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BEDTIME STORIES, de Madonna, completa 20 anos neste mês

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No dia 25/10/1994, 20 anos, Madonna lançou o sexto álbum de estúdio: Bedtime Stories, um clássico que nasceu em uma momento de transição na carreira dela. Ao passo que Madonna já era bastante famosa em 1994, o provocativo álbum Erotica azedou muitos críticos e fãs. Pela primeira vez em uma década de poder, as pessoas não se chocaram com o comportamento de Madonna – o que é pior, muitos pareciam cansados dela.

Artisticamente falando, ela passara os últimos 4 anos desafiando e subvertendo o puritanismo americano. Porém, após o lançamento de um livro inteiro chamado Sex, apresentando fotos dela mesma e de outras celebridades nuas, já não parecia haver outro lugar para ir.

O fato dela ter falado palavrões em um episódio do The Late Show With David Letterman, em março de 1994, não ajudou. Esta foi uma aparição infame que gerou reclamações e a distanciou dos americanos. Evita viria dali a dois anos e a sexualidade explícita de Erotica estava ficando obsoleta. Portanto, quando Bedtime Stories foi lançado, a carreira de Madonna estava em um momento estranho. O álbum é lírica e musicalmente muito mais cálido. Ela sacrificou as palavras de duplo sentido (compare Where Life Begins, do Erotica, com “Inside Of Me”, do Bedtime) e focou em material autobiográfico.

Ao invés do pop gelado e violento de Erotica, Bedtime leva Madonna a um território mais ameno. Há a composição dela em Secret, o pop experimental em Bedtime Story (co-escrita por Bjork), a nova levada New Jack Swing em “I’d Rather Be Your Lover” (com rap de Meshell Ndegeocello), a balada com samples de Herbie Hancock Sanctuary e o R&B exuberante e orquestral de “Take A Bow”.

Entretanto, sons mais amenos não necessariamente trazem letras apagadas. “Human Nature” mostra Madonna atacando os críticos mais diretamente do que nunca, de maneira lógica e desafiante. E, enquanto a faixa que abre o álbum, “Survival”, é um R&B confortável, ela traz a mesma atitude impenitente.

O som R&B convidativo de Bedtime Stories deve-se, em parte, ao co-produtor Dallas Austin, descrito pela backing vocal de Madonna de longa data Donna de Lory como “parte da tribo dela naquela época”. A bordo, também estavam os co-produtores Nellee Hooper, Dave “Jam” Hall (que trabalhou no primeiro álbum de Mary J. Blige, What’s The 411?) e, claro, Kenneth “Babyface” Edmonds.

Ao mesmo tempo que Edmonds trabalhara recentemente com TLC e Toni Braxton, ele contou à Billboard que foi um dos sucessos dele que chamou a atenção de Madonna. “Madonna era fã de uma canção que fiz, chamada ‘When Can I See You’. Por isso, ela se interessou em trabalhar comigo”, lembra Edmonds. “Ela veio a mim querendo baladas exuberantes, então foi isso o que fizemos”.

Babyface colaborou com Madonna em três canções – duas das quais, “Forbidden Love” e “Take A Bow” foram selecionadas. Embora a última tenha se tornado o sucesso de Madonna que mais tempo permaneceu no primeiro lugar da parada Billboard Hot 100, Edmonds diz que ele não buscava esse tipo de sucesso quando eles se conheceram.

“Eu não pensava muito nas paradas”, lembra Edmonds. “Acho que fiquei mais pasmo com o fato de estar trabalhando com Madonna. De início, foi surreal, mas daí você conhece a pessoa um pouco e se acalma, e simplesmente trabalha. E o trabalho é divertido”.

Quando Edmonds tocou o rascunho de uma música que se tornaria “Take A Bow” para Madonna, ela imediatamente se dedicou ao projeto. “Foi apenas uma batida e as cordas. Dali em diante, nós colaboramos e construímos a canção”, diz ele. “Eu morava em Beverly Hills e construí um pequeno estúdio em minha casa, então ela me visitava pra compormos”.

