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MADONNA EM 1985: Ela não é a estrela da sorte, e sim uma estrela muito esperta

Madonna

Madonna em 1985: “Ela não é a estrela da sorte, e sim uma estrela muito esperta”
• Artigo por: Jon Bream, para o Star Tribune

Madonna é a figura feminina mais quente no show business no momento.

Ela está na capa da Rolling Stone duas vezes em 26 semanas e também na capa da People. Suas canções estão em todas as rádios e seus vídeos estão em toda programação da MTV. Nos últimos 16 meses, ela colocou sete músicas no Top 20 na parada pop da Billboard. Seu primeiro grande filme, “Desperately Seeking Susan”, está entre os cinco melhores filmes de maior bilheteria da temporada. E sua primeira turnê – chamada The Virgin Tour – esgotou entradas instantaneamente em todas as cidades por onde passou.

No entanto, muitas pessoas se perguntam se Madonna é um talento genuíno ou simplesmente um pacote bem apresentado que vai rapidamente tornar-se tão fora de moda da mesma forma como subiu.

Depois de ver seu show na noite de terça no St. Paul Civic Center (Minnesota) é difícil dizer.

Não foi melhor ou pior do que as minhas expectativas. O show não consegue desafiá-la artisticamente, ou sugerir que ela poderia estar no mesmo patamar de Prince, Michael Jackson e Bruce Springsteen, os principais artistas do rock nos palcos. Ela sabe de suas limitações e seu desempenho é adaptado à sua performance.

O Show de 70 minutos foi bem coreografado, tranquilo e divertido no geral. Ela misturou canto com dança (se apresentando com dois bailarinos), fez algumas mudanças de roupa e apresentou slides projetados de seu rosto fotogênico em telas enormes atrás dela e falava sobre ser uma pessoa sem coração que muita gente pensam que ela é. Em última análise, ela veio como uma Ann –Margret punk, com um chamativo, sexualmente provocante, burlesco e contemporâneo espetáculo, que caberia muito bem numa casa de shows de Las Vegas.

Mais do que qualquer outra coisa, Madonna é uma personalidade, um ícone que combina um sórdido glamour, uma inocência simulada e uma crua sexualidade de uma forma que atrai principalmente meninas e meninos adolescentes.

Ela não só tem talento, presença de palco e um rosto inesquecível, mas também tem instinto e rodeia-se das pessoas certas no show business. Seu primeiro álbum foi produzido por Reggie Lucas e Jellybean Benitez, dois dos mais badalados produtores da época, e depois no ano passado ela ficou com Nile Rodgers, que tinha sido produtor do Chic, Diana Ross e David Bowie. Ela também contratou o homem que cuidava da carreira de Michael Jackson, e dois dos membros de sua banda atual já haviam excursionado com os Irmãos Jackson no ano passado na exitosa Victory Tour. Em suma: Ela não é a estrela da sorte, e sim uma estrela muito esperta.

Madonna Ciccone, 25 anos, sempre achou que ela ia levar uma vida especial. Como uma adolescente na área de Detroit, ela caiu nas graças de um instrutor de dança mais velho que a apresentou ao mundo das artes. Ela conseguiu uma bolsa de estudos para ir à Nova York com 35 dólares no bolso. Lá, estudou com o famoso coreógrafo Alvin Ailey, em seguida, mudou-se para Paris para se tornar cantora durante a era disco. Voltou para Nova York, entrou para uma banda, reuniu-se um disco jockey numa discoteca que a ajudou a conseguir um contrato de gravação.

Seu álbum de estreia de 1983, “Madonna”, rendeu três hits e já vendeu mais de 2 milhões de cópias. Seu segundo álbum, “Like a Virgin” tem, até agora, dois hits e vendeu cópias duas vezes mais que seu LP inicial. Com sua composição e enquadramento de seus produtores, Madonna se encaixa bem nos clubes de dança e em estações de rádio pop e soul.

Não são tantos, mas também há adoradores pessimistas de Madonna. Para muitos ela é uma espécie de “dou-aos-rapazes-o-que-eles-querem”, ou uma nova versão de Marilyn Monroe para os palcos. Outros dizem que a sereia da moda não tem muita voz. Ambas as críticas pareciam válidas na noite de terça-feira.

