Arquivo da categoria: Entrevista

Madonna sobre Lady Gaga, Guy Ritchie e idade para a Rolling Stone

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Madonna volta à capa da Rolling Stone que chega às bancas hoje (27), com a entrevista mais reveladora, introspectiva e ardente. Na conversa com o escritor Brian Hiatt, Madonna falou sobre o que realmente sente sobre Lady Gaga, o casamento com Guy Ritchie, o relacionamento com o Judaísmo, o que pensa de Kanye West, as lesões e muito mais.

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Madonna fala de Nicki Minaj, de Stromae, Rebel Heart e turnê!

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Madonna vem dando várias entrevistas para promover o novo álbum Rebel Heart. A rádio francesa NRJ conseguiu exclusividade na França e disponibilizou um trecho da entrevista.

CONTE-NOS MAIS SOBRE LIVING FOR LOVE. VOCÊ TRABALHOU COM UMA EQUIPE FRANCESA QUE COLABOROU COM A BANDA POP CHRISTINE AND THE QUEENS.
Sim, são ótimos. Adoro a música deles. (Living For Love) É uma canção sobre ter o coração partido, mas dizer: “Sabe de uma coisa? Minha vida continua, e eu seguirei em frente. Não vou deixar de acreditar no amor. Vou pegar minha coroa de volta e colocar na cabeça, e viver orgulhosamente, acreditando que o verdadeiro amor existe de verdade”.

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Stuart Price: “Madonna se conecta à dance music de forma física”

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Stuart Price comandou o álbum “Confessions On A Dancefloor”, o retorno de Madonna à essência em 2005. Esta entrevista está na edição de fevereiro da revista Mojo.

Mesmo assim, ao fim da turnê seguinte, Re-Invention Tour, começamos a trabalhar na música de um filme que ela estava fazendo com o diretor Luc Besson (Hello, Suckers!). Havia uma seção Disco no filme, e as canções que compusemos caíram como uma luva. Tudo fluiu e se transformou no álbum Confessions On A Dancefloor.

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Mojo: Não daria meu álbum de graça no iTunes, diz Madonna

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Eis a quarta e final parte da entrevista de Madonna para a MOJO traduzida.

Mesmo assim, é surpreendente encontrar alguém como você gravando um álbum no apartamento de um cara inglês. “Por quê? O que alguém como eu faz?”. Bem, não é algo que você imagina ver uma grande estrela fazendo. “Oh, isso é besteira. Besteira, besteira, besteira”. Continue lendo Mojo: Não daria meu álbum de graça no iTunes, diz Madonna

MOJO: “Fiz Madonna regravar 20x Beautiful Killer”, Martin Solveig

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Mais um trecho da entrevista de Madonna para a revista MOJO 2013. Após o genérico Hard Candy, o DJ e produtor francês Martin Solveig ajudou Madonna a se recarregar em MDNA.

“Ela ouvira as minhas canções Hello e Boys & Girls e viu qualidades que queria no MDNA: canções otimistas e felizes com as quais você poderia dançar. Madonna é extremamente boa em achar o meio termo entre o produtor e ela mesma, e dar o toque pessoal nisso. Continue lendo MOJO: “Fiz Madonna regravar 20x Beautiful Killer”, Martin Solveig

MOJO: terceira parte da entrevista de Madonna traduzida

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Eis a terceira parte da entrevista de Madonna para a MOJO traduzida.

Sério, você nunca pensou que tudo seria mal-interpretado? “Não! Tô dizendo, não fazia ideia.”.

A boa música Pop deve sacudir as coisas, não é? “Sim. Talvez eu apenas inconscientemente escolho coisas que vão sacudir as pessoas sem realmente saber que isso irá acontecer. Honestamente, não sei. Não estava em meu laboratório matutando: ‘Ooh, isso vai acabar com todo mundo.’ (risos) Não…não sou assim. Então, parecia normal.”

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MOJO: Segunda parte da entrevista de Madonna traduzida

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Eis a segunda parte da entrevista de Madonna para a MOJO traduzida.

