“Você está brincando comigo?”, disse Madonna em seu Instagram sobre a agressão sofrida pelas integrantes do grupo Pussy Riot na noite desta quarta-feira, 19, na Rússia. “Policiais da Russia chicoteando o Pussy Riot por fazer música nas ruas? Isto é a idade das trevas? Deus as abençõe P.R. Elas não tem medo. #artforfreedom” – Madonna.”
Membros da milícia cossaca agrediram nesta quarta-feira com chicotadas, socos e empurrões seis integrantes da banda punk de protesto Pussy Riot. As manifestantes foram abordadas quando iniciavam uma performance no centro da cidade Sochi, na Rússia, a cerca de 30 quilômetros da área onde são disputados os Jogos Olímpicos de Inverno. A ação, que durou menos de cinco minutos, foi registrada em vídeo, que ganhou repercussão mundial. (vídeo aqui)
Acompanhados desde o início por curiosos e jornalistas, cinco mulheres e um homem que integram a Pussy Riot se reuniram ao lado de uma grade vestindo roupas coloridas e máscaras, indumentária característica da banda, e começaram a dançar. Um deles empunhava uma guitarra. Imediatamente após o início do protesto, membros da milícia cossaca – que está ajudando a polícia no patrulhamento dos Jogos – chegaram ao local agredindo a banda.
Nadejda Tolokonnikova, uma das líderes da Pussy Riot, chegou a ser jogada no chão pelos agentes. Eles também puxaram o cabelo de outra integrante e socaram um fotógrafo. Outro integrante da banda ficou com o rosto sangrando após também ser lançado ao chão pelos cossacos.
A polícia chegou minutos depois em busca de testemunhas, mas ninguém foi preso.
Duas integrantes da Pussy Riot, Maria Alyokhina e Nadejda Tolokonnikova, já haviam sido presas e liberadas por autoridades na terça-feira em Sochi. No Twitter, Nadejda afirmou que elas foram detidas por suspeita de roubo e levadas para as instalações do Serviço de Segurança Federal na província da Abkházia, junto à fronteira com a Geórgia.
As duas estavam na cidade para apresentar uma nova música intitulada “Putin irá ensiná-los a amar a Pátria”. Elas foram liberadas mais tarde, sem que acusações fossem apresentadas. No total, cerca de 15 pessoas foram detidas, dentre elas o fotógrafo Yevgeny Feldman e ativistas de uma organização ambiental.
Alguns reviews da imprensa sobre performance de Madonna na noite do Grammy no último domingo 26.
MACKLEMORE & RYAN LEWIS, MADONNA, QUEEN LATIFAH
O Grammy é o evento no qual artistas lutam para agradar a todos. Porém, apesar de saber muito bem que o tema “Casamento Gay” ainda provoca debates quentes pelo país, Macklemore & Ryan Lewis apresentaram Same Love com orgulho e compromisso, perante 33 casais gays e héteros. Não foi apenas uma performance, foi uma afirmação. Gay ou hétero, quem não gostaria de ter Madonna cantando Open Your Heart no casamento? New York Post
Macklemore & Ryan Lewis — A dupla fez história com a performance do sucesso Same Love. Enquanto a autora do refrão, assumidamente gay, Mary Lambert, cantou a parte principal, 33 casais de verdade – alguns héteros, outros gays – trocaram alianças em um casamento diferente. Durante a cerimônia, a estrela Madonna trabalhou seu antigo sucesso Open Your Heart. Como antiga apoiadora dos direitos gays, ela foi muito apropriada. New York Daily News
A multidão de casais trocou alianças ao mesmo tempo que a cantora os declarou casados, com Madonna trazendo seu clássico Open Your Heart. A ‘Material Girl’ vestiu um terno Ralph Lauren para a grande performance, depois de usar um dramático smoking preto no tapete. Hollywood Reporter
Madonna pode até ser controversa às vezes, mas provou estar no lugar certo, ao usar um chapéu de caubói no Grammy deste ano, para cantar o sucesso Open Your Heart, no estilo gospel, como trilha sonora de 33 casamentos, ao vivo na arena. Huffington Post UK
Mesmo não tendo ganhado nenhum Grammy, Lamar ganhou a noite – sua colaboração com Imagine Dragons foi eletrizante. A performance mais emocionante e mais chocante do que Queen Latifah e Madonna, com um visual curiosamente geriátrico, no meio de uma multidão de 33 casais gays e héteros. Foi um sentimento de alucinação em massa, mas os casamentos – uma conclusão à performance de Macklemore do hino gay Same Love – foram aparentemente legítimos. Guardian
