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Christopher Ciccone fala sobre a irmã Madonna

auto retrato1Irmão mais novo da cantora Madonna, Christopher Ciccone passou dezoito anos trabalhando com a estrela do pop. A convivência foi interrompida há cinco anos, quando Madonna descobriu que o irmão usava drogas. Recentemente, Christopher lançou o livro A Vida com Minha Irmã Madonna (Editora Planeta), no qual desfia histórias sobre Madonna e aqueles que a cercam, como o ex-marido Guy Ritchie. Christopher conversou por telefone com o repórter Sérgio Martins.

É bom ou ruim ser o irmão de Madonna?
Quando nos falávamos, era bom. Eu ia a todas as festas, com bebida liberada. Foi inesquecível dirigir alguns de seus clipes e, sobretudo, conhecer Gene Kelly, um dos meus ídolos, que fez coreografias para minha irmã. Assim que brigamos, contudo, pessoas que antes me tratavam muito bem se esqueceram de mim. Esse foi um lado ruim, cruel.

Qual rejeição o deixou magoado?
Sem dúvida, a de Demi Moore. Tivemos nossos atritos, é verdade. Certa vez, ela pediu que eu decorasse o quarto de seus filhos sem ao menos perguntar se eu cobraria pelo serviço. Sabe o que fiz? Comprei móveis numa loja popular e mandei entregar na casa dela. Para mim, foi uma maneira educada de dizer “Vê se se enxerga”. Mas sempre achei que ela fosse minha amiga. Desde que briguei com Madonna, nunca mais recebi uma ligação sua. Isso me deixou triste. Ela é uma mimada e me usou como se eu fosse um animal de estimação.

Madonna deixou de falar com o senhor por causa do seu vício em drogas. O senhor está curado?
Meu grande vício sempre foi Madonna. Ela preencheu anos e anos da minha vida. Quanto às drogas, digamos que tenho um lado negro que preciso alimentar de vez em quando.

Qual foi a reação de Madonna ao seu livro?
Quando soube que eu estava escrevendo a seu respeito, Madonna disse a nosso pai que não gostaria de lê-lo. Seu advogado mandou uma carta ameaçando-me de processo. Até agora, não sofri nenhum tipo de retaliação. Não há nada no livro que possa provocar um processo. Além disso, a vida pessoal de minha irmã anda tão atribulada que ela mal deve ter tido tempo de prestar atenção no livro.

Por que expor a intimidade de sua irmã?
Sei o que você está pensando: o ressentido que não fala com a irmã famosa resolveu vingar-se. Mas eu não fiz um livro sensacionalista. A Vida com Minha Irmã Madonna traz detalhes preciosos sobre sua carreira, bem como informações sobre como ela se prepara para cada turnê.

O senhor ficou surpreso com o anúncio do divórcio de Madonna e Guy Ritchie?
Meu pai e meus irmãos sabiam que o casamento estava naufragando. Nunca comentaram nada comigo, por causa da briga que existe entre nós. No fundo, eu sabia que o casamento não daria certo. Guy é um sujeito problemático. Madonna nunca achou de verdade que ele fosse o homem de sua vida.

Sua irmã envelhece bem?
É difícil chegar aos 50 anos, ser ainda desejável e entreter uma platéia noite após noite, como ela faz. Minha irmã realizou as plásticas indispensáveis, no que fez muito bem. Eu também pretendo entrar na faca quando envelhecer.

Correm notícias de que o senhor está escrevendo outro livro. Deixe-nos adivinhar: será sobre Madonna?
Vou fazer muitas coisas. Um musical sobre uma diva e seu secretário. Um filme sobre um serial killer que ataca na Califórnia – e que talvez tenha sósias das amigas de Madonna entre suas vítimas. E um livro, sim, mas sobre minha experiência como gay.

| Fonte: Revista Veja – Edição 24 de dezembro de 2008 |

Madonna agradece o governador do Rio pelos seguranças durante a Sticky & Sweet Tour

Foi divulgado nesta quarta-feira (17) na Internet o vídeo que mostra o encontro de Madonna com o governador do Rio, Sérgio Cabral, na última segunda-feira, antes do show da tournê Sticky & Sweet que a cantora fez no Maracanã.