Em relação a “Forbidden Love”, Edmonds lembra que esta faixa veio no mesmo contexto. “Ela ouviu a faixa-base e tudo começou a nascer, melodias e tudo mais… Foi um processo mais fácil do que eu imaginava”.

Donna De Lory, entretanto, não se surpreendeu com a facilidade com que “Bedtime Stories” foi criado quando a parceira de vocais Niki Haris e ela foram chamadas para harmonizarem em “Survival”, co-escrita por Austin. Naquele momento, ela já se apresentava com Madonna há sete anos. “Quando você entrava (no estúdio), ela já te dava a folha com a letra”, De Lory contou à Billboard. “Esse era o clima – não estávamos lá pra relaxar. Era divertido, mas era trabalho também”.

E o que Madonna se dispõe a fazer, ela invariavelmente consegue. De Lory lembra que as sessões para Survival só levaram “algumas horas”, e não haviam regravações.

Da mesma forma que Babyface, De Lory descreve o trabalho com Madonna como uma parceria criativa, mesmo que as ordens viessem dela. “Quando ela expressava as ideias dela, era hora de ouvir as suas. Você não gostaria de entrar com ela e já sair dizendo: ‘Bem, eu ouço assim’, porque ela era tão específica e articulada. Ela já possuía o som na cabeça. Mas depois de falar, a gente contribuía um pouco. Sempre tínhamos ideias, tipo: ‘Podemos responder a esse verso com um survival extra (no fundo)?’”.

O resultado desta sessão é a abertura perfeita pro álbum – um hino extravagante e atraente com resiliência e afirmação. “Nunca fui um anjo, nunca serei santa, é verdade/Estou muito ocupada sobrevivendo, seja no Céu ou no Inferno/Viverei pra contar minha história”, canta Madonna, acenando aos críticos, enquanto desdenha deles.
E, falando em críticos, “Bedtime Stories” recebeu críticas muito positivas, especialmente em comparação aos dois álbuns anteriores: o divisor “Erotica” e a trilha-sonora do filme Dick Tracy, “I’m Breathless”.

O álbum teve o mesmo desempenho nas paradas, estreando em um respeitável #3, na parada Billboard 200. O primeiro single, Secret, também chegou ao #3 na parada Billboard 100. E só pra constar, Madonna lançou um trecho de Secret em uma mensagem de áudio disponível exclusivamente na internet antes do lançamento oficial – uma ação publicitária visionária, em uma era em que menos de 15% dos adultos possuíam acesso à Internet.

Mas foi o segundo single de Bedtime, a produção de Babyface “Take A Bow”, que se tornou o maior sucesso. No topo da parada Hot 100 por sete semanas, a faixa se tornou o 11º #1 de Madonna e permanece como o que mais tempo ficou no topo da Hot 100 até hoje.

Apesar do sucesso de Take A Bow, os dois outros singles de Bedtime – a faixa composta por Bjork “Bedtime Story” e “Human Nature” – não foram bem-sucedidos, sendo os primeiros singles em uma década a não chegar ao Top 40 da Hot 100. De Lory lembra que Madonna canalizava a energia no caminho da atuação naquela época, e a morna performance desses singles explicavam o por quê de Madonna não ter saído em turnê para promover o álbum.

Entretanto, ela apresentou Take A Bow com Babyface no “American Music Awards” de 1995, uma experiência que ele lembra de ter sido aterrorizante. “Eu estava muito nervoso. Mas você não via as minhas pernas tremendo por dentro do terno”, disse Edmonds. “Quando terminamos, ela me contou que nunca ficara tão nervosa. Foi uma loucura pra mim. Eu pensava: ‘Você é Madonna, você está no palco o tempo todo!’”.

