Os boatos de que Madonna encerraria sua passagem por São Paulo em alguma festa se confirmaram. Após encerrar sua turnê Stick & Sweet em uma apresentação na noite deste domingo, 21, no estádio do Morumbi, em São Paulo, a cantora resolveu curtir a cidade e foi para um bar, na esquina das ruas Álvaro Anes com a Cunha Cago, no bairro de Pinheiros. Ela chegou ao local por volta das 2h40 e só saiu de lá três horas depois.
Artistas e celebridades em geral foram convidados para a ‘balada’ da popstar. Ao deixar o bar por volta das 4h30, o nadador Xuxa enfatizou o pique da cantora. “Ele está dançando sem parar”, disse.
A cantora Preta Gil não teve dúvida ao falar sobre o que de especial encontrou na festa. “O especial é ser ela (Madonna)”, respondeu a cantora. A atriz Mariana Ximenes, também uma das primeiras a deixar o Secreto, economizou nas palavras ao adjetivar o encontro. “Foi incrível”, disse.
Foram quatro meses de muito rebolado, gritos, passagem de som, cor de rosa e caras e bocas no palco. Na noite deste domingo, 21, Madonna encerrou sua turnê Stick & Sweet no estádio do Morumbi, em São Paulo. E a festa já começou em bom estilo: para surpresa dos fãs, a cantora apareceu duas vezes antes da apresentação com sua equipe no palco – uma para agradecer a presença de todos e outra para a passagem de som.
Mesmo com a chuva que antecedeu a apresentação, o show de despedida no Morumbi começou com mais de duas horas de atraso. Às 22h13, ela apareceu. Madonna voltou da ‘matinê’ que havia dado de presente a quem chegou mais cedo ao estádio de forma um tanto quanto mecânica. No início do show, as marcações de um espetáculo de gestos calculados perdia para a espontaneidade que as pessoas haviam presenciado minutos antes. Mas era só o começo.
A rainha do pop gostou tanto da receptividade que confidenciou a Miriam Haids, uma das diretoras da Time For Fun, empresa responsável pela vinda da cantora, que pretende voltar logo ao país para um novo show. “Ela me disse isso, e falou que estava muito feliz com os shows de sua turnê brasileira”, revelou Miriam, que dançava na pista VIP.
Em Sticky & Sweet, a cantora faturou mais de US$ 260 milhões, superando o recorde (que já era dela) de artista feminina com a turnê que mais arrecadou na história da indústria fonográfica. O espetáculo teve ponto de partida em Cardiff, no País de Gales, em 23 de agosto. Sempre com o mesmo set list, sem bis e com muita energia, Madonna arrancou elogios por todos os lugares que passou.
Alguns destaques da maratona ficam com a participação de Justin Timberlake e Britney Spears em Los Angeles e o encontro da diva pop com Ingrid Betancourt e Cristina Kirchner em Buenos Aires e a dedicatória de Like a Virgin ao papa, em seu show em Roma. “Dedico esta canção ao papa, porque sou filha de Deus. Vocês também são filhos de Deus”, disse Madonna no show.
Problemas e muita confusão
A ansiedade começou no momento em que foram confirmados shows da cantora no Brasil. A aventura para se conseguir uma entrada rendeu muita dor de cabeça, por conta do congestionamento no atendimento via internet ou telefone, e cansaço nas pernas, pelas longas filas nos pontos de venda. No final das contas, cambistas vendiam ingressos absurdamente mais baratos e as bilheterias oficiais tinham bilhetes disponíveis até hoje (menos para pista VIP).
No Brasil, do dia 14 ao dia 21 só o que se noticiava era Madonna. Parecia que mais nada estava acontecendo no mundo. De fato, depois de 15 anos longe do País, todos os flashes estavam voltados para a rainha e sua prole – Lourdes Maria, David Banda e Rocco – com razão. Um retorno dela é quase improvável.
O primeiro show do Maracanã foi debaixo de chuva e teve até tombo. Não empolgou tanto a platéia; a rainha estava visivelmente incomodada com o aguaceiro. Um homem da produção precisou segurar um guarda-chuva durante a performance para ela não se molhar, o que deixou tudo um pouco “fake”. Já o segundo show, na segunda, 15, compensou todo o bode do domingo: apesar das duas horas de atraso, as 60 mil pessoas se jogaram sem medo na surpreendente Stick & Sweet. Até Madonna estava mais feliz e brincou com o fato. “Vocês estão mais animados hoje?” A galera respondeu com um sonoro sim. “É porque não está chovendo.” Mais manifestação de entusiasmo. “Vocês estão se divertindo?”, continuou. Outra resposta positiva ensurdecedora. E ela emendou: “Eu também”.
Em São Paulo, Madonna foi mais esperta. A Globo disponibilizou um “centro meteorológico” atrás do palco e garantiu que não choveria depois das 21 horas. Ou seja: não foi por acaso que a entrada da rainha atrasou. E a estréia na capital paulista foi empolgante. A platéia fez um show a parte e cantou em coro todos os títulos do set-list.
Os shows da turnê são feitos por 16 bailarinos, 12 músicos e duas horas sem intervalo, divididas em quatro partes cênicas: Pimp (na qual ela usa um cenário art déco e remete ao universo do rap), Old School (volta às suas raízes dance em Nova York), Gipsy (pot-pourri das canções aflamengadas, a partir de La Isla Bonita) e Rave (sucessão de canções dançáveis com destaque para a mágica Like a Prayer).
Ao final, um grande “game over” aparece no telão. Para tristeza e alegria dos fãs, que, com certeza, aproveitaram cada segundo do furacão Madonna.