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Veja a capa escolhida para o single de “Superstar”, de Madonna

madonna superstar single brasil

Madonna escolheu a arte criada pela grafiteira Simone Sapienza, conhecida como Siss, para estampar a capa do single “Superstar”, que lança em dezembro no Brasil.

A obra de Siss foi criada para o “Projeto Keep Walking Brazil”, em parceria com o Museu da Imagem e do Som, e será a capa do single que será lançado na passagem da cantora pelo país, nos próximos dias 4 e 5 de dezembro.

“Não consigo acreditar nisso! A estética das heroínas faz parte do meu trabalho autoral. Sempre busco refletir sobre os milhões de papeis da mulher contemporânea e não podia imaginar que Madonna fosse gostar do trabalho!”, afirmou Siss ao saber da escolha. Na terça-feira (4), ela vai conhecer pessoalmente a cantora antes do show.

A arte foi escolhida entre 30 diferentes, feitas por artistas de rua selecionados pelo curador Binho Ribeiro para workshops no museu. As obras passaram por votação popular, na fanpage da marca no Facebook. Dessa votação preliminar, foi criada uma lista com as dez preferidas pelo público e, da lista, saiu a grande vencedora, escolhida pessoalmente por Madonna.

Leitores da Folha receberão grátis, encartado na Folha desta segunda-feira (3), uma cópia do single “Superstar”, faixa do disco “MDNA”, de Madonna. No CD, além da música original há uma versão remixada pelo DJ Eddie Amador.

Uma das faixas mais lentas do álbum lançado neste ano, que tem as mais agitadas “Give Me All Your Luvin'” e “Turn Up the Radio”, “Superstar” fala de um amor incondicional por figuras masculinas fortes e marcantes.

São personagens que vão desde políticos, como o presidente norte-americano Abraham Lincoln, a atletas, como Michael Jordan, passando por astros de cinema como Marlon Brando e James Dean –estrelas que a diva já evocou na clássica “Vogue”.

Conduzido pelo grafiteiro Binho Ribeiro e por Giovanni Bianco, diretor de arte e colaborador de Madonna, no Museu da Imagem e do Som, o processo selecionou 30 grafiteiros para desenvolverem propostas de ilustração para a capa do disco.

Madonna escolhe Grafiteiro brasileiro para ilustrar seu próximo single

Madonna

A imagem que ilustrará a capa do próximo single de Madonna, Superstar, será de um grafiteiro brasileiro escolhido entre uma seleção de 30 nomes. As ilustrações já estão prontas e serão expostas no MIS – Museu da Imagem e Som – a partir do dia 9 de novembro, em São Paulo.

Os artistas de rua tiveram um workshop de dois dias com o curador da exposição, Binho Ribeiro, e com o diretor artístico da cantora, Giovanni Bianco, onde eles criaram suas ilustrações.

“O curador queria que nossa arte fosse o mais original possível, ele não deu um tema, um briefing a seguir para não tornar a imagem uma peça publicitária. Seja você mesmo foi a instrução”.

As ilustrações são bem variadas. Algumas mostram o rosto da cantora, outras são abstratas. A de Ahoop, uma raposa ouvindo música e usando óculos 3D, mostra bem a personalidade do artista.

“Não quis desenhar a Madonna porque achei que seria óbvio e eu queria ser bem diferente. Ela já tem muitos anos de carreira e já deve ter visto de tudo artisticamente”, disse Ahoop.

“Meu trabalho é bem pop, eu gosto de trabalhar com cor e dar a cara da rua. Também gosto de colocar os animais em situações humanas para mostrar que eles também sentem e foi o que decidi colocar na ilustração, usando todas as minhas referências”, avaliou.

Apesar de ansioso por saber o resultado, Ahoop diz que todos merecem vencer e dá uma dica para Madonna:
“Eu acompanhei o processo de cada um e todo mundo mandou muito bem. Se eu fosse a Madonna, faria um encarte com as 30 ilustrações”.

A exposição ficará em cartaz no MIS até o dia 16 de dezembro. Quem for ao museu conferir, poderá votar em sua preferida. O público também poderá escolher sua favorita na página da Johnny Walker no Facebook e as 10 mais votadas serão enviadas para Madonna escolher.

O single será lançado no país em dezembro, quando Madonna estiver no país com sua turnê MDNA.

VOTAÇÃO

Visite a página no facebook JohnnieWalkerBrasil e vote em sua capa preferida.

Madonna “I Don’t Give A / Superstar” vídeo rumores

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Se há uma mulher que não aceita quando lhe dizem o que fazer, é Madonna. Mesmo assim, a cantora desistiu de apresentar um de seus truques mais perigosos – brincar com um tradicional traje de Noiva Muçulmana.

Madonna planejou dançar em seu novo clipe – e possivelmente no palco – vestida como uma “Noiva do Terror”, comentando sobre Guerra e Opressão Feminina. Ela já tinha a fantasia – uma mistura de um véu de noiva Iraquiana tradicional e um uniforme de soldado americano – feito sob medida.

