na verdade, foram 17.000. No entanto, muitos ingressos para este show e outros shows foram distribuídas gratuitamente com a promoção “compre um leve outro grátis”. Várias outras datas Lady Gaga na América Latina não conseguiram obter grandes vendas de ingressos numa média de 30.000 por show, enquanto Madonna continua a vender a média de 55 mil cada noite com suas apresentações do MDNA Tour.

Até o momento, em sua passagem pelo Brasil, Madonna levou 75 mil pessoas (outras fontes apontam 67 mil) no Rio de Janeiro, no Parque dos Atletas, 60 mil no primeiro dia de show em São Paulo (dia 4) e 50 mil pessoas no segundo dia no estádio do Morumbi (dia 5), também em São Paulo. No show de hoje em Porto Alegre, é esperado um público total de 45 mil pessoas – lotação máxima.

The MDNA Tour deve fechar sua arrecadação total em 335-350 milhões de dólares. A tournê anterior, “Sticky & Sweet Tour”, faturou $409 milhões de dólares.

MÉDIA DE FATURAMENTO DE TOURS FEMININAS POR SHOW

1. Madonna – Sticky & Sweet: 4,8
2. Barbra Streisand – Streisand: 4,35
3. Madonna – Confessions: 3,2
4. Madonna – MDNA: 3,148 *
5. Celine Dion – Taking Chances: 2,9
6. Lady Gaga – Born This Way Ball: 2,4 *
7. Madonna – Re-Invention: 2,1
8. Madonna – The Girlie Show: 1,75
9. Madonna – Drowned World: 1,59
10. Britney Spears – The Circus Starring Britney Spears: 1,4

FATURAMENTO TOTAL DE TOURS FEMININAS

1. Madonna – Sticky & Sweet: $408,000,000
2. Celine Dion – A New Day…: $390,800,000
3. Celine Dion – Taking Chances Tour: $280,200,000
4. Cher – Living Proof: The Farewell Tour: $260,000,000
5. Madonna – MDNA: $233,400,000 *

6. Lady Gaga – The Monster Ball Tour: $227,400,000
7. Madonna – Confessions: $195,000,000
8. Cher – Do You Believe?: $160,000,000
9. P!nk – Funhouse / Summer Carnival: $150,000,000
10. Britney Spears – The Circus Starring: Britney Spears: $135,000,000

11. Madonna – Re-Invention: $125,000,000
12. Lady Gaga – Born This Way Ball: $125,000,000 *
13. Taylor Swift – Speak Now: $123,100,000
14. Barbra Streisand – Streisand: $119,500,000
15 Christina Aguilera – Justified & Stripped / Stripped Live…: $115,000,000
16. Shania Twain – UP!: $105,000,00
17. Beyoncé – I Am…: $103,000,000
18. Tina Turner – Tina!: 50th Anniversary: $100,000,000
19. Tina Turner – Wildest Dreams: $100,000,000
20. Shakira – The Sun Comes Out World: $100,000,000

21. Shakira – Oral Fixation: $100,000,000
22. Cher – Cher at the Colosseum: $97,500,000
23. Kylie Minogue – KylieX2008: $96,000,000
24. Christina Aguilera – Back To Basics: $90,000,000
25. Rihanna – Loud: $90,000,000
26. Shania Twain – Come On Over: $80,000,000
27. Tina Turner – Twenty Four Seven: $80,000,000
28. Celine Dion – Falling into You: $78,000,000
29. P!nk – I’m Not Dead: $77,000,000
30. Madonna – Drowned Word: $76,800,000

31. Janet Jackson – The Velvet Rope: $75,000,000
32. Janet Jackson – Janet: $75,000,000
33. Celine Dion – Let’s Talk About Love: $75,000,000
34. Beyoncé – The Beyoncé Experience: $73,000,000
35. Madonna – The Girlie Show: $70,000,000
36. Britney Spears – Femme Fatale: $70,000,000
37. Whitney Houston – My Love Is Your Love: $70,000,000
38. Barbra Streisand – Timeless The Millennium Concert: $70,000,000

Madonna encanta quase 70 mil pessoas no RJ. Veja fotos exclusivas

madonna mdnatour riodejaneiro golden

Às 23h em ponto, diante de 67 mil fãs, Madonna abriu com a música Girl Gone Wild seu show da turnê MDNA no Rio. Criou um climão que misturava O Nome da Rosa e Dick Tracy, com metralhadoras, cantos gregorianos, motéis de filme noir.  A apresentação estava marcada para as 20h. O show terminou 1h da manhã.

Como tem ocorrido em todas as outras datas da MDNA World Tour, baseada no mais recente disco da cantora,MDNA, lançado em março, a entrada de Madonna no palco foi precedida por uma longa introdução de cantos gregorianos, acompanhada por um belo jogo de luzes no espaço. Após cerca de cinco minutos, que geraram ainda mais expectativa ao público, a artista entrou em cena, saindo de uma cabine ao lado de bailarinos fantasiados de monges, com longas capas vermelhas. Ovacionada, cantou a animada Girl Gone Wild, já na pele de uma líder de torcida, primeira faixa de seu último trabalho.

