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BRIT AWARDS: Madonna tem que ser super-humana pra sobreviver a tanto abuso

madonna brit awards 2015 living for love

Madonna estava no Brit Awards, apresentando o poderoso single Living For Love, quando tudo aconteceu. “Leve-me aos Céus, deixe que eu caia… me elevou e me observou cair”.

Ela profetizou tudo, e assim aconteceu. Não foi um tropeço ou uma queda. Não foi engraçado; foi horrível e tão brutal que o público ficou em silêncio. Foi o tipo de acidente que quebra pescoços, danifica o cérebro e terroriza os sonhos dos dançarinos do Cirque Du Soleil. A capa Armani que Madonna usava ao se aproximar das escadas estava apertada demais e não saiu quando os dançarinos a puxaram. Ela foi puxada pelo pescoço e caiu de três degraus, aterrissando bruscamente no chão e não se moveu por um instante. Mas a cantora prosseguiu com a apresentação como se nada tivesse acontecido, apesar de ter perdido o microfone na queda. “Após a performance, uma multidão de membros da sua equipe correu aos bastidores para ajudá-la. Ela estava furiosa e saiu direto pro hotel”, diz uma fonte. “Vários estavam ajudando-a até chegar no hotel. Ela realmente está machucada, cheia de dores e se sentindo muito triste. Diz estar envergonhada e também desapontada”, complementa.

Assista ao vídeo:

Mas apesar disso, Madonna tentou parecer que está bem em seu Instagram para acalmar os fãs: “O Armani me enforcou! Minha linda capa foi amarrada muito apertada. Mas nada pode me parar e o amor realmente me levantou! Obrigado pelas boas mensagens! Eu estou bem!” Ela agradeceu ao apoio e também informou que estava bem.

De casa, o coração de todos parou. Isso é todo o necessário pra matar uma Rainha?

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Crítica: Chamar Madonna de relevante virou seu maior elogio

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Falar de Madonna à mesa de jantar a fará parecer ridícula. “Relevante” parece ser o último elogio que as pessoas têm dado a ela ultimamente. O crítico comum a elogiará pelo que ela costumava ser, mas vai desdenhar por ela permanecer na cultura Pop. As razões deste desprezo rondam os 56 anos dela e a crença de que ela está desesperada para continuar o que vem fazendo há mais de 30 anos.

Ironicamente, considerando a atitude aparente, há partes que querem novas músicas de Madonna no mundo antes delas estarem prontas. O lançamento do 13º álbum de estúdio Rebel Heart será lembrado pelos vazamentos prematuros. Mesmo antes do fim do ano passado, várias demos caíram na Internet, fazendo Madonna e equipe terminar seis faixas e disponibilizar imediatamente no iTunes. No fim, um israelita foi preso sob suspeita de invasão online, mas o álbum completo só apareceu neste mês.

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Grammy 2015: Madonna anos-luz de distância da verdadeira idade

The 57th Annual GRAMMY Awards - By Lionel Hahn

O “semancol” de Madonna com sua idade é implacável e constante, como um esporte. Mas por quê alguém deveria agir conforme a idade em termos de figurino?

Tirando a pegadinha de Kanye West com o cantor Beck, vencedor do prêmio “Álbum do Ano” no Grammy, valeu a pena assistir à cerimônia para vermos Madonna. Ela chegou cheia de estilo, vestindo algo bastante justo, extremamente curto, e sapatos impressionantes. Nenhuma surpresa até aí, num figurino à la Matadora. Ela ostentou um novo espartilho, com orgulhosos e protuberantes seios, e pernas em uma meia-arrastão atrevida. Ao primeiro olhar, a maioria das pessoas achou: “Belo chapéu”, e todos voltaram aos seus lugares.

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Daí, ela mostrou o bumbum. Para os paparazzi. Claro que ele não estava coberto por um par de calcinhas de algodão confortável como a maioria das mulheres usaria. O bumbum estava nu, coberto apenas por um tipo de suporte atlético. A gloriosa Madonna. A gloriosa e cinquentona Madonna, que se recusa a agir conforme a idade.

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Madonna poderia ensinar Mariah Carey a cantar

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Madonna nunca levou crédito como uma vocalista de verdade, mas o áudio dela no Grammy mostra um grande poder vocal. É bem interessante o fato de Madonna ter escolhido cantar junto com a base pré-gravada no Grammy. Ela provavelmente precisa de mais confiança no talento vocal.

