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Madonna pode dirigir episódio de série sobre os “Dez Mandamentos”

4out2013 a cantora madonna falou sobre sua vida pessoal e carreira em entrevista concedida a revista harpers bazaar a musa posou para fotos de terry richardson e relembrou momentos dificeis de suaMadonna está cotada para dirigir um episódio de uma série sobre “Os Dez Mandamentos”. Quem disse isso foi o produtor de cinema Harvey Weinstein ao jornal americano “The New York Times”. A série terá dez episódios, um para cada mandamento.

Dentre os outros diretores convidados, estarão, além de Madonna, Lee Daniels, Ryan Coogler e Wes Craven. Weinstein, que produziu o último trabalho da popstar como diretora, o filme “W.E.”, além de outros grandes sucessos do cinema como “Chicago”, “Kill Bill” e “O Senhor dos Aneis”, pretende criar uma divisão em sua empresa especializada em produções para a TV. “A maneira que encontramos de acrescentar estabilidade à companhia hoje em dia e investir em produções televisivas”, disse Weinstein, que pretende criar em sua empresa uma divisão de TV “tão poderosa quanto a cinematográfica”.

Além de “Os Dez Mandamentos”, Weinstein planeja uma série de detetives, também com dez episódios e ambientada no Egito antigo chamada “Book of the Dead” (O Livro dos Mortos, em tradução livre). Há planos para filmar também “Marco Polo”, uma série de artes marciais para o Netflix; “Guerra e Paz”, uma série de 14 episódios baseada no livro de Leon Tolstoi sobre as guerras napoleônicas que será produzida em parceira com a BBC e, ainda, “Stan e Ollie”, sobre os últimos dias da dupla de atores Stan Laurel e Oliver Hardy, mais conhecidos como O Gordo e o Magro, também para a BBC.

Crítica: Madonna exibe seus “bens” na Arena Philips, em Atlanta

Ouviu-se no banheiro feminino no final do show de Madonna: “Ela era boa. Agora, ela está tão…estranha”.

Madonna

Uma das figuras mais extremistas da história da música popular sendo classificada como incomum não é novidade. Madonna se tornou Madonna não por causa de sua habilidade vocal limitada ou coreografias criativas – ela o fez baseada numa habilidade provocativa sem igual, uma mente sagaz para negócios e ótimas colaborações de composições que ajudaram-na a criar dezenas de músicas pop atemporais.

Agora, ela tem 54 anos, intensamente consciente de que não conseguirá apresentar um show de duas horas equivalente a um espetáculo da Broadway noite após noite por quase 6 meses, ou que ficar apenas de sutiã preto e calcinha, como fez no show na Arena Philips, não lhe dará assobios e gritos por seus firmes “bens” pra sempre.

Tais óbvias realizações explicam a grandiosidade explícita deste show, uma produção tremenda que, às vezes, apresentou bateristas suspensos sobre o palco, cubos iluminados e impressionantes, 15 dançarinos em vários figurinos chamativos, exibindo peitorais musculosos (os homens, claro) e um alegre show de moda durante Vogue. A líder Madonna quase não teve tempo de beber água e, enquanto não pode ser criticada por muitas coisas – como o Auto-Tune desenfreado e a cantoria questionável durante coreografias pesadas – ela vai à exaustão no palco, pelo benefício de um show de primeira.

A extravagância foi dividida em quatro seções/temas, que inicialmente continham um monte de violência besta. Revolver e Gang Bang apresentaram-na ostentando uma arma, ondas de sangue inundando a enorme tela, de quase 1km de altura, sempre que ela matava um bandido no estilo “vilão de James Bond”.

Na verdade, muito da primeira parte do show pareceu uma produção do Cirque du Soleil. Você está lá, confuso, mas não quer desviar o olhar com medo de perder aquele segundo precioso. Daí, novamente, a julgar pelo número de pessoas que passaram a maior parte do show mandando mensagens de texto e vendo fotos nos telefones, talvez Madonna tenha saído muito de seu curso, sem, ao menos, suavizar nossas tendências tecnológicas.