A abertura foi sucedida por um momento que marcou o início da alta teatralidade do espetáculo – deixando mais e mais claro o caráter de superprodução do show. Entre a primeira música e “Revolver”, a cantora falou em português: “Qual é Rio, estão prontos?”.

Madonna segurou uma espingarda e atirou em direção ao público, deixando os cariocas ainda mais empolgados. Começava Revolver, single de 2009 do álbum coletânea Celebration que teve a participação de Lil Wayne em sua gravação original. Nela, a rainha do pop encarnou uma matadora, segurando alguns tipos de armas de fogo ao longo de sua execução, assim como todos os seus bailarinos, apontando-as aos fãs.

Dentro de um cenário que imitou um quarto de motel barato, Madonna, vestindo uma sensual roupa colante preta com o sutiã à mostra, cantou Gang Bang, segunda faixa de seu disco mais recente, na qual, fazendo a performance sobre uma cama, chegou a “atirar” em um de seus dançarinos, que desceu com uma corda do teto, dizendo na sequência: “vou para o inferno! Tenho muitos amigos por lá”.

Madonna conversou com os fãs, mas foi mal no português. Foi corrigida pelos fãs ao dizer “están listos?”, quando deveria ter dito “estão prontos”. Falou também “mucho caliente”, querendo dizer “muito quente”. Um pouco antes, a estrela errou a letra de “I don’t give a…”, provando que o pop não vive só de playback. Durante “Open your heart”, seu filho Rocco fez passos de Bboys, enquanto o público agitava balões vermelhos em formato de coração. Na metade do show, falou: “I love you, Brasil”. Em seguida, mandou em espanhol: “Están listos?”. O povo vaiou e ela perguntou se tinha falado certo. Aí se corrigiu: “Estão prontos?” Depois disse: “Está caliente!”

A cantora disse que faria um pedido pela paz, em virtude das guerras que assolam hoje diversos países. “Pessoas morrem sem nenhuma razão”, disse Madonna; “quando dizem que não posso mudar o mundo eu digo ‘fuck you'”. Ela, então, perguntou aos fãs: “estão prontos para a revolução? estão prontos? não mintam para mim”; o público respondeu, em inglês “nós nunca mentiríamos para você.”

Antes dela a dupla de DJs Felguk tentou animar a pista com um farofão pop rock, misturando Red Hot, Pink Floyd, White Stripes e Fatboy Slim.

A organização do show fez aviso por volta das 22h45 pedindo que o evento fosse “livre de fumo”. A plateia não gostou – o show, que ocorre ao ar livre, já está atrasado há quase três horas – e vaiou. O locutor disse “se você fuma, procure um lugar adequado para fumar”, e foi novamente vaiado. A apresentação deve começar em alguns minutos.

TATUAGEM

A tatuagem da vez foi a palavra PERI, de periguete, quando os fãs gritaram no famoso striptease e ela ainda dedicou “Like A Virgin” as periguetes do mundo: “I want to dedicate this next song to all the “PIRIGUETES” in the world.”

Madonna cantou “Love Spent” e “Give It 2 Me” no meio de “Celebration”.

Por volta das 20 horas o céu escureceu e ameaçou cair uma chuvarada, mas foi apenas alarme falso, alguns pingos d’água. Às 21 horas, tudo serenou. A noite transcorria em clima de absoluta tranquilidade, sem maiores atropelos e com serviços adequados: banheiros, bares, lojas. O preço dos souvenirs é que não estava mole. Bonés a R$ 60, camisetas a R$ 80, capinhas de iPhone a R$ 40.

madonna mdnatour riodejaneiro3

VIPS

Cerca de 300 fãs escolhidos a dedo viam o show de um “fosso”, uma abertura em forma de círculo circundada pelo palco de Madonna – algo semelhante ao Monster Pit de Lady Gaga. Muitos vips, especialmente da Rede Globo, ficaram concentrados no Copacabana Palace e rumaram para o show poucas horas antes: os atores Alinne Moraes, Christiane Torloni, Alexandre Nero, Milena Toscano, Adriana Birolli, Cláudia Jimenez e a cantora Ana Carolina. Às 21h08 começou o show da dupla de DJs Felguk.

Madonna fará ainda mais três shows nos próximos dias – na terça (4) e quarta-feira (5) ela canta em São Paulo, no estádio do Morumbi, e no domingo (9) em Porto Alegre, no estádio Olímpico.

FOTOS

MDNA Tour, de Madonna, é a tour mais rentável de 2012

madonna mdnatour gross faturamento

Madonna emplaca o n º 1 do ranking na contagem semanal de Tours pela quinta vez desde o lançamento de sua turnê MDNA que começou em maio.

Na última contagem da Billboard, Madonna ultrapassou U$234 milhões de dólares em 74 shows, e estimativas de que a tour faturará algo em torno de U$ 336.386 milhões com 90 shows, que já foi confirmado pela Billboard que a nova tour de Madonna fechará o ano como a MAIS RENTÁVEL DE 2012.

