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MARKETING MADONNA – marca e brand equity, posicionamento, relacionamento e marketing de serviços

Continuação do post MARKETING: Qual o segredo do sucesso da marca MADONNA?

Madonna conseguiu fazer seu nome forte na mente da massa, e ela é um rosto conhecido mundialmente porque conseguiu trabalhar os quatro componentes-chaves ou pilares do brand equity: diferenciação (que mede o grau em que uma marca é vista como diferente das outras), relevância (que mede a amplitude do apelo da marca), estima (que mede quanto a marca é conceituada e respeitada) e conhecimento, que mede quanto os consumidores se sentem familiarizados e íntimos com a marca. Juntas, a diferenciação e a relevância determinam a força da marca. Esses dois pilares indicam o valor futuro que ela terá em vez de apenas refletir o seu passado, segundo Kotler. Já a estima e conhecimento formam a reputação da marca (clique aqui para ler sobre as 50 marcas de Madonna), uma espécie de ‘boletim’ do desempenho anterior.

POSICIONAMENTO DO MARKETING E MARCA DE MADONNA

Foto de capa do álbum MUSIC (2000)

Com tudo isso, Madonna conseguiu o que nenhum outro artista conseguiu em tanto tempo de carreira. Ela conseguiu fazer com que seus fãs e as pessoas que gostam de seus trabalhos esperar algo diferente devido a tudo o que ela representa, seja em seu próximo videoclipe, ou em sua próxima turnê, ou até na capa de seu disco. As pessoas esperam algo a mais em cada produto que leva o seu nome. Madonna criou, baseado em seus milhares de fãs que gastam milhares de dólares consumindo todos os seus produtos, credibilidade e valor. Ela veio antes, fortaleceu sua marca em discos, filmes, clipes e livros, se posicionou forte sem nunca recuar ou repetir a fórmula de suas músicas da mesma forma. Madonna posicionou-se à frente de seus concorrentes diretos.

A liderança no mercado pode chamar a atenção de um consumidor e ser um fator importante a ser considerado por ele, mas, atualmente, existe mais de um único líder em praticamente todos os segmentos do mercado.

Muitas empresas podem conquistar posições singulares no mercado, bem como para seus produtos e serviços. Esta capacidade é uma força poderosaem marketing. Naverdade, no coração de toda boa estratégia de marketing está uma boa estratégia de posicionamento. Para o consumidor, a diferenciação não está tão relacionada ao serviço quanto à sua forma de fazer negócios. (McKENNA, 1992).

O marketing não consegue mais fabricar uma imagem na mente do cliente. A distância entre a percepção e a realidade está diminuindo cada vez mais. Em um mundo onde os consumidores têm tantas opções, eles podem ser instáveis. Isso significa que o marketing precisa estar constantemente buscando a fidelidade do cliente. E se as marcas quiserem desenvolver um estilo de marketing adequado a esta nova forma de ver o mercado, elas têm que começar com uma nova abordagem ao posicionamento.

O posicionamento é vital ao sucesso. Todos os componentes do marketing – estratégias competitivas, preço, embalagem, distribuição, serviço, assistência técnica, comunicação – estão inter-relacionados na estratégia de posicionamento (McKENNA, 1992).

O posicionamento no mercado passou a ser determinado pelas percepções das pessoas que fazem parte da infra-estrutura. É aí que o posicionamento do produto / serviço se estabelece. A credibilidade é a chave para o processo de posicionamento no mercado. As empresas precisam descobrir como abrandar os temores dos clientes para conseguir se aproximar deles. Têm que, na verdade, contrabalançar medo com conforto, incerteza com estabilidade e dúvida com confiança. Precisam criar imagens de credibilidade, liderança e qualidade. Precisam oferecer proteção ao cliente, além de um produto / serviço de alto valor agregado. Será ela como Einsten, Da Vinci, Platão, Aristóteles e tantos outros filósofos que têm toda uma importância em nossas vidas atuais, servindo como base para pesquisas e condutas sociais. A única diferença maior entre todos estes e a nossa personagem atual e ativa é que todos eles interiorizaram as suas idéias. Eles, de certo modo egoísta, faziam as coisas para eles. Já a Madonna, exterioriza e compartilha com todos. Em atitude mais ousada, ela revela o que todos devemos ter: atitude e ousadia.

MADONNA – MARKETING DE RELACIONAMENTO

E é aí que surge o seu marketing de relacionamento, que é essencial ao desenvolvimento de liderança, fidelidade do consumidor e rápida aceitação de novos produtos e serviços no mercado. A criação de relações sólidas e duradouras é uma tarefa árdua, de difícil manutenção. Mas em um mundo onde o cliente tem tantas opções, mesmo em segmentos limitados, uma relação pessoal é a única forma de manter a fidelidade do cliente.

O marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria. “Isso envolve a compreensão, a concentração e a administração de uma contínua colaboração entre fornecedores e clientes selecionados para a criação e o compartilhamento de valores mútuos por meio de interdependência e alinhamento organizacional”. (McKENNA, 1992).