Mas Madonna não contribuiu muito para isso não, exceto em “Material Girl”, onde algumas impressionáveis e pouco sofisticadas jovens na plateia podem ter dado uma ideia errada sobre o papel das mulheres. Além disso, sua voz parecia fina, estridente, sem alma e sem emoção. A única vez que ela cantou com paixão foi na balada, seu hit atual, “Crazy for You”.

O resto do show foi de números de dança alegres. Madonna dançou e agitou toda a sua plateia, apesar da minissaia limitar seus movimentos. Mas em seu favor vimos que ela foi capaz de dançar e cantar energicamente por 70 minutos, o que não é pouca coisa.

A multidão predominantemente feminina (em torno de 16,799 pessoas) foi igualmente enérgica. As meninas vieram vestidas como Madonna, com o cabelo coberto de gel, muita renda, pulseiras e colares e laços. E se tratando de um ídolo quente e intenso como Madonna, vestir-se e estar lá é, muitas vezes, a coisa mais importante.

Obrigado a Jorge Luiz pelo artigo.

MADONNA MÚSICA: ANGEL/INTO THE GROOVE completa 27 anos hoje

Madonna - Angel - Into The Groove SingleAngel/Into The Groove, foi o terceiro single do álbum Like A Virgin de Madonna nos Estados Unidos e foi escrito por Steve Bray, foi lançado no dia 10 de abril de 1985 e hoje completa 27 anos.

Sobre Angel, debutou na Billboard na posição 48 no dia 27 de abril em 1985, enquanto o single de Crazy For You era 2º. Depois de 10 semanas, a música alcançou o #5 no Hot 100 da Billboard.

Madonna queria um álbum mais forte, mais orientado para o pop, no caso, o álbum Like A Virgin, daí as canções deveriam refletir este ponto. Uma das primeiras canções que eles, Madonna e Steve Bray, desenvolveram foi Angel. Madonna comentou que a canção era sobre uma garota que caiu em depressão sobre algo, então um anjo apareceu e curou sua alma, fazendo-a apaixonar-se loucamente apaixonada por ele.

A canção foi gravada logo em abril de 1984, mas todo o projeto atrapalhou-se, para grande frustração de Madonna, pelas vendas do álbum Madonna que estava forte nas paradas na época. Angel seria o primeiro single do álbum, mas Madonna mudou de idéia, após a gravação da faixa-título Like a Virgin. Angel foi finalmente lançada como o terceiro single e incluiu a canção “Into the Groove”, como b-side do maxi-single de 12 polegadas.

Madonna tinha inicialmente planejava lançar um videoclipe para “Angel”, mas depois decidiu não fazê-lo, já que cinco clipes de Madonna passavam o dia inteiro na TV. Daí, Warner Bros. e Madonna sentiram que lançando outro vídeo para os canais já saturados poderiam prejudicá-los. Um vídeo promocional, que contém cenas de vídeos de “Burning Up”, “Borderline”, “Lucky Star”, “Like a Virgin” e “Material Girl” foi feito pela Warner Bros. Records e foi lançado no Reino Unido. O vídeo foi incluído nas compilações promocionais de Madonna em VHS, It´s That Girl e She’s Breathless.

Into The Groove, de Madonna, é o tema do filme “Procura-se Susan Desesperadamente”. A questão do filme se considerado por muitos como um filme “vídeo de rock” surgiu após a adição de Into The Groove, uma canção escrita especialmente para tocar durante os créditos finais. Conscientes de quão popular Madonna estava se tornando, a diretora Susan Siedelman perguntou-lhe se ela seria capaz de fazer uma canção que poderia tocar nos créditos finais do filme “Procura-se Susan Deseperadamente” – a ideia era que a canção servisse de divulgação para todo o mundo o filme.

Madonna e o co-escritor Steve Bray foram rápidos. As letras soam como a personagem de Madonna no filme, Susan, enfatizando ainda mais a sua importância no filme. “Eu estava sentada em um quarto andar na Avenida B e lá tinha lindos rapazes porto-riquenhos sentados em minha frente que me inspiraram,” explicou Madonna sobre a composição de Into The Groove. Madonna escreveu a letra e no estúdio improvisou vários versos de última hora. Nada difícil para ela.