Mas se há uma queixa legítima sobre esta turnê, não é que ela tocou músicas do MDNA, seu último álbum. O que você esperava? O problema é que apenas algumas dessas canções são boas o bastante pra garantir o foco.

A acústica e linda Masterpiece, apresentada com o trio basco Kalakan, foi um ponto alto do show, que começou às 22h30, fato frequentemente mencionado desde que a turnê começou. Além dela, a irritável I Don’t Give A…, que apresentou Nicki Minaj no vídeo, deve ter sido um sucesso em outra era musical. Mas muitas outras – I’m Addicted, Girl Gone Wild – são esforços esquecíveis, enquanto Gang Bang é, meramente, um refrão chato sobre uma batida latejante e guitarras frenéticas.

Claro que haverá fãs do show, esgotado, que irão reclamar que Madonna não cantou sucessos suficientes, e eles teriam razão. Mas, na última década, nenhuma turnê de Madonna incluiu mais do que alguns dos hits dos anos 80, e a maioria destas canções foram tão recriadas, que ficaram irreconhecíveis.

Pelo menos no sábado, os fãs receberam uma Papa Don’t Preach mais fiel, uma Vogue excitante e uma versão tradicional de Open Your Heart, novamente com Kalakan. A única falha verdadeira foi transformar Like A Virgin numa supostamente ardente canção, que Madonna apresentou com o sutiã supracitado e calças, primeiramente elevadas na linha do estômago, no fim da passarela, e depois sobre um piano, no estilo do filme Os Fabulosos Irmãos Baker. Claro que seria ridículo se ela cantasse a versão original, mas transformá-la em lixo não foi a melhor escolha.

Àqueles ansiosos pela Madonna vintage, ela fez uma aparição mais cedo no show, quando, vestida com o figurino de baterista de banda e mostrando um pouco da coreografia com os pompons – algo que você não verá em qualquer jogo de futebol colegial – ela apresentou Express Yourself. No meio da canção, Madonna chegou ao refrão de Born This Way, de Lady Gaga, provando que ela rouba a mesma linha melódica, daí enfiou a faca no melhor estilo Madonna adicionando o refrão de sua própria She’s Not Me.

Entendido! A questão é a seguinte: mesmo quando Madonna está criando e apresentando um show que é mais pro seu próprio interesse do que para agradar fãs que ainda usam luvas de renda e rendem-se aos seus shows…é uma evolução necessária!

Podemos nem sempre concordar com as direções dela, mas, como Minaj lembra no fim de I Don’t Give A…: “Só há uma rainha, e é Madonna”. Access Atlanta

Crítica: Quando Madonna deixará de ser relevante?

Mark Kemp – Creative Loafing

Madonna

Quando Madonna comicamente anunciou aos fãs do Verizon Center, em Washington, no dia 24 de setembro, que “temos um Muçulmano negro na Casa Branca”, ela jogou a merda no ventilador. Foi como se os abutres da cultura nacional sofressem outro caso de amnésia pop-cultural. Esta é Madonna, afinal. E Madonna será Madonna.

Como ovelhas, todos obrigatoriamente resmungaram no Twitter e no Facebook pra registrar seu horror. Foram inteligentes também, sendo que os considero bem astutos. Pessoas conhecidas ou com quem trabalhei muitas vezes nos últimos 15 anos – jornalistas musicais e críticos, especialistas, assessores de imprensa, o pessoal do rádio, músicos, até mesmo amigos de faculdade e conhecidos do colégio. Com os dentes rangendo e as bocas espumando, eles pularam desenfreadamente pra atacar Madonna novamente. Foi bem nostálgico.

Um escritor e ex-repórter da Billboard de Los Angeles ligou um artigo do jornal Huffington Post na página do Facebook com o título “Madonna chama Obama de ‘um Muçulmano negro na Casa Branca’”. Claro, ele também fez um comentário: “Deixe esta vaca lerda e louca por atenção se meter no diálogo político e ajudar a perpetuar uma das mais duradouras e errôneas concepções sobre o presidente”.

É sério? Sim. 57 pessoas curtiram a postagem dele e 35 comentaram, incluindo “Ela é tão idiota quanto um saco de martelos”; “Ela é uma vaca sem talento, sem cérebro e idioooota, sem senso de humor”; “Ela é uma puta, um verme estúpido”; e “Vamos lembrar que ela ainda exibe os seios nos shows”.