A performance, que aconteceu quase no fim do show, foi um dos momentos mais sentimentais da noite. “Esta canção fala de amor, não para alguns de nós, mas para todos nós”, disse Latifah antes de apresentar Macklemore e Lewis. Daí, o rapper revelou a faixa no estilo gospel, com uma atmosfera de igreja. MTV
Macklemore & Ryan Lewis levaram seu sucesso emocionante Same Love a um novo patamar no último domingo, quando se uniram no palco para uma performance, juntamente com Mary Lambert, Queen Latifah e Madonna. Se esse time não fosse suficiente, 33 casais gays, lésbicos e héteros se casaram simultaneamente, sob o comando de Latifah. Katy Perry pegou um buquê, enquanto os recém-casados recebiam aplausos, e Keith Urban secava as lágrimas. NBC
Uma colaboração lendária aconteceu no Grammy de 2014, ao ar do Staples Center em Los Angeles, no último domingo. O ícone pop Madonna subiu ao palco com os rappers Macklemore & Ryan Lewis, e a cantora Mary Lambert para cantar o hino de igualdade Same Love. US Magazine
Madonna surpreendeu a multidão do Staples Center ao se unir a Macklemore & Ryan Lewis para uma apresentação emocionante de Same Love, que apresentou Queen Latifah casando 33 casais gays, héteros, jovens e velhos durante a música. Forbes
E se não fosse suficiente para fazer nossos corações chorarem, lá veio ninguém menos do que Madonna para abençoar a cerimônia. A Poderosa M vestiu um terno todo branco e um chapéu de cauboi, parecendo o anjo mais andrógino do Paraíso, para cantar uma versão do clássico Open Your Heart, com o arranjo da marcha nupcial, enquanto um coral gospel fazia os vocais de fundo, antes de se unir a Lambert para um trecho de Same Love. Queerty
O momento que parou a 56ª edição do Grammy foi o casamento ao vivo de 33 casais, gays e héteros, que se uniram durante uma performance de Same Love, o hino do casamento gay de Macklemore & Ryan Lewis. Queen Latifah oficializou a cerimônia, enquanto Madonna se uniu à multidão no palco para Same Love e um trecho de Open Your Heart. O momento marcou uma afirmação política para todos os presentes, além de ser uma causa com amplo apoio em toda a indústria do entretenimento. Variety
Eles não vivem (só) de aplausos - O Globo
A expectativa em torno da apresentação de Madonna na noite do Grammy era a mesma que sempre a envolve toda vez que decide sair de casa. Para os fãs, uma nova chance de vê-la em ação. Para os detratores, mais uma oportunidade para atacar os pontos fracos que ela dribla há 30 anos. Para a indústria, registradoras a tilintar, indiretamente.
Especulou-se muito como seria a apresentação, a aproximação com Beyoncé nas últimas semanas levantou possibilidades mirabolantes mas no final das contas ela fez uma participação no casamento coletivo que há muito já estava nos planos do rapper Macklemore em liderar. Por conta da faixa “Same love”, em que rapper levanta a bola do respeito às diferenças, ter se tornado um hino LGBT nos EUA, o rapaz de Seattle que se apresenta ao lado do produtor Ryan Lewis decidiu reunir os 30 casais para a tal cerimônia. Os casais que responderam ao chamado de Macklemore só souberam na última semana que tudo rolaria no Grammy e que teriam como cantora de casamento ninguém menos do que a diva herself.
A cena foi emocionante. Os primeiros versos de “Same love” já derretem os corações mais duros. LEIA A TRADUÇÃO DA LETRA AQUI. A apresentação de Queen Latifah deu o tom de que viria ali um verdadeiro manifesto político, em rede global, para incomodar de Putin aos presidentes africanos, religiosos tacanhos e conservadores defensores do ódio ao outro. “Música une as pessoas… vamos ouvir a música que diz “seja lá qual for o seu Deus, saiba que todos viemos do mesmo… livre-se do medo, porque debaixo dele tem o amor”, disse a cantora e atriz.