Hoje em dia, Madonna prepara um álbum a ser lançado, supostamente, em 2015; e Edmonds está produzindo um álbum para outro ícone invencível com toda força: Barbra Streisand. Ao lembrar de Bedtime Stories 20 anos depois, ela diz que toda a experiência foi surreal. “Hoje, quando penso nisso, é difícil acreditar que trabalhei mesmo com Madonna”, disse Edmonds. “É sempre legal participar de um álbum que se torne um clássico, mas você nunca percebe que é parte disso. Só o tempo pode dizer”.

E quanto a De Lory, ela parou de se apresentar com Madonna em 2007. Hoje, ela segue sua musa particular, se apresentando e criando música pop com influências mundiais em álbuns como o mais recente, The Unchanging. Ao lembrar de seu tempo com Madonna, ela ainda se surpreende com a total imersão do ícone pop no processo de gravação. “Eu estava constantemente pasma com a habilidade dela em focar na intonação e ritmo de nossas partes”, disse. “Quando você trabalhava com ela, você tinha que se dedicar. Ela sempre se mostrou muito presente, sabendo o que queria e conseguindo o que queria. Daí, o trabalho fluía”.

O discurso emocionado de Madonna no Rock And Roll Hall Of Fame

O jornal italiano Il Corriere Della Sera divulgou a capa do single de “4 Minutes”, com Justin Timberlake na capa. O single poderá ser ouvido a partir do próximo dia 17 segunda feira. Cruzando os dedos ? Digamos que eu estou naquela curiosidade média. Eu ouvi uma vez a versão que vazou, em má qualidade, na última semana. Parece que uma rádio francesa decidiu antecipar e tocar uma versão remix da canção. Baixei e logo deletei, mas certamente este será mais um hit de Madonna, evidente.

madonna feat justin timberlake 4

E Madonna nesta segunda entrou no Hall da Fama do Rock….

Madonna e Cohen foram o centro das atenções da 23ª edição de uma das noites mais importantes da indústria musical americana, que também contou com a participação de personagens muito conhecidos, como os cantores Justin Timberlake, Lou Reed, Billy Joel e Ben Harper, além dos atores Tom Hanks, Chevy Chase e Michael J.Fox.

Esses artistas foram escolhidos em uma votação envolvendo 600 profissionais da música, e agora fazem parte de um seleto grupo no qual estão nomes como Elvis Presley, Aretha Franklin, Bob Dylan, os Beatles e os Rolling Stones.

Madonna evitou as críticas de que sua música não pertenceria ao mundo do rock e recebeu o prêmio das mãos do jovem cantor Justin Timberlake. Em seu discurso, Justin comentou sua participação no novo álbum de Madonna, “Hard Candy”, que será lançado em abril, e sobre o profissionalismo da estrela. “As pessoas já estão me perguntando como é trabalhar com ela. Bem, tudo o que eu posso dizer é que Madonna foi a única pessoa a fazer parte do Rock And Roll Hall Of Fame que administrou uma dose de vitamina B-12 em minha bunda. É isso mesmo, Madonna carrega com ela doses de B-12 em sua bolsa térmica no caso de um de seus colaboradores ficarem doentes. É isso que eu defino como profissionalismo. E talvez seja isso que Madonna é e continua sendo para todos nós: uma injeção na bunda quando precisamos,” disse Justin em sua apresentação.

madonna justin timberlake rock and roll hall of fame

Madonna e Justin nos bastidores

Madonna não se apresentou na cerimônia de premiação e cedeu seu lugar ao emblemático Iggy Pop, que, acompanhado pelo The Stooges, interpretou novas versões das músicas “Burning Up” e “Ray of Light”, que surpreenderam o público e a própria artista pop.

Para entrar no Hall da Fama, o artista tem de ter seu primeiro álbum ou single lançado há pelo menos 25 anos. Os escolhidos passam a ser representados no museu do Hall da Fama do Rock and Roll, na cidade de Cleveland, estado de Ohio.