Você imaginaria que esses profissionais da indústria da música eram estudantes colegiais debatendo sobre uma líder de torcida popular, mas notoriamente rebelde, durante o almoço. Na verdade, eram pessoas de 40, 50 e até 60 anos de idade, debatendo sobre alguém que eles vêm seguindo de perto ao longo das últimas três décadas. Alguém que tem sido parte integral da cultura popular americana. Alguém que vem se expressando há muito tempo em músicas abusadas e bem-sucedidas, além de álbuns e performances, sempre aumentando o nível para mulheres da indústria da música e expandindo as definições de uma cantora pop e um ícone cultural popular. E lá estava ela – aos 54, a líder de torcida mais rebelde da América – na estrada já há um tempo, promovendo seu mais recente álbum, MDNA. E alimentando mais ainda a fúria no Facebook.

Agora na etapa final de uma turnê que começou em Tel Aviv em maio, Madonna seguiu para Charlotte no dia 15 de novembro para uma performance na Time Warner Cable Arena. Ela provocou controvérsia novamente? Esta sequer é uma pergunta significativa?

A grande novidade em setembro não foi que Madonna fez uma observação impactante durante um show em DC (seria novidade se ela não tivesse feito algo impactante). Não, a novidade foi que Madonna ainda trabalha e diz coisas que acendem uma paixão assim, tanto positiva quanto negativa, em 29 anos de carreira. A pergunta “Madonna ainda é relevante?” tem sido um mantra por quase 28 desses anos. Tudo começou em 1984, após o lançamento do segundo álbum e do convite pra cantar o até então o novo sucesso, “Like A Virgin”, no Video Music Awards, da MTV. Ela finalizou se arrastando no palco em um vestido de noiva, exibindo um pouco da virilha e cantando levemente fora do tom numa faixa pré-gravada. Após a performance, no primeiro de muitos pronunciamentos subsequentes, especialistas tocaram o sino da morte: Madonna desesperadamente procura chocar as pessoas; ela está acabada, pronto! Próxima!

Madonna não apenas estava em alta, mas se encontrava no meio de três álbuns maravilhosos, cortesia de colaborações muito boas com gênios dos estúdios, incluindo seu ex-namorado Jellybean Benitez, Nile Rodgers e Stephen Bray. Ao longo dos cinco anos seguintes, ela se casou e divorciou de Sean Penn, apareceu na Broadway na peça Speed The Plow, de David Mamet, estrelou no sucesso de público e crítica Procura-se Susan Desesperadamente e no fracasso Quem É Essa Garota?, e se tornou vítima de inúmeras piadas sobre punks e roqueiros. Ainda assim, foi tratada como estrela por membros da realeza do cenário alternativo: Sonic Youth e Mike Watt, do Minutemen, cujo projeto paralelo Ciccone Youth foi tanto uma homenagem, quanto uma paródia.

A primeira grande mudança artística de Madonna aconteceu em 1989 com Like A Prayer, o álbum que muitos – inclusive eu – ainda consideram a obra-prima dela. Depois de batalhar com seu querido pai e com a Igreja Católica em Papa Don’t Preach três anos antes, Madonna levou seus problemas religiosos à frente na faixa título do álbum e no clipe, repleto de ícones católicos sagrados/profanos: cruzes em chamas, cicatrizes e uma fantasia sexual com um santo. “Coube certo com o meu espírito da época, na questão de se impor às autoridades masculinas, seja o Papa ou a Igreja Católica ou meu pai e suas maneiras conservadoras e patriarcais”, ela disse à Rolling Stone em 2009. Em Express Yourself, do mesmo álbum, ela apelou a uma nova geração de jovens mulheres para que saíssem da sombra de seus namorados e tomassem o controle criativo. O que aconteceu foi que Madonna organizou um motim dois anos antes de Bikini Kill ou Courtney Love reclamar às massas desajustadas ao som de guitarras grunge e punk.

