As primeiras resenhas oficiais já foram publicadas e você verá o que a revista inglesa Q Magazine tem a dizer sobre o álbum Madame X, de Madonna, classificando-o com quatro estrelas.
Com MDNA (2012) e Rebel Heart (2015), era como se ela lutasse arduamente para se manter no centro do universo Pop. No entanto, com uma explosão saturada em “Dark Ballet”, a segunda faixa de Madame X, Madonna parece ter soltado um pouco as rédeas e se tornado um pouco imprudente.
Madame X é a nova personalidade fluida de Madonna – “Uma professora. Uma chefe de estado. Uma dona de casa. Um equitadora”, aparentemente – e há uma flexibilidade hipermóvel para este álbum, uma produção global de Pop (parcialmente inspirada pela mudança para Portugal) e algo de natureza “space disco” (cortesia de Diplo e Mirwais).
O desmaio delirante de “Crave”, com o rapper Swae Lee, ou o cha-cha-cha coladinho de “Medellín” mantém o sabor de desejo humano, mas a liberdade chega quando o disco abrange o campo maior, como no clamor onipotente ao planeta de “Dark Ballet”: “Eles são tão ingênuos, acham que não sabemos de seus crimes/Sabemos, mas não estamos prontos para agir”. Esta é a Madonna no topo do mundo, observando a criação, um complexo de Deus nas alturas.
Nem sempre funciona. A absurda “Killers Who Are Partying” é messiânica e traz toda a pompa da “mãe do mundo” (“Serei o Islã se o Islã for odiado”, e por aí vai), excedendo o marco cósmico. No entanto, “I Rise”, com a voz da sobrevivente Emma González, ou a sobrecarga furiosa de “God Control” mantém o ritmo em um mundo fora de si.
Em Rebel Heart, ela gravou “Bitch I’m Madonna”, reafirmando sua autoridade, e agora canta “Bitch, I’m Loca”. Parece que Madonna e os tempos voltaram ao normal.