Na ocasião, a artista ganhou uma camisa personalizada da seleção brasileira. O encontro foi breve e o governador apresentou sua família à diva, que os cumprimentou sorridente e com um aperto de mão.

A cantora agradeceu ao governador pela segurança posta à sua disposição e pela ação de parar o tráfego de carros para que a comitiva da turnê pudesse passar. Madonna ainda ressaltou a importância de seu show para fazer as pessoas esquecerem dos problemas e se divertirem. “Obrigada pelos seguranças bonitões que estiveram à minha disposição”, finaliza Madonna.

MADONNA CHART: “Miles Away” na Billboard esta semana

madonna miles away coverBem, não é lá grande coisa, mas a passagem de Madonna com a tour “Sticky & Sweet Tour” pelos Estados Unidos fez o terceiro single do álbum Hard Candy,”Miles Away” dar uma alavancada nos charts da Billboard. Veja:

#2 – Billboard Hot Singles Sales
#6 – Billboard Hot Dance Single Sales
#15 – Billboard Hot Dance Airplay
#20 – Billboard Hot Dance Club/Play

Depois de debutar no #39 lugar na última semana, MILES AWAY caiu para a posição 68.

Marie Claire: Para entender Madonna

madonna 03Madonna está chegando, mas parece que nunca saiu de perto da gente. São 25 anos de uma carreira rigorosamente reinventada. Recém-separada, mãe de três crianças e no topo do ranking de mulher mais rica do mercado musical, ela vai continuar esgrimando o tempo. Será esse o segredo para ela ser mito aos 50 anos e de várias gerações? Rita Lee, o diretor de arte Giovanni Bianco e o estilista Dudu Bertholini dão aqui a sua opinião*

Madonna tem a mesma idade de Michael Jackson e Prince. É mais nova que Tina Turner e Cyndi Lauper, e mais velha que Britney Spears e Amy Winehouse. Adivinha qual desses artistas do mundo pop chegou mais longe e consegue se manter no auge apesar da crise do mercado fonográfico, das músicas que são baixadas de graça da internet, dos amores desfeitos ou refeitos, das rugas e dos escândalos públicos? Qual deles, afinal, consegue se reinventar a cada disco? Madonna Louise Ciccone Ritchie.

Americana da provinciana Bay City, no Michigan, a cantora de 50 anos começou a ser comentada quando o videoclipe ainda engatinhava e hoje tem uma fortuna estimada em US$ 600 milhões, boa parte dela vinda de suas históricas turnês.A atual, aliás, passa pelo Brasil neste mês. Chama-se ‘Stick & Sweet’ (algo como Melado & Doce) e tem como base o 11o disco de sua carreira, ‘Hard Candy’ -fora singles, trilhas etc. Só a base, já que ela reinventa clássicos como ‘Into the Groove’ e ‘La Isla Bonita’. Os cinco shows acontecem nos dias 14 e 15, no Maracanã (RJ), e 18, 20 e 21, no estádio do Morumbi (SP). O momento é ótimo para assisti-la ao vivo. Primeiro porque será incrível conferir sua invejável forma física de perto (ou usando binóculos). Depois, ela acabou de se separar do marido de sete anos, pai de dois de seus filhos, o cineasta britânico Guy Richie, dez anos mais jovem. A separação não foi nada elegante. Acusações de homofobia (por parte dele), obsessão pela forma e certa paranóia com o passar dos anos (por parte dela), traição (dela), briga pela guarda dos meninos (ambos) e por dinheiro (a fortuna dela é oito vezes maior que a dele). Nada confirmado, mas a cada semana tem novidade, verdadeira ou falsa. Para completar, Madonna vem soltando piadas ácidas em seus shows. Vai perder?