De muitas maneiras, Rebel Heart é o título certo para um álbum de Madonna, já que a rebeldia está atrelada ao DNA dela. Durante a conversa, ela é afiada, engraçada e amigável. Daí, sem qualquer motivo e de repente, uma atitude desafiadora aparece, primeiramente quando perguntamos a ela o porquê de sempre sentir uma forte vontade de se rebelar.

“(Após uma longa pausa) Por que eu sinto isso? Pois é parte de ser uma artista e um ser humano, mas sempre fui assim, mesmo antes de começar a compor. Sempre dizia ao meu pai: ‘Mas por que eu tenho que fazer isso? Por que essa é a regra? Por que as meninas precisam fazer isso e os meninos, aquilo? Por que as mulheres têm que cobrir a cabeça na igreja e os homens, não? Por que eu devo usar um vestido e eles, calças? Por quê? Por quê? Por quê?’. E meu pai sempre dizia: ‘Por que você sempre me questiona?’. E eu respondia: ‘Mas por que não?’. Então, eu não sei. Como ser humano, estamos aqui para questionar. Como artista, é o seu trabalho questionar.”

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Devil Pray – Madonna fala sobre drogas em sua entrevista para a Mojo

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Aqui está a tradução de uma das partes da matéria com Madonna para a revista MOJO, em que ela fala do começo de carreira, do novo álbum “Rebel Heart” e sobre a canção “Devil Pray”, cujo tema é sobre drogas. Confira:

Com fogo nos olhos e um coração sensível, ela ascendeu da cena pós-punk baladeira de Nova York com visões lúcidas da música que ela DEVERIA fazer. Depois de 13 álbuns, Madonna e seus principais colaboradores contam tudo sobre as decisões musicais e as confissões líricas que a levaram de Pontiac, Michigan, para o Mundo, sempre com a maior modernidade do Pop. “Tem sido bem intenso…e complicado”, ela contou.

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Guy Oseary fala sobre vazamento das novas de Madonna para a Billboard

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Guy Oseary fala sobre vazamento das novas de Madonna para a Billboard

O lançamento surpresa das seis canções do álbum Rebel Heart, de Madonna, no dia 20 de dezembro foi uma vitória sofrida: resultado de duas noites sem sono para combater os vazamentos de mais de uma dúzia de demos não-finalizadas apenas três dias antes. E ele quase não aconteceu.

“Não sabíamos de nada até a noite de sexta (19), que sequer daria certo”, disse Guy Oseary, empresário de longa data de Madonna, no dia 23. “Havia uma chance de não ser tecnicamente possível, por ser tão em cima da hora. Normalmente, não seria o fim do mundo, mas pelo fato do iTunes interromper suas atividades (para as Festas), soubemos que deveria acontecer bem cedo ou só no dia 5 de janeiro. Não sabíamos…ela estava rezando e nós torcemos”.

O resultado? Pré-vendas para o dia 10 de março chegaram ao topo do iTunes em mais de 36 países, com três das 6 faixas finalizadas na parada de música eletrônica da Billboard. O primeiro single Living For Love chegou às rádios americanas no dia 22 de dezembro pela gravadora Interscope, com uma campanha ainda maior em janeiro. Um clipe oficial será filmado no mês que vem, com lançamento planejado para a “primeira semana de fevereiro”, como Oseary revelou no Twitter.

Mas Madonna e sua equipe ainda não descansaram. Apenas horas depois de Oseary falar com a Billboard no dia 23 de dezembro, outras 14 faixas das sessões de gravação de Rebel Heart vazaram, incluindo a suposta faixa de acusação a Lady Gaga (Two Steps Behind Me), que Guy Oseary negou ser sobre Gaga ou “qualquer pessoa específica”.
Eis um trecho da conversa com Guy no dia 23 de dezembro, incluindo detalhes sobre como Madonna e equipe correram pra deter os vazamentos. “Se todos soubessem o que foi preciso acontecer…foi um circo!”.

JÁ SE PASSARAM SEIS DIAS DESDE OS VAZAMENTOS. VOCÊ JÁ DORMIU?
Consegui dormir um pouco ontem. Tem sido uma loucura. E que ano louco, imenso!