Ao fim da música de Macklemore, Queen Latifah voltou à cena e pediu que os casais trocassem alianças, os declarou casados. Foi quando Madonna entrou no palco, de roupa de cowboy branco, uma bengalinha afinada ao look mas certamente ainda funcionando como apoio por conta do problema no tornozelo nas férias (até semana passada ela estava com muletas) de fim de ano. A diva cantou trechos de “Open your heart” e encerrou com versos de “Same love”.
Corta para a audiência. Keith Urban tem lágrimas escorrendo, bem como Katy Perry, que sorria largamente de tão emocionada. Beyoncé tentando ver alguma coisa que Jay Z apontava, e muita, muita gente comovida. Entre os casais, a própria irmã do Macklemore, que se casou com o namorado.
E qual a importância disso hoje em dia? Dá uma geral no noticiário que você vai entender. O mundo está andando para trás e isso não é uma coisa boa. Como já dito antes, é crime ser gay em alguns paises, como na Rússia e em alguns países africanos. Até na França já se sente um movimento forte de homofobia. No Brasil, as estatísticas são assustadoras. O mundo está intolerante e a intolerância está, assustadoramente se tornando normal em alguns segmentos. Os artistas sensíveis estão percebendo isso e tentando fazer alguma coisa a respeito. Alguns deles, felizmente, não vivem apenas para o aplauso.
Madonna se uniu a uma campanha de apoio à comunidade LGBT da Rússia. A cantora americana, que repetidamente se expressa contra a lei sobre propaganda gay, uniu forças com a Campanha dos Direitos Humanos Love Conquers Hate. Com a chegada dos Jogos Olímpicos de Inverno 2014, mais e mais celebridades ocidentais se preocupam que a lei, adotada primeiramente em São Petersburgo e depois em toda a nação, possa ser usada como uma forma de derrubar a comunidade LGBT local.
“Mesmo com apenas poucos meses até os Jogos Olímpicos de 2014, alguns russos imparciais estão recebendo multas, sendo assediados e violentados por bandidos”, Madonna disse no site da campanha. “Neste momento perigoso na história russa, nós, como defensores, temos a responsabilidade de falar e tornar global a nossa mensagem de esperança”.
E ela continuou: “Juntos, podemos enviar uma mensagem aos russos LGBT, de que o mundo está do lado deles, e de que aqueles que tentarem apoiá-los não estarão sozinhos nesta luta fundamental por justiça”.
Algumas organizações russas pelos direitos LGBT receberam o movimento de Madonna. “É muito importante que celebridades como Madonna ou Lady Gaga unam forças desta maneira”, Maria Kozlovskaya, uma advogada pela Rede LGBT Russa, uma organização nacional com sede em São Petersburgo, contou à revista The Hollywood Reporter. “Isso inspira os membros da comunidade LGBT a lutar mais por seus direitos e dá esperança a eles por uma melhoria da situação”, acrescentou.
O show de Madonna em São Petersburgo, em agosto de 2012, durante o qual ela falou em apoio a gays locais, levantou uma bandeira LGBT, e, vestida de lingerie preta com as palavras “Sem Medo” rabiscadas nas costas nuas, gerou controvérsia. Uma organização local tentou processá-la sob a lei de propaganda gay por $10 milhões (333 milhões de rublos), mas a corte indeferiu o processo.
A lenda Pop Madonna se uniu a um coro de astros internacionais que anseiam pela libertação de 30 membros do Greenpeace presos após um protesto contra a prospecção de energia no Ártico.
“Essas 30 pessoas estão presas na Rússia por causa de um protesto pacífico no Ártico! Manifeste sua voz! Vamos trazer essas pessoas pra casa!”, Madonna escreveu em uma mensagem postada pelo Greenpeace no Twitter, na última sexta-feira.
Ela falou depois que o ex-Beatle Paul McCartney publicou na quinta uma carta para o Presidente Vladimir Putin, dizendo que esperava que os ativistas pudessem estar em casa para o Natal.
No dia seguinte, a atriz francesa vencedora do Oscar Marion Cotillard escalou uma jaula do lado de fora do (Museu) Louvre em Paris para pedir a libertação dos ativistas, chamando a detenção de “absolutamente absurda e louca”.