Mas que mulher é esta que sai loura e musculosa de crises como esta? A folha corrida: já foi taxada de ‘depravada’ e ‘sórdida’; simulou sexo oral com uma garrafa em’Na Cama com Madonna’; questionou sexo ortodoxo em videoclipes e shows; e, para arrematar, foi citada pelo célebre escritor Norman Mailer (1993-2007) como ‘a maior artista viva’. Uma roqueira, um diretor de arte e um estilista tentaram traduzir essa mulher.

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1990 Patrick Demarchelier foi um dos muitos fotógrafos de primeira linha que conseguiram capturar um pouco da alma camaleônica da estrela (aqui); perceba a diferença radical de estilo da cantora
em apenas cinco anos (acima)

 

Ela deve sofrer de solidão criativa’ – Por Rita Lee, cantora e compositora. Ou, como ela se define, Vovó Ritinha

madonna 01‘É pra falar de Madonna? Então vamos botar a mão na massa dela já. Mick Jagger já tem mais de 60 anos e está aí para provar sua força. Mas cada macaco no seu galho. Jagger influencia os véios a se cuidarem para alcançar aquela vitalidade de faraó, enquanto Madonna se mantém ‘jovem’ graças aos tonéis de carvalho das plásticas milagrosas e muita sintonia com os jovens planetários que fazem música também.

Como todo mito, tenho a impressão de que Madonna deve sofrer de solidão criativa. Claro que ela sabe se promover e cutucar a mídia, só que é um pouco marqueteira demais para o meu gosto. Na parte musical, ela se cerca dos melhores autores, produtores e arranjadores que existem no planeta. É quase impossível achá-la ruim, pois sempre se nota nos seus discos um trabalho fantástico de timbres, refrões que grudam, melodias inesperadas. Ao vivo, eu só fico implicando com aqueles eternos bailarinos no palco parecendo a Broadway dos pobres.

Eu era bem mais fã de Madonna do que hoje. Mas, depois que ela aprendeu a caçar pombos com o ex-marido [o cineasta britânico Guy Ritchie], falar com sotaque inglês e se dizer grande conhecedora da cabala, a minha admiração ficou meio abalada. Musicalmente, a fase que mais gosto é a do álbum ‘I’m Breathless’, que ela gravou como trilha sonora para o filme ‘Dick Tracy’. E, de todas as suas provocações, adorei o livro ‘Sex’, em que ela aparece nua num monte de fotografias.

Nesse lance de idade e de ainda ser um furacão, penso que Madonna se sente segura apesar de, repito, sofrer de solidão criativa. A crítica pode até torcer o nariz para os discos de Madonna, mas ela já está numa posição de fazer o que bem entender, quando entender, como entender, com quem entender, onde entender…’

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1993 Os famosos sutiãs à mostra (ao lado): uma mulher libertária, que marcou toda uma geração com suas ousadias; firme no desejo de mudar muito, e o tempo inteiro, Madonna nunca deixou
um fio de cabelo no mesmo
lugar impunemente

No convívio, ela é muito profissional, profissional, profissional’ – Por Giovanni Bianco, 42 anos , carioca, morador de Nova York. Diretor de arte que fez, dentre outros trabalhos, os visuais da capa do disco ‘Confessions on a Dance Floor’ e da ‘Re-Invention Tour’

madonna 02‘Madonna é uma vitoriosa (com ‘v’ maiúsculo), dona de um talento interminável. Mas a sua principal característica de mito resume-se ao fato de ela ser uma trabalhadora incansável! Trabalho, trabalho, trabalho é o seu lema. Esse triunfo de ter o talento, de acreditar e fazer tudo no perfeito ‘timing’ é a sua vitória! No Olimpo pop, ela é a Madonna das madonnas. Rainha total. Amo todos os discos da Madonna. Mas tenho um carinho especial por ‘Confessions on a Dance Floor’.

Trabalhar com ela foi como cursar uma universidade, depois defender uma tese e fazer uma pós-graduação me preparando para um doutorado. No convívio, ela é profissional, profissional, profissional e, obviamente, acessível, mas sempre profissional. Artisticamente, eu não a vejo sem o palco ou sem o disco. O que importa é o conjunto da obra, um está atrelado ao outro.’