Os vocais de Madonna são um sucesso ou um desastre em apresentações de televisão. Entretanto, quando ela faz direito, Madonna zoa de todos que dizem que ela não canta bem. O site NewNowNext resume a boa cantora que Madonna se tornou: “Ela vem detonando na indústria da música desde o álbum de estreia em 1982, e, mais de 30 anos depois, no Grammy desse ano, ela provou seu valor ao abençoar uma plateia internacional com uma das maiores performances na história”.

Madonna é uma das poucas artistas cuja voz melhorou com a idade. O mesmo não pode ser dito sobre Mariah Carey, que sempre foi considerada uma melhor vocalista do que Madonna. Quando os vocais isolados de Mariah foram lançados em um recente especial de Natal, ela foi crucificada pela mídia. A revista Us Magazine descreveu a vergonha que Mariah Carey se tornou: “Para o Natal, Mariah deveria ter descansado a voz. A Elusive Chanteuse apresentou o amado clássico natalino All I Want For Christmas Is You em Nova York. Porém, os vocais mostraram o quanto a diva Pop lutou pra atingir os famosos agudos”.

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Não mande Madonna parar!

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Nesta semana, os Céus se abriram e nos deram um novo clipe da Madonna através do Snapchat. Na última década, vimos a cantora da forma mais efêmera e boba. Apesar de momentos de grandeza inegável (lembram-se da apresentação no Superbowl?) e relativo sucesso comercial, os álbuns Hard Candy e MDNA foram considerados fracos não apenas pelos críticos, mas também pelos mais ardorosos fãs.

Não dá pra negar que são grandes álbuns. O enorme sucesso de Blurred Lines prova que, por mais ínfimos que sejam, as batidas e ondas de Hard Candy chegaram cinco anos mais cedo. Mas a “hora certa”, assim como o vazamento de Rebel Heart, nem sempre esteve do lado da Rainha.

É isto que faz o lançamento do clipe ser um sucesso estrondoso. Desde Confessions On A Dancefloor, as rádios ignoram as músicas de Madonna – não importa o quão bem-sucedido ou inovador um álbum ou turnê seja, ela foi isolada como algo diferente, algo inferior ao produto “comercial”. Para ela, ter sido rebaixada a esta fase de “legado” seria menos insultante se ela fizesse música merecedora de estar neste “legado”, mas não foi o que aconteceu. Ou não exatamente.

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Madonna: uma rebelde criticada e coagida – Liz Smith

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“Na verdade, o público odeia reconhecer o que lhe é familiar. Todos odeiam serem perturbados e se chocam com surpresas. O pior que pode acontecer a uma peça de arte é não ter culpa de nada, não obrigando o autor a tomar uma atitude de oposição”.

Esta frase é do cineasta, artista, designer e dramaturgo Jean Cocteau, de 1923, que pode ser associada à última controvérsia de Madonna. A capa do novo álbum, Rebel Heart, cujas faixas demo foram roubadas e lançadas na internet, mostra Madonna com cordas pelo rosto, enfatizando sua própria visão de “rebelde”, que tem sido limitada e depreciada. Ela já o fizera, de maneira mais persuasiva, no clipe de Human Nature, alguns anos atrás.

Os fãs, então, montaram imagens “rebeldes” pessoais, enviando fotos de Martin Luther King e Nelson Mandela com cordas nos rostos. Madonna postou os trabalhos e, imediatamente, foi acusada de racismo e, claro, egomania, atrevendo-se a se comparar a King e Mandela.

Madonna é muita coisa, mas racista não, com certeza. Ela já namorou homens afroamericanos e latinos, além de adotar duas crianças africanas do Malawi, David e Mercy. A propósito, filhos esses com quem ela não desfila como “acessórios”, como os críticos insistem que ela fez, à época das adoções.

Egomaníaca? Digamos que ela tem um ego enorme, misturado com um sentimento de vitimização. Tudo isso a faz ser parecida com qualquer outro grande astro. Ela também é surpreendentemente vulnerável, mas apenas com quem a conhece intimamente. E neste mundo de postagens desesperadas no Facebook, Instagram ou Twitter, Madonna tem o mesmo cuidado que centenas de outras pessoas famosas e milhões de cidadãos comuns. Ela já teve que se pronunciar frente a falsos ataques dos críticos, se desculpar por quaisquer ofensas, desmentir acusações de racismo e negar qualquer tipo de comparação com King ou Mandela.