O marketing de relacionamento, segundo Gordon (2000), é um processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria.

Em um mundo globalizado, composto por consumidores cada vez mais exigentes e únicos, o artista que não adota um ótimo marketing de relacionamento e nem uma posição de personificação e exclusividade para com o seu segmento, não possui a oportunidade e nem está no páreo para se tornar o líder de mercado. Afinal, o importante não é ser o maior no mercado, e sim o melhor de seu segmento. Madonna criou um novo valor para os clientes (com sua identidade mutante) e compartilhou esse valor entre ela e o seu público.

Ela reconhece o papel fundamental que seus fãs têm não apenas como compradores, mas na definição do valor que desejam, pois seu cliente ajuda a empresa a fornecer o pacote de benefícios que ele valoriza – o valor é assim criado com os clientes e não por eles; exige que ela, em conseqüência de sua estratégia de marketing e de seu foco sobre seus consumidores, planeje e alinhe seus processos de negócios, suas comunicações, sua tecnologia e seu pessoal para manter o valor que eles desejam; é um esforço contínuo e colaborativo entre seus fãs e Madonna e, desse modo, funciona em tempo real; reconhece o valor de seu público por seu período de vida de consumo e não apenas como fãs ou organizações individuais que devem ser lembrados a cada lançamento seu, pois ao reconhecer o valor do período de vida, seu marketing de relacionamento procura unir progressivamente sua imagem (a de Madonna) a de seus seguidores e procura construir uma cadeia de relacionamentos dentro da cultura pop para criar o valor desejado pelos clientes. Mesmo quando Madonna não está envolvida em nada artisticamente, ela não deixa de estampar seu nome nas manchetes dos jornais, por qualquer motivo que seja.

MADONNA – MARKETING DE SERVIÇOS

Madonna, também em toda a sua carreira, usou em abundância de uma das principais ferramentas do marketing, que é o marketing de serviço, que foca a percepção do consumidor de música em relação ao objeto de compra. Ela oferece, através de suas músicas, mudanças de comportamento, mudanças de cabelo e vídeos, aquilo que seus fãs querem para si – uma imagem forte, uma representação do que eles gostariam de ter e ser, levando em conta os fatores que influenciam em seu comportamento.

De acordo com Bateson (2001), fundamentalmente, podemos definir marketing de serviço como o conjunto de esforços e ações que otimizam uma venda com o objetivo de encantar o cliente, diferenciando a empresa da concorrência. Assim, com a mudança constante do cenário econômico, torna-se necessário criar novas formas de serviços para conquistar o cliente e, principalmente, surpreendê-lo.

A palavra-chave que norteia todas essas ações é conveniência, ou seja, o quão conveniente ela deve ser a seus clientes atuais e potenciais. Hoje em dia, o tempo tornou-se “moeda forte”, visto que as pessoas têm cada vez menos tempo e, assim, necessitam de novos serviços. Madonna está em todas as mídias onde sua marca pode chegar, e oferece seu nome juntamente a palavra “qualidade”. Madonna jamais protagoniza um espetáculo se não produzir um grande espetáculo e, justamente por isso, ela nunca se julgou uma simples cantora, e sim, uma artista completa que produz, que canta, que dirige, que escreve roteiros e livros. Ela jamais se limitou em fazer sempre o mais do mesmo. Ela se cerca dos melhores para compor seu próximo trabalho, e o melhor, ela se cerca dos melhores novatos – aqueles que podem trazer as melhores idéias para si. Sua longevidade prova que a qualidade do serviço é requisito mínimo de competição.

O marketing de serviço tornou-se uma base competitiva e uma ferramenta eficaz para gerar a diferenciação entre os diversos cantores do mercado, principalmente os mais novos. Sua urgência em aproximar-se do público faz com que ocorra o aparecimento de novos produtos e serviços mais adequados aos gostos e necessidades dos consumidores. A manutenção desta aproximação sólida e duradoura é uma tarefa difícil, mas que fica por conta do marketing de relacionamento e do marketing de serviço.

Madonna resume em si a essência da cultura pop, da arte pop. Uma artista multi-facetada que soube muito bem ouvir os conselhos de seu amigo pessoal, Andy Warhol. Ela entendeu que um artista pop reflete seu tempo, mantendo-se sempre atual. Desde os anos 80, é ela que nos ensina a ser adultos ligeiramente perversos – não escravos de nossas fantasias (as sexuais incluídas), mas donos absolutos delas. E se um dia ela precisou ser explícita com relação a isso – vide Erotica – cada vez menos ela foi usando o sexo para celebrar a liberdade. E nem por isso deixou de passar sua mensagem.

