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Fotógrafo Richard Corman: “Sempre soube que Madonna era especial”

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Madonna em New York em 1983 (Foto: Richard Corman)

Estuprada sob ameaça de facadas em um telhado, sob a mira de um revólver, e roubada várias vezes…uma lembrança do passado de Madonna como um artista batalhadora em Nova York.

A cantora, nascida em Michigan, se mudou para a Big Apple em 1978, aos 19 anos e achou o lugar bastante intimidador. “Nova York não era tudo o que eu achava”, ela escreveu na Harper’s Bazaar de outubro. “A cidade não me recebeu de braços abertos”.

Mas Madonna NYC 83, novo livro do icônico fotógrafo Richard Corman, mostra que a cantora logo deixou o duro passado para trás.

Já em 1983, ela já se integrara como parte da agitada coleção de artistas do Lower East Side de Nova York, se lançando como divindade do Centro da Cidade com o talento e a cruel ambição de se tornar a artista feminina mais bem-sucedida de todos os tempos.

O livro de Corman é um retrato cativante de Madonna no ápice da fama. Ele fotografou a cantora sob recomendação da mãe, diretora de elenco que a vira em um teste para cinema.

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Madonna em New York em 1983 (Foto: Richard Corman)

“Eu aprendi com (o fotógrafo) Richard Avedon e sempre busquei assuntos interessantes para fotografar”, disse Corman. “À época, minha mãe escalava seu elenco para ‘A Última Tentação de Cristo’, de Martin Scorsese, e considerou Madonna para interpretar a Virgem Maria. Ela me ligou e descreveu Madonna como sendo ‘absolutamente original’, e que eu devia encontra-la e fotografá-la. Depois de receber os contatos, liguei e sugeri que nos encontrássemos para tirar as fotos. Ela concordou e o resto é o que você vê no livro”.

Corman encontrou Madonna no apartamento dela imediatamente, para discutir o que fariam. Apesar dela ainda ter que criar algum impacto fora das boates que frequentava em Nova York, ele ficou chocado com a qualidade de estrela que ela emanava, descrevendo o primeiro encontro como sendo “mágico”.

“Eu a ouvi gritar quando cheguei lá e, assim que me apoiei no corrimão, vi aqueles olhos extraordinários. Sabia naquele momento que ela era especial”, ele lembra. “Ela era carismática e diferente de todos que eu vira naquela época. Em minha mente, ela estava definitivamente no caminho da grandeza”.

Corman começou a tirar fotos informais de Madonna no apartamento e pela vizinhança com crianças locais. Rapidamente, ficou nítido que ela era natural em frente à câmera.

“Ela foi autêntica durante nossos ensaios”, ele disse. “Se eu estivesse fotografando no apartamento, andando pelas ruas do Lower East Side ou pelos estúdios do primeiro filme, Madonna estava sempre confortável e expressava uma atitude e determinação ferozes. Seu humor, sexualidade, estilo e beleza eram naturais e, frequentemente, as fotos eram simples e sem muita pose”.

Como uma das mulheres mais fotografadas da História, Madonna sucumbiu às lentes de alguns dos melhores fotógrafos do mundo em inúmeros retratos super-estilizados. Entretanto, poucos capturaram a essência dela como as fotos de Corman, representando uma garota ambiciosa no começo de uma jornada que transformaria sua vida completamente em meses.
“Tudo veio da sensibilidade única dela”, disse Corman. “Ela sempre teve um estilo próprio. Se estivesse fazendo a maquiagem, cabelo e figurino, tudo era como ela queria. Logo, tudo se tornou uma sensação cultural pop”.

Corman, claro, se refere ao estilo infame, sexy e urbano que Madonna desbravou e que foi imitado por adolescentes em todo o mundo: tecido de brim rasgado, renda, joias e a barriga de fora. Em moda na época, o visual é uma referência óbvia a artistas como Rihanna, Miley Cyrus e Sky Ferreira.

“Estes fotógrafos são mais relevantes hoje do que nunca”, ri Corman. “A sensibilidade de Madonna, o estilo e moda do passado estão com tudo hoje. Algumas fotos pareceriam de 20 anos atrás, mas hoje são totalmente relevantes. A energia que pulsava antes, que Madonna representa tão bem, está viva e revigorada hoje”.