Turnê de Madonna de maior bilheteria até agora é Sticky & Sweet Tour (2008-2009) que gerou mais de US $ 407 milhões em vendas de ingressos e ocupa a quarta posição de todos os tempos na a contagem Boxscore.

Faturamento das tours de Madonna

1. Madonna – Sticky & Sweet: $408,000,000
2. Madonna – MDNA: $234,000,000 *
3. Madonna – Confessions: $195,000,000
4. Madonna – Re-Invention: $125,000,000
5. Madonna – Drowned Word: $76,800,000
6. Madonna – The Girlie Show: $70,000,000
7. Madonna – Blond Ambition Tour: $$60,000,000
8. Madonna – Who´s That Girl Tour: $25,000,000
9. Madonna – The Virgin Tour: $5,000,000

Crítica: Madonna exibe seus “bens” na Arena Philips, em Atlanta

Ouviu-se no banheiro feminino no final do show de Madonna: “Ela era boa. Agora, ela está tão…estranha”.

Madonna

Uma das figuras mais extremistas da história da música popular sendo classificada como incomum não é novidade. Madonna se tornou Madonna não por causa de sua habilidade vocal limitada ou coreografias criativas – ela o fez baseada numa habilidade provocativa sem igual, uma mente sagaz para negócios e ótimas colaborações de composições que ajudaram-na a criar dezenas de músicas pop atemporais.

Agora, ela tem 54 anos, intensamente consciente de que não conseguirá apresentar um show de duas horas equivalente a um espetáculo da Broadway noite após noite por quase 6 meses, ou que ficar apenas de sutiã preto e calcinha, como fez no show na Arena Philips, não lhe dará assobios e gritos por seus firmes “bens” pra sempre.

Tais óbvias realizações explicam a grandiosidade explícita deste show, uma produção tremenda que, às vezes, apresentou bateristas suspensos sobre o palco, cubos iluminados e impressionantes, 15 dançarinos em vários figurinos chamativos, exibindo peitorais musculosos (os homens, claro) e um alegre show de moda durante Vogue. A líder Madonna quase não teve tempo de beber água e, enquanto não pode ser criticada por muitas coisas – como o Auto-Tune desenfreado e a cantoria questionável durante coreografias pesadas – ela vai à exaustão no palco, pelo benefício de um show de primeira.

A extravagância foi dividida em quatro seções/temas, que inicialmente continham um monte de violência besta. Revolver e Gang Bang apresentaram-na ostentando uma arma, ondas de sangue inundando a enorme tela, de quase 1km de altura, sempre que ela matava um bandido no estilo “vilão de James Bond”.

Na verdade, muito da primeira parte do show pareceu uma produção do Cirque du Soleil. Você está lá, confuso, mas não quer desviar o olhar com medo de perder aquele segundo precioso. Daí, novamente, a julgar pelo número de pessoas que passaram a maior parte do show mandando mensagens de texto e vendo fotos nos telefones, talvez Madonna tenha saído muito de seu curso, sem, ao menos, suavizar nossas tendências tecnológicas.

Mas se há uma queixa legítima sobre esta turnê, não é que ela tocou músicas do MDNA, seu último álbum. O que você esperava? O problema é que apenas algumas dessas canções são boas o bastante pra garantir o foco.

A acústica e linda Masterpiece, apresentada com o trio basco Kalakan, foi um ponto alto do show, que começou às 22h30, fato frequentemente mencionado desde que a turnê começou. Além dela, a irritável I Don’t Give A…, que apresentou Nicki Minaj no vídeo, deve ter sido um sucesso em outra era musical. Mas muitas outras – I’m Addicted, Girl Gone Wild – são esforços esquecíveis, enquanto Gang Bang é, meramente, um refrão chato sobre uma batida latejante e guitarras frenéticas.

Claro que haverá fãs do show, esgotado, que irão reclamar que Madonna não cantou sucessos suficientes, e eles teriam razão. Mas, na última década, nenhuma turnê de Madonna incluiu mais do que alguns dos hits dos anos 80, e a maioria destas canções foram tão recriadas, que ficaram irreconhecíveis.

Pelo menos no sábado, os fãs receberam uma Papa Don’t Preach mais fiel, uma Vogue excitante e uma versão tradicional de Open Your Heart, novamente com Kalakan. A única falha verdadeira foi transformar Like A Virgin numa supostamente ardente canção, que Madonna apresentou com o sutiã supracitado e calças, primeiramente elevadas na linha do estômago, no fim da passarela, e depois sobre um piano, no estilo do filme Os Fabulosos Irmãos Baker. Claro que seria ridículo se ela cantasse a versão original, mas transformá-la em lixo não foi a melhor escolha.