Madonna faz parcerias com as pessoas certas’ – Por Dudu Bertholini, 29 anos, paulista, estilista da Néon

‘Noooossaaa, adoro a Madonna!!! A contribuição dela é super importante para a moda no show business. E o que ela tem de mais forte é vestir os looks com muita personalidade. Não é que ela tenha um estilo forte. É a maneira como ela combina tudo, desde o estilo punk até o romântico. A atitude é o diferencial. Além do que ela sempre faz parcerias com as pessoas certas. Na minha opinião, a melhor parceria foi com Jean Paul Gaultier, na ‘Blonde Ambition Tour’ [turnê de 1990] . Outra que destaco foi com a dupla Dolce & Gabbana -que eu nem gosto muito, mas no palco da ‘Girlie Show World Tour’ [em 1993] ficou ótima.

Acho Madonna o máximo, desde os tempos de ‘Like a Prayer’, passando pela turnê ‘The Girlie Show’, pelo livro ‘Sex’ -um grupo de imagens de moda entre os mais fortes produzidos no século 20- e, no mesmo ano, o visual dos clipes do disco ‘Erotica’ [1992]. Ela sempre foi uma agente transformadora, uma mulher autêntica e forte, bem antes do sucesso da série ‘Sex and the City’. Visualmente, hoje em dia, ela não muda muito as coisas. Seguiu o curso do mundo. Mesmo porque ela está acima do bem e do mal.

De todos os figurinos de palco, gosto de repetir, os que eu mais gostei foram os do Gaultier. É demais quando ela entra cantando ‘Express Yourself’ vestindo um terno preto, com cortes na altura do busto, deixando à mostra um sutiã em forma de cone. Depois ela tira a parte de cima do terno e, ao cantar ‘Like a Virgin’, se desfaz da parte de baixo e a gente vê que o que ela está usando é um espartilho prata. Essa é a imagem de uma mulher desejada.

Mas não é tudo que eu gosto. Acho horrível a roupa preta, cheia de zíperes, e as luvas com um monte de penduricalhos que ela usa no clipe da música ‘Jump’. Também não gosto do visual do clipe ‘Give It to Me’ [de ‘Hard Candy’], apesar de ela estar linda. Aos 50 anos ela ainda pode usar maiô, mas aquele look com bota é um pouco menina demais. Ela deveria saber que é importante saber envelhecer. Se eu fosse convidado para fazer um figurino para a Madonna, faria uma roupa de mulher forte, com elementos retrôs e essa característica de provocar a libido de todos os sexos. Fora do palco que acho que ela não tem um estilo pessoal forte. Mas a atitude que ela põe na roupa faz a diferença. Afinal, ser elegante é entender o seu conceito e a sua história.’
*Depoimentos a Apoenan Rodrigues

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Chegar aos 50 anos desta forma não é para qualquer uma; o look é clássico com um toque sadoma-soquista

Como é o show – Por Thiago Lucas, jornalista

madonna 08Uma explosão de energia. Essa é a marca do espetáculo que a rainha pop preparou. Eu já vi, em Berlim. Prepare-se: a performance é tão impecável que chega a ser congelante, de tão calculista. Mas também corajosa e impactante em sua perfeição.

O tempo é o grande personagem do show. Madonna surge sentada num trono, com um cetro que até pode lembrar uma bengala. Mas a imagem de senhora some, dando lugar a uma mulher com um belíssimo par de pernas e glúteos. ‘Candy Shop’ é a primeira canção.

Atenção: há uso de playback e há momentos em que ela se ausenta.Em seu lugar, filmes relembrando sua carreira. A produção não poupou esforços e trouxe até um enorme Cadillac que invade o palco durante ‘Beat Goes On’. Incrível também o visual da produção para ‘Devil Wouldn’t Recognize You’, quando a estrela surge dentro de uma jaula, cercada por projeções e ao som de trovões e efeitos de luzes.

Seu vigor físico é evidente quando ela, por exemplo, pula corda na maior agilidade. Tudo ao som da nova edição de ‘Into the Groove’. Daí ela deixa as cordas para se exibir numa ‘pole dancing’. Segue ‘She’s Not Me’ e, na seqüência, ela desmascara suas bailarinas que, no palco, estão vestidas como suas sósias, cada uma representando uma ‘Madonna’ diferente.

