MADONNA MDNA 2012 – Ela quer o trono de volta – reportagem revista VEJA

Madonna é destaque na edição desta semana da revista VEJA sobre seu novo álbum, MDNA. Leia a reportagem na íntegra.

Madonna - MDNA 2012Não é fácil ser Madonna. Significa, por exemplo, ser desafiada a todo momento por cantoras mais jovens e dispostas, que guardam ainda o ar insolente que ela tinha nos tempos de Like A Virgin. Ou ter vendido 300 milhões de discos e trazido tantas inovações para a música e a dança que cada lançamento seu é analisado com muito mais rigor que o aplicado a qualquer astro pop. Ou ainda passar quase três décadas quebrando barreiras de comportamento e sexualidade e, aos 53 anos, ter de desfilar ao lado de efebos para confirmar-se como símbolo sexual. Por outro lado, nunca foi tão fácil ser Madonna: num cenário em que cantoras como Katy Perry, Lady Gaga e Britney Spears copiam muito mais o comportamento ousado de Madonna do que seu fato para a música, não é preciso muito esforço para bater as rivais. MDNA, o 12º disco de Madonna, nem é o seu melhor. Mas supera com folga concorrência.

Madonna produziu o álbum com um time multinacional – o inglês William Orbit, o francês Martin Solveig e o italiano Benny Benassi – todos descobertos por Madonna quando eles nem sequer tinham uma carreira. Em faixas como Gang Bang, ela flerta com o dubstep, ritmo em ascensão entre as tribos eletrônicas. Outras trazem os raps de Nicky Minaj e M.I.A. (presentes no lendário show de Madonna na final do Super Bowl, em fevereiro). Mas Madonna raramentente sai de sua zona de conforto: música para dançar, com influências da disco e do pop eletrônico, e baladas. Nessa seara, Falling Free, com teclados climáticos e um arranjo de cordas que prima pelo bom gosto, merece figurar entre as melhores canções de seu repertório.

Para quem já fez uma letra antiaborto (Papa Don´t Preach) e protestou contra a Guerra do Iraque (American Life), cantar que “garotas só querem se divertir”, como ela faz em Girl Gone Wild, pode parecer um retrocesso. Mas essa faceta de tiazinha moderna é sucedida por sete canções rancorosas dirigidas a seu ex-marido, o cineasta Guy Ritchie. “Acorde, ex-mulher/ Esta é sua vida/Tentei ser sua mulher/Me diminui/E engoli minha luz”, diz ela em I Don´t Give A. Realmente, não é fácil ser Madonna. Mas ainda é bem melhor do que ser Lady Gaga ou Katy Perry.

Madonna - Revista Veja 2012 - MDNAPor Sérgio Martins para a revista VEJA Ed.25 de março de 2012. Scan de IQUE in Vogue.

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