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Novas demos e acapellas de Madonna caem na rede

Madonna – Run (Demo Version) (Era Music)
Madonna – Broken (Demo Acustico)
Celebration (Acapella)
Get Together (Acapella)

Arquivos juntos: http://www.megaupload.com/?d=G01C6ZC6

Holiday (ensaio ao vivo da versão 2009 para a Sticky & Sweet Tour)
http://www.megaupload.com/?d=OVRLSYM9
Bedtime story (a cappella) – http://www.sendspace.com/file/2w2pvb
Corazón (Orbit instrumental) – http://www.sendspace.com/file/468yhb

William Orbit que é o produtor da demo Run, produzida para o álbum Músic, disse hoje em seu Twitter que há muitas outras versões dessa música, além da que vazou, confira o que ele disse:

@WilliamOrbit a demo de Run das sessões de Music vazou hoje na internet. Eu sinto falta de seu trabalho com Madonna. Vocês dois juntos são mágicos.

Comentário: A geração dos “sem Madonna”

“Eu nasci assim.” A frase não é da canção “Modinha para Gabriela”, de Dorival Caymmi, imortalizada na voz de Gal Costa. É apenas o título do novo single de Lady Gaga (“Born this Way”), que acaba de vazar e já causa polêmica por lembrar “Express Yourself”, o hit de Madonna de 1989 que conclamava a geração oitentista a aceitar apenas o amor incondicional. Ouça trechos das duas músicas:

Músicas

A canção de Gaga, podem aguardar, vai ser um hit e não é tão ruim quanto se diz, mas trouxe ao Twitter um conflito de gerações.

Quando tuitei que o novo single de Lady Gaga se chamava “Eu nasci assim: sem criatividade”, um jovem seguidor me comoveu com um apelo ao respeito pela nova artista.

Em vários “tweets”, ele questionou o seguinte: “Qual o problema em deixar que a minha geração sinta tudo o que Madonna fez vocês sentirem? Será que na época de vocês não tinham pessoas criticando Madonna? Nós não temos o que vocês tiveram. É isso.”

A minha crítica não é especificamente a Lady Gaga, mesmo porque, no artigo “Lady Gaga e a Lojinha do Pop”, eu festejava a nova diva pop justamente pela maneira criativa como fazia o pastiche dos ícones dos anos 1980 e 1990 em seus dois primeiros álbuns. No entanto, uma coisa se revela após o lançamento do novo single de Gaga e do último disco de Christina Aguilera: falta background a todas essas divas novatas.

Madonna é fruto de uma geração modernista, que criava sentidos para expressar sua insatisfação contra a ideologia dominante, repressora, castradora.

clipe

Estudou com a coreógrafa Martha Graham, conviveu com Basquiat e Andy Warhol, tirava notas altas na escola para conseguir dinheiro do pai e sempre usou a sedução feminina de forma a subjugar os homens.

Foi para Nova York vinda do interior, diz a lenda, com US$ 35 no bolso, morou em espeluncas, trabalhou no Dunkin’ Donuts, quebrou a cara e adquiriu experiência.

Com base em sua educação católica e em toda a repressão que sofreu no seio familiar, criou sua obra-prima “Like a Prayer”. Pela necessidade de entender sua maternidade, criou “Ray of Light”; do medo da velhice e da nostalgia das pistas de dança dos anos 1970 nasceu “Confessions on a Dance Floor”. Da necessidade de ser dona de seu desejo sexual como são os homens, criou “Erotica” e “Justify My Love”, cujos vídeos primam pela sutileza e pelo sugestionamento sexual.

Não há uma cena de nudez explícita nos dois vídeos, mas não houve menino daqueles anos 1990 que não corrido para o quarto após vê-la simulando masturbação em uma cama de veludo vermelho com os cônicos e icônicos corpetes de Jean-Paul Gaultier. “Eu soube que era gay quando vi ‘Justify My Love’ pela primeira vez”, me disse certa vez um amigo.

Já Lady Gaga, Britney e Aguilera são da geração pós-moderna, carente de sentido, de ideologia e de educação formal. O caminho aberto por Madonna em termos de comportamento feminino e homossexual deixou essa geração sem ter o que contestar. Quando Gaga diz que “nasceu assim”, está falando desses jovens frutos do determinismo histórico de Fukuyama: tudo está feito, estamos presos a nós mesmos e nunca seremos sujeitos ativos sobre nada, porque o problema e a solução está sempre no outro.

Enquanto Madonna olha para as tendências musicais do futuro próximo, as engolia, misturava com suas questões existenciais e as regurgitava em algo aparentemente novo, as novatas do pop parecem fazer o caminho inverso e exatamente por isso são classificadas de plagiadoras.

Se Gaultier traduzia Madonna em corpetes, Lady Gaga traduz as roupas de Alexander McQueen e as bases musicais de Madonna, do Ace of Base e do Depeche Mode em performance e música.

Madonna e Michael Jackson eram os ícones que os outros analisavam, discutiam e tentavam decifrar. Lady Gaga e as outras são exatamente o contrário. Artistas carentes de sentido que buscam nos símbolos criados pelas gerações passadas uma substância para sua performance muitas vezes vazia e desesperada.

Lady Gaga é boa. De todas as que estão aí, aliás, é a melhor. E isso se evidencia quando ela, assim como Madonna, fala daquilo que é sua essência, como em “Beautiful and Dirty Rich”, “Poker Face”, “Telephone” e “Paparazzi”. Mas se continuar olhando para os sintetizadores dos anos 1990, vai cansar logo.

Quanto à carência de um ícone para chamar de seu do meu seguidor, recomendo que não tente sentir o que sentimos com Madonna e Michael Jackson, assim como foi inútil à minha geração tentar sentir o que eram os Beatles e os Stones no auge. Esqueçam as divas que não se esquecem da Madonna, vão a uma balada que toque LCD Soundsystem, Scissor Sisters, Cut Copy, La Roux, Hurts, Adele, MGMT, Gorillaz, Cee Lo Green, Janelle Mónae e sintam a boa música pop de sua geração.

 

Assista este video montagem que fiz com várias imagens clássicas de Madonna

Assista “Broken”, super video de Madonna

Está aí um espetacular video para a vazada (aliás, melhor que CELEBRATION e REVOLVER), “Broken”.

“Broken”, foi produzida pelo DJ Paul Oakenfold, e o que se sabe é que a faixa ficou de fora na seleção final do álbum “Celebration”, que além de tracks inéditos também contém os maiores sucessos da cantora desde seu primeiro lançamento em 1982.

Mais videos no meu canal pessoal http://www.youtube.com/mvlmoraes