Para alguns, o show é um tanto frio. Exemplo: os fãs que jogaram presentes no palco receberam os mesmos de volta na mesma hora. Nada poderia pôr em risco a coreografia impecável. Depois de duas horas, ela termina ao som de ‘Give It 2 Me’ no mesmo pique de todos os bailarinos, duas décadas mais jovens. Até mesmo o tempo, grande personagem do seu show, se dilui diante dela. Esquecemos até das horas, como crianças numa grande loja de doces.

CRÍTICA ESTADÃO: A força da deusa confusa e contraditória

Madonna é o maior espetáculo do pop; e o que ele tem de mais superficial

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É o maior espetáculo do pop. E é também o espetáculo mais superficial do pop, com concepções flácidas do que seja religião, política, sexo, misticismo, folclore, arte, emancipação. Madonna é uma deusa confusa, contraditória, e essa que é sua fraqueza ela converte em força, o que emociona às vezes. Também é certo que Madonna é a artista que mantém a mais alta ambição do show biz em pleno funcionamento, um rolo compressor entre orgânico e eletrônico respirando e engolindo tudo em volta como um buraco negro espacial.

Durante duas horas, iniciando-se a partir das 21h47 e chegando perto da meia-noite, o primeiro show da diva em terras sul-americanas após 15 anos trouxe altas doses de diversão maciça para um público de cerca de 60 mil pessoas no estádio do River Plate, em Buenos Aires, na noite de quinta-feira. O trânsito ficou um inferno nas imediações do estádio, que estava completamente tomado. O público a recebeu em êxtase, sedento de todas as personas que a cantora criou ao longo de 24 anos de carreira. Havia muitas meninas de 10, 12 anos na platéia (órfãs de Britney, esnobadas por Avril, só parecem confiar agora na velha cortesã do pop), assim como bibas de todos os quadrantes, senhoras de botinha e chapéu de caubói, famílias, namorados, ricaços em busca de diversão, travecos e curiosos.

Madonna entra em cena dentro de um cubo metálico, que se abre enquanto ela canta a primeira canção, Hard Candy, e as paredes desse cubo vão se tornando telas gigantes portáteis que a acompanham em formas e locais diferentes durante todo o show, erguidas por cabos. Dentro da caixa, engrenagens que se mexem, como se acionadas, e bolas de sinuca e giletes e relógios vão se sucedendo na engenhoca até o grand finale, quando a cantora surge sentada em um trono, de cartola e maiô.

Depois, Madonna vai montada num Rolls Royce branco até o meio da platéia, que é alcançada por meio de uma passarela com esteiras rolantes. Ao longo de um set de 23 canções, Madonna revisita todas suas fases e é até mesmo crítica em relação à construção da sua personalidade, “destruindo” todas suas personas (representadas por suas bailarinas com roupas e perucas de material girls).

Madonna arranhou algum espanhol (“Están listos?”, dizia), apresentou uma de suas bailarinas como argentina e fez o diabo. Deve ter dançado sobre a passarela de 17 metros, indo e voltando, ao menos umas 50 vezes durante o show, o que a torna uma atleta invejável, uma maratonista. Embora não tenha visto a Alinne Moraes na novela das 8, Madonna está de franjinha e cabelo loiro comprido. A cantora simulou sexo com sua guitarra (fumando um cigarrinho depois), encenou sexo no chão, de quatro, com um dos seus bailarinos, e simulou de leve uma masturbação – mas tudo de forma fugaz e indiferente. A herança de Mapplethorpe, que ela empunhou em Sex, hoje virou apenas décor, cenário, pasmaceira.

Há muita simulação de outra ordem também no show. O DJ que finge fazer um scratch, os bailarinos de dreadlocks que fingem conhecer algo do teatro kabuki, Madonna tentando cantar rock and roll de verdade em Bordeliner (momento constrangedor, a voz dela não se presta a isso), Madonna querendo tocar uma guitarra Les Paul negra, mas sem os dedos nas cordas.