A liberação que Madonna incita em cada um de nós, a cada novo álbum, tem a ver com espiritualismo (Ray Of Light), consciência política (American Life), simplesmente música (Music), nostalgia (Confessions On A Dancefloor e Hard Candy), ou pura autenticidade. Recentemente, inclusive, o próprio tema da idade serve a seus propósitos, como ela insinua no seu álbum, “Hard Candy” (2008), na faixa She´s Not Me. E é essa Madonna multi-facetária é que temos hoje: a eterna liberadora; a provocadora “conseqüente”; a dominatrix de araque; a tutora sacana; a iluminada intuitiva; a infinita fonte de inspiração.

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Imagem: Madonna em 2012

O pop – e todo o mundo do “showbizz”, na verdade – teria tomado um rumo diferente se ela não tivesse existido. Com 53 anos completos, estar na capa da “New York” não significa que ela está apontando para a decadência, pelo contrário, mas porque ela revela um novo rosto para as mulheres da sua idade. Esse é seu segredo: saber ser o pivô do assunto da hora, independente da sua oferta musical. Mesmo se seu trabalho mais recente, MDNA, não arranhar a marca de vendas dos anteriores, ninguém deixará de comentá-lo. Há quase 30 anos esse ciclo se repete – e quer justificativa melhor do que este para dizer que sua carreira permanecerá intacta ainda por muitos anos?

Quanto a sua nova tour, sabe-se que Madonna virá acompanhada de uma caravana de 40 caminhões com equipamentos de som e decorações, de seus filhos, do namorado Brahim Zaibat e de uma comitiva composta de 140 pessoas. A cantora irá deslocar-se pela cidade em 8 carros sob a proteção de 20 guarda-costas. Tem planos de visitar o Teatro Bolshoi e o Kremlin. Espera-se ainda que Madonna faça visitas a uma série de jardins-de-infância em missão de beneficência. De todos os 90 shows já marcados em estádios, todos esgotados.

Leia a primeira parte do post MARKETING: Qual o segredo do sucesso da marca MADONNA?

Leia o post MARKETING: As 50 marcas de Madonna.

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MARKETING: As 50 marcas de MADONNA

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Madonna na tour Blond Ambition, de 1990

Visto que Madonna é a artista feminina que mais vendeu discos, ingressos e fotografias em seus 30 anos de carreira, e pensando no nome dela como o único ícone vivo a ultrapassar três gerações de uma cultura pop planetária (Beatles, Elvis Presley e Michael Jackson são considerados, por muitos críticos de música, os outros três), listo aqui 50 marcas que ela deixou nas pessoas, na indústria ou na cultura. Muitas dessas marcas já se apagaram, mas, no entanto, o conjunto delas, por ser tão vasto, faz de Madonna uma marca forte da cultura de massa. CLIQUE AQUI PARA LER.

MARKETING, MARCAS E BRAND EQUITY

A história mostra que a primeira marca que chega ao cérebro obtém na média, a longo prazo, uma participação de mercado duas vezes maior que a da marca número dois e quatro vezes maior que a da marca número três. E essas relações não mudam com facilidade, diz Al Ries e Jack Trout no livro “No livro “Posicionamento, A Batalha por sua Mente”. Madonna foi a primeira artista a aproveitar o surgimento do maior meio de divulgação artista, o videoclipe, em 1982, e foi a primeira cantora a aproveitar de todas as novidades que o mundo da música trazia até então. Foi a primeira a estrelar uma campanha em escala global (o comercial da Pepsi, em 1989), a primeira a entrar no ramo literário (Livro Sex, de 1992), a primeira a se apresentar numa entrega de prêmios não apenas cantando, mas representando, ao mesmo tempo, trabalhando também a imagem, ao invés da música seca em si; foi a primeira a romper regras impostas pela religião e falar de temas conservadores de forma escancarada (sexo, aborto e religião são alguns exemplos disso), a primeira em criar para si uma referência de mutação artística, e, talvez, está aí o seu grande diferencial. “O ingrediente essencial para assegurar a posição de liderança é entrar na mente das pessoas em primeiro lugar.”

“Marketing é a arte de descobrir oportunidades, desenvolvê-las e lucrar com elas” (KOTLER, 2006), “mas sempre objetivando a criação de uma marca na mente do cliente” (RIES; TROUT, 1998). São estes os conceitos adotados quando pensamos em captar e fidelizar clientes, objetivando sempre as vendas e o lucro no final.
Antigamente, via-se uma maior necessidade de focar seu potencial nos produtos ou serviços oferecido. Aos poucos, esse foco foi jogado para o cliente. Hoje em dia, surgiu a idéia de foco principalmente do cliente, ou seja, preocupar-se mais na forma que o mesmo enxerga a empresa e os produtos / serviços oferecidos pela mesma. “O marketing evoluiu e as velhas regras de identificação e satisfação das exigências do cliente já não se aplicam. É o momento oportuno para novas alternativas e oportunidades que somente o marketing de relacionamento pode proporcionar”. (GORDON, 2000).

Basicamente, o marketing é o processo de identificar as necessidades do cliente, conceituar essas necessidades em termos da capacidade de uma organização para produzir, comunicar essa conceituação aos diferentes níveis de poder na organização, conceituar o produto ou serviço adequado às necessidades do cliente previamente identificado e comunicar todos os conceitos ao cliente (RIES; TROUT, 1998).