Àqueles ansiosos pela Madonna vintage, ela fez uma aparição mais cedo no show, quando, vestida com o figurino de baterista de banda e mostrando um pouco da coreografia com os pompons – algo que você não verá em qualquer jogo de futebol colegial – ela apresentou Express Yourself. No meio da canção, Madonna chegou ao refrão de Born This Way, de Lady Gaga, provando que ela rouba a mesma linha melódica, daí enfiou a faca no melhor estilo Madonna adicionando o refrão de sua própria She’s Not Me.

Entendido! A questão é a seguinte: mesmo quando Madonna está criando e apresentando um show que é mais pro seu próprio interesse do que para agradar fãs que ainda usam luvas de renda e rendem-se aos seus shows…é uma evolução necessária!

Podemos nem sempre concordar com as direções dela, mas, como Minaj lembra no fim de I Don’t Give A…: “Só há uma rainha, e é Madonna”. Access Atlanta

Crítica: Quando Madonna deixará de ser relevante?

Mark Kemp – Creative Loafing

Madonna

Quando Madonna comicamente anunciou aos fãs do Verizon Center, em Washington, no dia 24 de setembro, que “temos um Muçulmano negro na Casa Branca”, ela jogou a merda no ventilador. Foi como se os abutres da cultura nacional sofressem outro caso de amnésia pop-cultural. Esta é Madonna, afinal. E Madonna será Madonna.

Como ovelhas, todos obrigatoriamente resmungaram no Twitter e no Facebook pra registrar seu horror. Foram inteligentes também, sendo que os considero bem astutos. Pessoas conhecidas ou com quem trabalhei muitas vezes nos últimos 15 anos – jornalistas musicais e críticos, especialistas, assessores de imprensa, o pessoal do rádio, músicos, até mesmo amigos de faculdade e conhecidos do colégio. Com os dentes rangendo e as bocas espumando, eles pularam desenfreadamente pra atacar Madonna novamente. Foi bem nostálgico.

Um escritor e ex-repórter da Billboard de Los Angeles ligou um artigo do jornal Huffington Post na página do Facebook com o título “Madonna chama Obama de ‘um Muçulmano negro na Casa Branca’”. Claro, ele também fez um comentário: “Deixe esta vaca lerda e louca por atenção se meter no diálogo político e ajudar a perpetuar uma das mais duradouras e errôneas concepções sobre o presidente”.

É sério? Sim. 57 pessoas curtiram a postagem dele e 35 comentaram, incluindo “Ela é tão idiota quanto um saco de martelos”; “Ela é uma vaca sem talento, sem cérebro e idioooota, sem senso de humor”; “Ela é uma puta, um verme estúpido”; e “Vamos lembrar que ela ainda exibe os seios nos shows”.

Você imaginaria que esses profissionais da indústria da música eram estudantes colegiais debatendo sobre uma líder de torcida popular, mas notoriamente rebelde, durante o almoço. Na verdade, eram pessoas de 40, 50 e até 60 anos de idade, debatendo sobre alguém que eles vêm seguindo de perto ao longo das últimas três décadas. Alguém que tem sido parte integral da cultura popular americana. Alguém que vem se expressando há muito tempo em músicas abusadas e bem-sucedidas, além de álbuns e performances, sempre aumentando o nível para mulheres da indústria da música e expandindo as definições de uma cantora pop e um ícone cultural popular. E lá estava ela – aos 54, a líder de torcida mais rebelde da América – na estrada já há um tempo, promovendo seu mais recente álbum, MDNA. E alimentando mais ainda a fúria no Facebook.

Agora na etapa final de uma turnê que começou em Tel Aviv em maio, Madonna seguiu para Charlotte no dia 15 de novembro para uma performance na Time Warner Cable Arena. Ela provocou controvérsia novamente? Esta sequer é uma pergunta significativa?

A grande novidade em setembro não foi que Madonna fez uma observação impactante durante um show em DC (seria novidade se ela não tivesse feito algo impactante). Não, a novidade foi que Madonna ainda trabalha e diz coisas que acendem uma paixão assim, tanto positiva quanto negativa, em 29 anos de carreira. A pergunta “Madonna ainda é relevante?” tem sido um mantra por quase 28 desses anos. Tudo começou em 1984, após o lançamento do segundo álbum e do convite pra cantar o até então o novo sucesso, “Like A Virgin”, no Video Music Awards, da MTV. Ela finalizou se arrastando no palco em um vestido de noiva, exibindo um pouco da virilha e cantando levemente fora do tom numa faixa pré-gravada. Após a performance, no primeiro de muitos pronunciamentos subsequentes, especialistas tocaram o sino da morte: Madonna desesperadamente procura chocar as pessoas; ela está acabada, pronto! Próxima!

Madonna não apenas estava em alta, mas se encontrava no meio de três álbuns maravilhosos, cortesia de colaborações muito boas com gênios dos estúdios, incluindo seu ex-namorado Jellybean Benitez, Nile Rodgers e Stephen Bray. Ao longo dos cinco anos seguintes, ela se casou e divorciou de Sean Penn, apareceu na Broadway na peça Speed The Plow, de David Mamet, estrelou no sucesso de público e crítica Procura-se Susan Desesperadamente e no fracasso Quem É Essa Garota?, e se tornou vítima de inúmeras piadas sobre punks e roqueiros. Ainda assim, foi tratada como estrela por membros da realeza do cenário alternativo: Sonic Youth e Mike Watt, do Minutemen, cujo projeto paralelo Ciccone Youth foi tanto uma homenagem, quanto uma paródia.

