Projeto de Madonna no Malauí fracassa

Problemão para Madonna! Depois de enfrentarem problemas com o terreno que abrigaria a Escola para garotas no Malawi, um minucioso estudo com auditores revelou que parte do dinheiro investido no projeto foi mal administrado e gasto incorretamente.

Segundo reportagem exclusiva do jornal New York Times, o projeto beneficente da Madonna entrou em colapso depois de gastar mais de 3,8 milhões de dólares sem que nada tenha acontecido.

A situação se agravou com os executivos envolvidos no projeto e a solução foi demitir seu conselho de diretores e substituí-los por um novo grupo, que inclui a própria Madonna e seu empresário Guy Oseary como principais executivos.

“Há uma verdadeira crise na educação do Malawi. Sessenta e sete por cento das meninas não vão à escola secundária, e isto é simplesmente inaceitável. Nossa equipe vai trabalhar duro para abordar este problema de todas as maneiras que pudermos”, disse Madonna em comunicado.

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Com a má administração, Madonna chegou a ser acusada pelas autoridades locais de que só queria publicidade e não conseguiria o dinheiro suficiente para a construção do projeto no país. Madonna emprestou seu nome, reputação e 11 milhões de dólares de seu próprio dinheiro à organização que ela fundou com Michael Berg, co-diretor do Kabbalah Centre.

A escola tinha uma verba estimada em 15 milhões de dólares para sua construção e foi simplesmente abandonada. Ao total, o projeto havia arrecadado 18 milhões de dólares com doações de membros da Cabala, eventos organizados pela cantora e o próprio dinheiro da Madonna.

“Foi tomada uma decisão de arquivar a criação da Escola para Meninas, conforme criada originalmente”, disse Michael Berg, em email enviado na quinta-feira aos membros do centro que haviam contribuído para o projeto.

Trevor Neilson, um dos fundadores do Global Philanthropy Group, foi recrutado por Madonna em novembro passado em meio a sinais de turbulência no projeto, havia dito que a construção de uma escola no Malawi era uma forma ineficaz de filantropia e sugeriu que os recursos fossem utilizados para financiar a educação no país.

“O projeto não tem ainda local definido além de uma alarmante falta de prestação de contas por parte da equipe de gestão do Malawi. Não conseguiu-se explicar até agora o que aconteceu com os US$ 3,8 milhões gastos”, disse ele.

Segundo relatório de gestão, dois ex-funcionários estão sob investigação: Philippe van den Bossche, que trabalhou para Madonna desde 2004, foi o diretor-executivo da Raising Malawi a partir de 2005 até outubro e é atual namorado de Tracy Anderson (ex-personal trainer e um dos maiores desafetos da Madonna) e Anjimile Oponyo, que trabalhou na Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento até ser escolhida no ano passado para dirigir o projeto de Escola para Garotas.

Auditores contratados constataram estranhas despesas como carros, escritórios, clube de golfe, hospedagens e um carro com motorista para o diretor de uma escola local.

“Falta de habilidades e uma má gestão contribuiram para o atual caos financeiro e programático do projeto”, diz o relatório.

Philippe pediu demissão em outubro devido as críticas que vinha recebendo por seu estilo de gestão e elevados custos para a escola. A briga de Tracy Anderson com Madonna foi também um outro fator que pesou em sua decisão.

Procurado, Philippe van den Bossche disse estar proibido de falar sobre as acusações, assim como Anjimile Oponyo. É que todos os ex-funcionários possuem acordos de confidencialidade e são impedidos juridicamente de comentar qualquer projeto que envolva Madonna.

“Estou frustrada que o nosso trabalho de educação não avançou de forma rápida”, disse Madonna.

A Raising Malawi não irá acabar, mas a verba arrecabada, e ainda restante, será utilizada de maneira diferente para ajudar na educação de um dos países mais pobres do mundo.

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