Madonna

Nos 23 anos seguintes, temos questionado a relevância de Madonna de forma automática. Com cada nova polêmica, especialistas respondem como cachorrinhos do fisiólogo russo Pavlov: “Ela foi longe demais desta vez? As bizarrices cheias de controvérsias dela chegaram a um nível de desespero? Madonna ainda é relevante?”. Fizemos isso em 1990 quando ela incorporou servidão e sadomasoquismo no clipe de Justify My Love. Fizemos de novo em 1992 quando ela lançou o livro Sex, como parte integrante do novo álbum Erotica. Fizemos no fim dos anos 90, quando ela incorporou as novas crenças da Kabbalah em Ray Of Light, que acabou sendo outro grande avanço criativo.

A primeira década do século 21 foi igual. Em 2003, Madonna usou o VMA da MTV novamente para ir além dos limites da aceitação, beijando Britney Spears e Christina Aguilera após a performance original de Like A Virgin. Os especialistas soaram como um coral: Madonna foi longe demais. Três anos depois, quando Madonna e o até então marido Guy Ritchie adotaram um menino do Malauí, o refrão voltou: ela está procurando atenção desesperadamente.

Estamos no jogo dela a cada novo movimento: suas aparições no cinema, os amantes, os desrespeitos de celebridade e comentários sociais. E em 2012, lá estamos nós outra vez. Em julho, o site MTV.com postou uma notícia com a manchete gritante: “A controversa turnê MDNA de Madonna: Ela foi longe demais? Usando armas falsas e se expondo no palco, a turnê MDNA do ícone pop está repleta de críticas”.

“Oh, fala sério, pessoal! Ela estava brincando. Os americanos estão assim, tão incapazes de aceitar sarcasmo?”. Foi isso o que eu escrevi no Facebook do escritor de música de Los Angeles sobre o comentário de Madonna sobre o “Muçulmano negro”. Daí, eu repostei o artigo na minha página. A situação não foi melhor lá, embora a acidez entre meus amigos não tenha sido tão intensa. “É um comentário horrível, que não vai ser nada bom pro Obama. Mas, ei, fez Madonna voltar ao noticiário”, um antigo conhecido da faculdade sugeriu. “Não tenho dúvidas de que ela tentava ser sarcástica”, um amigo de minha cidade disse, “mas ela falhou totalmente”. E um colega de Nova York lamentou que a piada de Madonna foi inapropriada:

“Há muitas, muitas pessoas lá fora que verdadeiramente acreditam que Obama não seja Cristão.”

E isso é problema de Madonna? Se as pessoas são burras o bastante pra acreditar que o Presidente é muçulmano, é problema deles, não de Madonna. E se o Presidente Obama tivesse perdido as eleições por causa da piada sarcástica de Madonna, muito mais teria sido dito sobre o nível de inteligência dos americanos do que sobre o humor dela. A sagacidade, os cálculos e o timing de Madonna estão ótimos, muito obrigado. Ou, conforme a solitária voz da razão – do jornalista musical, humorista e autor de I Want My MTV  Rob Tannenbaum – sugeriu no meu Facebook, o ultraje sobre a afirmação de Madonna “mostra não apenas um sarcasmo mal-entendido, mas – pior – Madonna sendo mal-entendida”.

Como a mais óbvia influência pop dela, David Bowie, Madonna é tanto uma artista performática quanto da música – cuja experimentação com personagens não se reserva apenas ao palco, filmes, clipes ou álbuns. Ela permeia cada aspecto da vida pública dela. Quando Madonna faz um documentário, como Na Cama Com Madonna ou I’m Going To Tell You A Secret, ela está se apresentando, não oferecendo algum tipo de visão jornalística perspicaz sobre sua vida pessoal ou o processo de bastidores. Ela está interpretando Madonna, seja atuando de forma vulnerável ou no controle; ela está brincando com códigos de gênero e cultura, papéis sexuais e suposições sobre poder.