Mas quando os assessores de Madonna a advertiram de que o truque era um problema, ela tomou a decisão incomum de desistir no último minuto.

Uma fonte disse: “Madonna tinha a fantasia pronta. Ela estava bem orgulhosa e disse que era a sua fantasia ‘Noiva do Terror’.”

“Ela havia desfilado com a roupa e disse que a vestiria no próximo clipe.”

“Primeiramente, quando começaram a dizer que era loucura, ela nem se importou.”

“Mas quando mencionaram que suas ações poderiam colocar sua vida em risco, ela decidiu retirar do clipe e, certamente, não vestir no palco.”

“Ela estava bem desapontada, por estar tão inflexível sobre o assunto.”

“E mesmo quando disse que não continuaria, ela deixou a entender que era apenas ‘por enquanto'”.

É óbvio que o clipe não era para a faixa “I Don’t Give A…”, de seu último álbum, MDNA, como ela certamente faz. Agora, ela mudará o clipe para a faixa inofensiva “Superstar”.

Sábia escolha, mas triste por ver Madge censurando a si mesma.

Ao longo das décadas, ela resistiu a ameaças de todos: de perseguidores à máfia russa e a fanáticos muçulmanos que desprezam sua dedicação à seita judia Kabbalah.

E, em sua atual turnê, ela vem desafiando os lobistas antiarmas, explodindo armas no palco de forma alegre.

Alguns críticos logo se aprontaram quando ela tirou as armas no show em Edinburgo em julho – apenas 48 horas depois do massacre no cinema no Colorado.

A turnê de Madonna segue forte e, ontem à noite, ela tocou no HP Pavillion em San Jose, California. Deve-se admitir que Madge ainda gosta de uma boa briga.

Eu não gostaria de ser o mensageiro que disse a ela que a Noiva do Terror não era uma de suas ideias mais inteligentes.

(Em suma para quem se perdeu: ela usaria uma roupa de noiva muçulmana no clipe do novo single “I Don´t Give A…”, mas tirando sarro e criticando opressão feminina. Porém, percebeu que era violento demais e mudou para o single “Superstar”, com novas ideias.)

Fonte: The Sun (Obrigado a Leonardo Magalhães pela notícia)

RUMOR: “Superstar” como 4º single do álbum MDNA, de Madonna

madonna mdna

E o próximo single do álbum MDNA será “Superstar”, será? SEM CONFIRMAÇÃO OFICIAL AINDA.

Segundo a Reuters, o MIS (Museu da Imagem e do Som) vai sediar uma série de oficinas de grafite em outubro, como parte do projeto Keep Walking, Brazil. O grafiteiro Binho Ribeiro será o responsável por ministrar esses “encontros”, que têm o objetivo de criar uma capa para o CD do projeto – que terá remixes da músicaSuperstar, da cantora Madonna.

Trinta participantes serão selecionados e irão produzir uma capa para o disco. A própria Madonna irá escolher apenas uma. O CD será lançado durante a turnê da cantora pelo Brasil, em dezembro.

Os interessados em participar das oficinas podem se inscrever até quarta-feira (19), no site do museu (www.mis-sp.org.br). Os workshops terão início no dia 30 de setembro.

“Superstar”, de Madonna, é tema olímpico do canal Bravo

Madonna - Superstar Comercial Bravo

É Madonna por todos os lados. Pronto para a cobertura das olimpíadas deste ano, a emissora Bravo começou ontem sua campanha de marketing para divulgar as transmissões do grande evento esportivo de 2012. O tema deste ano é “Summer by Bravo” .

Se no ano passado, “I Wanna Go”, de Britney Spears, foi a música tema das propagandas, este ano Madonna domina com a faixa de seu último álbum #1, MDNA, “Superstar”. Assista ao comercial:

Veja fotos e o vídeo de Madonna com Jimmy Fallon no chat do facebook

en 11571Veja fotos de Madonna com o apresentador Jimmy Fallon antes do chat que ela deu promover o álbum MDNA na noite deste sábado e assista ao vídeo do bate-papo. No chat, Madonna disse que sua música preferida do MDNA, seu novo álbum, é Gang Bang, e que ela virá sim ao Brasil em sua próxima tour. Seu novo show terá duas horas e um dos blocos se chama “Transgression”.

Assista a entrevista:

Fotos

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

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Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

Madonna em chat com Jimmy Fallon no Facebook

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Madonna during her Facebook chat with Jimmy FallonMadonna during her Facebook chat with Jimmy Fallon

 

Madonna 2012: Entrevista ao THE SUN: “gosto de pessoas que saibam conversar tanto sobre filosofia quanto sobre física quântica”

Madonna - MDNALigar para Madonna interrompendo a aula de francês do seu filho pode ser a receita ideal para uma meia hora ao telefone pouco confortável. O tempo de uma mãe de quatro filhos é preciso, em especial quando ela tem um álbum para terminar e lançar e uma tour extasiante para ensaiar.