Madonna também faz seu comentário político, alternando em seu telão imagens de Lennon, Bob Geldof, Martin Luther King, Bono e Obama, enquanto tece críticas ao consumismo, à guerra e ao aquecimento global. Eficazes como um picolé de limão, seus comentários esquizofrênicos não se prestam a muita coisa além de aliviar a própria consciência. É a mesma coisa quando a religião é o tema. Há uma sucessão de frases atribuídas a Jesus, Shiva, Maomé e Alá (talvez até Paulo Coelho) desfilando à frente dos olhos, mas todas clichês de auto-ajuda, algumas desfiguradas de seu sentido. Madonna, messiânica de butique, vai encaçapando seu público, agora hipnotizado.

Em dado momento, ela pára toda a parafernália e diz que vai pedir a alguém da platéia que escolha uma música. Aponta para alguém. O sortudo é um garoto argentino de 25 anos, Tomás Corbalán, que escolhe Like a Virgin, o que provoca protestos de um grupo de brasileiros. “Eu sabia que ela não ia cantar essa música essa noite e resolvi pedir. Gostei de Don?t Cry for me Argentina, mas não penso apenas como argentino, eu acompanhei os muitos sentimentos de todas as partes do show com emoção”, afirmou Tomás, que é músico e diz que vai lançar seu próprio disco em três meses.

A partir da canção La Isla Bonita, Madonna canta acompanhada de ciganos romenos (dois violões, acordeão e violino), e promove uma “festa no acampamento”, com uma Carmen de cartão-postal dançando em volta da “fogueira”. O show chega ao fim como uma grande rave, com um set que termina com Give It 2 Me. Madonna conclama todos para a festa, e diz: “Argentina, é bom estar de volta”, e dança, pula corda, luta boxe e faz virar animação a arte pop-rupestre de Keith Haring.

Nas laterais do palco, uma letra M gigantesca, bordada com diamantes estilizados, parece mimetizar o símbolo do McDonald?s, mas o sanduíche aqui é só para quem pode, é caro e requer iniciação. É esse circo de força, poder, magia eletrônica e idolatria que desembarca no Maracanã nos próximos dias, encabeçado por uma mulher pequena e musculosa de 50 anos que luta como um leão contra a crueldade do tempo.

Link da matéria.

Madonna indicada a 2 grammys

Madonna levou 2 indicações ao 51st Annual Grammy Awards, prêmio que só será revelado o ganhador em fevereiro de 2009. Ela concorre com “4 Minutes” na categoria Best Pop Collaboration e com “Give It 2 Me” na categoria Dance Recording. O remix para “4” Junkie XL Remix foi indicado na categoria Best Remixed Recording. Confira os concorrentes:

Category 8: Best Pop Collaboration With Vocals

Lesson Learned, by Alicia Keys & John Mayer
4 Minutes, by Madonna, Justin Timberlake & Timbaland
Rich Woman, by Robert Plant & Alison Krauss
If I Never See Your Face Again, by Rihanna & Maroon 5
No Air, by Jordin Sparks & Chris Brown

Category 12: Best Dance Recording

“Harder Better Faster Stronger”, by Daft Punk
“Ready For The Floor”, by Hot Chip
“Give It 2 Me”, by Madonna
“Disturbia”, by Rihanna
“Black & Gold”, by Sam Sparro

Bem, na primeira categoria eu votaria em 4 Minutes mesmo, mas em melhor canção dance, ficaria entre Give It 2 Me e Black & Gold.

Os shows mais lucrativos EUA 2008

O site Pollstar divulgou um top com os 20 shows mais lucrativos de janeiro a novembro de 2008 na América do Norte.