Um dos melhores exemplos desta energia é uma série de fotos de Madonna nas ruas de Nova York com um grupo de crianças, dançarinos de Break. “São as minhas favoritas”, disse Corman. “As fotos capturam-na perfeitamente. Aquelas crianças a adoraram. Ela realmente era como o ‘Flautista de Hamelin’. As crianças dançavam, cantavam e riam com Madonna, enquanto ela e o aparelho de som exalavam alegria!”. (Metro)

Ousada ou corajosa, Madonna é extraordinária

madonna 2013 bazzar revolution secret projectRevelação de estupro e como ela lidou com isso servem de inspiração aos outros

Apenas um rápido olhar a Madonna e o gosto de sua música podem dar a sensação de que ela é uma artista com um passado extraordinário. Sua vontade de discutir a história de vida, incluindo um brutal estupro, se une ao caráter especial da artista que mais vendeu em todos os tempos. Não importa se ela viva em uma época cultural que possa facilitar a experiência de ser estuprada. Ela é corajosa e inspiradora, de qualquer forma.

Madonna é controversa em muitos aspectos. Entretanto, compartilhar as mais dolorosas experiências com o mundo é nobre. É comum as celebridades falarem sobre momentos difíceis, mas, para uma mulher revelar como ela foi arrastada à cobertura de um prédio com uma faca nas costas e depois estuprada, não é nada além de corajoso.

Com Madonna, ousadia e coragem às vezes se sobrepõem. Estas virtudes formaram a base de sua brilhante carreira. Sua canção Like A Virgin e o videoclipe enfureceram alguns conservadores, que afirmaram promover sexo antes do casamento e valores familiares desvirtuados. Mas a indústria do entretenimento se beneficiou do efeito revolucionário da canção. Moralistas saíram do sério com o caminho da carreira maravilhosa dela, mas admiradores viram uma mulher verdadeiramente liberal, cuja contribuição às artes expandiram suas fronteiras.

A Material Girl é muito mais do que uma cantora pop. Ela é compositora, autora, atriz, empresária e filantropa. Se ela tivesse desistido do sonho depois de tudo o que Nova York causou a ela décadas atrás, sem mencionar a dura vida familiar antes disso, ela não poderia ter se tornado nada disso. Foi preciso algo muito maior do que sorte para superar estes dias e se tornar o que ela é hoje.

Ela sempre se inspirou na pintora mexicana Frida Kahlo, uma não-conformista ousada que não se importou com o que as pessoas pensavam dela. Quando deprimida, Madonna olhava um retrato de Kahlo que tinha preso na parede, e sua força interior aumentava. Uma mulher fez seu nome pintando auto-retratos porque “estava geralmente sozinha e era o assunto que mais dominava”. A outra mulher também se dedicou muito ao trabalho porque “se Frida conseguiu, eu também conseguiria”.

O estupro foi revelado em um depoimento que Madonna concedeu à revista Harper’s Bazaar. Contudo, não foi a primeira vez em que ela falou sobre isso. O ícone pop revelou o assunto primeiro em uma entrevista de 1995, em promoção ao livro SEX. Ela era jovem e confiava nas pessoas, afirmou na época. A experiência a tornou “muito mais esperta e sagaz”.

Tendo contribuído tanto às artes e ao entretenimento, Madonna inspira além de sua música, com uma história de vida que muitas celebridades prefeririam guardar e levar para o túmulo. Ela simplesmente é ela mesma, sem condescender ou pregar nada. Não podemos dizer que fomos tocados por ela pela primeira vez, mas realmente esperamos que seu último ato “Madonna”, por mais controverso que possa ser para alguns, não seja o último.

Fonte: The Nation. Tradução de Leonardo Magalhães.

Entrevista completa de Madonna para a revista Harper’s Bazaar traduzida!

Madonna voltou!

1384204 529964167088918 68820739 nMas ela nunca foi embora. Depois de mandar no mundo Pop por 30 anos, ela conta a verdade sobre a ousadia. Veja o ousado ensaio fotográfico para a edição de Novembro.

“Verdade ou Consequência?”