Mas a Rainha do Pop Madonna não poderia estar mais entusiasmada e aberta a falar sobre seu 12º álbum de estúdio, MDNA, o que deve ter um pouco a ver com as grandes críticas que ele já tem recebido. Em outubro desse ano Madonna celebrará os 30 anos de lançamento do seu primeiro single, Everybody. Desde então ela fez tour ao redor do mundo por nove vezes, ganhou incontáveis prêmios e cravou 10 albuns solo no #1 das paradas. Mas a cantora, 53, ainda acha que apresentar um trabalho novo uma experiência de mexer com os nervos.

Falando com exclusividade para o Something for the Weekend (caderno do tablóide inglês THE SUN – nota do tradutor ) Madonna disse: “Eu não acho que apresentar qualquer um dos meus trabalhos seja menos estressante do que foi o outro porque eu sempre coloco meu coração e minha alma nos meus projetos. Seja um filme ou em um disco, é algo que deve ser trabalhado na sua privacidade e criado dentro de um certo tipo de bolha para então, depois, colocar para o mundo.”

“Você nunca sabe como as pessoas irão receber ou se seu trabalho vai inspirá-las ou tocá-las. O mundo está tão cheio de entretenimento hoje em dia não está? Por causa disso existe esse nervosismo todo.”

“É fantastico estar de volta à música. Eu gosto da intimidade do estúdio de gravação e da composição. Estou usando uma parte diferente do meu cérebro quando eu trabalho com música em contraste de quando estou dirigindo um filme. Existem bilhões de pessoas no mundo do cinema e eu não tenho essa disposição visceral de ser capaz de cantar, gritar e saltitar por aí. É tudo muito diferente. Adoro fazer as duas coisas mas foi bom ter a simplicidade do processo de compor uma canção que veio depois de três anos escrevendo o roteiro e dirigindo e editando e falando sobre meu filme. Sentar, tocar meu violão e cantar uma canção, eu quase chorei.”

O último álbum de estúdio de Madonna, Hard Candy, lançado em maio de 2008, experimentou com a influência hip-hop. Ela teve colaborações de Justin Timberlake, Pharrel Willians e Timbaland. O álbum alcançou o numero 1 no mundo inteiro, mas teve uma recepção um pouco morna por alguns fãs e críticos.

MDNA, um empreendimento triplo como ela mesma coloca, é o retorno de Madonna ao que ela faz de melhor: canções pop clássicas com um toque de sua marca registrada: controvérsia. E é o retorno de sua fórmula de sucesso: trabalhar com os produtores europeus tops de linha.

Stuart Price produziu alguns de seus melhores materiais originais no Confessions On a Dance Floor em 2005. Ela também lançou excelente material com o guru da eletrônica francesa Mirwais. Mas seu retorno ao estúdio com o produtor Willian Orbit, que trabalhou com ela em Ray of Light em 1998, foi um golpe de mestre.

As faixas que fizeram juntos nesse novo álbum, incluindo Gang Bang e Some Girls, se encaixaram na sua discografia de maneira perfeita. Ela também empregou as habilidades de Martin Solveig, do italiano Benny Benassi e do seu primo Allessandro.

Madonna - MDNAMadonna acredita que seu retorno a Europa para produzir com seus parceiros europeus não é coincidência. Ela explica: “Eu acho que talvez eu simplesmente tenha essa chamada sensibilidade europeia. As pessoas falam isso sobre a minha música também. Gosto de trabalhar com pessoas que sejam instruídas intelectualmente e sabem o que se passa no mundo. Diálogo é essencial. Com William, por exemplo, a gente sempre está envolvido em alguma discussão seja sobre filosofia ou seja sobre física quântica. Com Martin Solveig estamos sempre envolvidos em discussões sobre cinema estrangeiro. Quando estou trabalhando com as pessoas não consigo simplesmente fazer música, eu tenho que ser capaz de poder falar sobre a vida e sobre o mundo, sobre arte. Com Benny foi algo meio interessante porque ele não fala inglês muito bem. Eu acabei tendo que usar o primo dele, Allessandro, como intérprete. Isso foi um pouco frustrante, mas acabamos encontrando um modo de nos comunicarmos. Você acaba dando um jeito. Com música é tudo muito ligado à vibração, à energia e você sabe quando as coisas estão funcionando e quando não estão.”

“Quando você está trabalhando com alguém pela primeira vez existe uma certa timidez, algo que todo mundo tem, então com Benny foi algo mais desafiador por causa disso mas acabamos dando nosso jeito e ao final do processo me sinto como se o conhecesse muito bem.”

“Martin é muito divertido. Eu o adoro. Você tem que ficar à vontade para dizer: “Não, eu não gosto disso sem ferir os sentimentos do outro e vice versa. E ele tem o equilíbrio correto entre seriedade e senso de humor. Ele é muito organizado e metódico no seu modo de pensar então eu gosto do seu modo de trabalhar.”