Madonna lídera a lista com um lucro de 6 milhões de dólares em média por show. Outros nomes pop na lista são: New Kids On The Block, Janet Jackson e Celine Dion. Veja:

1. Madonna; US$6,029,779
2. Celine Dion; US$2,413,812
3. Elton John; US$2,288,159
4. Neil Diamond; US$1,082,091
5. Rascal Flatts; US$910,096
6. New Kids On The Block; US$792,401
7. Janet Jackson; US$757,653
8. Journey; US$746,837
9. Luis Miguel; US$704,033
10. Santana; US$428,775
11. Counting Crows/Maroon 5; US$372,888
12. Robin Williams; US$356,307
13. So You Think You Can Dance; US$321,681
14. Carrie Underwood; US$298,717
15. David Copperfield; US $284,024
16. Jeff Dunham; US$248,851
17. Weezer; US$238,021
18. Maxwell; US$184,314
19. Sigur Ros; US$166,451
20. Music Builds Third Day/Switchfoot; US$140,195

DVDs série Madonna Live Performances

performancesSérie de coletânea de apresentações ao vivo de Madonna em TV. São 5 DVDs no total, todas com qualidade de imagem e som de DVD, com acesso as faixas e menu interativo. Confira:

1 – The Performaces 2005

1. 2005 “Imagine” Tsunami Aid UK
2. 2005 “Like a Prayer” Live 8 UK
3. 2005 “Ray of Light” Live 8 UK
4. 2005 “Music” Live 8 UK
5. 2005 “Hung Up” MTV Europe Video Music Awards
6. 2005 “Hung Up” Wetten Dass
7. 2005 “Hung Up” Parkinson UK
8. 2005 “Get Together” Parkinson UK
9. 2005 “Hung Up” Star Academy France
10. 2005 “Get Together” Star Academy France
11. 2005 “Hung Up” Children in Need UK
12. 2005 “Get Together” Children in Need UK
13. 2005 “Hung Up” SMAP X SMAP Japan

2 – Live 99-2003

1. 1999 “Nothing Really Matters” Grammy USA
2. 2000 “Don´t tell Me” Late Show USA
3. 2000 “Don´t tell Me” Wetten Dass
4. 2000 “Don´t tell Me” Nulle Part Ailleurs
5. 2000 “Music” Nulle Part Ailleurs
6. 2000 “Don´t tell Me” TOTP UK
7. 2000 “Music” TOTP UK
8. 2000 “Don´t tell Me” Carramba Che Fortuna
9. 2000 “Music” MTV EVMA
10. 2001 “Music” Grammy USA
11. 2003 “Mother and Father” Today Show USA
12. 2003 “American Life” Friday Night With Jonathan Ross UK
13. 2003 “Hollywood” Friday Night With Jonathan Ross UK
14. 2003 “Don’t Tell Me” Friday Night With Jonathan Ross UK
15. 2003 “American Life” CD UK
16. 2003 “Hollywood” CD UK
17. 2003 “American Life” Absolut Madonna
18. 2003 “Hollywood” Absolut Madonna
19. 2003 “Music” Absolut Madonna
20. 2003 “Hollywood” TOTP UK
21. 2003 “American Life” La Chanson Nº1 France
22. 2003 “Hollywood” La Chanson Nº1 France
23. 2003 “Music” La Chanson Nº1 France
24. 2003 “Like A Virgin” MTV VMA USA
25. 2003 “Hollywood” MTV VMA USA

3 – 95-98

1. 1995 “Take A Bow” American Music Awards USA
2. 1995 “Secret” Wetten Dass Germany
3. 1995 “Take A Bow” Wetten Dass Germany
4. 1995 “Bedtime Story” Brits Awards UK
5. 1995 “Take A Bow” San Remo Italy
6. 1995 “You-ll See” TOTP UK
7. 1996 “You Must Love Me” Oscar USA
8. 1998 “Frozen” National Lottery UK
9. 1998 “Frozen” Best M Of The World, USA
10. 1998 “Frozen” San Remo Italy
11. 1998 “Frozen” Tele5 Spain
12. 1998 “Frozen” Les Annees Tubes, France
13. 1998 “Frozen” Wetten Dass Germany
14. 1998 “Frozen” Rosie O’Donnell Show, USA
15. 1998 “Ray Of Light” The Oprah Winfrey Show
16. 1998 “Little Star” The Oprah Winfrey Show
17. 1998 “Shanti/Ray Of Light” MTV VMA
18. 1998 “Power Of Goodbye” VH1 USA
19. 1998 “Power Of Goodbye” Wetten Dass
20. 1998 “Power Of Goodbye” Sacrees Femmes
21. 1998 “Drowned World” Sacrees Femmes
22. 1998 “Power Of Goodbye” MTV EVMA
23. 1998 “Power Of Goodbye” Luuk Tv Sweden
24. 1998 “Drowned World” Septimo De Caballeria, Spain
25. 1998 “Power Of Goodbye” Septimo De Caballeria, Spain
26. 1998 “Power Of Goodbye” TOTP UK