Isso é um slogan muitas vezes associado a mim. Eu fiz um documentário com este título, e ele se prendeu a mim como papel mata-moscas desde então. É um jogo divertido, se você está com vontade de assumir riscos, e geralmente eu estou. No entanto, você tem que jogar com um grupo inteligente de pessoas. Caso contrário, você se verá beijando todo mundo na sala ou fazendo sexo oral em garrafas de água!As pessoas geralmente escolhem a “verdade” quando é a vez delas porque você consegue mentir sobre si mesmo e ninguém será o mais sábio, mas quando você é desafiado a fazer algo, você tem que fazê-lo de verdade. E fazer algo ousado é uma proposta bastante assustadora para a maioria das pessoas. Mesmo assim, por alguma estranha razão, isso se tornou a minha “razão de viver”.

1385205 529964077088927 330247481 nSe eu não posso ser ousada em meu trabalho ou na forma como vivo a minha vida, então não vejo por quê estar neste planeta.

Isso pode parecer um pouco extremista, mas crescer em um subúrbio no centro-oeste era tudo o que eu precisava para entender que o mundo era dividido em duas categorias: as pessoas que seguiram o status quo e ficavam na zona de conforto, e as pessoas que jogaram as convenções pela janela e dançaram a um ritmo diferente. Eu me atirei para a segunda categoria e logo descobri que ser uma rebelde e não conformada não a torna muito popular. Na verdade, faz o oposto. Você é visto como um suspeito. Um encrenqueiro. Alguém perigoso.

Quando você tem 15 anos, isto pode ser um pouco desconfortável. Adolescentes querem encaixar-se por um lado e ser rebelde do outro. Beber cerveja e fumar maconha no estacionamento do meu ensino médio não era minha ideia de ser rebelde, porque isso é o que todos faziam. E eu nunca quis fazer o que todo mundo fazia. Eu pensei que era mais legal não depilar as pernas ou debaixo dos braços. Quer dizer, por que Deus nos deu cabelo lá afinal? Por que os caras não tinham que raspar lá? Por que isso foi aceito na Europa, mas não nos EUA? Ninguém podia responder às minhas perguntas de forma satisfatória, então eu ousei ainda mais. Me recusei a usar maquiagem e lenços amarrados na cabeça, como uma camponesa russa. Fiz o contrário do que todas as outras garotas faziam, e comecei a afastar os homens. Eu desafiava as pessoas a gostarem de mim e da minha não-conformidade.

Madonna Harper’s Bazaar Interview 2013Isto não correu muito bem. A maioria das pessoas me achava estranha. Eu não tinha muitos amigos; Posso não ter tido nenhum amigo. Mas tudo acabou bem no final, porque quando você não é popular e você não tem uma vida social, há mais tempo para se concentrar em seu futuro. E, para mim, que estava indo para Nova York me tornar uma artista de verdade. Para ser capaz de expressar-me em uma cidade de inconformistas. Pra me deleitar, e dançar e agitar em um mundo e estar rodeada por pessoas ousadas.

Nova York não era tudo que eu pensava que seria. Ela não me recebeu de braços abertos. No primeiro ano, colocaram uma arma na minha cabeça. Estuprada no telhado de um edifício, eu fui arrastada com uma faca em minhas costas, e tive meu apartamento invadido três vezes. Não sei por quê; Não tinha nada de valor depois que levaram meu rádio pela primeira vez.

Os edifícios altos e a escala maciça de Nova York tiraram o meu fôlego. As calçadas quentes e o barulho do tráfego e a eletricidade das pessoas correndo por mim nas ruas foi um grande choque para meus neurotransmissores. Senti que eu tinha me conectado com outro universo. Eu me senti como um guerreiro mergulhando através das multidões para sobreviver. O sangue corria nas minhas veias, e eu estava pronta para sobrevivência. Me sentia viva.

Madonna Harper’s Bazaar Interview 2013Mas também me cagava de medo, e pirava com o cheiro de mijo e vômito em toda parte, especialmente na porta de entrada do meu terceiro andar sem elevador.

E todos os mendigos na rua. Não foi nada para o qual me preparei em Rochester, Michigan. Tentar ser uma dançarina profissional, pagar meu aluguel depois de posar nua para aulas de arte, encarar as pessoas olhando para mim nua. Desafiando-as a pensar em mim como um formulário que eles estavam tentando capturar com seus lápis e carvão. Eu era desafiadora. Teimosa em sobreviver. Em ser bem-sucedida. Mas foi difícil e era solitário, e eu tive que me desafiar todos os dias para continuar. Às vezes, me fazia de vítima e chorava na minha caixa de sapato de um quarto com uma janela que dava para uma parede, vendo os pombos cagarem na minha janela. E perguntava-me se tudo valia a pena, mas então eu me recompunha e olhava para um cartão-postal de Frida Kahlo grudado em minha parede, e a visão de seu bigode me consolava. Porque ela era um artista que não se importava com o que as pessoas pensavam. Eu a admirava. Ela foi ousada. Pessoas deram-lhe muito trabalho. A vida deu-lhe muito trabalho. Se ela pôde fazer isso, então eu também podia.

