Rebel Heart é uma meditação longa, diz a Rolling Stone Magazine

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Madonna se une a Kanye, Avicii e outros em um álbum grudento e sexual

Por muitos anos, Madonna evitou a Internet, assim como o glúten. Porém, em dezembro do ano passado, a Internet decidiu parar de esperar por Madonna, e tudo deu errado: as músicas novas foram roubadas e vazadas; as respostas ligeiras e emocionais dela no Instagram vieram com palavras como “estupro” e “terrorismo”, provocando (você acertou!) atrocidades na Internet.

A solução rápida foi lançar seis músicas online imediatamente, com a promessa de que outras 13 viriam em março, mas algumas dessas 13 novas canções transformaram o que teria sido um tesouro pop da atualidade em uma luta para fugir do limbo.

Rebel Heart é uma meditação longa, apaixonada e auto-referencial sobre a perda do amor e o encontro de um propósito em momentos assustadores. É também uma chance para a Rainha do Pop relaxar e refletir sobre como ela meticulosamente abriu um caminho que outros alegremente seguiram desde a estreia dela, em 1983.

Madonna, aos 56 anos, articula a palavra Bitch na refrescante e cheia de batidas reggae Unapologetic Bitch, e na frenética Bitch, I’m Madonna, ambas com as cornetas do produtor Diplo. Ela cita a si mesma em três canções, apresentando passagens icônicas de Vogue e Justify My Love, antes de sussurrar sobre os sucessos passados em Veni Vidi Vici.

O álbum abre com outro tipo de flashback – o som House clássico de Living For Love, uma canção animada sobre seguir em frente após uma separação. A estelar Heartbreak City, no entanto, é um mergulho dramático no inferno pós-relacionamento. Madonna lutou contra o divórcio de Guy Ritchie nos dois últimos álbuns, mas, agora, ela está de volta ao mercado, com novos idiotas pra derrubar.

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Os co-pilotos desta vez não são os especialistas eletrônicos que a ajudaram no brilhoso MDNA, de 2012, nem os titãs-Pop que deram uma mãozinha no dançante Hard Candy, de 2008; mas, sim, talentos modernos como Blood Diamonds e criadores de sucessos consagrados como Kanye West. Às vezes, estas colaborações se unem perfeitamente, como em Illuminati, a faixa encardida de Kanye sobre a teoria da conspiração preferida da Internet, e Devil Pray, na qual Avicii ajuda Madonna a reviver a vibe de batidas do álbum Music, de 2000. Além disso, o verso de Nicki Minaj em Bitch, I’m Madonna é ardente.

Infelizmente, as participações de Nas, Chance The Rapper e Mike Tyson não elevam as respectivas canções; e Madonna joga o próprio apetite sexual exagerado em faixas como Holy Water (uma ode ao sexo oral, com o infeliz verso “Yeezus prefere a minha boceta”) e S.E.X., que soletra uma lista não-convencional de apetrechos, como “palitos, cuecas, sabonetes e cadeira de dentista”.

O álbum tem seu melhor momento quando Madonna joga todo mundo de lado e apenas nos diz a verdade. Portanto, deu certo ela finalizar a versão Deluxe com a faixa-título, nos lembrando de como ela transformou uma criança esquisita em narcisista e em uma pensadora espiritual, com a produção brilhante e orquestrada de Avicii. Lá no fundo, Madonna tem sim um coração rebelde – e você não pode culpa-la por nos lembrar que a música Pop é o melhor remédio.

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