ENTÃO O QUE EXATAMENTE ACONTECEU?
Então, veja bem… nossa música foi roubada. E, agora, temos uma investigação acontecendo, então levamos muito a sério. Duas canções vazaram algumas semanas atrás, e conseguimos contê-las. Fizemos tudo ao nosso alcance. É difícil conter um vazamento online. Daí veio a terça-feira (20) – parece que faz muito tempo –, mas foi na semana passada, quando li mensagens sobre o vazamento das canções. Tentamos conter o máximo que pudemos, mas chegou ao ponto de ser incontrolável. Já estava tudo lá, não dava pra controlar.

Portanto, Madonna estava determinada em agir imediatamente, no que lançamos o máximo de material finalizado que conseguimos. Conversamos muito, pois correr com tudo não fazia sentido. Mas ela estava determinada em não querer que as pessoas achassem que aquelas fossem as faixas finalizadas. E ela ficou arrasada, sabe? Arrasada e doente por alguém ter feito isso com ela e não dá-la a chance de dividir o produto final com todo mundo.

Pensamos em lançar Living For Love como uma canção pro Dia dos Namorados (14 de fevereiro nos EUA), e o álbum pro fim de abril. Falávamos sobre o mês de abril, então tudo aconteceu 4 meses e meio antes. Você sempre ouve esse papo uma semana antes ou duas… mas isto foi loucura. Assim, (o Vice-Presidente da Interscope) Steve Berman nos ajudou muito, já que também sabia as muitas razões pelas quais isso não fazia sentido. Mas ele apoiou Madonna e reuniu todo mundo para conseguir este feito. Daí, (o Vice-Presidente da Apple) Robert Kondrk nos ajudou muito também.

QUANDO VOCÊ SOUBE DA HORA CERTA PRA LANÇAR O MATERIAL NO ITUNES?
Não sabíamos de nada até a noite de sexta (19), que sequer daria certo. Havia uma chance de não ser tecnicamente possível, por ser tão em cima da hora. Normalmente, não seria o fim do mundo, mas pelo fato do iTunes interromper suas atividades (para as Festas), soubemos que deveria acontecer bem cedo ou só no dia 5 de janeiro. Não sabíamos. Daí, recebemos uma ligação às 20h30 com a confirmação. Ela estava rezando e nós torcemos.

Quando recebi a mensagem de que o lançamento estava funcionando, foi algo lento e certo. Daí, correu o mundo todo, no que levou um dia inteiro, até o domingo, pro álbum ser registrado. No sábado, 6 canções chegaram ao Top 10 quase em todo país do planeta. No domingo, quando o álbum foi finalmente registrado, era primeiro lugar em quase todo mundo, junto com as seis canções. Foi uma viagem maravilhosa. Todos queríamos que os vazamentos nunca tivessem acontecido, mas ficamos muito gratos por todos quererem ouvir as músicas. Se todos soubessem o que foi preciso acontecer…foi um circo!

AGORA QUE VOCÊ CONSEGUIU ESTE FEITO, O QUE VEM A SEGUIR?
Temos a filmagem do clipe em algum momento, e temos que planejar os próximos planos. Ela realmente quer promover o álbum, e se certificar de que nos reagrupemos. Ela já deu uma ou duas entrevistas… não houve muito tempo para explicações. Aprendi muito nos últimos anos, e era importante que as poucas canções que lançamos fossem compreendidas, já que foi tudo tão corrido.

COMO VOCÊS ESTÃO LIDANDO COM ISSO LEGALMENTE? VOCÊ TEM ALGUMA IDEIA DA FONTE?
Estamos falando de um criminoso. Havia fotos, vídeos, tudo que não deveria estar disponível por aí. Ela estava postando-as no Instagram, dizendo: “Ei, estou vendo isso pela primeira vez. Legal, muito obrigada”. Sabe, é novidade, aprendemos muito e entendemos de onde vinham os buracos. E estamos fazendo todo o possível. É de verdade. Muita dor, sabe, ver muito do seu trabalho particular sendo jogado pro universo porque alguém pode roubar e fazê-lo.