Confira o discurso completo de Madonna na cerimônia:

“Não consigo decidir do que eu preciso me recuperar primeiro: de todos aqueles penteados horrorosos do vídeo anterior, ou de todas as indiretas de Justin. Tudo que ele disse é verdade, mas inicialmente eu não disse ‘abaixe as calças’, eu disse ‘abaixe a cueca’. Para deixar bem claro – como você havia dito – o quanto eu sou controladora.Eu não tenho certeza se o meu discurso será tão divertido, mas era isso que eu queria dizer:É uma grande honra receber este prêmio, estou muito grata e lisonjeada pelo reconhecimento que isso representa. Mas há algo de conclusivo numa premiação, e eu gostaria de refletir por uns instantes sobre as coisas (que aconteceram) na minha vida. Coisas que não têm sido e que continuam a não ser definitivas. Tenho a sorte de ter tido gente à minha volta que acreditava em mim. Começando pelo meu professor balé, Christopher Flynn, em Detroit, Michigan, que me disse, quanto eu tinha 14 anos, que eu era especial, que eu precisava acreditar em mim, que eu precisava sair para o mundo e buscar meus sonhos. Essas palavras significaram tudo para mim, porque posso lhes garantir que eu não me sentia especial.

E, em seguida, veio Dan Gilroy. Ele vivia em uma sinagoga abandonada no Queens com seu irmão Ed. Eles tocavam juntos numa banda. Eu já estava farta de trabalhar como dançarina, então ele me ensinou a tocar guitarra. E todo dia, quando Dan e Ed saiam para seus trabalhos diurnos, eu me escondia no porão e ensinava a mim mesma como tocar bateria ouvindo os discos de Elvis Costello e repetia aquelas quatro notas que Dan havia me ensinado várias e várias e várias vezes. Eu escrevi a minha primeira canção nessa sinagoga. Ela se chamava, ironicamente, “Tell the Truth” (Diga a Verdade). Lembro-me claramente desse momento, lembro dos pêlos do meu antebraço ficarem em pé, e pensar comigo mesma ‘quem escreveu essa música? Não fui eu’. Eu sentia como se tivesse sido possuído por algo mágico. E, para minha sorte, eu estava sendo milagrosamente e repetidamente possuída por algum tipo de magia. E mesmo hoje, o meu agente Guy Oseary, que está por aí, em algum lugar da platéia assistindo, me diz quase todos os dias “M, tudo é possível. Basta me dizer onde você quer chegar”. E ele realmente faz acontecer. Vinte e cinco anos depois, as pessoas ainda me encorajam a acreditar nos meus sonhos. O que mais eu poderia pedir? Há um ditado no Telmud que diz que “para cada folha, há um anjo vigiando e sussurrando ‘cresça, cresça’”. E eu ainda consigo ouvir anjos sussurrando. E mesmo os negativistas que diziam que eu tinha pouco talento, que eu era gorducha, que eu não deveria cantar, que eu era cantora de uma música só. Eles me ajudaram muito. Eles ajudaram com que questionasse a mim mesma e, constantemente, me incentivaram a ser melhor. E sou grata por sua resistência.