Os ativistas do projeto Arctic Sunrise Icebreaker do Greenpeace esperam julgamento em prisões de São Petersburgo, de onde chegaram da cidade de Murmansk, mais ao norte.
A Chanceller alemã Angela Merkel já manifestou preocupação sobre o caso, enquanto o Primeiro-Ministro britânico David Cameron encorajou Putin a tratar o chamado Arctic 30 justamente, na semana passada.
O Comitê Investigativo da Rússia disse, no mês passado, que estava abrandando as acusações contra a equipe, originária de 19 países diferentes, de pirataria a hooliganismo, que leva a uma sentença máxima de sete anos. Mas o Greenpeace diz que a acusação de pirataria nunca foi formalmente apresentada.
Madonna já usou apresentações na Rússia para falar de política. Em um show em Moscou, no ano passado, ela pediu a libertação dos membros do Pussy Riot, que agora cumprem pena de dois anos por um protesto contra Putin.
Ela também deu laços rosa aos fãs em um show em São Petersburgo, para expressar sua oposição à legislação controversa que bane a “propaganda” de homossexualidade a menores.
Madonna conversou com os fãs no Twitter, esta terça-feira, comentando as colaborações artísticas de cada um para o seu projeto “Art For Freedom”. Num desses comentários, Madonna escreveu sobre o presidente da Rússia: “Talvez o Putin seja gay”.
Os fãs usaram a hashtag #artforfreedom para postar fotografias, vídeos e textos. Um deles, publicou uma foto de dois homens se beijando em frente à um grafitti com um beijo dos políticos comunistas Michael Gorbachev, russo e Erich Honecker, em 1988. A imagem está nos restos do muro de Berlim, e os homens usaram a foto como símbolo da luta contra a opressão aos homossexuais na Rússia, atualmente. Madonna comentou: “Talvez Putin seja gay, talvez seja esse o problema”.
Madonna é uma defensora dos direitos dos homossexuais na Rússia, enfrentando a “lei anti-gay”. A cantora chegou a ser informada pelas autoridades locais, que teria que pagar uma multa de 170 dólares, caso mencionasse a causa gay, no seu show da turnê MDNA, em agosto de 2012, quando passou pela Rússia. A cantora se recusou a acatar o pedido e houve uma tentativa de processo por danos morais, por parte das autoridades, por apoiar os homossexuais, pedindo 10 milhões de dólares de indenização. No final, a justiça russa acabou por levando o processo em frente.
Novo álbum?
Em resposta a um “tweet”, Madonna insinuou que o lançamento de seu novo álbum, o sucessor do “MDNA”, pode estar mais próximo do que muitos acreditam.
Ao responder uma mensagem com imagens do projeto “Art For Freedom”, Madonna afirmou:
“Gostei disso – essa pode ser a capa de meu novo álbum que estou prestes a lançar – quanto que você quer por isso?”.
i like this – this could be the cover of my new record i’m about to release – how much do you want for it? @Hollywood1984
Apesar da afirmação, nenhuma informação concreta sobre o lançamento do novo álbum de Madonna ainda foi dada por ela ou sua equipe.
Madonna anunciou um programa de benefícios, em coordenação com Art For Freedom, a iniciativa digital global para alimentar a liberdade de expressão, para direcionar, responder e protestar contra as perseguições ao redor do mundo.
Madonna iniciou o Art For Freedom no dia 24 de setembro de 2013, ao postar o #Secretprojectrevolution, um vídeo de 17 minutos criado com Steven Klein. O filme – “um chamado à ação” (logo abaixo, legendado) – estreou originalmente no site Vice e continua pronto para download no Bit Torrent. Artistas são encorajados a disponibilizar seus trabalhos no site artforfreedom.com, em forma de vídeo, música, poesia ou fotografia, para expressar seus significados pessoais de liberdade e revolução.
Como parte da iniciativa Art For Freedom, Madonna lançou um programa de benefícios para apoiar indivíduos e organizações que trabalham para avançar na justiça social. Ao longo do próximo ano, ela irá escolher um artista a cada mês, cuja expressão criativa ajude a lutar contra opressão, intolerância e complacência. Madonna irá premiar em US$ 10 mil alguma organização não-lucrativa ou projeto de escolha do artista vencedor. Todos os projetos deverão focar em algum assunto de justiça social e exemplificar os valores do Art For Freedom.