SERÁ QUE FOI COISA DE UM FÃ, SENTINDO QUE ESTAVA “PRESENTEANDO” A TODOS COM ESTE MATERIAL NÃO-LANÇADO?
Eles não presentearam ninguém. Não quero entrar em detalhes, mas tudo será revelado em algum momento.

Entrevista: Madonna fala seu novo álbum REBEL HEART

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Na primeira entrevista sobre o lançamento surpresa do 13º álbum, a Rainha do Pop fala tudo sobre o trabalho com Nicki e Kanye e quem realmente é Illuminati

No último ano, Madonna tem atualizado os fãs com o avanço do 13º álbum através de postagens no Instagram, com fotos dos colaboradores (Nicki Minaj, Avicii, Diplo) e inspirações (as crianças no Malawi, Miley Cyrus, cartazes com mensagens do tipo “Preciso de mais dinheiro e poder, e menos baboseira vinda de vocês!”). Porém, na semana passada, o processo criativo dela foi interrompido com o vazamento de 13 músicas que ela caracterizou como sendo “demos não-finalizadas”. Em meio a uma calamidade em potencial, a equipe dela tomou uma rápida decisão: terminar e lançar seis faixas imediatamente no iTunes, e determinar uma data de lançamento para março de 2015 para o álbum completo, intitulado Rebel Heart.

No dia seguinte, as faixas chegaram ao iTunes e Madonna alcançou o primeiro lugar em 41 países – de toda parte dos EUA a Israel, Rússia e as Filipinas. E ela deu a primeira entrevista sobre o lançamento surpresa à revista Rolling Stone.

É garantido concluir que você teve dias bem ocupados?
Oh, minha Nossa! Ocupados demais. Falemos de algo bom.

O álbum foca em dois temas: ouvir seu coração e se rebelar. Quando você começou a compor, você se guiou por essas ideias em detrimento a quaisquer planos musicais?

Nunca parei e pensei que queria compor uma canção sobre um assunto específico. A música me leva às ideias e aonde eu quero ir emocionalmente. Quando comecei, eu estava compondo com a equipe do Avicii e eles se separaram em dois grupos diferentes. Um deles tinha uma abordagem mais agitada nas composições, sonicamente falando; e o outro grupo escolhera acordes mais sombrios.

A música me leva, então eu me perco nos sons, e isso cria um tipo de paladar emocional. Comecei a lembrar das minhas canções e observar o que já compusera, que vim de dois lugares distintos. Isso aconteceu organicamente, sem nada planejado. E, assim, observei: “Oh, são dois lados fortes meus que preciso expressar”.

Então, as escolhas sobre quem você confia para lhe guiar, musicalmente, são cruciais.
Sim. E, às vezes, no momento de composição da música, há algumas pessoas com quem realmente me conectei, apenas como seres humanos, e senti que eles me compreenderam como compositora e pessoa. Portanto, foi mais fácil compor com eles. Neste momento, você precisa ser vulnerável, sem ter medo de se expressar e compartilhar ideias. É quase como escrever em seu diário na frente de alguém e ler em voz alta. Algumas pessoas me deixaram à vontade e eu me conectei com eles; já outras, me pareciam bem estranhas. Foi quase um exercício de atuação, sabe? Entrar numa sala e deixas as ideias fluírem mesmo sem me sentir conectada com as pessoas.

Living For Love é uma canção triunfante e linda sobre um término de relação.
É uma canção de separação. (Risos)

Mas não é uma canção depressiva.
Seguinte, muitas pessoas escrevem sobre estarem apaixonadas e felizes, ou escrevem sobre ter o coração partido e estarem inconsoláveis. Mas ninguém escreve sobre ter um coração partido e se sentir esperançosa e triunfante logo após. Então pensei, “Como posso fazer isso?”. Não quis compartilhar o sentimento de ser uma vítima. Esta imagem me apavorou, mas me fortaleceu.

Esta faixa casa uma vibe house com um pouco do som de sintetizadores do Diplo. Você o encorajou a se arriscar um pouco?
Oh, nunca tenho que encorajar Diplo a se arriscar com nada. Na verdade, tenho que encorajá-lo a pegar mais leve, às vezes. Ele é “ligadão”. Inclusive, acho que Living For Love é, provavelmente, uma das produções mais suaves dele.

