A história de amor do Rei Edward (James D’Arcy) pela americana divorciada Wallis Simpson (Andrea Riseborough) é o fio condutor de W.E. – O Romance do Século (W.E., 2011), segundo filme da popstar Madonna como diretora. A cantora, que lança também seu novo disco MDNA neste mês, ficou encantada com o fato do Rei abdicar do trono inglês para poder se casar com uma plebeia, que também era divorciada. Para aumentar a dramaticidade da história, a diretora e também co-autora (junto com Alek Keshishian) resolveu narrar o filme sob a ótica de uma nova-iorquina, Wally Winthrop (Abbie Cornish), oprimida pelo marido, um psiquiatra premiado, e obcecada pela história da plebeia.
Apesar de todas as críticas negativas que o filme recebeu, W.E. é um bom drama de época e retrata fielmente a história de Wallis e Edward (W.E). A trilha, assinada por Abel Korzeniowski (de Direito de Amar), é arrebatadora, transformando o sentimento das duas mulheres a cada cena.
O longa-metragem, uma crítica visível ao machismo e ao casamento, traz uma mensagem presente em diversas músicas de Madonna. E na história, ela chega a ser contundente, criticando não só os homens (“homens são muito visuais”), mas também a mídia (“você não deveria se preocupar com as fofocas”).
Na direção de arte minuciosa e na preocupação em mostrar um espetáculo visual, semelhante a um editorial de moda, W.E. é parecido com a estreia do estilista Tom Ford, no filme Direito de Amar. Pelo apuro técnico, principalmente com a trilha e com a reconstituição de época, W.E. já vale o ingresso. A diretora aproveita também pra homenagear o seu filme de maior sucesso e repercussão, Evita (na cena dos guarda-chuvas), que inclusive lhe rendeu um Globo de Ouro de melhor atriz em 1997.
Por mais que a história possa ser um tanto feminista, o filme é uma história que continua fascinando o mundo. Afinal de contas, não é todo o dia que um rei abdica do trono por causa de um amor.
W.E. – O Romance do Século
Elenco – Abbie Cornish, Andrea Riseborough, James D’Arcy, Oscar Isaac e Richard Coyle.
Direção – Madonna.
Duração – 119.
Trailer Legendado de W.E.
Por Bruno Athayde
Eu particularmente achei a história da Wally contemporânea um pouco desnecessária e em momentos muito monótona. Totalmente dispensável, apesar das cenas mais impagáveis do filme terem sido protagonizadas pelo segurança russo.
Já tem uma semana que assisti ao filme em uma sessão praticamente vazia em Belo Horizonte e ainda não escrevi minha resenha ou publiquei algo mais detalhado em meu blog simplesmente porque ainda quero rever algumas partes ( seja nas cenas que saíram na NET picadas ou seja em algum versão baixada ) para ter uma opinião mais detalhada.
Fato: A fotografia, os figurinos e a trilha sonora encantam. Masterpiece só entra nos créditos finais, muito espertamente, para concorrer aos prêmios da temporada, o que deu certo, já que acabou levando o Globo de Ouro de Melhor Canção para desespero de Elton John. Como eu disse ao final da sessão: o filme não me surpreendeu, mas também não me decepcionou. Andrea rouba a cena e está muito bem caracterizada como a Wallis Simpson. Madonna está exposta no filme como diz o autor do texto, mas a história desses dois é tão rica que talvez tenha faltado um pouco de audácia em explorar alguns fatos desse romance, como o suposto envolvimento dos dois com o nazismo e seus frequentes encontros com Hitler. Certo, a ideia de Madonna não era fazer um filme político, e sim mostrar a história de amor entre os dois, mas demorou um pouco para engajar a ideia de que queria mostrar a versão de Simpson da história, de mostrar que não foi só o rei que abdicou de várias coisas, que ela também, como mostra a cena final dos dois já velhos, amarrados um ao outro para sempre.
Vale o ingresso sim, mas com ressalvas.