Quando Madonna se une a alguma causa – seja pelos direitos gays, assuntos humanitários ou uma eleição presidencial – ela está se apresentando. Claro, é óbvio que a pessoa real – Madonna Louise Veronica Ciccone, de Detroit – também apoia o Presidente Obama e os assuntos GLBT, mas ela o faz através de vários aspectos de suas personas, não com canções de protesto, redações racionais ou palestras. Não é assim que ela trabalha. Madonna faz grandes observações com situações elaboradas, grande teatralidade, figurinos extraordinários, maquiagem à-la Fellini, e, sim, sarcasmo profano – todos os muitos aspectos de suas personas. Se entendermos os discursos políticos dela da mesma forma que ouvimos os de Joan Baez, Chuck D, Tom Morello ou Boots Riley, estaremos interpretando-a erroneamente. As grandes narrativas dela são o que a elevam muito acima das imitadoras, exceto talvez Lady Gaga, que realmente entende Madonna.

No aniversário de 50 anos de David Bowie, em 1997, eu estava com ele numa pequena loja inglesa de chás em Manhattan. Conversamos sobre as personas que ele criara ao longo dos anos – sobre seus objetivos, o que ele tentava alcançar, o que ele esperava que as pessoas soubessem sobre ele. Outros devem saber pouco sobre David Robert Jones (seu nome de batismo), ou Bowie como sugerido, mas eles devem saber muito sobre Ziggy Stardust and the Thin White Duke. A autenticidade foi superestimada, ele disse. Bowie é um artista que faz arte, personagens e situações – não uma realidade linear. “Eu costumava ficar agressivo com a ideia de integridade”, ele me contou, referindo-se àqueles que o criticaram no começo, por usar truques numa época em que sinceros cantores de folk pregavam ao seu eleitorado. “Eu dizia, ‘Foda-se – meu negócio é truque”.

Truque é o negócio de Madonna também. E esperamos muito disso quando ela chegou à arena de Charlotte. Já sabemos que ela tem provocado com uma sequência violenta durante as mais recentes canções – Girl Gone Wild, Revolver e Gang Bang – que apresentam Madonna com armas e couro, numa luta sangrenta e coreografada contra homens mascarados dentro de um quarto de hotel cenográfico. A cena foi tão perturbadora para alguns membros da plateia em Denver (sendo tão recente ao tiroteio da tragédia envolvendo o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que algumas pessoas deixaram o show. “Estamos dançando e, de repente, as pessoas começaram a perceber o que era a canção”, Aaron Fransua, de 25 anos, contou à Associated Press. “Ficamos todos parados lá. Todo mundo perto de mim estavam chocados”.

Algumas canções depois no setlist da turnê MDNA, o que parecera antes ser um golpe visual e temático no ex-marido de Madonna, o diretor britânico adorador de sangue Ritchie, ficou bem claro, de acordo com a blogueira Marilee Lindemann, conhecida como a “Louca com um laptop”. Lindemann escreveu sobre o show do dia 23 de setembro em Washington: “Percebi naquele momento que não estávamos sendo forçados simplesmente a nos divertir com a violência gratuita. As evocações de Abu Ghraib contextualizaram e geopolitizaram friamente a violência das cenas anteriores, à-la Tarantino, e mostraram consequências reais”. Lindemann, Professora universitária de Inglês e Diretora de Estudos Gays, Lésbicos, Bissexuais e Transgêneros na Universidade de Maryland, acrescentou: “ou…o mais real possível no espetáculo surreal de Madonna”.

Quando o espetáculo de Madonna chegou a Charlotte, também pudemos ver referências à rixa dela com a imitadora Lady Gaga. As duas têm estado muito conectadas ao longo do último ano, brigando pela opinião popular. Em turnê, Madonna injetou a rixa em Express Yourself  (“não aceite o segundo lugar, baby…”), desviando-se momentaneamente à faixa similar de Gaga Born This Way, pra afirmar apropriação, sabe?

A resposta de Gaga a esta justaposição? “As únicas similaridades são a progressão de cordas – é a mesma da música eletrônica há 50 anos”, disse a Lady. “Não significa que estou plagiando, mas que sou esperta pra cacete”.

Na verdade, Madonna e Lady Gaga são ambas espertas pra cacete. Madonna levou a narrativa da rixa a Minneapolis em 4 de novembro, contando à plateia que Gaga rejeitara um convite pra cantar com ela no palco. “Tudo bem”, Madonna disse. “Tenho os melhores fãs do mundo todo. Então, toma isso, Lady Gaga!”.