A produção do album é eficaz e com grandes sacadas. Em Gang Bang, o barulho de uma cápsula usada caindo ao chão após o disparo ilustra perfeitamente sua fantasia Kill Bill para essa faixa.

Mas o contraste é grande entre uma faixa pop como Superstar, que conta com a participação de sua filha Lourdes como backing vocal, seguida de uma canção chamada Falling Free, uma de suas canções mais intimistas em anos, onde ela realmente parece se despir emocionalmente. Ela explica: “Eu tenho que estar completamente envolvida na produção. Gosto desse contraste.”

“Gosto de ter algo que simplesmente bate como barulho, batida, som, baixo, a bateria, carregada de sensorialimos e depois criar algo como Falling Free, que é algo mais calmo, mais intimista onde você pode ouvir claramente minha voz e a letra da música. Às vezes eu me sento, pego meu violão e começo a dedilhar as cordas e as coisas saem.”

“Às vezes as pessoas me trazem uma canção que tem um título por exemplo, ou uma idéia de letra e eu pego essa canção e remodelo, troco a letra e faço dela algo meu. Tudo bem de maneiras muito diferentes e sempre foi assim.”

O álbum trás também participações grandes com artistas femininas fortes – M.I.A e a rapper Nicki Minaj. Give Me AllYourLuvin’ foi a canção do Super Bowl que acabou criando uma controvérsia quando M.I.A decidiu mostrar seu dedo médio. Mas essa atitude punk foi exatamente o que a trouxe a bordo do projeto.

“Eu estava procurando trabalhar com mulheres que eu achasse que tivessem uma forte impressão delas mesmas. As duas foram muito divertidas no estúdio, com certeza. Eu acho que estávamos todas muito tímidas no começo. É a natureza humana, mas nós superamos isso de maneira rápida. Elas são pessoas muito centradas em si mesmas, especialmente M.I.A. Eu não acredito que ela se impressione muito com estrelas e com celebridades, então somente nos colocamos ao trabalho. Eu a amei.”

O segredo para se manter original musicalmente? Não ouça a parada de sucessos enquanto está no seu processo criativo de composição.

“Eu não estava ouvindo nada para te dizer a verdade quando escrevi essas faixas. Eu estava trabalhando na trilha sonora do W.E., então era somente música clássica. Eu não gosto de escutar música pop enquanto estou fazendo música pop, isso nunca funcionou. Você não quer ouvir o trabalho de outras pessoas, você somente precisa limpar a mente e trabalhar.” (Fonte: The Sun)

Tradução: Gustavo Espeschit

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Madonna GR8 – O novo disco, MDNA!

Lady Madonna. Plebeia Madonna. Madonna Material Girl. Madonna Cowgirl. Madonna Erotica. Madonna Neurótica. Madonna Fashionista. Madonna Fetichista.

Madonna - MDNANós já nos encontramos com todas elas no decorrer desses 30 anos – juntamente com os muito alter-egos que nem podem ser listados. Então não deveria ser nenhuma surpresa que a rainha do pop das 1000 faces tenha adicionado mais alguns auto-retratos a sua galeria com seu 12º álbum MDNA.

Uma que você não vai encontrar: a Madonna acabada. Co-produzido pelo co-conspirador do do mais aclamado álbum de MadonnaRay of Light, Willian Orbit, pelo DJ francês Martin Solveig, o parceiro italiano Benny Benassi e por outros, MDNA é um dos álbums mais intrigantes de Madge em muito tempo, que oferece uma mistura inteligente de pop e dance music, com doses de hip-hop, eletrônica, dubsteps, baladas e até alguns momentos sérios. Mas o que mais você poderia esperar de um disco cujo título está somente a uma letra de distância de ser o anacronismo do Ecstasy?

Junto com a Madonna totalmente revigorada, aqui estão algumas outras características que você vai encontrar em MDNA.

A Madonna líder de torcida

Você nunca estará velho demais para entrar no esquadrão da energia, como Madonna em seus 53 anos provou no Super Bowl. O ponto alto da sua apresentação do show do intervalo foi o primeiro single de MDNA Give Me All Your Luvin’ (que não deve ser confundido com o sucesso do ZZ Top´s Gimme All Your Luvin´ ) “L-U-V Madonna. Y-O-U you wanna?”

Cheira como espírito adolescente. Nesse momento Avril Lavigne e Toni Basil devem provavelmente estar lendo suas anotações de sala de aula.

A Madonna Bandida

“Se guie, vadia! E enquanto o faz, morra sua vaida” Assim proclama Madonna na sua canção de título um pouco impróprio mas magnificamente colocado Gang Bang, uma fantasiosa vingança obscura onde ela supostamente assassina seu amante com um tiro na cabeça. Vamos torcer para que Guy Ritchie tenha um pouco de senso de humor.