Eu sei que eu não estaria aqui agora sem tudo isso, sem todos vocês. Porque a vida, como a arte, é feita de colaboração, e eu não chegaria aqui sozinha, por vontade própria. Eu não poderia imaginar o rumo que minha vida iria tomar. De alguma maneira, aconteceu uma série de imprevistos. Um dia, eu era uma bailarina batalhando em Manhattan, em seguida, eu estava me ensinando a tocar bateria numa sinagoga no Queens, de repente, eu estava numa banda, fazendo shows no CBGB’s em Maxis, Kansas City e, de repente, eu conheci Seymour Stein recebendo soro na veia numa cama de hospital. E, logo a seguir, assinei contrato com a Sire Records e, de repente, eu estava rolando pelo chão no MTV Awards com os peitos pulando pra fora – o que ninguém sabe é que eu perdi um dos meus saltos altos e que eu voei pro chão para encontrá-lo e, de repente, estava fazendo passos de dança (Yikes!). E quando voltei pros bastidores, meu empresário estava branco feito um fantasma de tão nervoso dizendo que eu tinha arruinado minha carreira. Será que ele entendia de alguma coisa? Então, de repente, eu estava no palco no Madison Square Garden, e eu olhava para a platéia e cada garota estava vestida como eu. Saiam de mim! De qualquer forma, ‘de repente, de repente e de repente’ é uma maneira de olhar as coisas.

A outra maneira é que tudo aconteceu exatamente do jeito que tinha que acontecer. Que eu trabalhei com pessoas fantásticas que pretendia trabalhar, que eu viajei a lugares incríveis que pretendia viajar, que cometi erros que eu tinha que cometer. Que o universo teria conspirado a meu favor e me guiado o tempo todo até o momento em que estou aqui diante de vocês, tendo a oportunidade de agradecer a muitas pessoas, finalmente.

Antes de tudo, gostaria de agradecer à minha gravadora Warner Brothers, que tem assinado toda a minha carreira discográfica. Poucos podem dizer isso. Então, ali está Michael Rosenblatt, que fiz questão que estivesse aqui esta noite. Ele é a pessoa que mais ou menos me descobriu numa boate em Manhattan. Ele me disse que ele era ‘o cara do A&R’ da Sire Records. Eu não tinha idéia do que era um ‘cara do A&R’, mas parecia ser importante. Então, eu coloquei minha fita demo na mão dele, e nós dividimos uma cartela de ecstasy e dançaram a noite fora. Essa que é a verdade. Foi ele que me apresentou à próxima pessoa à qual tenho que agradecer, que é Seymour Stein. Eu acho que ele está aqui esta noite: Seymour, onde está você? Está por aí? O lendário Seymour Stein. Yeah. Conhecer Seymour é se apaixonar por Seymour. Mas quem toparia conhecer alguém tomando soro na veia numa cama de hospital? Eu pensei: o cara deve estar quase morrendo! Mas logo ele me perguntou se ele estava usando roupa de baixo e camiseta: a situação tava meio esquisita. Ele me pediu que mostrasse minha fita demo para ele e eu sempre costumo carregar um toca-fitas comigo. Yeah. Daí, toquei minha música e ele parecia estar gostando. De qualquer maneira, Seymour continua vivo e bem, e essa é uma ótima notícia. Obrigada, Seymour!

Tem alguma coisa esquisita nisso tudo? Hospitais, sinagogas … ecstasy? Não sei não, mas acreditem: vem coisa pior.

A próxima pessoa a quem tenho que agradecer é Liz Rosenberg. Sei que ela também está aqui, em algum lugar. Yeah. Ela tem sido, e continua sendo a diretora de divulgação de toda a minha carreira. Agora, será que alguém entende a loucura que é ser minha divulgadora nesses últimos 25 anos? Bem, eu acho Liz estava fumando um ‘cigarrinho’ quando encontrei com ela pela primeira vez. Yeah, Yeah. Eu andava pelo escritório dela e ela discretamente entupia o cinzeiro. Acho que ela pensava que eu não sabia que ela estava puxando fumo, mas tava na cara. Enfim, nós nos demos bem imediatamente. Ela era o meu tipo de garota: durona, irreverente e divertida, e nós estivemos juntas nesse longo e fantástico período de tempo. Depois de se deparar com tantos casos escabrosos, ela tinha que administrar eles e apagar os incêndios, e publicar notas, e ela é tão incrível que não se atirou na heroína. Não estou querendo dizer que a maconha revitaliza e lhe deixa no mesmo nível das pessoas, ou que todos com quem tive contato eram dependentes de droga ou nada disso, mas o que interessa, na realidade, é que acabei formando um grupo muito responsável, de pessoas que trabalham duro e que me ofereceram muito de amor e apoio, junto com todo o pessoal de minha gravadora e que não tenho tempo de agradecer a cada um de vocês, mas lhes sou grata.