Aos 25, é um pouco mais fácil ser ousada, especialmente se você é uma popstar, porque o comportamento excêntrico é esperado de você. Até então, eu depilava debaixo dos braços, mas também usava quantos crucifixos meu pescoço aguentava, e dizia às pessoas em entrevistas que eu fazia porque achava Jesus sexy. Bem, ele era sexy para mim, mas também dizia que era provocante. Tenho uma relação engraçada com a religião. Acredito muito em comportamento ritualístico, contanto que não machuque ninguém. Mas eu não sou uma grande fã de regras. E, mesmo assim, não podemos viver num mundo sem ordem. Mas para mim, há uma diferença entre regras e ordem. As pessoas seguem regras sem questionar. A ordem é o que acontece quando as palavras e ações unem as pessoas, e não as separa. Sim, eu gosto de provocar; está no meu DNA. Mas em nove de 10 vezes, há uma razão para isso.

Aos 35 anos, estava divorciada e procurando pelo amor em todos os lugares errados. Eu decidi que precisava ser mais do que uma menina com dentes de ouro e namorados gangsters. Mais do que uma provocadora sexual implorando as meninas para não aceitarem o segundo lugar. Comecei a procurar significado e um sentido real de propósito na vida. Eu queria ser mãe, mas percebi que, só porque eu lutava pela liberdade, não significava que estava qualificada para criar uma criança. Eu decidi que precisava ter uma vida espiritual. Foi quando eu descobri a Cabala.

Madonna Harper’s Bazaar Interview 2013Dizem que quando o aluno está pronto, o professor aparece, e eu temo que esse clichê se aplicou a mim também. Esse foi o próximo período de ousadia de minha vida. No início, eu me sentava na parte de trás da sala de aula. Eu era geralmente a única mulher. Todo mundo parecia muito sério. A maioria dos homens usava ternos e kippahs. Ninguém me percebia e ninguém parecia se importar, e isso me serviu muito bem. O que o professor dizia me deixou louca. Ressoou em mim. Me inspirou. Nós estávamos falando sobre Deus e o céu e o inferno, mas não parecia que um dogma religioso estava sendo enfiado na minha garganta. Eu estava aprendendo sobre ciência e física quântica. Eu estava lendo Aramaico. Eu estava estudando História. Fui apresentada a uma sabedoria antiga que eu podia aplicar na minha vida de forma prática. E, pela primeira vez, perguntas e debates foram incentivados. Este era o meu tipo de lugar.

Quando o mundo descobriu que eu estava estudando a Kabbalah, fui acusada de participar de um culto. Fui acusada de ter sofrido uma lavagem cerebral. De ter doado todo o meu dinheiro. Fui acusada de todos os tipos de loucuras. Se tivesse me tornado Budista — coloquei um altar na minha casa e comecei a cantar “Nam-myoho-renge-kyo” — ninguém teria me incomodado. Quero dizer, nenhum desrespeito aos Budistas, mas a Kabbalah realmente assustou as pessoas. E ainda assusta. Agora, você acharia que estudar a interpretação mística do Antigo Testamento e tentar entender os segredos do universo era algo inofensivo. Eu não estava ferindo ninguém. Só ia pra aula, tomava notas no meu caderno espiral, contemplava o meu futuro. Eu realmente estava tentando me tornar uma pessoa melhor.

Por alguma razão, aquilo enfureceu as pessoas. Deixou-as loucas de raiva. Eu fazia algo perigoso? Isso me forçou a me questionar: “Tentar me relacionar com Deus é ousado?”. Talvez seja.

Quando completei 45, casei-me novamente, com dois filhos e morava em Inglaterra. Considero a mudança para um país estrangeiro algo muito ousado. Não foi fácil para mim. Só porque falamos a mesma língua, não quer dizer que falamos a mesma língua. Não percebi que havia ainda um sistema de classes. Eu não entendia a cultura de Pubs. Eu não entendia que seria reprovada por ser abertamente ambiciosa. Mais uma vez, eu me senti sozinha. Mas eu permaneci lá e encontrei meu caminho, e aprendi a amar a sagacidade inglesa, a arquitetura georgiana, o pudim de caramelo pegajosa e o interior inglês. Não há nada mais bonito do que o interior da Inglaterra.