Madonna - MDNA Photoshot

A Madonna Ex-Esposa

Você acha que seu divórcio foi difícil? Pelo menos seu ex não escreveu um rap chamado “ I Don´t Give A ( algo como “Eu não to nem aí” em uma tradução literal e um pouco sutil. Nota do tradutor ) que diz : “Você se zangou comigo? Quem obtém a custódia? Engoleessa. Não tivemos um acordo pré-nupcial.” Ainda bem que Madonna suavizou um pouco com a baladinha Falling Free, onde ela oferece: “Estamos ambos livres agora, livres para seguirmos.” Esperamos que ela não tenha dito que eles estariam livres para atirarem um na cabeça do outro.

A Madonna Poderosa e Destruidora

Quando não está caindo fora das coisas, ela está entrando nas mesmas. Junto com Give Me All Your Luvin’, a viagem de I´m Addicted, a dançante Superstar (que tras Lourdes Maria, sua filha, nos backingvocals), a excêntrica Love Spent, a glamorosa Some Girls (não, não é AQUELA Some Girls ) e a baladinha vencedora do Globo de Ouro Masterpiece, todas nos fazem lembrar que Madonna é uma mulher que ama e que gosta de ser amada. Até o dia que ela o deixa de ser, se é que me entendem.

A Madonna com Conflitos Religiosos

Sim, nós já nos encontramos com ela várias vezes. Mas a verdade é que ela sempre volta. Girl Gone Wild abre MDNA, começa com uma desrespeitosa, mas sutil e engraçada ao mesmo tempo, oração de perdão (“Eu quero muito ser uma garota boa” ) ela diz. I´m a Sinner cita a Virgem Maria e uma leva de santos com uma levada country e com uma mistura dos 10 Mandamentos. Algo bem provocativo.

Comentário Faixa a Faixa

Girl Gone Wild | 3:43 – Mais confissões na pista de dança. Começando com um teclado religioso e palavras ditas de uma oração, ela muda gradativamente para um hino de festa cheio de batidas dançantes. Pena que o coro tenha ficado um pouco desastrado demais.

Gang Bang | 5:26 – A faixa mais estranha, e melhor do álbum, é severa, sinistra, onde Madonna leva seu amante para um último passeio antes de acabar com ele.
Vocais sussurrados e sintetizadores tipo Código Morse completam o clima de tensão, enquanto tiros e sirenes de policia aumentam o drama. A parada dubstep pode parecer um pouco trendy demais, mas é para o próprio bem da musica.

I’m Addicted | 4:33 – È sobre estar presa a um homem. Mas no meio dessa melodia ping-pong-bleeping-blooping, as ondas de reverb e de ecos, os vocais seccionados e as linhas sobre como o amor flui do meu corpo, ligando meu cérebro, como MDMA… bom, nos faz pensar que esta é a Madonna drogada (MDMA é o anagrama para a droga conhecida como Ecstasy – nota do tradutor).

Turn Up the Radio | 3:46 – Sem grandes metáforas – somente uma simples e gentil batida pop sobre dirigir seu carro e escutar música alta ao mesmo tempo. Sem grande peso, mas bastante agradável.

Give Me All You rLuvin’ | 3:22 – De certa forma, Madonna e Martin Solveig mistura rosnados, cantos de líderes de torcida e uma batida dos anos 60 – e funciona. NickiMinaj quase que se sobrepõe à sua anfitriã com um verso tipicamente rap, enquanto que M.I.A não faz diferença.

Some Girls | 3:53 – Infelizmente não é cover da música dos Stones, mas essa estrutura glamorosa e ao mesmo tempo e batida pesada da letra parece nos soar um pouco familiar (“Algumas garotas descendo ladeira, algumas garotas aproveitando o final de semana.”)

Superstar | 3:55 – “Você pode ter as chaves do meu carro. Tocarei para você uma canção no meu violão.” Promete Madonna nessafaixacurta e chata. Ainda bem que a batida de “Ohh-la-la” faz compensar a letra insípida.

I Don’tGive A | 4:19 – Outro destaque. Madonna entrega um grande rap sobre quão impressionante sua vida é – e distribui algumas farpas para Guy Ritchie. Minaj retorna nessa faixa para pagar um tributo antes do corte para a parte orchestral.

I’m a Sinner | 4:52 – E ela gosta de ser! ( em referência ao pecadora do título – nota do tradutor ) Com sua batida funky, metalizadas estilos anos 60, uma canção intermediária meio country-gospel-disco, você vai gostar desse numero estilo Beautiful Stranger.

Love Spent | 3:45 – Uma producao de baixo impacto de William Orbit que começa com um banjo e depois tem adicionadas violões, sons de vídeo game e vocais limpos com Auto-Tune. Mas ainda assim ainda parece que ficou faltando alguma coisa.

Masterpiece | 3:58 – Um violão estilo folk, cordas e estilos latinos. Madonna compara o seu amante com uma obra de arte nessa balada vencedora do Globo de Ouro de seu filme W.E. Boa, mas me parece um pouco deslocada.

Falling Free | 5:13 – Realmente uma balada de encerramento – e a melhor – tem cordas e um piano decorados com pontos de sintetizadores, finalizados com uma letra sobre perdão após o término de um relacionamento.