Madonna irá escolher o vencedor a cada mês, com ajuda de um curador convidado, começando com Anthony Kiedis, do Red Hot Chili Peppers. Ela comentou:
“Quero ajudar a dar uma voz criativa àqueles que foram silenciados e tiveram seus direitos humanos negados. Art For Freedom é uma plataforma que dá aos artistas uma chance de definir ‘liberdade’ através de sua arte. Já recebemos muitos trabalhos incríveis. Estou convidando todo mundo para expressar suas ideias sobre liberdade, seja descrevendo alguma perseguição específica que tenham vivido, compartilhando o modo com que seus direitos foram violados e/ou compartilhando ideias criativas a respeito da luta contra a injustiça.”
Art For Freedom, lançado em parceria com o site Vice, recebeu mais de mil inscrições nas primeiras 48 horas. Estas e as próximas se tornarão parte da plataforma Art For Freedom, e serão elegíveis para o programa de benefícios Arts For Freedom. Contribuintes podem se unir ao projeto com artes originais no site www.artforfreedom.com ou marcando publicações originais com a tag #artforfreedom.
Assista ao curta #secretproject legendado e uma entrevista chocante sobre as pressões que sofreu em alguns países durante a passagem da tour MDNA, em 2012, inclusive com ameaça de morte vindo da Rússia caso ela defendesse a causa homossexual.
Um deputado russo, autor de uma polêmica lei “anti-gays” em São Petersburgo, acusou nesta terça-feira Madonna de ter trabalhado ilegalmente em dois shows que fez na Rússia em 2012 (MDNA TOUR), durante os quais defendeu os homossexuais e as integrantes do Pussy Riot.
“Em agosto de 2012, o tipo de visto de Madonna permitia a ela realizar atividades humanitárias e culturais, mas não comerciais”, declarou à AFP Vitali Milonov, deputado local do partido governante Rússia Unidade. Trata-se de um visto de três meses a título de “intercâmbios culturais”, ou seja, “um visto que não permite trabalhar ou ganhar dinheiro na Rússia”, explicou o deputado.
No entanto, Madonna fez dois shows, um em São Petersburgo e outro em Moscou em agosto, “nos quais ganhou milhões”, afirmou Milonov. Durante estes shows, a estrela do pop defendeu a causa gay e deu seu apoio às três cantoras punk do grupo Pussy Riot, condenadas por terem criticado o presidente Vladimir Putin.
Organizações ultranacionalistas russas apresentaram uma demanda perante um tribunal de São Petersburgo exigindo da cantora 333 milhões de rublos (8,5 milhões de euros) por perdas e danos, mas a ação foi rejeitada.
Uma lei adotada em fevereiro de 2012 em São Petersburgo por iniciativa de Milonov castiga nesta região qualquer ato público que promova a homossexualidade e a pedofilia, um texto denunciado pelos defensores das liberdades.
Madonna nunca deixa passar em branco situações aos quais ela não concorda, e foi assim na entrega do prêmio Vito Russo Award para o apresentador Anderson Cooper na noite deste sábado no GlAAD AWARDS (premiação que reconhece e homenageia pessoas que trabalham pela causa LGBT) (Anderson assumiu publicamente sua homossexualidade no ano passado). Madonna compareceu a premiação vestida de escoteira em protesto ao grupo de escoteiros dos EUA que não aceitam gays e ainda ganhou um beijo inesperado do homenageado da noite.
Eis os discurso emocionante de Madonna:
Discurso de Madonna ontem no GLAAD AWARDS no qual ela falou sobre preconceito contra gays em si, sobre o fato de não ser permitido gays entre os escoteiros e sobre a entrega ao prêmio ao jornalista e apresentador de TV americano, Anderson Coorper.
“Olá, estou tão feliz de estar aqui, eu queria ser um menino escoteiro mas eles não me deixaram entrara, eu acho isso uma merda.