A primeira grande mudança artística de Madonna aconteceu em 1989 com Like A Prayer, o álbum que muitos – inclusive eu – ainda consideram a obra-prima dela. Depois de batalhar com seu querido pai e com a Igreja Católica em Papa Don’t Preach três anos antes, Madonna levou seus problemas religiosos à frente na faixa título do álbum e no clipe, repleto de ícones católicos sagrados/profanos: cruzes em chamas, cicatrizes e uma fantasia sexual com um santo. “Coube certo com o meu espírito da época, na questão de se impor às autoridades masculinas, seja o Papa ou a Igreja Católica ou meu pai e suas maneiras conservadoras e patriarcais”, ela disse à Rolling Stone em 2009. Em Express Yourself, do mesmo álbum, ela apelou a uma nova geração de jovens mulheres para que saíssem da sombra de seus namorados e tomassem o controle criativo. O que aconteceu foi que Madonna organizou um motim dois anos antes de Bikini Kill ou Courtney Love reclamar às massas desajustadas ao som de guitarras grunge e punk.

Madonna

Nos 23 anos seguintes, temos questionado a relevância de Madonna de forma automática. Com cada nova polêmica, especialistas respondem como cachorrinhos do fisiólogo russo Pavlov: “Ela foi longe demais desta vez? As bizarrices cheias de controvérsias dela chegaram a um nível de desespero? Madonna ainda é relevante?”. Fizemos isso em 1990 quando ela incorporou servidão e sadomasoquismo no clipe de Justify My Love. Fizemos de novo em 1992 quando ela lançou o livro Sex, como parte integrante do novo álbum Erotica. Fizemos no fim dos anos 90, quando ela incorporou as novas crenças da Kabbalah em Ray Of Light, que acabou sendo outro grande avanço criativo.

A primeira década do século 21 foi igual. Em 2003, Madonna usou o VMA da MTV novamente para ir além dos limites da aceitação, beijando Britney Spears e Christina Aguilera após a performance original de Like A Virgin. Os especialistas soaram como um coral: Madonna foi longe demais. Três anos depois, quando Madonna e o até então marido Guy Ritchie adotaram um menino do Malauí, o refrão voltou: ela está procurando atenção desesperadamente.

Estamos no jogo dela a cada novo movimento: suas aparições no cinema, os amantes, os desrespeitos de celebridade e comentários sociais. E em 2012, lá estamos nós outra vez. Em julho, o site MTV.com postou uma notícia com a manchete gritante: “A controversa turnê MDNA de Madonna: Ela foi longe demais? Usando armas falsas e se expondo no palco, a turnê MDNA do ícone pop está repleta de críticas”.

“Oh, fala sério, pessoal! Ela estava brincando. Os americanos estão assim, tão incapazes de aceitar sarcasmo?”. Foi isso o que eu escrevi no Facebook do escritor de música de Los Angeles sobre o comentário de Madonna sobre o “Muçulmano negro”. Daí, eu repostei o artigo na minha página. A situação não foi melhor lá, embora a acidez entre meus amigos não tenha sido tão intensa. “É um comentário horrível, que não vai ser nada bom pro Obama. Mas, ei, fez Madonna voltar ao noticiário”, um antigo conhecido da faculdade sugeriu. “Não tenho dúvidas de que ela tentava ser sarcástica”, um amigo de minha cidade disse, “mas ela falhou totalmente”. E um colega de Nova York lamentou que a piada de Madonna foi inapropriada:

“Há muitas, muitas pessoas lá fora que verdadeiramente acreditam que Obama não seja Cristão.”

E isso é problema de Madonna? Se as pessoas são burras o bastante pra acreditar que o Presidente é muçulmano, é problema deles, não de Madonna. E se o Presidente Obama tivesse perdido as eleições por causa da piada sarcástica de Madonna, muito mais teria sido dito sobre o nível de inteligência dos americanos do que sobre o humor dela. A sagacidade, os cálculos e o timing de Madonna estão ótimos, muito obrigado. Ou, conforme a solitária voz da razão – do jornalista musical, humorista e autor de I Want My MTV  Rob Tannenbaum – sugeriu no meu Facebook, o ultraje sobre a afirmação de Madonna “mostra não apenas um sarcasmo mal-entendido, mas – pior – Madonna sendo mal-entendida”.

Como a mais óbvia influência pop dela, David Bowie, Madonna é tanto uma artista performática quanto da música – cuja experimentação com personagens não se reserva apenas ao palco, filmes, clipes ou álbuns. Ela permeia cada aspecto da vida pública dela. Quando Madonna faz um documentário, como Na Cama Com Madonna ou I’m Going To Tell You A Secret, ela está se apresentando, não oferecendo algum tipo de visão jornalística perspicaz sobre sua vida pessoal ou o processo de bastidores. Ela está interpretando Madonna, seja atuando de forma vulnerável ou no controle; ela está brincando com códigos de gênero e cultura, papéis sexuais e suposições sobre poder.