Se Like A Virgin e Material Girl foram dois grandes passos de Madonna em direção ao status de superstar, Madonna arrematou com Into The Groove. Embora não lançado como um single (foi lado-b do single de Angel) nos EUA em 1985, Into The Groove estava por toda parte, e no resto do mundo, tomou emplacou o #1 de inúmeras paradas de singles e a rainha do pop ficou certamente muito feliz com tudo aquilo. No Reino Unido, é um dos seus singles mais vendido com 860 mil cópias, chegando a apenas tímido de milhões de unidades, e também seu primeiro single #1 e o terceiro single mais vendido no Reino Unido em 1985.

A razão de Madonna não lançar o single na América do Norte foi simples: ele iria ofuscar as vendas de Angel, o atual single de Like A Virgin na época. Em vez dele foi colocado no maxi-single de Angel para alavancar nas vendas do single e ser certificado pela RIAA. Into the Groove foi nomeada pela Billboard magazine como o “Dance Single da Década”. No dia 30 de julho de 1985, foi certicado ouro pela RIAA com vendas de 1 milhão de unidades. Por ser b-side de Angel, não pode entrar na no Hot 100 da Billboard.

INTO THE GROOVE foi o registro perfeito para firmar Madonna como artista de primeira grandeza. Encapsulando a necessidade do mundo a celebrar com a consciência no evento beneficente Live Aid, em 1985, na Filadélfia, tornou-se uma das mais memoráveis performances do evento. Na Europa, a canção foi adicionada numa nova prensagem do LP de Like A Virgin. E enquanto Madonna estava em primeiro com In The Groove, Holiday estava em segundo lugar – Madonna tornou-se então a primeira artista a ter dois singles em #1 e #2 lugar simultaneamente no Reino Unido. O single foi lançado dia 23 de julho no Reino Unido

Em 2009, foi incluída na coletânea CELABRATION e na coletânea de 1990 THE IMMACULATE COLLECTION. Também como remix no álbum YOU CAN DANCE, na trilha sonora do filme e foi regravada com a cantora Missy Elliot numa versão chamada “Into the Hollywood Groove”, em 2003

CHARTS MADONNA – INTO THE GROOVE

Austrália – 1
Áustria – 6
Bélgica – 1
Holanda – 1
Brasil – 1
Europa – 2
França – 2
Alemanha – 3
Irlanda – 1
Itália – 1
Japçao – 1
Nova Zelândia – 1
Noruega – 3
Espanha – 1
Suécia – 3
Suiça – 2
Reino Unido – 1
US Hot Dance Music/Club Play – 1
US Hot R&B/Hip-Hop Songs – 19

CHARTS MADONNA – ANGEL

Australia – 1
Bélgica – 18
Canadá – 5
Holanda – 46
Eurochart Hot 100 Singles – 14
Alemanha – 31
Irlanda – 3
Japão – 5
Nova Zelândia – 2
Espanha – 2
Suiça – 17
Reino Unido – 5
US Billboard Hot 100 – 5
US Hot Adult Contemporary – 5
US Hot Dance Music/Club Play – 1
US Hot R&B/Hip-Hop Songs – 71

Veja o clipe oficial de MADONNA – ANGEL

Assista ao clipe oficial de MADONNA – INTO THE GROOVE

Por que Madonna ainda comanda, e as outras apenas seguem?

Madonna 2012 - MDNA - Super BowlCRÍTICA: (CNN) – eu pensei que ela tinha acabado. Madonna?

Eu pensei que ela era muito velha para chamar a si mesma em “garota”. Eu pensei que a música pop passou para ela. Eu pensei que Lady Gaga a tinha matado.

E então eu olho a Billboard desta semana e vejo que eu estava completamente errado.

O 12º CD de estúdio de Madonna, MDNA, estreou em 1º lugar no album chart e ela tem dois singles entre os 10 mais da parada dance. GIRL GONE WILD está em primeiro lugar. Ela tem 53 anos e os clubes estão tocando sem parar seu novo material, incluindo GIVE ME ALL YOUR LUVIN’ que se tornou seu 38ª hit top 10 na parada pop. Para aqueles que adoram números, ela tem mais do que Elvis Presley e mais do que os Beatles. Não estou dizendo que ela é melhor, mas claramente ela tem feito – correção – fazendo mais.