Eu sei fazer uma fogueira, eu sei como construir uma barraca, eu tenho um bom senso de direção, eu consigo resgatar crianças de árvores escutem, eu queria fazer o bem pra comunidade e o mais importante eu sei como reconhecer garotos* (scout, significa tanto “escoteiro” como “reconhecer”)
Então eu acho que eu deveria ser permitida a entrar para os escoteiros e que eles deveria mudar as suas regras idiotas, você não acha? Então, vocês podem sentar e por favor relaxem, não vou falar enquanto não sentarem, quero todos quentinhos e confortáveis.
Bom, eu fui uma garota escoteira e eu fui chutada, sabe porque? Porque minha saia era curta demais e eu não vendia todos os biscoitos, porque eu comia todos. De qualquer forma, vamos começar.
Vocês viram um clipe da minha turnê recente (Nobody Knows Me, tour MDNA), achei que era pertinente mostrar, porque para mim ilustra que coisas como homofobia, bullying, crimes de ódio e qualquer forma de discriminação sempre parece ser uma manifestação de medo do desconhecido. Muitas pessoas não estão confortáveis com coisas e pessoas que elas reconhecem como diferentes de elas mesmas, e eu digo que se tomássemos um tempo para conhecermo-nos melhor, fazer uma melhor investigação e olhar um pouco o interior das coisas iriamos descobrir que não somos tão diferentes no fim das contas. Nós também estamos sobre a ilusão de que com toda essa tecnologia bem na ponta dos nossos dedos nós faz estar cada mais próximos, que as pessoas estão se tornando mais familiares umas com as outras e que a distância entre um humano e o outro está acabando. Por um lado ok, mas por outro não está, eu acredito que o oposto está tomando lugar porque uma foto não conta mil histórias, uma foto conta uma VERSÃO de mil histórias e essa suposta “intimidade” que nós achamos que estamos ganhando é falsa, não é conquista e é um truque. Eu criei esse clipe para meu show porque eu quis levantar o alerta ao fato de que nós tomamos o tempo necessário e correto para conhecermos uns aos outros e nós precisamos. Se a mãe de uma palestina sentar para conversar com uma mãe israelense sobre crianças e o quanto elas amam suas famílias elas sentiriam tão separadas?
Madonna – Nobody Knows Me (exibido no MDNA Tour 2012)
Se o presidente Putin conversar com as garotas do Pussy Riot, ele provavelmente iria querer foder com cada uma delas, mas de qualquer forma, se ele fizesse e tivesse um diálogo aberto com elas sobre o ponto de vista delas como mulheres criativas e modernas crescendo na Russia atual, ele teria mesmo a permissão para trancá-las numa prisão por 3 nos. Eu digo, pense em como isso é insano?
E se esse “governo religioso” em São Peterbusgo sentasse com os 85 homens que foram presos no meu show por serem gays e conversasse sobre seus medos e sonhos para o futuro, realmente os ouvindo, eles estariam na cadeia agora?
Eu teria recebido ameaças de morte?
Eu estaria sendo processada por milhões de dólares por simplesmente apoiar abertamente a comunidade gay de lá na Russia?
Isto é, eu não estou botando apenas minha ideia pra fora, vocês precisam mesmo compreender que isso tudo é tão absurdo. E tudo em “nome de Deus”, mas o que Jesus ensina?
Não está tudo nos livros sagrados? “Ame o próximo como a ti mesmo”?
Então, não podemos usar o nome de Deus ou a religião para justificar atos de violência, para ferir, para odiar e para discriminar.
Eu acho que agora fiz meu ponto de vista, e agora todo mundo nessa sala está realmente entendendo o que eu quero dizer, mas qualquer um que esteja lá fora pode não estar.
Quando eu penso em jovens na America sendo discriminados, torturados, que tiram suas próprias vidas porque se sentem sozinhos e julgados, negligenciados e mal compreendidos eu quero sentar e chorar um rio de lágrimas, 7 dessas crianças aparecem no vídeo da minha turnê (vídeo Nobody Knows Me).
Eu estou criando adolescentes na minha casa agora, e a ideia de eles ou qualquer outro adolescente ou pessoa vivenciar esse tipo de dor é injustificável para mim, é uma atrocidade para mim, eu não aceito isso. E não é diferente de um homem branco suprimir um homem negro.
Não é diferente de um membro do Talibã atirar na cabeça de uma jovem blogueira por ela apenas postar suas idéias a respeito da educação feminina.