Em seus 30 anos de carreira, Madonna, a cada trabalho realizado, oferece ao seu público-alvo, ou seja, a massa consumidora do entretenimento, novas posturas, novas identidades, estilos musicais diversificados. “Eu não gosto de me repetir. Não gosto de apostar no que deu certo”, disse em entrevista para a revista americana Time, na edição de 12 novembro de 2001. Ela ofereceu e ainda oferece ao seu público o que eles esperam que ela ofereça: novidades. Cantoras pop no mercado é que não faltam, e por isso elas duram apenas até a próxima primavera até começarem a cair no esquecimento. Os produtos são os mesmos, mudando apenas a embalagem das mesmas.

Madonna conseguiu entender a mente (do público), analisar suas percepções e, por fim, determinar estratégias que permitiram atender da melhor forma suas necessidades. Nesse sentido, o marketing é utilizado para criar uma relação forte entre ela e o consumidor pop, onde sua marca tem o papel de transmitir suas qualidades intangíveis, as que realmente conquistam a lealdade do seu público.

Um ponto importante que deve ser levado em conta é que quando alguém compra um produto ou serviço, ele cria uma expectativa quanto ao que lhe será apresentado. Quando o recebe (produto ou serviço), é hora da percepção, que vai confirmar, anular ou superar suas expectativas. Fazendo essa comparação, obtém-se a satisfação (BATESON; HOFFMAN, 2003).

As marcas de Madonna

1. Esculhambação: Cabelos desgrenhados, com reflexos louros malfeitos e a raiz escura acintosamente à mostra, deixaram de ser vulgar quando Madonna surgiu assim no mundo pop. O que era extremamente vulgar passou a ser moda adolescente.

2. Barriga: Entre 1982 e 1985, sua barriga esteve sempre de fora, era o ponto de fuga do seu visual, o que atraía o olhar. Mesmo no inverno, as meninas norte-americanas imitavam. Hoje, qualquer cantora pop sabe o quanto isso desperta interesse.

3. Crucifixo: No mesmo período, era ostensiva a forma como Madonna usava crucifixos como meros acessórios de moda, destituídos de qualquer significado religioso. O símbolo máximo do cristianismo foi esvaziado em brincos, colares, pulseiras e cintos. Mais do que isso: tornara-se arma de sedução. Madonna costumava dizer que usava crucifixos porque os achava sexy, por exibirem um homem pelado.

4. Videoclipe: Madonna aprimorou o formato, levando-o a diversas direções. Explorou-o de tantas maneiras e tão profundamente, que não se pode estudar o videoclipe sem estudar Madonna.

5. Performance: Em 1984, quando Madonna ainda não era tão famosa, ela surpreendeu ao cantar Like a Virgin no primeiro MTV Vídeo Music Awards, desgrenhada, vestida numa fantasia erótica de noiva, arrastando-se pelo chão e simulando masturbação e orgasmo na frente de milhões de telespectadores, ao vivo. O mundo aprendeu a não tirar o olho de cima dela e a parar para assistir a tudo que ela fizesse. E os outros artistas que quisessem destaque teriam que seguir a nova cartilha: não basta chegar lá e cantar; tem que surpreender.

6. Autopromoção: Esta palavra não significava tanto antes de Madonna. Ela se envolve em escândalos que domina totalmente, antes que a envolvam em algum que ela não possa controlar. Ela fez um livro de fotos eróticas, para que somente ela mesma pudesse faturar com sua nudez. Ela fez dois documentários sobre sua intimidade, para que fosse paparazzo de si mesma e lucrasse alto com isso. Temos a impressão de que sabemos tudo sobre Madonna, mas a verdade é que só sabemos aquilo que ela quis mostrar ou que inventou sobre si mesma.

7. Carreira: Na música pop, Madonna foi o primeiro exemplo verdadeiramente bem-sucedido de mulher com controle total sobre sua carreira. Ela é ainda o exemplo máximo disso. Ela mesma gerencia seus contratos, compõe suas canções e escolhe a forma de promoção que cada álbum seu receberá. Aliás, Madonna, antes de sair da gravadora Warner, teve seu próprio selo musical, a Maverick Records.

8. Sensualidade: A influência de Madonna no mundo musical não é tanto na música em si, mas no comportamento das cantoras que vieram depois e na maneira como elas se vendem. De 1985 para cá, não faltam cantoras que tentam seduzir o público com o olhar, com o corpo, com apelo sexual, mas raramente dá certo por muito tempo, porque a fórmula de Madonna é mais complexa do que isso.

9. Materialismo: Nos anos 1960, Marilyn Monroe já cantava que os diamantes eram os melhores amigos das mulheres, mas isso foi antes da revolução sexual. Quando Madonna cantou Material Girl, ela expressava a versão feminina da sede capitalista da Era Reagen. Aquela garota queria o dinheiro dos homens, sim, mas sem abrir mão de sua independência. Era a mulher no comando. O público entendeu; as feministas, não.