Nesse momento, é claro, eu precisava de um empresário, certo? Então, perguntei a mim mesma “Mim mesma, quem é o artista mais bem sucedido do mundo dos negócios hoje?” E eu mesma respondi em alto e bom tom: “Michael Jackson”. Então, fui para LA, encontrar o homem que agenciava o Michael Jackson, e o convenci a ser meu agente. Filmem o Freddy DeMann, ele é o outro homem que eu gostaria de agradecer, é um cara esperto, parecia um paizão, tinha cabelos lisos castanhos, usava um perfume forte, fumava charuto e tinha um Porsche. Ele me deu carona até o meu hotel nesse Porsche. A partir daí, nós começamos, e ele se tornou meu empresário. Não tinha nada de suspeito no negócio, ok. Ele me deu… Estou brincando! Até ele (olhando Justin Timberlake) se esfregou em mim. Esse discurso não foi concebido para ter um monte de conotações sexuais, de forma alguma… Ele é quem está trazendo o “sexyback”, ok? Eu vou ferrar com você! Ok, por isso, nós (eu e Freddy) tivemos extraordinários quinze anos juntos, e eu aprendi muito com ele, por isso, eu lhe agradeço, Freddy DeMann.

Foi enquanto eu estava com Freddy que encontrei este incrível e petulante adolescente israelense chamado Guy Oseary. Ele seguia os passos de Freddy e eu me encantei pelo garoto. Yeah. Ele sempre estava dando alguma opinião, especialmente quando eu não perguntava nada a ele. Ele era bem ambicioso, confiante, idealista, tinha fome de conhecimento, era obcecado por dinheiro desde os 18 anos quando o conheci. Ele me amolava com suas idéias. Ele não parava de articular planos. Ele era incansável e, hoje, ele é o meu empresário. E eu sei que ele iria até o fim do mundo por mim. Portanto, lhe agradeço, Guy.

E, como vocês podem ver, tudo parece uma espécie de ciclo que se fecha aqui, não é mesmo? Mas o que é um disco, sem a música, certo? É isso aí, ‘matherfuckers’! O que seria um disco sem Nile Rogers, Pat Leonard, Babyface, Joe Henry, William Orbit, Mirwais Ahmadzai, Stuart Price, Pharrell, e agora, Justin Timberlake e Timbaland. Eu me sito extremamente sortuda em ter tido a oportunidade de trabalhar com compositores e produtores tão maravilhosos. Não posso negar o quanto sou grata por isso.

Também gostaria de agradecer a todos os meus fãs, que estiveram colados comigo nos bons e maus momentos. Só Deus sabe que foram… (aplausos) Yeah. Agora fiquem quietos. Eles estão comigo nos bons e maus momentos, e só Deus sabe foram muitos os maus momentos. Isso não é uma indireta.

Também gostaria de agradecer às garotas da Semtex, que são meus soldados, e sei que elas atravessariam qualquer incêndio comigo. Obrigada, meninas. Para os meus professores, meus amigos e minha família, agradeço a todos vocês que facilitaram essa jornada, que para mim só começou, lembrando que eu só sou a administradora do meu talento, não dona de mim. Eu tenho feito muitas coisas na vida, desde escrever livros infantis a desenhar roupas, dirigir um filme, mas, para mim, tudo acontece e sempre volta a acontecer por causa da música. Portanto, muito obrigada, mesmo. Agora, gostaria de apresentar um outro ‘matherfucker’ de Michigan, Iggy Pop.”

Sim, este cabelo é UÓ !!! Como grande parte dos fãs, também odiei