LZ Granderson
Este ano ela ganhou outro Globo de ouro e sua performance no intervalo no Super Bowl atraiu mais espectadores do que o jogo em si, de acordo com a Nielsen. Eu sei que a percepção é de que apenas homens gays se importam com Madonna, mas se isso fosse verdade, dado aos 114 milhões de telespectadores que sintonizaram para vê-la no intervalo, talvez “Don ‘ t ask, Don’t tell” deveriam ser chamados apenas de “assumidos”.

A realidade é que é difícil para a música pop deixar para trás alguém que recicla sua embalagem a cada aparição. Madonna teve a maior arrecadação solo em uma tour mundial (2008) em toda história (Sticky & Sweet Tour) e já vendeu mais de 300 milhões de álbuns em todo o mundo. Ela é uma criança dos anos 80 cujo single de 2005, Hung Up, detém o recorde no Guinness Book por ter ficado no topo das paradas em 41 países enquanto que seu novo disco, MDNA, de 2012 foi #1 no iTunes em 40 países instantaneamente.

O marido de Elton lamentou os comentários de Madonna. “Eu sou o agora”.

Quando você pensa onde a carreira de Madonna está hoje e na mesma semana confirma-se que a morte de Whitney Houston deveu-se a um afogamento, você pensa em como Deus faz as coisas de maneira misteriosa. Os dois ícones pop lançaram álbuns de estréia num prazo de dois anos de diferença: Madonna em 1983 e Houston em 1985.

Naturalmente, Houston foi um modelo vocal naquela época enquanto Madonna com sua fina voz rolava no palco do MTV Vídeo Music Awards em um vestido de noiva proclamando que ela se sentia como uma virgem. Se qualquer um poderia esperar quem teria um final trágico, desesperado, todos pensariam de cara em Madonna. E então Whitney Houston se foi, Michael Jackson já tinha ido antes, Prince praticamente se aposentou faz anos e, com exceção de U2 – eles estão ganhando dinheiro sem nostalgia.

Enquanto isso, Madonna metodicamente tornou, indiscutivelmente, o maior cantora de todos os tempos. Quem ainda tenho que convencer?

Como para a música, seu mais recente CD MDNA é não para garantir seu terreno, mas para lembrar a todos que ela é a Madonna e que Gaga, Rihanna, Beyonce e outros apenas seguem sua cartilha. Na verdade, cada vez que elas recebem um cheque por causa dos royalties, certamente Madonna recebe sua fatia.

Enquanto MDNA, da Madonna, possui três músicas que não fizeram minha cabeça, vou te dizer que as cinco primeiras músicas me fazem querer dançar, e que a faixa Gang Bang é puro gênio. Como você provavelmente pode imaginar simplesmente pelo título, Gang Bang não é música para as rádios, mas provavelmente não é por causa do que você possa pensar. E, em suma, é por isso que Madonna é quem ela é.

Você pode dizer que você está assistindo a um filme de Woody Allen com os cinco primeiros minutos de diálogo. Você pode imaginar a bela prosa de Toni Morrison num livro. Mas meu filho de 15 anos de idade esteve em minha casa e pediu o que eu estava ouvindo. Eu lhe disse que era Madonna e meu filho, que gosta de techno e hip-hop, pensou que eu estava brincando.

“A sério… como, Madonna?” ele perguntou.
“Sim,” eu disse.
“Bem, ela está mais velha mas sua música não.”

A canção foi “Gang Bang” e eu estou contente que ele saiu da sala antes que ela começasse a cantar. Como eu disse, não é para crianças. Mas então, novamente, esta música não seria uma música se não fosse da Madonna.

Nota do editor: LZ Granderson, que escreve uma coluna semanalmente no site da CNN.COM, foi indicado ao prêmio de jornalista do ano e ganhou o prêmio de jornalista comentarista online de 2011. Ele é redator chefe e colunista da ESPN Magazine e ESPN.com. Siga-o no twitter: @locs_n_laughs