REBEL HEART se transforma no melhor álbum de Madonna em 10 anos

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O lançamento-surpresa de Madonna revelou que a Rainha do Pop não perdeu o toque. Depois que uma dezena de demos vazou na semana passada – um evento que ela chamou de “estupro artístico” e “uma forma de terrorismo” –, ela decidiu entrar na luta e lançar as versões oficiais de seis canções do 13º álbum a ser lançado, chamado Rebel Heart. O lote de novas faixas representa o novo material desde MDNA, de 2012, um flerte morno com a música de boates contemporânea.

A questão é que há um frescor em cada novo lançamento de Madonna, que determina a qualidade da música verdadeira: neste momento da carreira, ela é a barata do Pop: complacente, durona e escandalosamente adaptável. Com cada faixa nova, há lições sobre o a fase atual do gênero e o futuro próximo nos sons e imagens específicos que ela escolhe para ajudá-la a trazer sua visão à realidade.

Baseado neste primeiro lote do material de Rebel Heart, Madonna procura o equilíbrio. Primeiramente, há os elementos de música eletrônica e synth-pop, os modos de operação que ela escolheu – representando os trabalhos de Diplo, Avicii e Savan Kotecha. Daí, ela se une a artistas de vanguarda em uma variedade de gêneros: de astros como Kanye West a novatos, como os produtores Ariel Rechtshaid e Sophie. Esta é uma manobra esperta. Que surpresa! Uma jogada esperta de uma das popstars mais astutas a se apresentar, pois permite que ela toque para as massas e quebre barreiras.

As canções que lideram este primeiro lançamento de Rebel Heart, como o single Living For Love e Devil Pray, encaixariam perfeitamente nas rádios juntamente com os hinos britânicos do house-pop e também com Hey, Brother, do próprio Avicii. As que fecham o pacote, especialmente a áspera colaboração com os raps de Kanye chamada Illuminati e o hino frenético com a participação de Nicki Minaj, Bitch, I’m Madonna, te deixam bem perto do espírito obscuro da página da gravadora PC Music no Soundcloud e ao tom afiado de Yeezus, o álbum mais recente de Kanye.

E, por Madonna existir em ar rarefeito, de tipos como ela mesma, Prince e outros pouquíssimos, cada lançamento é mais uma resposta a tudo o que ela já fizera antes do que uma afirmação independente; outro capítulo de um romance épico sem um fim definitivo. Os tons, temas e a imaginação que constroem a caixa de ferramentas musicais dela – a sensualidade honesta, os vários métodos de intoxicar-nos, os lapsos Católicos, a confiança sem compromisso – são de temática gospel neste momento, e elevam alguns dos itens mais esquecíveis de Rebel Heart a um nível de puro prazer.

É divertido ouvir Madonna cantar um verso como “Posso parecer uma puta sem remorsos, mas, às vezes, você sabe que é assim que devo dizer” (e tentar uma vibe voltada ao Rap, se arriscando), pois ela já tem três décadas de putarias sem remorsos na bagagem. É um resultado fácil, lógico, mas eficaz. E, se a versão completa de Rebel Heart, que sai no dia 10 de março pela gravadora Interscope, conseguir trazer mais alguns “resultados fáceis” com algumas composições mais aventureiras, o álbum pode ser o melhor de Madonna em quase uma década. (Time)

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