Tome isso também: de acordo com os números, Madonna é tão relevante quanto sempre foi e, facilmente, tão popular quanto quaisquer de suas herdeiras. MDNA é o quinto álbum consecutivo dela a dominar as paradas. A turnê atual já vendeu 1.9 milhão de ingressos no mundo todo, com a maioria dos shows esgotados. E mais, ela continua em grande forma física e as canções e conceitos de performance de MDNA são fortes como tudo que ela já fez em anos.

Especialistas têm lamentado quando Bowie ou Bob Dylan ou os Rolling Stones continuam se apresentando bem em seus anos de crepúsculo, mas Madonna retrocede esta turnê – focando, na maior parte, em sua idade.

Tudo bem, de acordo com Madonna. “Já me rejeitaram antes”, disse ela, apesar de se referir aos insultos de sua jovem rival e não aos comentários sobre sua idade. “É bom construir caráter”.

Enquanto continuarmos questionando a relevância de Madonna e de seus personagens, ela continuará relevante como nunca!

Madonna: polêmica na França e nove processos na Rússia

Madonna

Se tem uma coisa que a nova tour de Madonna, o MDNA Tour, vem causando, além de histeria, é muita polêmica. Na França, os militantes da Frente Nacional (extrema-direita) cobriram os cartazes de Madonna com imagens de sua líder Marine Le Pen. O objetivo para protestar contra o clipe que foi exibido em shows anteriores em que a presidente da bancada aparece atrás de uma suástica, informou o próprio partido. Madonna fará uma apresentação em Nice na próxima terça-feira (21).

Na última madrugada, dezenas de militantes percorreram as ruas de Nice para substituir cerca de trinta cartazes da cantora pelos de Marine Le Pen, disse à AFP Gaël Nofri, responsável pelo grupo Bleu Marine-FN na cidade. “Nós não somos contra a liberdade de expressão, mas isso é um ato revisionista, um ataque contra um partido republicano e contra a sua candidata que teve 18% nas eleições presidenciais”, declarou Nofri.

Para Gaël Nofri, Madonna, que luta para “encher seus shows desesperadamente vazios”, tenta “criar uma dinâmica para fins puramente comerciais”. Mas ela esquece que, “Marine Le Pen representa um eleitor em cada quatro da Côte d’Azur”, disse Nofri.

Poucos dias após a estreia do vídeo em questão, durante o primeiro show da turnê mundial de Madonna em Tel Aviv, que aconteceu no dia 31 de maio, Marine Le Pen alertou para que a estrela não exibisse o clipe ameaçando revidar a ação.

Em 14 de julho, durante uma apresentação no Stade de France, a cantora decidiu exibir um novo vídeo no qual Le Pen aparecia com uma suástica na testa. A Frente Nacional apresentou uma queixa por injúria.

Já na RÚSSIA…

Nove processos reivindicando compensações financeiras superiores a US$ 10 milhões (R$ 20 milhões) foram apresentados contra Madonna em um tribunal de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, informou nesta sexta-feira (17) o advogado dos queixosos, Aleksander Pochuev. Os processos por “danos morais” também se estendem aos organizadores do show da rainha do pop na sexta-feira (10) passada na antiga capital russa, afirmou Pochuev em entrevista à agência oficial “RIA Novosti”.

Os queixosos, acrescentou, reivindicam compensações econômicas por causa do “forte sofrimento moral” causado por Madonna ao fazer “propaganda das uniões homossexuais” durante sua apresentação em São Petersburgo.

“Várias dessas pessoas estiveram no show, outras viram reportagens nos noticiários”, disse Pochuev. Madonna defendeu os direitos dos homossexuais em sua apresentação em São Petersburgo, cidade que aprovou uma lei punindo a propaganda homossexual entre menores de idade. “Queremos lutar pelo direito de ser livres. Viajei muito pelo mundo e vejo que as pessoas são cada vez mais intolerantes, mas podemos mudar isto. Temos a força para isso”, proclamou ao público a cantora americana. Madonna garantiu que “o amor” é a única coisa que pode mudar o mundo e pediu tolerância em relação as pessoas que têm uma orientação sexual não tradicional.

