Como já divulgamos antes, Madonna é estrela da edição de abril da revista gay OUT. O ensaio conta com fotos raras feitas antes da fama pelo fotógrafo Richard Corman, nunca publicadas.
Confira abaixo seu relato de como foi conhecer o nascer de uma estrela em ascensão e algumas das fotos ali publicadas.
Eu fotografei Madonna
Um ano antes de lançar seu primeiro álbum, a desconhecida Madonna chamou Richard Corman para fotografá-la nos arredores de seu apartamento em Nova York. As fotos feitas naquele dia, publicadas aqui pela primeira vez, captaram a energia e vitalidade de uma mulher destinada a tornar-se uma lenda.
Minha mãe fazia casting para filmes em Nova York e em 1982, ela trabalhava a procura de elenco para “A Última Tentação de Cristo” do Martin Scorsese e ela me disse que haviam feito teste numa garota para a Virgem Maria. Ela frisou “Você deve encontrar essa garota. Ela é única”. Eu tinha 28 anos e havia feito um curso de fotografia com Richard Avedon e estava de olho em pessoas interessantes para fotografar. Eu peguei o número dessa garota e liguei. Era Madonna. Ela estava morando em Alphabet City, NY, e sugeriu que eu fosse a seu apartamento para que conversássemos sobre o que faríamos. Quando estava próximo tive que ligar de volta pois a rua estava cheia de drogados, mendigos e eles não me deixavam passar. Havia um grupo de crianças por lá também e eu disse que procurava Madonna e eles me indicaram aonde ela morava.
Eu olhei para a escada e avistei essa garota debruçada no corrimão e de longe dava pra perceber aqueles olhos felinos. Eu sabia desde aquele estante que ela tinha algo especial. E realmente tinha. Ela estava com um amigo, que era seu vizinho Martin, e ficamos sentados conversando – (esse seu amigo morreu tempos depois de AIDS). Ela me serviu uma xícara de café numa bandejinha de prata além de três chicletes. Dias depois combinei de voltar para fotografarmos e ela logo disse “Sabe, devíamos fotografar lá no topo do prédio… é lá que eu fico com a criançada”. Ela parecia um super herói para os vizinhos, eles a amavam. Eles a seguiam, dançavam juntos, cantavam juntos. Parecia que eles faziam aquilo todo dia. Andávamos um pouco e todos vinham juntos. Ela pegou um rádio e colocou uma música sua – não me lembro qual canção era – e ficaram cantando e dançando. Era algo muito bacana e despretencioso. Ela tinha algo feroz, parecia determinada. Nada a faria parar.
Depois que saímos ali do topo do prédio, andamos pelas redondezas e ficamos rindo e conversando. Eu ia fotografando ela em alguns momentos, como na frente de algumas lojas, ao lado de uns vizinhos, dá pra ver numa fotos aqui. Hoje em dia, quando fotografo, há uma equipe ao redor, como com ela. Naquele instante eram apenas nós.
Depois eu fiz mais alguns trabalhos com ela, como nas filmagens do “Vision Quest”. Ali Madonna já estava se tornando grande e cada vez mais sexy e eu a ajudaria ir a cada vez mais adiante devido ao trabalho que minha mãe tinha. Mas logo ela se tornou um foguete e seguiu para um novo passo. Foi quando ela começou a trabalhar com o fotógrafo Herb Ritts. Mas aquele período no início dos Anos 80 foi incrível. Eu estava fotografando também o Basquiat e Keith Haring e também foram pessoas importantes. Pessoas que fizeram a diferença. As energias eram diferentes e Madonna sempre foi o foco principal disso tudo.
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Para ver outras fotos exclusivas, visite o site OUT.com
A revista poderá ser encontrada no Brasil em bancas/livrarias que trabalham com material importado.
| Fonte: MOL |