Madonna pode ter atiçado alguns habitantes de sua cidade-natal ao chamar Detroit de “interioriana” em entrevista, mas ela deixou claro que estava feliz de voltar na noite da última quinta-feira (01), com o show da Rebel Heart Tour na arena Joe Louis.
“Motor City,” (a cidade é chamada assim por ter sido o local das primeiras fábricas automobilísticas) “a menina da cidade voltou!”, declarou Madonna no início do show, que durou duas horas e 10 minutos. Ela seguiu: “Detroit fez a mulher que sou hoje!”, antes de falar de seu envolvimento com o empresário e filantropo Dan Gilbert, em programas de defesa da mulher e apoio ao boxe para jovens, além de “algumas escolas que estamos construindo”.
Apesar de reconhecer os recentes problemas financeiros da cidade, Madonna anunciou que “Detroit está voltando, então fiquem de olho. Temos raça, meu amor. Estamos no coração da América. Com toda essa raça e todo esse amor, vamos reconstruir nossa cidade. Acreditem!”.
Madonna, que nasceu em Bay City e foi criada nos subúrbios de Pontiac e Rochester, também deu um alô ao pai Silvio “Tony” Ciccone e à filha Lourdes, presentes no show. Ela dedicou Rebel Heart ao pai, agradecendo a ele “por me fortalecer e instilar em mim esta vontade de sobreviver”. Antes da versão de La Vie En Rose, Madonna deu a Lourdes, aluna do segundo ano da Universidade de Michigan, o crédito por inspirá-la a pegar o ukelele, instrumento usado na canção, e também observou que Lourdes tanto toca o ukelele quanto fala francês melhor do que a mãe dela.
Madonna também usou a conexão com a cidade para algumas referências alegres durante o show. Após Body Shop, um ato representado em uma oficina de carros, ela observou que “Se alguém consegue entender os desafios e tribulações do trabalho em uma oficina, é a Motor City. Se tiver tetas ou pneus, vai te dar trabalho”.
Em outro momento, ela disse ao público: “Há muita coisa acontecendo aqui, nada mal para uma nativa de Detroit”. E reclamou de um limite de tempo não-existente para o show: “Disseram que eu tenho duas horas. ‘Entre, faça o que tiver que fazer e saia!’”, Madonna reclamou. “É, vadia, sou de Detroit, então deveria ter um bônus aqui no palco, né? É!”. Ela também acrescentou à setlist uma versão acústica do sucesso Frozen, de 1998, especialmente para o show.
Antes de lançar a turnê, Madonna refinou o que quis dizer quando chamou a área de “interiorana”, um comentário que gerou uma carta aberta do prefeito de Rochester Bryan Barnett, defendendo a cidade. “Gosto muito da minha criação interiorana”, ela contou ao jornal suburbano The Oakland Press. “Pra mim, é muito importante ter vindo do Centro-Oeste, com meu pai e as pessoas que nos rodeavam, uma ética de trabalho muito forte e a minha abordagem prática de trabalho, e nada supérfluo. Não acho que seria criativa como sou se crescesse com tudo de mão beijada. O fato de ter vindo de uma cidade pequena no Centro-Oeste tem muito a ver com o tipo de atitude que tive no início da minha jornada criativa”.