Madonna: viver polêmicas para contar histórias

Madonna

Assim como Gabriel García Márquez fez em sua famosa autobiografia “Viver para Contar”, a carreira de Madonna também poderia resumir-se sob essa máxima, que, em inglês, intitula uma de suas mais famosas músicas, “Live To Tell”, origem de uma de suas muitas e famosas polêmicas.

Até a recente denúncia do partido francês Frente Nacional contra uma montagem audiovisual apresentada em seu último show em Paris, que destacava a política Marine Le Pen (líder da legenda ultradireitista) com uma suástica na testa, muitas são as polêmicas que envolvem a chamada “ambição loira”.

Além das questões puramente eróticas, Madonna também ambienta sua música em outros pontos de muita discussão, como a homossexualidade, o catolicismo, os símbolos nacionais e o antiamericanismo. Alguns atribuem seu compromisso com a liberdade, e outros com a máxima: “Que falem mal de mim, mas falem”.

Com o single “Papa, Don’t Preach”, de 1986, Madonna acendeu ao mesmo tempo os ânimos dos setores conservadores e dos progressistas. A canção, que fala de uma adolescente grávida, fugia claramente da rígida moralidade dos anos 80, enquanto as feministas consideravam que a cantora banalizava um tema delicado.

Alguns anos depois, em 1989, Madonna lançou o clipe de “Like a Prayer”, considerado o mais escandaloso da história da rede “MTV”. Neste, a cantora se refugia dentro de uma igreja, onde, com um provocante decote, aparece para dar vida a uma estátua de um Cristo negro.

Embora a artista tenha declarado que não pretendia brincar com a religião, aquela foi a primeira vez que uma de suas músicas foi considerada como uma blasfêmia. Na ocasião, a marca de refrigerantes que patrocinou o lançamento do clipe cancelou uma campanha similar poucos dias depois.

A partir de então, os confrontos da rainha do pop com os setores mais ortodoxos do Cristianismo foram contínuos e chegaram a um ponto extremo durante a turnê “Confessions Tour”, realizada em 2006, quando a cantora interpretou “Live To Tell” descendo dos céus, pregada em uma cruz e com uma coroa de arame farpado, enquanto rostos de crianças sofrendo apareciam por trás.

A artista recebeu ameaças de sequestro da máfia russa, protestos liderados pelo ex-presidente da Polônia Lech Walesa e até uma tentativa de boicote por um sacerdote protestante holandês de 63 anos, que reconheceu ter sido o autor de uma falsa ameaça de bomba durante uma apresentação da loira em Amsterdã.

Além disso, no show desta mesma turnê em Roma, Madonna incluiu imagens de Bento XVI em uma projeção que mostrava personagens como Hitler, George W. Bush, Benito Mussolini, Vladimir Putin, Osama Bin Laden e Saddam Hussein.

Já em 2003 – em plena Guerra do Iraque, liderada pelo ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush -, Madonna lançou a controvertido clipe de “American Life”, que trazia imagens de conteúdo bélico em um desfile de moda.

“Me sinto muito patriota e muito orgulhosa de ser americana, mas me chateia ver que um país com tanto poder e influência esteja obcecado e motivado por valores errôneos”, disse então a cantora, que criticou a “obsessão dos americanos pelas aparências”.

Suas críticas aos políticos conservadores continuaram durante a turnê de “Sticky And Sweet” em 2008. Nesta ocasião, a cantora queimou imagens do então candidato republicano John McCain, assim como a de Adolf Hitler e de Robert Mugabe, o presidente do Zimbawe, ao som de “Get Stupid”.

Isso sem falar nos desafortunados episódios relativos a alguns símbolos nacionais. Os porto-riquenhos não viram com bons olhos o fato de a cantora nova-iorquina ter passado a bandeira deste “Estado Livre Associado” aos EUA entre as pernas durante um show em Bayamon em 1993.