Outros astros que já foram “amarrados” por Madonna incluem a Princesa Diana, Marilyn Monroe, Bob Marley e Jesus. Todos eles, segundo ela, lutaram de verdade, nadando contra a maré.

Alguns fãs de Madonna gostariam que ela confinasse as expressões artísticas no estúdio. Mas por quê? As seis canções que ela foi forçada a lançar, frente ao material roubado, chegaram ao topo do iTunes em 40 países. Ela conseguiu pegar os limões e fazer uma limonada.

Quanto às canções, três delas são realmente lindas e lembram muito a Madonna dos anos 80 e 90 (Ghosttown é emocionante). As outras três são dançantes e com batidas Techno. Mais faixas virão em março.

Madonna deveria ignorar esse tema de auto-referências. Uma das novas faixas se chama Bitch, I’m Madonna. Todos sabem disso, ninguém irá esquecê-la. (Liz Smith)

“Madonna desespero, aposta triunfos passados apenas para parecer atual”, ataca jornal

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Martin Luther King Jr

Madonna pediu desculpas em suas redes sociais depois que ela postou fotos em seu Instagram de Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, que foram alterados para se parecer com sua própria imagem em seu novo álbum, a ser lançado em março.

Madonna foi acusada por seguidores e por alguns veículos da imprensa internacional de racismo e de possuir uma autoestima mais do que elevada ao se comparar com as figuras, que marcaram a história por sua luta pela igualdade de direitos entre negros e brancos. “São de mau gosto por diversos motivos. O mais óbvio é Martin Luther King, que com certeza não fez seu discurso de ‘eu tenho um sonho’ para ajudar uma mulher branca e rica a vender discos meio século depois”, diz um trecho do texto publicado pelo site da revista americana Entertainment Weekly.”

Já o Washington Post foi mais fundo: “Madonna vem lutando para se manter atualizada, trabalhando com produtores que permanecem jovens enquanto ela envelhece, vergonhosamente apresentando referências a drogas e apelando ao público da dance music, que ela nem deveria ter que agradar, e, basicamente, desperdiçando um frescor de décadas em troca de manter sua marca pessoal. As tentativas mais ofensivas de manter a relevância estão nas redes sociais dela. Lá, os erros mais frequentes são o que esperamos ver no Instagram de qualquer mãe de meia idade, como fotos com montagens ruins no Photoshop e fotos engraçadas que já foram postadas em vários sites, ou fingir ser bacana com gírias passadas. A maior parte disso é desespero, como se apostasse triunfos passados apenas para parecer “na moda” – por que fazer referência a Warhol e Haring em comerciais pro disco novo montados no Photoshop, uma vez que ambos já trabalharam com Madonna no passado? Apesar disso, hoje em dia, ela decidiu se esforçar mais com uma série de postagens com fotos (mais uma vez) editadas de revolucionários políticos mortos para cobrir os semblantes deles com os fios enrolados ao redor do rosto dela na capa do novo álbum Rebel Heart. É repugnante em vários níveis. O óbvio é que Martin Luther King, Jr. não apresentou seu discurso “Eu Tenho Um Sonho” para promover o disco de uma branca rica meio século depois. E o fato dela usar as imagens de três das mais influentes figuras na moderna luta pelos direitos dos negros – King, Nelson Mandela e Bob Marley –, enquanto a América luta pra considerar sua história de racismo sistemático é algo perplexo, pra dizer o mínimo,” atacou ofensivamente o jornal.

“No entanto, o ponto mais decepcionante da mini-campanha dela é o tom nada original. Anunciantes têm usado King há tanto tempo que o conceito se tornou um clichê. A campanha Think Different, da Apple, que tem sido ecoada pelos tuítes de Madonna, já usou Mandela.”

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Nelson Mandela, ex-Presidente da África do Sul

Em um comunicado em sua página oficial do Facebook, Madonna explicou: “Eu sinto muito. Eu não estou me comparando a ninguém. Estou admirando e reconhecendo que eles também eram corações rebeldes (Rebel Hearts). Isto não é um crime, um insulto ou racismo”.

A capa do novo álbum de Madonna trás a rainha do pop em close-up com cortas pretas, o que acabou tornando-se um viral, com inúmeros memes na internet com fotos de outros artistas e de de fãs.