10. Reinvenção: Madonna levou muito mais longe a lição aprendida com o camaleão David Bowie. A cada lançamento, ela se transforma: loura, morena, ruiva, japonesa, vulgar, elegante, moderna, tradicional, glitter, dark, moleca, nobre, gay, heterossexual, escrava, dominatrix. É impossível não se identificar ou não se sentir atraído por pelo menos uma de suas versões. Não por acaso, fotos suas as mais diversas são freqüentemente levadas aos salões de cabeleireiro como referência para o corte desejado pelas clientes. Seus variados looks também são fontes de inspiração para shows de transformistas, fantasias eróticas, roupas para festa etc.

11. Loura: Quantas pessoas você conhece que ficaram louras por influência de Madonna? Ou que não ficaram louras porque não queriam que as associassem a Madonna? Quantas vezes você ouviu falar em “louro Madonna”?

12. Fotografia: Revistas de moda e comportamento disputam à tapa qualquer ensaio fotográfico inédito de Madonna, uma vez que elas ditam tendências, têm uma visibilidade incrível e são imitados por anos a fio. Quase todos os grandes fotógrafos pop das últimas três décadas têm em seu portfólio uma imagem icônica de Madonna: Jean-Baptiste Mondino, Steven Meisel, Patrick Demarchelier, David Lachapelle, Steven Klein, Mario Testino, Herb Ritts. Este último só se tornou diretor de videoclipes por insistência de Madonna, dobradinha que levou a uma nova estética televisiva, a dos “clipes de fotógrafo”.

13. Cadeira: É clássica a cena do filme Cabaré em que Liza Minellidança com uma cadeira, número que movimenta inferninhos do ocidente há pelo menos oito décadas. Mas, quando uma mulher de hoje cria uma coreografia sensual com uma cadeira, é Madonna sua referência por conta do que ela fez com o objeto nos seus shows e no videoclipe de Open Your Heart.

14. Coreografia: desde o clipe de Lucky Star (1984), paredes e espelhos do mundo inteiro têm testemunhado os shows que meninas e meninos fazem em seus quartos quando estão sozinhos, imitando os passos que Madonna faz em clipes e shows. Suas coreografias são reproduzidas também nas boates, nem que seja de brincadeira.

15. Aborto: quando Madonna lançou Papa Don’t Preach (1986), a música causou uma discussão interminável, por conta dos versos que diziam algo como “Eu me decidi: vou ter meu bebê”. Entidades contra o aborto protestaram, porque tais versos dão a entender que “ter o bebê” é apenas uma de duas opções. Quem era a favor do aborto também reclamou, porque entendia que Madonna enfraquecia a causa. Os governos também se irritaram, porque se vivia um boom de gravidez na adolescência, inclusive nos EUA. A discussão ferveu e cada um usou a canção como quis. Clipe: http://www.youtube.com/watch?v=RkxqxWgEEz4&ob=av2e

16. Latinidade: Freqüentemente, Madonna escolhe homens latinos como pares românticos em seus clipes e na vida real, além de usar elementos de música hispânica em alguns de seus sucessos, como La Isla bonita (1986) e Deeper And Deeper (1992). Tais opções não apenas lhe renderam um público maior, como também proporcionaram uma exposição mais positiva dos latinos aos olhos preconceituosos dos anglo-saxãos.

17. Shows: Madonna tenta se superar a cada turnê, criando espetáculos que envolvem alta tecnologia, teatralidade, dança e recursos visuais. O público se habituou a isso e passou a esperar o mesmo dos outros astros pop. Quem tem dinheiro e disposição, como U2, Rolling Stones, Britney Spears e Kylie Minogue, segue a cartilha. A semente fora plantada por Bowie e Pink Floyd, e Madonna levou isso a um nível muito, muito alto. Os preços dos ingressos inflacionaram, claro.

18. Cristianismo: Embora seja católica por formação, Madonna passou a vida questionando os símbolos da religião. Ela freqüentemente endossa as atitudes cristãs, como o amor ao próximo, mas coloca em dúvida as representações físicas do catolicismo. Por isso sexualizou os crucifixos, cantou crucificada em uma cruz de espelhos em estilo disco, gravou um clipe em que a imagem de um santo negro ganhava vida e a possuía dentro de uma igreja, rasgou hábitos e batinas no palco. O Vaticano protestou algumas vezes. A Pepsi chegou a cancelar uma campanha publicitária milionária estrelada por Madonna já que entidades católicas ameaçaram liderar um boicote ao refrigerante. Enquanto o circo pega fogo, Madonna vê seu público se dar conta de que tanto barulho é por meros simbolismos e puritanismo, não pela mensagem nem pelas atitudes cristãs, muitas vezes deixadas de lado por seus defensores.