Na Argentina, a cantora encontrou uma inflamada oposição a sua famosa interpretação de Eva Duarte de Perón em “Evita”. Nesta época, o então presidente Carlos Menem disse que sua escolha “não seria tolerada pelo povo argentino”. Posteriormente, Madonna também declarou que se identificava com sua personagem, com exceção desta ser “uma mulher disposta a tudo para assegurar sua ascensão social”.

Não há dúvidas que Madonna possui tantos anos de polêmica como de carreira. O próximo episódio desta lista, por exemplo, poderá ocorrer já no próximo mês de agosto, quando a cantora se apresentará em São Petersburgo. Ícone da comunidade gay, Madonna foi ameaçada pelas autoridades russas com uma multa caso ela venha a infringir a controvertida lei que proíbe “a propaganda homossexual” no país.

“Não fujo da adversidade. Durante minha atuação, eu vou falar sobre esta ridícula atrocidade”, advertiu a cantora, que provavelmente deverá ter que pagar a quantia de US$ 170 por conta desta advertência. EFE

MDNA TOUR: Católicos protestam contra show de Madonna na Polônia

madonna confessionstour cruz livetotell

Mais de 14 mil católicos da Polônia já assinaram um abaixo-assinado contra o show que Madonna fará na capital, Varsóvia, no próximo mês de agosto, um evento que “ofende Jesus Cristo e promove o homossexualidade”, segundo os organizadores da campanha, que espera angariar 100 mil assinaturas.

O site Protestuj.pl traz uma imagem da cantora imitando a crucificação de Cristo, inclusive com a coroa de espinhos, ao lado do título “Não vou ao show da Madonna“. A foto em si é de 2006 enquanto Madonna canta “Live To Tell” e fala sobre os órfãos vítimas da AIDS na África.

madonna confessionstour cruz forbiddenlove

“As atuações de Madonna atacam à fé católica, já que a cantora ofende Jesus Cristo durante seus shows, incendeia crucifixos e se insinua usando uma coroa de espinhos. Ela também promove o homossexualidade, a voluptuosidade ao beijar outras mulheres e a pornografia ao fazer gestos e adotar posturas impróprias”, assinala um texto no site.

O dia 1º de agosto, data do show, é feriado na Polônia, quando se lembra a revolta dos varsovianos contra a ocupação nazista em 1944. Por conta disso, várias organizações de ex-combatentes também se mostraram contrárias à presença de Madonna em um dia tão significativo para o país.

O último show de Madonna na Polônia ocorreu em 15 de agosto de 2009, o dia de Nossa Senhora e das Forças Armadas, também celebrado com um feriado nacional. Na ocasião, a apresentação foi igualmente muito criticada e contou com uma forte oposição de grupos ultracatólicos e ultraconservadores, que chegaram considerar a cantora norte-americana como uma pessoa satânica.

Apesar das críticas, o show contou com a presença de aproximadamente 100 mil pessoas, que não se importaram em acompanhar a apresentação de Madonna, mesmo com a presença de opositores. Na porta do evento, eles distribuíam panfletos e exaltavam a suposta “maldade” de Madonna através de um megafone.

Depois de passar pela Europa e Estados Unidos, a turnê “MDNA” chega em dezembro ao Brasil. Ela se apresentará em 2 de dezembro no Parque dos Atletas, no Rio; no estádio do Morumbi, em São Paulo, em 4 e 5 de dezembro; e em Porto Alegre, no estádio Olímpico, em 9 de dezembro.

Religião: Katy Perry volta a criticar Madonna

katy perry

Katy Perry voltou a criticar Madonna pelo uso de símbolos religiosos durante suas performances. A intérprete de Firework, filha de pais pastores, conversou com o jornal The Sun sobre como o assunto crença a deixa incomodada.

– Para mim, espiritualidade é algo muito importante e não gosto quando as pessoas tratam isso de forma leviana. Às vezes, não entendo porque certos artistas se prestam a isso, como quando Madonna se levanta em uma cruz para cantar.

Não faltaram críticas ao próprio marido, Russell Brand que, por ser comediante, já fez piada em cima do tema:

– Russell falou muita blasfêmia no passado, mas ele diminuiu isso agora porque ele sabe que fico muito sensível em relação a esse assunto.