Minhas duas novas aquisições

Mais um CD para a minha coleção: o novo álbum de Sheryl Crow, Detours, que chegou às lojas nos EUA na manhã do dia 05 de janeiro – a superterça da campanha eleitoral, quando 24 estados farão suas prévias para a escolha dos candidatos à eleição presidencial.

Ganhadora de 9 prêmios Grammy, Sheryl Crow é uma das mais politizadas personalidades da música, e tem sido notícia mais pela vida pessoal do que pelas novidades musicais (seu último cd, “Wildflower”, foi lançado em 2005). Terminou o noivado com o ciclista Lance Armstrong, adotou um bebê e recupera-se de um câncer de mama.

No meio desse turbilhão lança seu oitavo cd, “Detours” que segue basicamente a mesma linha dos anteriores, e tem seus melhores momentos quando ela resolve dar uma animada no repertório. É o caso de “Love is free”, “Out of our heads”, “Love is all there is”, “Rise up” e “Beautiful dream”.

Numa entrevista para a revista Rolling Stone, a cantora e compositora falou sobre suas letras de cunho ecológico e a experiência de viajar em turnê com seu filho de apenas oito meses.

Você é uma das figuras mais politizadas da música pop americana. Teve a intenção de transmitir alguma mensagem ao lançar seu disco em plena superterça?– Não houve, de maneira alguma, qualquer correlação. Honestamente, não sei dizer se vender ou não um CD ainda significa algo hoje em dia. Algumas pessoas o comprarão, outras vão baixar as músicas ilegalmente sem pagar.

Isso a incomoda?

-Acho triste que as pessoas pensem que a música deve ser dada de graça, ou que o trabalho dos artistas não vale mais nada.

Você acha que não lhe dão o devido valor?

– Na verdade, é uma questão de consciência. Quando a música vem a você de graça, na forma de amigos que copiam CDs uns dos outros, não há uma compreensão do trabalho que existe na produção e na feitura de um disco.

Seu novo disco atualiza a tradição da música de protesto, abordando o caos provocado pela guerra no Iraque, o furacão Katrina e até a política econômica do governo Bush. “Gasoline” deve ser a primeira música já escrita sobre a alta dos preços da gasolina…

– Provavelmente é a primeira, e possivelmente será a última. Minha intenção era escrever uma letra futurista sobre pessoas que tomariam as ruas, revoltadas, e resgatariam nossa liberdade das mãos da opressão causada pelos altos preços da gasolina.

No ano passado você foi ridicularizada por sugerir que, como medida de preservação ambiental, as pessoas deveriam usar apenas uma quantidade mínima de papel higiênico a cada visita ao banheiro. Afinal, que história foi aquela?

– Foi um exemplo fantástico e esclarecedor de como a mídia é operada por figuras políticas. E como essas mesmas figuras conseguiram, em 24 horas, me humilhar e tirar toda a credibilidade que eu tinha. Um dia depois de minha participação em um jantar na Casa Branca, eu estava partindo de Washington e a CNN anunciava: “Sheryl Crow propõe lei limitando o uso de papel higiênico a um único pedacinho”.

Você realmente chegou a sugerir isso?

– Foi sempre uma piada. Era parte de um ato cômico. Eu contava essa história no palco durante a Stop global warming college tour (turnê musical que viaja por universidades nos EUA fazendo campanhas contra o aquecimento global).

Seu disco foi gravado na fazenda em Nashville para a qual você se mudou há dois anos. Por que escolheu viver no Sul dos EUA?

– Tenho muitos parentes na região. Mantive uma casa em Los Angeles por 20 anos. Mas quando descobri (em fevereiro de 2006) que tinha câncer de mama, decidi que seria importante ficar mais perto de minha família. Também estava prestes a adotar meu filho, Wyatt, e queria ter minha família por perto para me ajudar em sua criação.

Há outros casos de câncer em sua família?

– Não. E é por isso que sou um verdadeiro símbolo do diagnóstico precoce do câncer de mama. As mulheres devem ser diligentes sobre suas mamografias. Passei por uma cirurgia e seis semanas e meia de radioterapia. Estou em boa forma agora.

Certo. Você acaba de se tornar mãe solteira, aos 45 anos…

– Estou amando cada minuto. Wyatt tem oito meses agora. Ele tem muita personalidade.

Vai levá-lo com você, quando começar a nova excursão?

– Ele já tem viajado comigo. Dorme em seu bercinho no ônibus da turnê. Todo mundo o pega no colo, ele é muito sociável. E também levo meus cachorros, dois labradores amarelos, e é como se levasse minha casa inteira comigo. É um grande circo familiar itinerante.

Você já ganhou nove prêmios Grammy. Dá muita importância a premiações em geral?

– Quando ganhei meu último Grammy, só consegui pensar em uma coisa: o ônibus vai partir amanhã cedo, e é hora de voltar ao trabalho.

Outra nova aquisição (via Leitura no dia 23/03) é Sophia Ellis-Bextor. Sophie Ellis-Bextor é possuidora de uma beleza que não é fácil: alguns acham seu rosto muito quadrado, suas orelhas de morcego; outros vêem suas maçãs do rosto proeminentes e olhar esguio como um dos mais sexy do mundo pop atual; além de ser um dos fashion icons do Reino Unido. Nascida em West Middlesex, na Inglaterra, ainda criança foi modelo, mas sua carreira musical começou nos anos 90 com a banda indie theaudience.

Após lançar dois álbuns e emplacado alguns hits nas paradas da Europa, agora ela está de volta com todo o hype no álbum “Trip The Light Fantastic”. A expressão idiomática do inglês significa “dançar ágil ou suavemente” e é exatamente essa a intenção do álbum, que logo caiu nas graças da crítica e da noite da Europa, recebendo 4 estrelas de jornais como o The Times, The Guardian e o The Sun.

O álbum é uma coleção de músicas “oitentistas”, mas, ao contrário das imitações que vêm rolando por aí, são regadas com arranjos modernos e vocais vivos e sensuais (carregados com o delicioso sotaque britânico de Ellis-Bextor). A faixa-líder e primeiro single “Catch You” é possuída por um feeling rocker de guitarras vibrantes; “Today The Sun’s On Us” (minha música preferida e que me instigou a conhecer um pouco melhor o repertório de Sophia e me tornar um admirador) ganhou um vídeo maravilhoso, dirigido pela genial Sophie Muller, que transmite com destreza a bela letra; “Me And My Imagination” e “If You Go” possuem o drive e energia da época de ouro da dance music, com violinos na primeira e refrão fácil na segunda.

Mas a estrela do álbum é o (já) quarto single “If I Can’t Dance”, uma faixa que excita e vicia com letra de premissa simples: “se não posso dançar, não quero nada com sua revolução”, referência à feminista anarquista Emma Goldman, que disse: “se não posso dançar, não quero estar em sua revolução”.

No Brasil, Sophie é conhecida por “Murder”, mas muitas de suas músicas arrasam pelas pistas. “Trip…”, infelizmente, foi lançado por aqui sem muito estardalhaço, apesar de ser um álbum merecedor de destaque por conta das faixas que se adaptam a qualquer momento: festa, faxina, carro, compras, ficadica…

Fotos, fotos, e fotos.

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