19. Lingerie: Madonna ajudou a popularizar a lingerie feita para ser mostrada, seja velada sob uma blusa transparente, seja como peça principal do vestuário, usada sem nada que a encubra. Fez diversos ensaios fotográficos e apresentações ao vivo vestida dessa forma, com lingerie aparente, até banalizar as peças que um dia foram íntimas.

20. Terninhos: Os terninhos femininos eram obscuros nos tempos de Marlene Dietrich, se tornaram alta costura nas mãos de Yves Saint-Laurent e se popularizaram com Madonna, adepta também de smokings e fraques em seus shows.

21. Mulher: O clipe de Express Yourself (1989) suscita debates até hoje. Enquanto a música convoca as mulheres a assumir o comando de seus relacionamentos, as imagens mostram Madonna acorrentada a uma cama, aparentemente submissa a um homem. A mensagem é dura de compreender e aceitar para as feministas tradicionais: a submissão na cama é uma opção, quando a mulher decidir que esse é o tipo de prazer que ela quer. A mulher pode brincar de escrava e ser, na verdade, a dominadora. Não era uma idéia fácil de engolir em 1989, mas agora é.

22. Voguing: Essa dança obscura do submundo gay nova-iorquino, em que travestis simulavam poses para capas de revista, provavelmente jamais teria se tornado tão conhecida e popular se Madonna não tivesse se apoderado dela e feito uma música e um clipe que a difundiu mundo afora: Vogue (1990). Madonna aproveitou o que acontecia entre um pequeno nicho de pessoas de Nova York e construiu para si uma dança nova.

23. House: A house music, vertente eletrônica surgida em Chicago, era o som de muitas boates alternativas em 1990. Madonna foi a primeira figura do mainstream a aderir à batida, com Vogue. Antes disso, artistas famosos ousavam, no máximo, ter um remix em estilo house no lado B de seus compactos. Depois do sucesso retumbante de Vogue, o house se diluiu na música pop.

24. DJs: Os singles de Madonna costumam trazer várias versões remix da músicaem questão. Sero autor de um remix oficial de Madonna significa, desde1988, aconsagração no ofício de DJ, com seu trabalho sendo executado no mundo inteiro. O cachê e o status aumentam. Quantas vezes você já leu nos jornais que “o DJ da Madonna vem ao Brasil” ou que “o DJ preferido da Madonna toca hoje na cidade”? Com muita sorte e talento, esses DJs podem ser convidados a produzir todo um novo álbum da artista, ou parte dele. Foi o que aconteceu a Shep Pettibone, William Orbit, Mirwais Ahmadzäi e Stuart Price, que graças à aposta dela se tornaram grandes nomes da indústria fonográfica.

25. Homossexualidade: Madonna ajudou a banalizar a imagem do homossexual, de modo a aumentar a aceitação dos gays. Muitas letras de suas canções falam do assunto de forma velada. Mais do que isso: ela própria protagonizou beijos gays e outras situações de forte teor lésbico em shows, clipes e ensaios fotográficos. Madonna alimentou boatos de que vivia romances com outras mulheres, sem jamais se assumir bi, hetero ou homossexual. Em 1990, ao beijar uma modelo no clipe de Justify My Love, inspirado na estética da nouvelle vague, Madonna deu força à onda lesbian chic que atravessou a década. E todo mundo conhece pelo menos um homem gay ou uma mulher heterossexual que afirme sentir tesão por Madonna, apesar de não ter atração pelo sexo feminino.

26. Diretores: Dirigir um clipe da “rainha dos videoclipes” é uma grande responsabilidade e uma grande vitrine. Herb Ritts fez vários clipes memoráveis, sendo que o primeiro foi para Madonna, Cherish (1989). David Fincher fez quatro clipes para ela antes de ter prestígio suficiente para dirigir filmes como Seven e Clube da luta. Jonas Akerlund, Mark Romanek, Luc Besson, Jean-Baptiste Mondino, Chris Cunningham, Alan Parker, Stéphane Sednaoui, Mary Lambert, James Foley e muitos outros têm clipes de Madonna no currículo. Seus vídeos movimentam o mercado.

27. Corpo: O corpo de Madonna é sempre tomado como modelo. Em 1990, quando ela apareceu musculosa, sem traços da silhueta roliça de seus primeiros tempos, todos ficaram chocados. Mas o público logo se acostumou à nova imagem da cantora e passou a associá-la à idéia de poder feminino, estimulando a imitação. Aos 40 anos, ela era apontada como exemplo de mulher enxuta nessa idade. O mesmo acontece agora aos 50.

28. Masturbação: A masturbação feminina, assunto tradicionalmente varrido para baixo do tapete, foi escancarado por Madonna já em 1984, quando ela cantou Like a Virgin em público pela primeira vez, simulando um orgasmo solitário no palco do primeiro MTV Vídeo Music Awards. Em 1990, ao cantar a mesma música nos shows da Blond Ambition Tour, a performance se tornou ainda mais explícita, causando reações do Vaticano e de alguns governos. Se a maior estrela da música fazia aquilo em público, por que as garotas não poderiam fazer na privacidade de seus quartos?