4 – 85-93

1. 1985 “Holiday” Live Aid USA
2. 1985 “Into The Groove” Live Aid USA
3. 1985 “Love Make The World Go Around Live Aid USA
4. 1985 ”Revolution” Live Aid USA
5. 1985 “La Bamba” Saturday Night Live USA
6. 1985 “Take On Me” Saturday Night Live USA
7. 1985 “1-2-3” Saturday Night Live USA
8. 1985 “Like A Virgin” Japan TV I
9. 1985 “Like A Virgin” Japan TV II
10. 1985 “Like A Virgin” Japan TV III
11. 1985 “Like A Virgin” Japan TV IV
12. 1989 “I Got You Baby” Rain Forest Benefit USA
13. 1989 “Express Yourself” MTV Video Music Awards USA
14. 1990 “Vogue” MTV Video Music Awards USA
15. 1991 “Sooner Or Later” Oscar’s Ceremony USA
16. 1993 “Happy Inaguration” Saturday Night Live USA
17. 1993 “Fever” Saturday Night Live USA
18. 1993 “Bad Girl” Saturday Night Live USA
19. 1993 “Fever” Arsenio Hall 1000 Show USA
20. 1993 “The Lady Is a Tramp” Arsenio Hall 1000 Show USA

5 – 84-85

1. 1983 “Burning Up” The Tube UK
2. 1983 “Holiday” The Tube UK
3. 1983 “Everybody” RAI UNO Italy
4. 1983 “Holiday” Discoring Italy
5. 1983 “Holiday” Solid Gold USA
6. 1983 “Everybody” Danceparty, USA
7. 1983 “Holiday” RAI UNO Italy
8. 1983 “Everybody” ROXY USA
9. 1984 “Dress You Up” Paradise Garage USA
10. 1984 “Holiday” American Bandstand USA
11. 1984 “Holiday” TOTP UK
12. 1984 “Holiday” SuperChannel USA
13. 1984 “Borderline” The Dance Show Germany
14. 1984 “Holiday” Eurotops Germany
15. 1984 “Holiday” Les Enfants Du Rock France
16. 1984 “Like A Virgin” MTV-VMA USA
17. 1984 “Holiday” Embarquement France
18. 1984 “Like A Virgin” TOTP UK
19. 1984 “Holiday” HIP HOP France
20. 1984 “Holiday” Super Platine France
21. 1984 “Like A Virgin” Solid Gold USA
22. 1984 “Like A Virgin” Japan TV






dvd perfo2005

2005

dvd perfo99 2003

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Sem Madonna na Austrália

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Madonna teve que riscar da sua agenda alguns shows que iria fazer na Austrália. Madonna estava negociando para fazer duas apresentações em Sydney e outra em Melbourne no mês de janeiro, logo após a virada do ano. Ela recusou as propostas na última hora e culpou a crise financeira.

Segundo o site Contact Music, a popstar alegou que a baixa no preço dos ingressos não pagaria a estrutura milionária de seu espetáculo Sticky & Sweet.

Alguns sites australianos já anunciavam a vinda de Madonna como certa. Os ingressos seriam colocados em pré-venda no mês de novembro. Com isso, ela encerra sua turnê no dia 21 de dezembro, no Brasil.

Além do show de Madonna, outros artistas tiveram que cancelar apresentações na Austrália por conta do enfraquecimento da economia. The Eagles, Green Day, Metallica e Paul McCartney colocaram os planos de ir para o país em “stand by”.