Madonna, crítica ferrenha do Presidente-eleito Donald Trump, está tentando amenizar as coisas após a posse na última sexta-feira (20). “Na verdade, ele está nos fazendo um grande favor, pois chegamos ao fundo do poço”, ela disse na quinta-feira. “Só temos a crescer, então o que faremos? Temos duas opções: destruição e criação. Eu escolho a criação”.
A cantora, vestida de preto e com uma camisa que dizia “Feminista”, conversou com o artista Marilyn Minter no Museu do Brooklyn sobre arte em uma época de protesto, dentre outras coisas, sob moderação da autora e poetisa Elizabeth Alexander, que se apresentou na primeira posse do Presidente Barack Obama.
Um vídeo do autor James Baldwin, uma inspiração para Madonna, foi apresentado antes da conversa, assim como o filme “Secret Revolution” dela em 2013, dedicado a pessoas que tiveram seus direitos negados.
Na véspera da posse de Trump, Madonna e Minter juraram liderar os protestos contra ele, inclusive comparecer à Marcha da Mulher em Washington. “Nunca me senti tão apavorada”, disse Minter. “A candidata mais qualificada foi derrotada pelo menos qualificado, e tudo por causa de misoginia”.
Madonna afirmou que, apesar de estar horrorizada pela vitória de Trump sobre Hillary Clinton, ela hoje acredita que foi algo necessário. “Realmente acredito que Trump foi eleito por um motivo: pra nos mostrar o quão preguiçosos, desunidos, desinteressados e ignorantes nos tornamos em nossa própria liberdade. Sinto que as pessoas se esqueceram do que estava escrito na Constituição”.
E continuou: “Sempre dizem que a escuridão vem antes da luz, e sinto que isso teve que acontecer pra unir as pessoas, então que comecemos a festa”.
Mas nem tudo foi sobre política. Madonna falou do início da carreira em Nova York, quando andava com artistas como Andy Warhol e Keith Haring, e como os filhos nem ligam pra carreira icônica dela. “Eles nem querem saber disso. Sempre falo pra eles que cada dia é uma pequena crucificação”.
Madonna também explicou o porquê de se considerar uma feminista: “Acredito que as mulheres têm o direito de serem tratadas com os mesmos direitos dos homens; mas sinto que ainda temos um longo caminho a percorrer”.
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