Exclusivo para o Madworld, tradução de Gustavo Espeschit do artigo publicado no renomado jornal canadense Toronto Sun. Essa resenha foi elogiada pelo empresário de Madonna, Guy Oseary, em sua conta no Twitter. Vale a pena ler.

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Madonna em MDNA: Só pode haver uma rainha

Com novo disco, “MDNA”, a cantora mostra que tem cacife para ocupar o trono do pop por muito tempo

Madonna MDNAAntes de “MDNA”, o décimo segundo álbum de estúdio de Madonna, que será lançado mundialmente no dia 26, mas que caiu na internet na última segunda-feira, o que mais se ouvia sobre ela era que seu reinado estaria chegando ao fim. O disco anterior, “Hard Candy” (2008), estava muito aquém do que se esperava de Madonna. Além disso, nos últimos quatro anos, várias candidatas a rainha do pop, como Kylie Minogue, Britney Spears, Rihanna e Beyoncé, lançaram discos novos e avançaram algumas casas no tabuleiro da música.

No mesmo período, o mundo viu surgir Lady Gaga, que rapidamente parece ter assumido a dianteira nesta disputa. Todas elas, ora alfinetando, ora derretendo-se em elogios e admitindo que, sim, se inspiram em Madonna.

Depois de rodar o mundo com a “Sticky & Sweet Tour”, ela deu um tempo na música, como que deixasse suas candidatas a sucessora mostrarem o que podiam fazer. Madonna lançou uma coletânea, gravou um clipe (“Celebration”, ao lado do então namorado brasileiro Jesus Luz) e dirigiu seu segundo filme (“W.E. – O Romance do Século”, em cartaz no País).

Madonna 2012Retorno

Com “MDNA“, ela volta à cena para mostrar quem é que manda. Ou, pelo menos, que ainda tem gás para se reinventar e fazer um pop de qualidade. O disco abre com “Girl Gone Wild“, produzida por Benny Benassi. Na introdução, ela afirma que se arrepende dos pecados que cometeu e que quer ser boa. Mais adiante, porém, ela admite que não consegue se controlar.

“Na pista até amanhecer/Garotas só querem se divertir/Eu sei, eu sei, eu sei/Não deveria agir assim/Eu sei, eu sei, eu sei/Boas garotas não se comportam mal/Se comportam mal/Mas, de qualquer forma, eu sou uma garota má/Perdão”, canta em um dos versos da letra.

A faixa, que havia sido divulgada há alguns dias e ganha clipe na semana que vem, cumpre bem seu papel, dando uma ideia do que está por vir: Madonna cansou de tentar bancar a boazinha e quer mesmo é botar para lascar.

Na sequência, “Gang Bang” não deixa sobrar tempo nem para recuperar o fôlego. Numa das melhores músicas da carreira, Madonna solta o verbo e esculhamba geral. Batida pulsante, voz nasalada, versos fortes e palavrões em profusão. Genial. “E eu vou direto para o inferno/E eu tenho vários amigos lá”, diz. Merece ser lançada como single (e ganhar clipe a altura, se possível, dirigido por Jonas Akerlund) e entrar na próxima turnê, cuja passagem pelo Brasil já é dada como certa no começo do próximo mês de dezembro.

Em “I´m Addicted”, ela compara o amor a uma droga. No caso, o MDMA, um dos nomes pelos quais é conhecido o êxtase. Foi daí, aliás, que ela tirou a ideia do título do disco, trocando apenas uma letra e criando um anagrama com o seu próprio nome.

“Turn up the Radio” também tem potencial para virar hit. O ritmo do disco só é quebrado quando entra “Give me All your Luvin´”, com participação de Nicki Minaj e M.I.A.. A temática cheer leader casou bem com a performance no intervalo do Superbowl, mas destoa do resto do disco. Não é ruim, mas, tendo em vista o conjunto de “MDNA”, dá para notar que foi mais uma adequação ao contexto da apresentação do que qualquer outra coisa. O mesmo se aplica a balada “Masterpiece”, parte da trilha sonora de “W.E.” – que só toca nos créditos.

Outro ponto alto é “I don´t Give a”, na qual Nicki Minaj afirma que “só pode haver uma rainha e ela é Madonna”. A letra é uma das mais confessionais do disco. Fala sobre não ligar para o que as pessoas pensam dela: “Tentei ser uma boa garota/Tentei ser sua esposa/Me diminuí/Engoli minha luz/Tentei ser tudo o que você esperava de mim/E se eu falhei/Não dou a mínima”. O que será que o ex-marido, o cineasta Guy Ritchie, achou da música?

A filha Lourdes Maria participa como backing vocal (alguém notou?) em “Superstar”. Inevitável a comparação com “Hello”, sucesso do produtor da faixa, Martin Solveig. A menina já havia inspirado a mãe a compor “Little Star”, de “Ray of Light”.