Quando Madonna se une a alguma causa – seja pelos direitos gays, assuntos humanitários ou uma eleição presidencial – ela está se apresentando. Claro, é óbvio que a pessoa real – Madonna Louise Veronica Ciccone, de Detroit – também apoia o Presidente Obama e os assuntos GLBT, mas ela o faz através de vários aspectos de suas personas, não com canções de protesto, redações racionais ou palestras. Não é assim que ela trabalha. Madonna faz grandes observações com situações elaboradas, grande teatralidade, figurinos extraordinários, maquiagem à-la Fellini, e, sim, sarcasmo profano – todos os muitos aspectos de suas personas. Se entendermos os discursos políticos dela da mesma forma que ouvimos os de Joan Baez, Chuck D, Tom Morello ou Boots Riley, estaremos interpretando-a erroneamente. As grandes narrativas dela são o que a elevam muito acima das imitadoras, exceto talvez Lady Gaga, que realmente entende Madonna.

No aniversário de 50 anos de David Bowie, em 1997, eu estava com ele numa pequena loja inglesa de chás em Manhattan. Conversamos sobre as personas que ele criara ao longo dos anos – sobre seus objetivos, o que ele tentava alcançar, o que ele esperava que as pessoas soubessem sobre ele. Outros devem saber pouco sobre David Robert Jones (seu nome de batismo), ou Bowie como sugerido, mas eles devem saber muito sobre Ziggy Stardust and the Thin White Duke. A autenticidade foi superestimada, ele disse. Bowie é um artista que faz arte, personagens e situações – não uma realidade linear. “Eu costumava ficar agressivo com a ideia de integridade”, ele me contou, referindo-se àqueles que o criticaram no começo, por usar truques numa época em que sinceros cantores de folk pregavam ao seu eleitorado. “Eu dizia, ‘Foda-se – meu negócio é truque”.

Truque é o negócio de Madonna também. E esperamos muito disso quando ela chegou à arena de Charlotte. Já sabemos que ela tem provocado com uma sequência violenta durante as mais recentes canções – Girl Gone Wild, Revolver e Gang Bang – que apresentam Madonna com armas e couro, numa luta sangrenta e coreografada contra homens mascarados dentro de um quarto de hotel cenográfico. A cena foi tão perturbadora para alguns membros da plateia em Denver (sendo tão recente ao tiroteio da tragédia envolvendo o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que algumas pessoas deixaram o show. “Estamos dançando e, de repente, as pessoas começaram a perceber o que era a canção”, Aaron Fransua, de 25 anos, contou à Associated Press. “Ficamos todos parados lá. Todo mundo perto de mim estavam chocados”.

Algumas canções depois no setlist da turnê MDNA, o que parecera antes ser um golpe visual e temático no ex-marido de Madonna, o diretor britânico adorador de sangue Ritchie, ficou bem claro, de acordo com a blogueira Marilee Lindemann, conhecida como a “Louca com um laptop”. Lindemann escreveu sobre o show do dia 23 de setembro em Washington: “Percebi naquele momento que não estávamos sendo forçados simplesmente a nos divertir com a violência gratuita. As evocações de Abu Ghraib contextualizaram e geopolitizaram friamente a violência das cenas anteriores, à-la Tarantino, e mostraram consequências reais”. Lindemann, Professora universitária de Inglês e Diretora de Estudos Gays, Lésbicos, Bissexuais e Transgêneros na Universidade de Maryland, acrescentou: “ou…o mais real possível no espetáculo surreal de Madonna”.

Quando o espetáculo de Madonna chegou a Charlotte, também pudemos ver referências à rixa dela com a imitadora Lady Gaga. As duas têm estado muito conectadas ao longo do último ano, brigando pela opinião popular. Em turnê, Madonna injetou a rixa em Express Yourself  (“não aceite o segundo lugar, baby…”), desviando-se momentaneamente à faixa similar de Gaga Born This Way, pra afirmar apropriação, sabe?

A resposta de Gaga a esta justaposição? “As únicas similaridades são a progressão de cordas – é a mesma da música eletrônica há 50 anos”, disse a Lady. “Não significa que estou plagiando, mas que sou esperta pra cacete”.

Na verdade, Madonna e Lady Gaga são ambas espertas pra cacete. Madonna levou a narrativa da rixa a Minneapolis em 4 de novembro, contando à plateia que Gaga rejeitara um convite pra cantar com ela no palco. “Tudo bem”, Madonna disse. “Tenho os melhores fãs do mundo todo. Então, toma isso, Lady Gaga!”.

Tome isso também: de acordo com os números, Madonna é tão relevante quanto sempre foi e, facilmente, tão popular quanto quaisquer de suas herdeiras. MDNA é o quinto álbum consecutivo dela a dominar as paradas. A turnê atual já vendeu 1.9 milhão de ingressos no mundo todo, com a maioria dos shows esgotados. E mais, ela continua em grande forma física e as canções e conceitos de performance de MDNA são fortes como tudo que ela já fez em anos.

