Por que Bitch, I’m Madonna é o clipe que Madonna precisava gravar?

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O novo clipe de Madonna, Bitch, I’m Madonna, chega a ser descarado de tanto que desvia a sua atenção. O vídeo, do single com a participação de Nicki Minaj, estreou no Tidal na última quarta-feira, 17, e foi liberado pro mundo todo um dia depois, com aparições de Beyoncé, Miley Cyrus, Katy Perry, Rita Ora, Kanye West, Chris Rock e também do produtor Diplo. É um jogo divertido de “Ache o convidado”; espera aí, aquele era o Alexander Wang?! No clipe, Madonna traz figurões como Kanye e Katy cantando a música junto com ela.

Todos estão comentando sobre o clipe e Madonna, mas não pelos motivos corretos. Ficamos todos sem ar quando ela beijou Drake no festival Coachella, olhamos com atenção quando ela apoiou a perna na mesa do Tidal e garantimos que ela estivesse bem quando ela foi derrubada na performance dos Brit Awards. Entretanto, quantos fãs casuais sabem cantar o refrão de Living For Love ou Ghosttown?

Estas canções foram os dois primeiros singles de Rebel Heart, o 13º álbum de estúdio de Madonna lançado em março, mas que não chegaram ao Hot 100. Até agora, Rebel Heart é o único álbum de estúdio de Madonna sem um sucesso no Hot 100 – uma prova dos 30 anos de uma carreira bem-sucedida e do quanto as rádios Pop vêm ignorando o novo projeto.

Portanto, o clipe cheio de celebridades do terceiro single, Bitch, I’m Madonna, pode ser interpretado como uma tentativa livre de voltar a atenção dos fãs ao álbum Rebel Heart e garantir um sucesso de verdade. A julgar pela reação em massa ao longo dos últimos dias – 500 mil visualizações em apenas horas –, o plano parece estar funcionando.

Na verdade, Madonna vem promovendo Rebel Heart muito mais rigorosamente do que o álbum anterior, MDNA (2012). Esta jornada pela imprensa inclui vários programas de TV e performances em premiações, muitas entrevistas, um esforço conjunto nas mídias sociais e até uma brincadeira de “Eu Nunca” com Justin Bieber, dentre outras participações.

Para o MDNA, Madonna não fez muita coisa, mas se apresentou no Superbowl menos de dois meses antes do lançamento, cantando Give Me All Your Luvin’ no maior palco do mundo dias depois da canção aparecer na Internet, e o single rapidamente chegou ao Top 20. O álbum estreou em #1 na Billboard 200 logo no lançamento em março de 2012, e, três anos depois, Rebel Heart estreou em #2 em março, em uma disputa acirrada com a trilha-sonora da série Empire.

De volta a junho e ao clipe Bitch, I’m Madonna, o momento foi certo para esta jogada de Madonna. O legado dela não muda em nada se Rebel Heart não produzir sucessos, mas os lucros da nova turnê Rebel Heart World Tour, talvez. Madonna possui uma rede de superamigos chamada Tidal, e pode acionar Beyoncé e Kanye para participarem de um clipe que irá estrear exclusivamente na plataforma. E o clipe Bad Blood, de Taylor Swift, que estreou exatamente um mês antes de Bitch, I’m Madonna e disparou ao topo do Hot 100 logo após o lançamento, foi um bom lembrete de que clipes cheio de estrelas são mais interessantes. Porém, isso não é novidade: Katy Perry, Pharrell Williams e Jay-Z já tiveram seus clipes cheios de celebridades em momentos diferentes das carreiras. Simplesmente era a hora de Madonna seguir o mesmo caminho.

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