Esta é mais uma visita ao mundo da moda de Jean Paul Gaultier: da calçada à passarela, com mais um lançamento. Porém, apesar das repetições, Gaultier é excitável como se fosse a primeira vez, já que a moda – mesmo a que ele mesmo cria – chama atenção a novos detalhes sempre que você a vê.
“Percebi o tulle de um vestido que esqueci que havia criado”, disse ele, apontando a um vestido. “A forma com que a luz chama sua atenção a certas partes te lembra de detalhes esquecidos. Tenho criado por 38 anos, então é fácil esquecer cada detalhe de cada vestido”.
Seu lindo sotaque francês, o cabelo encaracolado e o sorriso infantil chamam a atenção ao primeiro espartilho que ele criou, no início dos anos 80. Ele se encontra na área privada dos cômodos da exibição. Este vestido representa o início da ideia do sutiã de cone, antes de se tornar famoso por Madonna na turnê “Blond Ambition”. Ainda jovem, Gaultier desenhou modelos de cone na ursa de pelúcia Nana – também em exibição.
“Não há ninguém como Madonna”, afirmou. “Ela se dirige, é talentosa, durona e interessante. Ela inspira homens e mulheres a seguirem-na. Ela comanda o próprio mundo”.
O relacionamento do designer e a musa causou muito interesse, e Gaultier admite que sempre se sentiu atraído pela presença e energia enigmática de Madonna. Ele disse que a viu pela primeira vez na televisão cantando “Like A Virgin” e ficou estupefato pela mistura de movimentos sensuais e conotações religiosas.
“Eu a pedi em casamento três vezes, mas ela sempre recusou”, confessou ele, revelando algo que manteve em segredo por décadas. E acrescentou: “As pessoas mudam, e não nos falamos mais”.