29. Microfone: Também na Blond Ambition Tour, Madonna apresentou ao mundo um modelo portátil e discreto de microfone, que se usa acoplado à cabeça, dando a ela mais liberdade de movimentos em suas coreografias. O nome daquilo é headset, mas é mais conhecido como “microfone Madonna”.

30. Poder: Outro legado daquela turnê foram os sutiãs cônicos, criados por Jean-Paul Gaultier anos antes, mas transformados por Madonna em ícones do poder feminino a partir daquele momento. Se nos anos 1960 o sutiã simbolizava a submissão da mulher, nos anos 90 Madonna fez deles um símbolo feminino ao mesmo tempo sensual e intimidador, ostentado como peça central do vestuário.

31: Moda: São incontáveis as peças de roupa, os acessórios e os estilos que viraram moda graças às ações de marketing planejadas por Madonna. Jean-Paul Gaultier e Dolce & Gabbana são estilistas que só despertaram a atenção da grande mídia depois de terem assinado os figurinos das turnês de Madonna, e só então eles entraram no mais seleto grupo de criadores da moda. A cantora também está por trás da mudança de rumo encampada pela marca Versace em meados dos anos 1990. Em 2007, as vendas da H&M cresceram mais de 30% por causa de uma linha de roupas desenhadas pela artista.

32. Sado-masoquismo: Pelas mãos de Madonna, máscaras de couro, roupas de vinil, chicotinhos e outros itens do universo sado-masoquista foram levados do submundo ao horário nobre às grandes salas de cinema, às vitrines das livrarias e às capas das publicações mais respeitadas. Se o visual S&M e a idéia de pingar vela derretida no corpo de alguém parecem banais hoje, é porque Madonna massificou tudo isso com a turnê The Girlie Show, o filme Corpo em evidência, o livro Sex e alguns clipes.

33. Sexualidade: Ela fez o que pôde para não deixar que o fantasma da AIDS castrasse as pessoas. Quanto mais a doença avançava, mais Madonna incentivava o sexo sem culpa. Em paralelo, ela associou seu nome a incontáveis campanhas pelo sexo seguro e pela conscientização das pessoas em relação à epidemia mundial. Sua mensagem foi assimilada por milhões.

34. Piercing: Foi no clipe de Secret, em 1994, que Madonna começou a aparecer usando piercings no nariz e no umbigo. O que até então era associado a degradação ou a minorias obscuras ganhou uma aura chique. Depois, de tão difundido, virou lugar comum. http://www.youtube.com/watch?v=EPHUZenprKc&feature=fvsr

35. Negros: Eles sempre tiveram papel de destaque no palco e na cama de Madonna. No clipe de Like a Prayer (1989), ela incita o público a questionar o preconceito racial. No de Secret (1994), ela é a única branca em cena e simula romance com um negão. O negro é sempre uma presença muito natural ao lado da cantora, comportamento que teve sua relevância na América racista.

36. Artes plásticas: Muita gente não sabe quem foi a artista plástica polonesa Tamara de Lempicka, mas tem familiaridade com suas pinturas art deco dos anos 1920, por estarem presentes nos clipes Open Your Heart (1986) e Vogue (1990). No clipe de Bedtime Story (1995), Madonna recriou obras de pintoras surrealistas, como Leonora Carrington e Remedios Varo, ajudando a difundir sua arte. Resultado: o próprio clipe foi exposto pelo MoMA de Nova York como uma obra de arte surrealista. Colecionadora de arte, Madonna ajudou a valorizar a obra de Frida Kahlo, sua artista preferida, cujo trabalho divulga em entrevistas, música e clipe desde os anos 1980. Em sua coleção, a cantora ostenta uma preciosidade pouco divulgada: uma obra feita em parceria por Andy Warhol e Keith Harring em sua homenagem, dada a ela como presente de casamento em 1985.

37. Evita: Eva Perón, ex-primeira dama argentina, ganhou fama mundial nos anos 1940 e virou musical de sucesso nos anos 1970. Mas a referência que a maioria dos não-argentinos têm dela hoje é a imagem de Madonna no papel-título do filme Evita (1996), de Alan Parker. Não apenas por causa da repercussão do longa-metragem, que lhe rendeu um Globo de Ouro de melhor atriz em comédia ou musical, mas também porque, na época, Madonna adotou Eva Perón como uma de suas personas.

38. Tatuagens de henna: Elas se tornaram populares no mundo todo com o empurrão de Madonna, que as adotou em 1998, com o lançamento do álbum Ray Of Light. No clipe de Frozen, em ensaios fotográficos e aparições públicas, Madonna exibia ostensivamente desenhos e símbolos cabalísticos nas mãos e no rosto, de forma nada convencional. Essa estética, inspirada em tradições orientais, causou estranhamento, mas a idéia logo foi adaptada pelas pessoas. Hoje é até diversão para as crianças.