Especialistas têm lamentado quando Bowie ou Bob Dylan ou os Rolling Stones continuam se apresentando bem em seus anos de crepúsculo, mas Madonna retrocede esta turnê – focando, na maior parte, em sua idade.

Tudo bem, de acordo com Madonna. “Já me rejeitaram antes”, disse ela, apesar de se referir aos insultos de sua jovem rival e não aos comentários sobre sua idade. “É bom construir caráter”.

Enquanto continuarmos questionando a relevância de Madonna e de seus personagens, ela continuará relevante como nunca!

Produtora reduz preço de ingressos para shows de Madonna no Brasil

Madonna

A menos de um mês das apresentações no Brasil, a produtora T4F anunciou uma cota especial de ingressos para o show de Madonna, com preços reduzidos.

A iniciativa é dada para evitar o mesmo que aconteceu com Lady Gaga, que teve milhares de ingressos encalhados nas bilheterias. Sem contar a grande cota disponibilizada para sites de compras coletivas, que venderam as entradas por menos da metade do preço original.

No Rio de Janeiro, por exemplo, no setor Pista, onde os ingressos estavam entre R$ 180 a meia-entrada e R$ 360 a inteira, o valor baixou para R$ 100 (meia) e R$ 200 (inteira).

Em São Paulo, os valores foram reduzidos para a apresentação extra no Morumbi, no dia 5 de dezembro. Os setores que ficaram mais baratos foram: Pista, de R$ 360, 00 (inteira) e R$180,00 (meia) para R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia); Cadeiras Cobertas (inferior e superior) passaram a custar R$ 125 (meia) e R$ 250 (inteira) – antes R$ 230 (meia) e R$ 460 (inteira); Arquibancada R$ 75 (meia) e R$ 150 (inteira) – metade dos valores anteriores, em que o assento mais caro, o da Arquibancada Especial, estava  R$ 150 (meia) e R$ 300 (inteira).

A rainha do pop chega ao brasil em dezembro para uma bateria de quatro shows, a serem realizados nos dias 02 (Rio de Janeiro, no Parque dos Atletas), 04 e 05 (São Paulo, no Estádio do Morumbi), e 09 (Porto Alegre, no Estádio Olímpico). A última passagem da cantora pelos palcos brasileiros foi em 2008, com a turnê Sticky & Sweet Tour.

Review: Impossível competir com Madonna

Madonna

Madonna é considerada uma lenda viva, um ícone cultural, uma das melhores e mais influentes artistas na história da música americana e, na noite de 1º de novembro, nós descobrimos o porquê no Scottrade Center: trabalho árduo e carisma natural.

Se acreditarmos em qualquer das falhas de personalidade dela sobre as quais temos sido informados, ela precisa e quer ser o centro das atenções o tempo todo. Esta qualidade pode ser a mais o traço mais distinto de uma estrela pop, e Madonna é, indiscutivelmente, a maior estrela do mundo. A morte de Michael Jackson não deixou dúvidas sobre quem carregará a coroa. Os maiores astros de estádios como Bruce Springsteen e Prince podem representar uma boa competição, mas Madonna é a Rainha.

É especialmente interessante considerar que Madonna é um camaleão de estilos e cultura. Houve a Madonna punk dos anos 80, a religiosa, a controversa, a sadomasoquista, a mística, a Evita, a baladeira e assim por diante. Todas essas Madonnas estão aí e são amadas, mas o interessante é como ela traduz e comprime todas essas personalidades no palco do show. Uma enorme produção, incluindo um palco gigante, telas imensas, luzes, lasers, filas de dançarinos, clipes de intervalo e uma banda, não distraem ou minimizam o poderoso carisma dela.

O show de abertura de Paul Oakenfold foi uma seleção decente e justa pra animar a multidão. Ele gentilmente tocou versões eletrizantes de Mr. Brightside, do The Killers; Satisfaction, dos Rolling Stones; Sweet Dreams, dos Eurythmics; Otherside, dos Red Hot Chili Peppers; e não menos do que três músicas da Rihanna. Basicamente, foi tedioso, mas funcionou. Parecia algo ignorável, tocado em qualquer boate no fim de semana.

Neste momento, Oakenfold é mais um senhor da música eletrônica do que um membro ativo e inovador da cultura, mesmo assim mandou um pouco de Sandstorm, do DJ Darude, para os clubbers que lá estavam. Como os mais populares DJs em grandes eventos, ele não parecia estar fazendo muita coisa atrás do painel de LED. Havia uma câmera sobre ele o tempo todo, mas, de maneira reveladora, o único momento em que mostrou as mãos escondidas dele foi no final, quando ele abaixou o volume.

Um show da Madonna é mais do que apenas música, é a apresentação ao vivo da arte dela, o que representa ela mesma. Não há um jeito fácil de apresentar exatamente todos os seus visuais, fases e explorações musicais em um set de uma hora e meia.