Devil Pray corre o risco de ser mal-interpretada como uma canção que motiva ou condena o uso de drogas, mas é mais sobre uma busca à espiritualidade, certo?
Quando as pessoas experimentam drogas, não acho que realmente estejam dizendo conscientemente: “Quero me aproximar de Deus”. Acho que é algo primitivo, algo mais inexplicável que acontece. Acho que o sentimento de quem fica “doidão” se conecta ao universo e os faz apreciar coisas ou ver detalhes que, do contrário, eles não veriam; ou os faz sentir um tipo de alegria eufórica.

Basicamente, esses sentimentos nunca duram muito, pois as drogas perdem o efeito e trazem os efeitos colaterais. Sempre que você usa meios sintéticos para sentir tal euforia, haverá a queda. É claro que não estou julgando as pessoas que se drogam, ou dizendo “Não use drogas”. Entretanto, digo que você pode fazer tudo isso para se conectar a um nível maior, mas, basicamente, você se perderá. Quem se droga está instintivamente tentando se conectar a um nível mais alto de consciência, mas o fazem de uma forma que não os dará suporte.

Há também uma mensagem de busca espiritual através da união, e não do isolamento.
Sim, e é outra mensagem subliminar na canção. Você realmente deve prestar atenção à letra, e espero que as pessoas assim o façam, com o tempo. Só vamos mudar o mundo ou sentir alegria através da união. É claro que não estou encorajando um comportamento religioso. Quando digo que as pessoas pensam numa forma religiosa, quero dizer que eles pensam em regras e dogmas e leis de separação. Quando menciono a espiritualidade, me refiro à consciência que compreende que estamos todos juntos, que somos todos um só. Precisamos encontrar um jeito de sentir alegria e trazê-la ao mundo juntos. E isso vai, basicamente, acontecer com este nível de consciência, não com drogas.

Estamos em um momento crítico, estranho e assustador. E ele não parece longe do mundo caído de Ghosttown.
Sim, estamos, e essa música foca no que acontece no mundo, observando os colapsos das civilizações ao nosso redor, na falta de uma palavra melhor. No fim das contas, se o petróleo acabar e não mais tivermos eletricidade e as conveniências modernas; se não tivermos telefones e computadores, só teremos um ao outro, os humanos. Essa canção é sobre reconhecer este fato.

E, mesmo assim, é uma canção de conforto, sem temor ou medo.
Não. Mais uma vez, é sobre ter esperança. Ver a destruição e sentir esperança. Este é o tema de muitas das canções neste álbum.

Se Living For Love é a canção inspiradora sobre separação, Unapologetic Bitch é a que diz “Foda-se!”.
Sim. (Risos) Mas é, tipo: “Foda-se, vou me divertir. Você acha que vai me destruir e acha que tudo acabou pra mim, mas adivinha só? Não acabou! A vida continua”.

Diplo, que produziu a faixa, tem um papel interessante na música hoje em dia, viajando o mundo em busca de sons e ajudando outras culturas a fazerem sentido. Como vocês se conectaram?
Sabe quando você conhece alguém, trabalha com essa pessoa e reconhece que ambos veem a vida da mesma forma? Sou uma dessas pessoas, que viaja o mundo e me envolvo em outras culturas, absorvendo a beleza em perspectivas diferentes – através da arte, da literatura, da música. E mais, uso muito dessas referências no meu trabalho.

Acho que o Diplo faz a mesma coisa. Então, nos reconhecemos como “almas gêmeas”. Quando nos encontramos, ele não conhecia esse lado meu e eu, o dele. Então, não foi uma conversa mais séria. Foi algo como: “Ei, olha isso. Você ouviu? Ouça esta faixa. Você gosta deste grupo?”. Tocamos músicas um pro outro e reconhecemos que ambos gostávamos das mesmas coisas, então começamos a trabalhar.

