Mais um trecho da entrevista de Madonna para a revista MOJO 2013. Após o genérico Hard Candy, o DJ e produtor francês Martin Solveig ajudou Madonna a se recarregar em MDNA.
“Ela ouvira as minhas canções Hello e Boys & Girls e viu qualidades que queria no MDNA: canções otimistas e felizes com as quais você poderia dançar. Madonna é extremamente boa em achar o meio termo entre o produtor e ela mesma, e dar o toque pessoal nisso.
A visão-geral do álbum era criar faixas que se encaixassem nos shows da turnê. Acho que, desde o início, ela tinha o show todo na mente, e sabia se as canções que produzimos se encaixavam nesse conceito.
Compusemos seis ou sete faixas e, pelos padrões de hoje em dia, nossa colaboração em estúdio foi bem antiquada. Hoje, só trabalham pessoas que nunca se encontraram, trocando faixas por e-mail. O álbum MDNA foi mais orgânico. Parecia que éramos duas metades da mesma banda.
A primeira faixa que produzimos foi Give Me All Your Luvin’. Eu fiz a demo completa pra ela, mas, assim que me conheceu, ela disse: ‘Gosto desta canção, mas se formos trabalhar juntos, vamos refazê-la juntos também’. Tiramos da demo tudo o que ela não gostou: as cordas de tambor, o vocal… e desse esqueleto, construímos uma nova canção.
Outra faixa, Beautiful Killer, veio do nosso amor conjunto pelo filme francês O Samurai, com Alain Delon. Em relação aos vocais, eu a fiz regravar a mesma parte mais de 20 vezes, porque as canções estavam um pouco fora do tom dela. Ela não gostou disso e me chamou de “Tirano”, o que foi engraçado – ela tem um senso de humor inglês -, porque eu sou exatamente o contrário de um tirano. Ela disse que eu era o produtor mais gentil com quem ela já trabalhara. Provavelmente, gentil demais”.