Não é mais louco do que o fato de um homem gay iraniano ser enforcado apenas porque ele se apaixonou por outro homem.
Eu não sei quanto a vocês, mas eu não consigo aguentar mais essa merda, e é por isso que eu quero começar uma revolução, vocês estão comigo?
Estamos em 2013 porra, vivemos na América, terra dos livres e bravos? É uma pergunta, não afirmação. Mas eu amo a palavra BRAVO, apesar de não brincar muito por ai e não conhecer muitas pessoas bravas.
Na música que tocou durante o vídeo da minha turnê (a música é “Nobody Knows Me”, do álbum American Life, de 2003), uma frase dela é “é tão dificil achar alguém para admirar” e essa é a razão de eu estar aqui, para falar umas palavrinhas sobre alguém que eu admiro.
Para elogiar alguém que é bravo e fez a diferença no mundo, por dar igualidade e dar voz a comunidade LGBT, eu estou aqui para honrar você Anderson Cooper.”
Sábias palavras Madonna.
POLÍTICA ANTI-GAY
Um comitê de 11 membros, formado por lideranças dos escoteiros em 2010, “chegou à conclusão que a política é absolutamente a melhor política para os Garotos Escoteiros dos EUA”, segundo o porta-voz da organização, Deron Smith.
O comitê, formado por profissionais escoteiros e voluntários, foi unânime na conclusão, que mantém uma política de muitos anos confirmada pela Suprema Corte dos EUA em 2000 e que tem gerado controvérsia desde então.
Como resultado da decisão, a executiva nacional dos escoteiros não analisará mais uma resolução apresentada recentemente que pede que seja reconsiderada a política “antigay”.
O grupo de escoteiros não identificou os integrantes da comissão, mas diz no comunicado que eles representam “uma diversidade de perspectivas e opiniões”.
O chefe-executivo do grupo, Bob Mazzuca, disse que a maioria das famílias de escoteiros apoiam a política, que se aplica a líderes ou escoteiros comuns.
“Nem todos os membros concordam pessoalmente com esta política, e talvez escolham uma direção diferente para suas organizações, mas a liderança dos Garotos Escoteiros dos EUA concorda que essa é a melhor política para nossa organização”, diz o texto.
Desde 2000, o grupo vem sendo alvo de campanhas de protesto e conflitos com leis locais de não-discriminação devido à política de não adesão.
A justiça russa rejeitou nesta quinta-feira um processo apresentado contra Madonna por supostamente ter apoiado os direitos dos homossexuais e ofendido os sentimentos religiosos dos ortodoxos durante um show realizado no último mês de agosto em Moscou.
Além disso, o tribunal de São Petersburgo também defendeu que as organizações sociais litigantes paguem as despesas judiciais dos advogados da empresa que representaram à cantora americana e organizaram os shows, informam as agências locais.
As organizações que apresentaram a denúncia exigiam que Madonna e os organizadores dos shows pagassem uma quantia de US$ 10 milhões.
Os litigantes acusam à rainha do pop de “danos morais” por, supostamente, ter pisoteado em uma cruz ortodoxa durante sua atuação, além de pedir aos presentes que levantassem suas pulseiras cor de rosa em apoio das minorias sexuais.
Na hora de argumentar sua rejeição ao processo, o tribunal explicou que na entrada para o show havia uma clara advertência de que a exibição era restrita aos maiores de 18 anos.
A companhia promotora do show, Planeta Adicional, assegura que dos nove litigantes, apenas um acompanhou a atuação de Madonna em São Petersburgo.
Durante o show nesta cidade, que aprovou uma lei que castiga com fortes multas a propaganda da homossexualidade entre os menores, Madonna fez uma defesa direta dos direitos dos homossexuais.
“Queremos lutar pelo direito de ser livres. Viajei muito pelo mundo e vejo que as pessoas são cada vez mais intolerantes, mas podemos mudar isto. Temos força para isso”, proclamou a cantora.
Madonna assegurou que “o amor” é a única coisa que pode mudar o mundo e pediu tolerância às pessoas com uma orientação sexual não tradicional.
As organizações ortodoxas e nacionalistas protestaram energicamente contra os shows de Madonna e, inclusive, queimaram fotos com imagens da cantora, a qual foi qualificada de “enviada de Satã” e “arma ideológica do Ocidente”.
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