Como surgiu a ideia de escrever Illuminati quando você trabalhou com Kanye West?
Illuminati foi uma canção que eu compus em março ou abril. As pessoas sempre usam a palavra Illuminati, mas sempre referem-se a ela da forma errada. Muitos geralmente me acusam de ser membro dos Illuminati e eu acho que, na cultura pop de hoje em dia, eles são vistos como um grupo de pessoas poderosas e bem-sucedidas que trabalham nos bastidores, controlando o universo. E não pessoas conscientes, pessoas esclarecidas. Então, sou acusada de ser membro dos Illuminati, então eu me dei conta. “Calma aí!”. Primeiro, eu tive que entender o que eles queriam dizer com isso.

Você busca essas coisas no Google? É bem engraçado.
Sim, mas o lance é: eu sei quem são os verdadeiros Illuminati e sei de onde esta palavra vem. Os verdadeiros Illuminati foram um grupo de cientistas, artistas, filósofos, escritores, que surgiram no que se diz como a Era do Esclarecimento, após as Eras Sombrias, quando não havia escrita, nem arte, nem criatividade, nem espiritualidade, e a vida estava paralisada. Logo após isso, tudo floresceu. Então, havia pessoas como Shakespeare e Leonardo DaVinci, Michelangelo e Isaac Newton, todos esses grandes pensadores, e foram chamados de Illuminati.

Pois eles iluminavam a consciência.
Sim, analisando a raiz da palavra, eles “iluminavam” as pessoas. Não tinha nada a ver com dinheiro e poder. Claro que eles eram poderosos, pois influenciavam as pessoas. Mas o objetivo deles era inspirar e esclarecer. Portanto, quando as pessoas se referem a mim como membro dos Illuminati, sempre quero agradecê-las. Obrigada por me colocar nesta categoria. Mas antes de agradecer, sEnti que deveria compor uma canção sobre o que acredito que seja o Illuminati, e o que não é.

Quando toquei muitas das canções que não haviam sido finalizadas pro Kanye, ele gostou desta. Ele adorou a melodia e começou a dançar na mesa de som. Ele literalmente subiu na mesa – ficamos preocupados dele bater a cabeça no teto, mas ele não se machucou. No fim, ele estava muito animado com a faixa, daí deu o toque pessoal, musicalmente, e eu adorei. Pra mim, ele elevou a letra com a música. É como uma sirene, alertando as pessoas.

Quando você trabalha com Nicki Minaj em uma faixa como Bitch, I’m Madonna, você a guia ou deixa ela ir onde quiser?
Sempre que trabalhamos juntas, ela sempre senta comigo e ouve a canção. Daí, me diz: “Diga o que esta canção significa pra você”. Ela é muito metódica nas análises. Conversamos, ela toma nota de algumas palavras que eu digo na descrição da música e o sentimento que eu gostaria que ela acrescentasse. Depois, ela começa o trabalho. Ela escreve, e volta… faz uma versão e nós conversamos. É um trabalho de ida e volta até ela acertar. É uma colaboração total.

Você disse que queria que cada canção no álbum fosse forte sozinha sem muita produção, capaz de ser apresentada acusticamente e, ainda assim, dar certo. Você pensou assim em álbuns anteriores?
Não. Muitas vezes, eu só pensei em sons. Ou queria fazer uma música dance, ou uma balada. Desta vez, eu realmente pensei – é tudo parte do meu pensamento catastrófico ultimamente. O mundo está mudando e, pra mim, beleza… qual o resultado de tudo no fim das contas? É tudo referente às canções.

Se você está sozinha no fim do mundo, você apresentará as músicas?
Sim. Se estou apenas eu e o violão, ainda posso cantá-las? Todas as canções! Eu precisei ser capaz de levá-las ao nível mais simples e transmitir minha mensagem com minha voz e um violão.

Você já começou a pensar em reinventar estas canções para a turnê?
Estou pensando nisso. Neste momento, o prazo de concluir estas músicas e lançá-las no iTunes foi maluco!

Elas chegaram ao primeiro lugar em 41 países – isso é muito bom. E também demonstra que os verdadeiros fãs ainda querem pagar pela música.
Sim! Eles são extremamente leais e estou muito agradecida por isso.

(Rolling Stone)