Numa prova de que busca referências na própria carreira – se as outras podem, por que não ela mesma? -, Madonna apresenta “I´m Sinner”. Soa como uma mistura de “Ray of Light” com “Beatiful Stranger”. Combinação bombástica. A cantora sabe o que funciona. Se dizendo uma pecadora, em meio a um atmosfera oriental, ela evoca Maria, Jesus, São Cristóvão, São Sebastião e Santo Antônio.

“Love Spent” começa com um banjo futurista. O clima oitentista evoca Erasure e La Roux. Muito vagamente, remete a “Hung Up”, um dos maiores hits de Madonna. A versão simples do disco encerra com “Falling Free”, uma balada sombria como as que só William Orbit sabe produzir. Na versão dupla, haverá mais cinco músicas bônus, incluindo um remix de “Give me All your Luvin´” feito pela dupla LMFAO.

Equilíbrio

“MDNA” certamente entra para o hall dos melhores discos de Madonna, ao lado de “Like a Prayer” (1989), “Ray of Light” (1998) e “Confessions on a Dancefloor” (2005). A produção dividida entre William Orbit (parceiro em “Ray of Light”), Benny Benassi e Martin Solveig deram ao trabalho o equilíbrio certo de intros-pecção e alegria.

Em poucas ocasiões Madonna se abriu tanto nas letras. É verdade que todas as suas composições são pessoais e carregam muito do que ela vivia naqueles momentos, mas desta vez ela foi mais direta. “Acordei ex-esposa/Essa é a sua vida/(…)/Você ficou bravo comigo/Quem tem a custódia/Os advogados que se danem/Não tinha um acordo pré-nupcial/(…)/Fazer um filme/Escrever uma música/Tenho que pegar meu dinheiro de volta”, brada em “I don´t give a”.

O disco está cheio de recados para a concorrência e para ex-maridos e namorados. Mas também tem bobagem, refrões pegajosos e batidas capazes de animar qualquer festa. Exatamente como deve ser a boa música pop.

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Madonna MDNA ou anotações sobre a voz que nos guia

Certamente a melhor definição sobre o legado de Madonna que já li, foi há muitos anos num jornal francês. A autora do texto abria com a declaração: “Foi Madonna, e não o catolicismo, que me fez pensar em usar um crucifixo”. É compreensível.

Dos primeiros anos aos derradeiros dias, precisamos de uma voz que nos guie, ainda que por caminhos incertos, ainda que pela encruzilhada sempre fatídica ou pelo aberto que nos expõe ao nada. Os primeiros e os últimos guias (os pais, professores, algum enfermeiro, algum acompanhante…) muitas vezes não temos como escolher. São imposições, consequências da biologia e do destino.

Capa da edição deluxe do novo álbum de Madonna, MDNA
Capa da edição deluxe do novo álbum de Madonna, MDNA

Todos os outros, no entanto, temos algum poder de decisão, ainda que seja mínimo: amigos, mestres, amantes (lembro aqui a entrega sem concessões presente nas páginas iniciais de A história de O, um dos maiores romances do século passado) e mesmo estrelas pop.

Penso em John Lennon que, para os fãs dos Beatles, era mais importante que Jesus Cristo; penso nos garotos em choque, mas fascinados, com os olhos cercados por rímel de David Bowie; e, claro, em Madonna, uma mulher que há 30 anos não se perde de vista, que se reinventa para ser o mesmo produto de sempre: a católica perturbada entre o prazer e a proibição; entre a confissão pública e o silêncio. Contradições que falam tão alto a nós todos que convivemos com crucifixos nas paredes de casa.

Madonna - MDNAMadonna ergueu seu status mitológico sobre as cinzas de uma tradição musical vitimizada: a disco music dos anos 1970, que já ressuscitou como house music, techno, electro, pop dançante, já recebeu alcunhas terríveis como “música de tusc-tusc” e a incompreensível “e-music”. Pensamos em disco music (ou seja: nas variantes que essa palavra carrega) como um objeto de distração, raramente como o prato principal. É trilha sonora da academia de ginástica, som alto de carros em alta velocidade riscando as ruas de metrópoles ou vilarejos e isca para encontrar um alguém ou O alguém numa pista de dança lotada, como se a noite não fosse um fim em si mesma.

Ainda que munida de rimas banais (step to the beat, celebration, hesitation…), a pista de dança de Madonna é política, contraditória, objeto de salvação, de comunhão e repulsa, tal e qual um dia foi para os pioneiros da disco music lá do começo dos anos 1970. A brancura macho man de John Travolta à parte, disco music é um produto das culturas gay, negra e latina. Os três guetos que a crítica de rock, branca e heterossexual, sempre desprezou, mas que Madonna soube usar como seu instrumento de legitimação, ainda que nadando contra uma tradição tão adversa (gênios como Nile Rodgers e Giorgio Moroder jamais arranharam o reconhecimento de um Eric Clapton ou de um Brian Wilson).