Ela aborda o dilema terminando o show com seções diferentes, todas apresentando humores, atitudes, tipos de música e figurinos diferentes. Ela já está há três décadas numa carreira musical enorme, internacional e inconcebível, e seria impossível (e cansativo) pra ela tocar todas as músicas que os fãs queiram ouvir.

Madonna

Há uma dificuldade que precisa ser dita quando tenta-se compartimentar uma lista de opções tão longa e diversa. Este problema foi resolvido através da referência a outros sucessos durante a apresentação. Por exemplo, Hung Up conteve pitadas de tanto Papa Don’t Preach como Live To Tell. E, durante Express Yourself, Miss Madge até mesmo deu um golpe merecido em Lady Gaga ao jogar alguns versos do sucesso roubado Born This Way no meio da canção.

Por nunca insinuar ou ser sutil, Madonna é direta em sua vida e em seus shows. Ela é uma artista bem literal, andando na corda bamba pra ilustrar uma tensa emoção, agarrando suas partes ao cantar sobre sexo, rastejando no chão pra imitar uma angústia e atuando de forma convincente em alguns cenários de contação de histórias (especialmente durante a apresentação de Love Spent, uma faixa de destaque no novo álbum MDNA).

Sob as luzes de Madonna, tudo é líquido. O chão do palco se transforma numa plataforma elevada, os dançarinos se formam numa escadaria humana e a senhora da noite troca tanto de figurino, quanto de cabelo e humor com facilidade. Ela começou a noite como algum tipo de líder Illuminate sombria antes de mudar para uma violenta Bond Girl; uma mulher buscando orientação religiosa; a líder de uma banda de fanfarra; uma estrela da cena de Factory, de Andy Warhol; uma amante de cítara e seguidora do guro Maharishi Mahesh Yogi; uma anfitriã bem afetada e daí um tipo de druida futurista do espaço sideral, com um pouco da energia dominatrix aqui e ali.

Se ela tem alguma constante, é o fato de estar sempre mudando. Esta é a verdade em todas as suas explorações, mas Madonna ainda tem algumas cenas e visuais próprios. Mas, por estar na cena por tanto tempo, tudo sobre ela é familiar. Das suas sobrancelhas distintas às pontas nítidas de seu lábio superior às coxas saradas ao estilo de dançar e presunção, parece que conhecemos tudo, mas ela ainda consegue fazer as músicas e os visuais parecerem frescos. É tudo ainda muito Madonna, mas ela sempre mistura o estilo. Ela mantem as canções antigas interessantes por apresentá-las de novas maneiras como quando cantou uma versão lenta e quase macabra de Like A Virgin.

Mesmo com todo esse pensamento e esforço e profissionalismo, alguns pontos não foram tão bons assim. Human Nature precisou de mais efeitos de hip-hop (como na versão do álbum) e Masterpiece foi, de longe, o ponto mais fraco da noite. Mesmo assim, quaisquer pequenas falhas foram mais do que compensadas quando o show terminou. Like A Prayer sozinha valeu o preço exorbitante do ingresso. Todos os dançarinos estavam no palco numa estrutura elevada, vestindo túnicas e balançando e batendo palmas como um coral gospel, com Lady Madonna pregando. Posso ouvir um “Amém”?

CADERNO DO CRÍTICO:

Multidão: Parecia haver várias senhoras mais velhas tendo a “Noite das Mamães”. Havia também muitas senhoras vestidas com diversas eras de Madonna, saias redondas dos anos 80, provando ser especialmente populares. Muitas e muitas fantasias que sobraram do Halloween.

Família: Rocco, filho de Madonna, atuou como dançarino-júnior, unindo-se a ela no palco em algumas canções e até mesmo explodindo em seu próprio solo de dança.

Problema: Durante I’m A Sinner, o retorno auricular e o microfone de Madonna lhe deram problemas. Ela parou a canção e esperou pela troca antes de recomeçar, mas não antes de pedir perdão à plateia e evocar piedade daqueles que lá estavam quando ela resmungou em tom de brincadeira: “Este é o meu pior pesadelo”.

Gostosura: Levando em consideração o fato de que Madonna é uma mulher que construiu sua carreira parcialmente em seu corpo e sexualidade, não acho ser irrelevante mencionar que ela estava incrível. Ela está mais linda e, de algum jeito, mais charmosa na carne, e seus figurinos justos não deixaram dúvida de que o corpo dela ainda está demais. Mas é louco assisti-la e perceber que ela é real. Ela é tão pequena quando você a vê pessoalmente que é difícil se conscientizar de que esta pessoa pequenina tem sido tão influente.

Diva: Quando Madonna espiou em alguns fãs sentados durante o show, ela os chamou. Ela quis que todos levantassem e dançassem, e, gentilmente (mas firmemente), os envergonhou até que a obedecessem (“Vocês não têm permissão pra sentar na porra da cadeira!”).

Riverfront Times – Tradução de Leonardo Magalhães.