Depois de ter escandalizado a França ao sobrepor uma suástica sobre um retrato da líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, a Madonna voltou ontem a provocar polêmica na noite de domingo, 23 de setembro, agora nos EUA, durante um concerto em Washington, com candidato republicano Mitt Romney.
Desta vez, numa clara mensagem de apoio ao candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, a cantora mostrou imagens dos republicanos Mitt Romney (que concorre com Obama) e Sarah Palin (antiga candidata a vice-presidente), associando-os a uma caveira e a fotografias de ditadores, guerras, confrontos e violência.
Madonna, que não atuava em Washington desde 2004 com a Re-Invention Tour, recordou o seu último concerto na capital norte-americana, quando as suas ideias políticas expressas no “American Life” afetaram negativamente as vendas do álbum.
“É bom estar de regresso a esta cidade, na qual ocorreram tantas coisas boas e inspiradoras, e outras tão asquerosas”, afirmou ontem a cantora nascida em Michigan. “Mas agora estão a ocorrer coisas fantásticas, porque temos feito história e estamos a lutar não somente pelo nosso futuro mas pelo de outras pessoas”, acrescentou, em alusão à candidatura de Barack Obama.
Apoio repetido a Obama
No seu primeiro concerto no Yankee Stadium de Nova Iorque, no passado dia 7, Madonna tirou o sutiã e, de costas para o público, mostrou uma tatuagem autocolante, na qual se lia “Obama!”. “Graças a Deus por Michelle”!”, gritou a cantora, referindo-se à primeira-dama dos EUA.
Também em 2008, na sua tour “The Sticky and Sweet Tour”, Madonna manifestou o seu apoio a Barack Obama em 2008 trazendo um T-shirt estampada com o retrato do candidato democrata. Nesse mesmi ano, em plena campanha eleitoral, a cantora mostrou uma fotografia de John McCain, o candidato republicano, sobreposta a imagens dos ditadores Robert Mugabe e Adolfo Hitler. Posteriormente, mostrou Obama junto a um ícone da paz, Mahatma Gandi.
E quando Barack Obama ganhou as eleições, Madonna disse num concerto em Las Vegas: “Sim, ganhámos, ganhámos, fizemos história”.
As relações entre Madonna e o Partido Republicano azederam-se principalmente a partir de 2003, nas vésperas da invasão do Iraque, com a apresentação do disco “American Life”, no qual a cantora critica o modo de vida norte-americano e o seu consumismo voraz.
No primeiro videoclip do álbum viam-se modelos vestidos de soldados a maltratarem crianças, sob o olhar complacente de famosos e políticos. No final, um modelo lançava uma granada, que um duplo de George Bush agarrava, acendendo com ela um charuto.
O disco foi um fracasso de vendas, tendo sofrido um boicote por parte de diversas emissoras de rádio.
Madonna, que iniciou o MDNA Tour no dia 31 de maio em Telaviv, aproveitou a sua performance em “Human Nature” para transmitir mensagens através de tatuagens nas costas, relata o “El País”. Desta forma, quando a Justiça russa condenou as Pussy Riot a dois anos de prisão por vandalismo, Madonna, ao apresentar-se em Moscovo, em agosto, exibiu a mensagem “Liberdade às Pussy Riot”.