Então eu decidi que tinha vergonha dos ricos e que havia muitas crianças no mundo sem pais ou famílias a amá-los. Me inscrevi em uma agência de adoção internacional e passei por toda a burocracia, testes e espera que todo mundo passa quando adotam. Como obra do destino, no meio deste processo uma mulher me ligou de um pequeno país na África chamado Malawi, e me contou sobre os milhões de crianças órfãs da AIDS. Antes que consiga dizer “Zikomo Kwambiri”, eu estava no aeroporto em Lilongwe em direção a um orfanato em Mchinji, onde conheci o meu filho David. E esse foi o começo de mais um capítulo de ousadia de minha vida. Eu não sabia que tentar adotar uma criança ia aterrar-me em outra tempestade de merda. Mas assim foi. Fui acusada de rapto de criança, tráfico, usando meu status de celebridade para avançar na fila, subornar funcionários do governo, bruxaria e tudo o mais. Certamente, eu tinha feito algo ilegal!

Esta foi uma experiência reveladora. Um ponto muito baixo na minha vida. Eu poderia aceitar as pessoas me criticando por simular masturbação no palco ou publicar o meu livro Sex, ou até por beijar Britney Spears em uma premiação, mas por tentar salvar a vida de uma criança não era algo que eu pensei que seria castigada. Amigos tentaram me animar, dizendo para pensar nisso tudo como dores de parto que todos temos que passar quando damos à luz. Isto era vagamente reconfortante. De qualquer forma, eu superei. Eu sobrevivi.

Quando adotei Mercy James, vesti a minha armadura. Eu tentei estar mais preparada. Eu me armei. Desta vez, fui acusada por uma juíza do Malauí que, por estar divorciada, eu era uma mãe incapaz. Lutei contra a suprema corte e ganhei. Demorou quase um ano e muitos advogados. Ainda assim apanhei, mas não doeu tanto. E ao olhar pra trás, não me arrependo de um momento da luta sequer.

Uma das muitas coisas que aprendi disso tudo: se você não se dispõe a lutar pelo que acredita, nem entre no ringue.

Dez anos depois, aqui estou eu, divorciada e morando em Nova York. Fui abençoada com quatro filhos incríveis. Tento ensiná-los a pensar fora da caixa. A serem ousados. A optar por fazer as coisas, porque são a coisa certa a fazer, não porque todo mundo está fazendo. Eu comecei a fazer filmes, o que é provavelmente a coisa mais desafiadora e gratificante que já fiz. Estou construindo escolas para as meninas em países islâmicos e estudando o Alcorão. Acho que é importante estudar todos os livros sagrados. Como meu amigo Yaman sempre me diz, um bom muçulmano é um bom judeu, e um bom judeu é um bom Cristão, e assim por diante. Concordo plenamente. Para algumas pessoas, é um pensamento muito ousado.

Como a vida continua (graças a Deus!), a ideia de ser ousada se tornou a norma para mim. Claro, isso é tudo sobre percepção porque questionar, desafiar as ideias das pessoas e dos sistemas de crenças e defender aqueles que não têm voz, tornou-se uma parte do meu cotidiano.

No meu livro, é normal. No meu livro, todo mundo faz algo ousado. Por favor, abra este livro. Eu te desafio!

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Obrigado a Leonardo Magalhães pela tradução.

Madonna é capa da próxima edição da revista Vanity Fair Itália

Madonna é capa da próxima edição da edição italiana da revista Vanity Fair. A última vez que Madonna foi capa de uma revista de porte, digamos, foi a Harper’s Bazaar, com fotos de Tom Munro.

A revista trás uma reportagem enorme e entrevista de Madonna sobre seu novo álbum MDNA, seu perfume “Truth Or Dare” e a MDNA World Tour 2012.

A foto da capa foi tirada durante as filmagens da campanha do novo perfume de Madonna, “Truth Or Dare”

Madonna - Vanity Fair 2012Madonna - Vanity Fair 2012

Madonna - Vanity Fair 2012

Madonna - Vanity Fair 2012

Madonna - Vanity Fair 2012