Os fãs de Madonna em Las Vegas já lidaram com o choque dos ingressos caros da turnê, mas eles estavam preparados para um Mike Tyson nu, raivoso e enjaulado?
Esta é a 10ª turnê mundial de Madonna, divulgando o 13º álbum de estúdio, Rebel Heart. Ao todo, ela viajará pelo mundo em 64 cidades, incluindo a primeira visita a Austrália em mais de 20 anos.
A turnê começou em Montreal no dia 9 de setembro, e segue pela Europa e Ásia antes de terminar em Brisbane, Austrália, em Março. Dizem que é a turnê mais cara do ano, em relação aos custos de produção e ingressos. O preço médio é de US$450, enquanto a turnê 1989 de Taylor Swift chegou a US$305.
O show de sábado na arena MGM Grand, que teve o DJ Lunice como ato de abertura, é o mais caro até hoje, com preço médio de US$949,21. Todos os pacotes VIP esgotaram, com apenas 212 ingressos – alguns custando até US$3.100 – restando a 72 horas do show. Até o dia 01 de outubro, Madonna já acumulara quase US$21 milhões em 10 shows, assistidos por 132 mil fãs em apenas sete cidades. A etapa americana termina no dia 29 de outubro em San Diego, e a turnê recomeça na Europa em 4 de novembro, na cidade de Colônia, Alemanha.
Mas o papo do fim de semana não será sobre dólares e mercado, mas, sim, sobre o controverso vídeo de abertura da glamorosa Madonna festejando com homens seminus, enquanto nosso campeão de boxe fala consigo mesmo dentro de uma jaula.
Todo mundo na plateia imagina se ele está nu! Mike é um convidado na canção Iconic. Ele diz que, quando filmou o vídeo, “não parecia ser tão intenso, mas, ao assistir, gritei ‘Uau!’. Preciso ser domado, cara. É como a National Geographic’”.
Madonna criou o show, de quase duas horas, com Jamie King, que dirigiu as duas produções de Vegas sobre Michael Jackson com o Cirque Du Soleil. Ela tem 19 dançarinos afiados, dois treinadores, e dois nutricionistas e esteticistas para mantê-la em forma e saudável.
Como é de se esperar, Madonna é controversa e desafia os limites de sua angústia religiosa. Ela choca a todos com a imagem de freiras nuas dançando nas cruzes, e dançarinos com vestimentas judias na acústica Devil Pray.
Em dado momento, os dançarinos estão vestidos como executores medievais na passarela em Iconic, e no outro, como gueixas e guerreiros marciais em Bitch, I’m Madonna. Em Holy Water, as dançarinas vêm de freiras, mas com calcinhas e tops para uma encenação da “Última Ceia”. Os bailarinos se vestem de mecânicos em Body Shop, com a participação de um Ford Falcon 1965. Os fãs pulam em Vogue, Material Girl e Like A Virgin e respeitam o trabalho dela na guitarra em Burning Up, além da habilidade no ukelele em True Blue.
Madonna tem 57 anos, mas prova que pode durar mais do que popstars 20 anos mais jovens, sendo atlética e subindo uma escada em espiral. O público perde o ar quando ela empurra um dos dançarinos do topo após ele a perseguir.
Todos os limites são desafiados com a mistura de S.E.X. e Justify My Love, com oito dançarinos em várias posições sexuais em quatro camas. Em dado momento, Madonna Louise Ciccone aparece como Toureira, e depois em outro figurino espanhol para um medley de antigos sucessos.
A intensidade continua com sete dançarinos indo pra lá e pra cá em mastros imensos no meio do público com Madonna, em uma versão dos anos 20 para Music e Candy Shop. É estranho o fato do convidado no palco ganhar uma banana em Unapologetic Bitch.
Não há dúvida de que o show é uma produção espetacular e super criativa; uma prova de que Madonna ainda consegue lançar tendências até hoje! Os críticos são só elogios e afirmaram que ela permanece “provocante como nunca”, mas que o aspecto mais chocante não foram as imagens e performances, mas que Madonna “está se divertindo tanto no palco que não pára de sorrir”.
O jornal Boston Herald noticiou que “as visões de Madonna não podem ser replicadas pelos imitadores”. O Montreal Gazette observou que “o tom da Rebel Heart Tour se tornou mais despreocupado” já que Madonna parecia estar “se divertindo muito, com autoconfiança e uma atitude brincalhona”.
É certo que, depois de três décadas sob a luz dos holofotes, Madonna continua a Rainha do Pop, obcecada pelo Catolicismo. O New York Village Voice foi mais longe, ao descrevê-la como “a defensora do Pop e santa da revolução em ação”, com a Rolling Stone comentando que “ela não conseguiu tanto no palco, música ou emocionalmente, desde o espetáculo da Drowned World Tour, em 2001”.