39. Pista de dança: Quando Madonna surgiu na indústria fonográfica, em 1982, a disco music estava praticamente acabada. Fazer música apostando nas pistas de dança parecia um tiro n’água. Mas ela foi por essa linha assim mesmo, sem jamais abandoná-la, compondo músicas que incitam as pessoas a adotar as pistas como a melhor forma de escapismo. Hoje Madonna é a rainha das pistas, de uma forma como Donna Summer não chegou a ser nem de longe. É difícil ir a uma festa ou boate onde não se toque Madonna. Seu nome é naturalmente associado a esse tipo de diversão. Prova disso é o fato de que ela é a única artista a ter emplacado 42 singles no primeiro lugar da parada Hot Dance Club Play da revista Billboard, que contabiliza as músicas mais tocadas nas boates dos EUA.

40. Trance: Este subgênero da música eletrônica, caracterizado pelo ritmo hipnótico e pela sonoridade viajante, tem raízes nas religiões orientais, se desenvolveu na Alemanha recém-libertada do Muro de Berlim e se massificou com a música Ray of Light (1998) e outras canções do álbum homônimo. O grande público não sabe que o nome desse estilo é trance, mas conhece sua sonoridade, antes restrita à cultura clubber.

41. Cabala: Madonna é apontada como principal responsável pelo recente boom da vertente mística do judaísmo. Desde 1998, ela vem falando dessa filosofia e lançando diversas músicas influenciadas por ela, com letras que transmitem o pensamento cabalista sem que o público perceba.

42. Gueixa: Em 1999, Madonna inspirou mulheres abastadas do mundo todo a adotarem o estilo gueixa chic. Fez isso ao apostar em quimonos ultra-modernos desenhados por estilistas renomados. Exibiu sua aposta na capa da Harper’s Bazaar, no clipe de Nothing Really Matters (1999), na Drowned World Tour (2001) e muitas ocasiões. O quimono ganha uma aura futurista que ofusca totalmente sua carga de tradição.

43. Neo-Electro: No fim dos anos 1990, novos talentos da música eletrônica começaram a revisitar o electro, som original da virada dos anos 1970 para os 1980, dando-lhe roupagem mais atual. A novidade agradou a um segmento muito específico e pequeno do mercado, mas ganhou visibilidade maciça quando Madonna seguiu essa tendência no single Music (2000). O som que causava estranhamento no grande público passou a ocupar o topo das paradas.

44. Caubói: A moda country feminina voltou em escala mundial em 2000, quando Madonna apareceu com roupa de vaqueira na capa do álbum Music (e de seus singles), em revistas conceituadas como a Rolling Stone e nos novos clipes.

45. Malauí: Quantas pessoas sabiam da existência desse país antes de Madonna adotar o bebê David Banda, nascido lá? Das que sabiam, quantas tinham conhecimento de que se tratava do segundo país mais pobre do mundo? Além da adoção, Madonna criou a fundação Raising Malawi, abordou o assunto em um dos números da Confessions Tour (2006) e escreveu e produziu o documentário I Am Because We Are (2008), sobre a situação desesperadora do país.

46. Krumping: Essa variação um tanto exótica da dança de rua, por mais de dez anos relegada a um gueto de Los Angeles, já não causa estranhamento. Em parte, porque Madonna divulgou seus movimentos não-convencionais no clipe de Hung Up (2005) e em todas as apresentações que fez dessa música até hoje.

47. Livros: Quem diria que Madonna movimentaria até mesmo o mercado editorial? Seu livro Sex (1992), de fotografias eróticas, é hoje um dos dez livros esgotados mais valorizados do mercado. Em 2003, quando ela se lançou como autora de livros infantis, o livro As Rosas Inglesas se tornou recordista por ter sido publicado simultaneamente em cerca de 40 traduções e 100 países e por ter vendido mais de 1,5 milhão de unidades nos primeiros sete dias de lançado. Os seis livros para crianças que lançou desde então deram enorme visibilidade aos ilustradores das obras, escolhidos a dedo.

48. Parkour: Para o grande público, a maior referência visual dessa atividade física nascida na França são as imagens de homens fazendo manobras perigosas e dificílimas com o próprio corpo nos clipes de Hung Up (2005) e de Jump (2006) e na Confessions Tour (2006).

49. Intelectualidade: Embora seja um expoente da cultura de massa, Madonna é também um fenômeno amplamente estudado por pensadores de várias áreas: comunicação, marketing, moda, sociologia, feminismo, sexologia, economia.

50. Nome: Madonna, palavra de origem italiana, é há pelo menos 500 anos uma designação para Maria, mãe de Jesus. No entanto, em muitos países, isso foi quase que totalmente esquecido, devido à imensa notoriedade da cantora. Seu nome é tão difundido e tão associado a ela, e apenas ela, a ponto de ser raro alguém dar esse mesmo nome a uma filha. Por outro lado, tornou-se muito comum cadelas, gatas e outros animais de estimação receberem o nome de Madonna, especialmente quando têm pêlo amarelado como os cabelos da artista.