Para a cantora e compositora italiana Laura Pausini, a primavera já chegou. Pelo menos em seu novo álbum, que será lançado no Brasil no dia 17 de novembro. O título em italiano, Primavera In Anticipo, não foi escolhido ao acaso. Para ela, o trabalho reflete o bom momento que está vivendo. “O amor chegou na minha vida”, diz a cantora de sua casa em Milão, na Itália, em entrevista por telefone à Agência Estado.
Ela se refere a Paolo Carta, guitarrista de sua banda, com quem namora há mais de um ano. “É poético isso, mas as outras estações estão bem longe de mim. A primavera é mais florida, mais bonita e colorida. É assim que me sinto. Estou longe do outono ou do inverno.”
O novo álbum repete o conhecido estilo romântico da cantora e pega carona no bom desempenho do último disco, Io Canto. Das novas canções, a maioria composições próprias, Laura destaca a Invece No, que tem participação especial de James Blunt. A cantora revela que a inspiração para escrevê-la foi sua avó, morta no ano passado. “É uma canção muito profunda para mim. Ela é triste, mas me traz esperança”, diz a cantora, que em um curto período de tempo perdeu, além de sua avó, outros dois parentes aos quais era muito ligada.
Ligada na web
A cantora, que fala português fluente, se diz fanática por internet. Enquanto dava entrevista, estava sentada em frente ao computador, conectada aos programas de comunicação instantânea MSN e Skype. Estava também com um site de tradução italiano-português aberto na tela. Quando não sabia dizer uma palavra em português, pedia um segundo para digitar a tradução no computador.
Da internet, Laura carrega apenas uma preocupação: a pirataria. “Entendo que algumas pessoas não tenham dinheiro para comprar todas as músicas que querem. Mas é muito importante que elas não as copiem ilegalmente”, diz. “A internet esconde o destino da música. Todos nós precisamos dela. Mas acho um ambiente muito perigoso. Não existe controle nem leis para ajudar os cantores com direitos autorais”, completa.
Brasil
Com o País, Laura guarda uma relação muito próxima. Uma de suas melhores amigas, Carolina Leal, mora no Rio de Janeiro. “Converso todos os dias com ela, em português, pelo Skype. Ela é a minha professora de português”, brinca. A amiga brasileira não é do meio artístico, diz a cantora. “Ela trabalha em outra área. Mas é um serviço bem importante.”
Além disso, a cantora apóia financeiramente, desde 1997, a instituição Romão de Matos Duarte, que atende crianças carentes do Rio de Janeiro. “Não poderia simplesmente comprar algumas fraldas e achar que estava tudo bem. Não bastava ir lá e dizer um ‘oi, como vai?’. Por isso, os royalties da canção Per Vivere (do álbum ‘Tra Te e Il Mare’) até hoje são todos doados para eles”, diz.
Amiga também de Ivete Sangalo, a cantora diz que na Itália há boas intérpretes femininas, mas que elas não têm coragem de sair do país. “Infelizmente elas não gostam de viajar. Digo para elas ganharem o mundo. Elas podem fazer sucesso fora de sua terra. No Brasil é diferente. Vocês têm muitas cantoras que são famosas no mundo, como a Ivete”, acredita. “Passei minha adolescência ouvindo música brasileira.” Se depender de Laura, em novembro ela virá ao País para lançar o novo disco. “Minhas malas já estão prontas. Só falta a gravadora confirmar a data.”