Ao pensarmos num álbum novo da cantora não pensamos apenas nos atropelos da sua vida particular e de como isso ganhará forma nas canções. Remetemos também ao alcance que ele terá sob luzes de neon e em pessoas que dançam sozinhas em busca de uma dose violenta de qualquer coisa. Madonna, ou ao menos sua persona pública, precisa ser uma eterna habitante da noite. Com MDNA não é diferente.

Madonna - MDNANas últimas semanas, a mídia foi invadida por inúmeras críticas sobre o seu novo trabalho. Muitas delas escritas com o olhar anabolizado de blogueiros que pareciam estar sentados numa área VIP olhando de cima a multidão desprovida, e não comentando uma coleção de músicas. Ou mesmo de críticas realçando os “alarmantes” limites da sua idade.

É incrível como subestimamos tanto a maturidade quanto a juventude, como se a consistência da carne de um artista fosse qualidade ou defeito da sua arte. Descreditamos Justin Bieber por sua adolescência de gel e Madonna por, aos 53 anos, cantar sobre o desejo de se perder numa pista de dança embriagada por Tangueray – como ela nos prescreve no single Girl gone wild, canção exageradamente pop, que poderia ser ignorada, se cantada por qualquer outro artista. Mas aqui o importante é (para voltarmos ao assunto) a voz que nos guia. A voz que ainda podemos escolher para nos guiar. Lembro uma passagem de O amor nos tempos do cólera, de Gabriel García Márquez, em que os protagonistas, no crepúsculo da vida, repensam as razões que os deixaram afastados por tantas e tantas décadas: um dia foram jovens demais; ao final do romance, estariam velhos em excesso para o amor. Um f*** acaba sendo a resposta dos dois para as convenções em relação à idade. Ponto. E final feliz.

Ontem à noite, a maior parte das canções de MDNA se espalhou com velocidade implacável pelas redes sociais, causando surpresa e discórdia entre os fãs da cantora. Se a bobagem artificialmente prepotente de Give me all your luvin’ deixou uma ponta de receio em relação à qualidade do restante do material, o álbum (e se trata de um álbum, no conceito clássico do termo, com história, meio e fim) é tudo o que podemos esperar de um trabalho de Madonna: perfeição pop de um lado e os deslizes dos inseguros que não podem deixar que o mundo perceba o tamanho das suas dúvidas. MDNA, mais que seus antecessores (Confessions on a dancefloor e Hard candy), expõe as contradições entre desejo e exaustão, amor e ódio, que atravessaram seus discos clássicos dos anos 1980 e 1990.

É bom encontrarmos num mesmo trabalho sentimentos tão disparates como os presentes nas canções Gang bang e I’m fucked up. A primeira, uma batida industrial exorciza um ex-amante com o arrependimento de quem sempre acaba fazendo as escolhas erradas, esquecendo que ainda guarda a liberdade de fazê-las; a segunda é um mea culpa diante de uma relação fracassada. Madonna canta com desamparo os erros cometidos (“devia ter mantido minha boca grande fechada algumasvezes”, diz a letra), mas a confissão de fracasso parece ser mais um jogo de sedução do que a desistência derradeira. É como se o algodão doce do hit oitentista True blue voltasse à vida deixando um sabor amargo na ponta da língua.

Com uma batida à David Guetta, Turn up the radio vai além das promessas noturnas: não é uma canção sobre se sentir à vontade na pista de dança e, sim, à vontade na vida. I dont give a, com participação da rapper Nicki Minaj, segue o caminho oposto: é um tratado sobre o desconforto de precisar continuar dançando sobre o solo de uma relação fracassada, deixando claro que o tom de “não estou nem aí” do título é mera falácia. Mas o ritmo pulsante minimiza os longos espaços vazios, tal e qual Madonna já havia alertado no seu clássico Into the groove.

Love spent exala fofura ao metaforizar que o dinheiro e o amor são, ambos, elementos subjetivos por essência: cabe ao amante ou ao investidor escolher aforma correta (ou errada) de usá-los. Bobagens como B-day song e Superstar talvez ganhem algum significado com o passar das audições. São erros. Mas Madonna comete erros, enormes erros, talvez por isso permaneça tão atraente – nada mais insuportávele mais artificial que a perfeição, convenhamos…

MDNA talvez não seja seu disco do divórcio, como pregam alguns. Ou seu álbum de recomeço pós-Lady GaGa, como conspiram outros. Talvez seja seu álbum sobre reavaliar sua identidade, seu DNA, após algum tempo distante (distâncias e silêncios criam miragens, falsos cartões-postais), após certa descrença até do seu séquito mais fiel ou mesmo dela própria em relação ao seu potencial (a tal história da consistência da carne como matiz da arte). Mas tudo isso é apenas conjectura (necessária) de um crítico. A voz que nos guia está ali, ainda que por vezes robotizada em excesso, talvez em busca de alguma coisa que nem ela própria mais deseja ou compreenda. Mas não importa. Que seja bem-vinda de volta.

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Escrito por Schneider Carpeggiani