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Bob Marley

Continuando, na pressa, Madonna continuou em um post cheios de erros de ortografia (corretor ortográfico (talvez, um saco): “– Fiz a mesma coisa com Michael jaclson (ela se referia ao cantor Michael Jackson), frida khalo (Frida Kahlo) e marilyn monroe… Estou dizendo que sou como eles? Não. Estou dizendo que eles também são corações rebeldes. Espero fazer um dia um centésimo do que eles fizeram. Eu apenas compartilhei estas fotos enviadas por fãs, mas eles, tampouco, são racistas. Pode me colocar na mesma categoria, agradeço.

Madonna, você continua sexy!

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Quando Madonna começa a botar os peitos de fora, todos clamam: “Pense nas crianças!”. Obviamente, os seios têm algo especial. Eles estão à mostra em toda grande galeria de arte do planeta. Há toda uma lingerie global e multimilionária dedicada a eles. E ainda possuem mais apelidos do que até a Polícia. É claro que tem algo aí que faz o mundo fofocar!

Sendo assim, as fotos de Madonna exibindo os seios causaram muita falação. Como qualquer artista, poeta ou bêbado tagarela desde os primórdios, nos sentimos atraídos por um busto generoso.

As respostas são as mais variadas. Alguém comparou a cor dos mamilos dela a um homus de tomate seco. Mas a resposta mais comum foi um suspiro: “Oh, pelo amor de Deus, tira isso daí. Você tem 56 anos de idade, e 4 filhos!”. Tal crítica apenas mostra como a proibição de uma mulher mais velha ser sexy é grande.

Madonna é uma mulher impetuosa e obstinada, que sabe exatamente o que faz. A modelo Kristina Pimenova, de 9 anos, talvez não entenda o desenrolar de sua carreira. Porém, Madge já fez, já viveu e usou o sutiã em formato de cone. Ela entende, o que sugere total consciência sobre cada decisão na carreira. E mais, sugere que ela possui total controle e que ela fará o que quiser. Não é difícil entender que ela gosta de seduzir em fotografias.

No fim das contas, vivemos em uma sociedade visual. Estamos rodeados por imagens de mulheres sensuais. Para a sociedade, ser vista em uma bela foto é uma forma de afirmar sua própria atração (quem aí não conta as curtidas no Facebook?). Portanto, sim, algumas mulheres serão duramente criticadas por fotografarem como deusas ardentes. Mas as pessoas deveriam aceitar isso. O mundo é liberal.

Desde a reforma da lei homossexual em 1986, o jornal neozelandês NZ tem evitado o moralismo. Contanto que esteja previsto em lei, faça o que quiser em seu quarto. Assim, não deveria ser um problema ver as mulheres se satisfazendo ao posarem para fotos quentes.

De volta a Madonna, ela está sendo duramente criticada. Beleza. Kim Kardashian fez o mesmo. Qual a diferença entre elas? A reação do público!

Quando Kim tira tudo e usa apenas um colar de pérolas e se cobre em gordura de ganso, todos clamam: “Que delícia!”. A reação a ela é sempre temperada por comentários sobre o quão atraente, destemida e corajosa ela é. No entanto, quando Madonna começa a botar os peitos de fora, todos clamam: “Pense nas crianças!”.

Ela é mãe, assim como Kim. Ela é atraente, assim como Kim. Ela tira fotos provocantes, assim como Kim. Mas enquanto confirmamos toda a sensualidade de Kim, negamos a de Madonna. Mas não foi sempre assim.

O que mudou? Ela envelheceu. Ela continua atraente, mas nossas reações começaram a ignorar este fato, o que comprova que é difícil admitir que pessoas mais velhas são sensuais. E mais, conforme ia envelhecendo, ela se recusou a diminuir o sex appeal. Isto a tornou “irresponsável”.

Por que as mulheres mais velhas não podem ser sexy e responsáveis? Celebrar seus lindos seios não faz de você uma louca que sai por aí jogando comida em crianças e se exibindo pros vizinhos. Portanto, mostre os seios, Madonna. Enlouqueça! (NZ Herald)

Madonna, ainda revelante para a moda Versace? Sim!

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Sentada na ponta da cadeira, olhando atentamente para a câmera, ela parece feroz, pronta para matar. Ela é Madonna, santificada em uma nova campanha de publicidade da coleção primavera/verão 2015 de Donatella Versace. Magra e ligeiramente ameaçadora, ela aparenta, pelo menos nas lentes dos fotógrafos de moda Mert Alas e Marcus Piggott, a imagem sinceramente agressiva.

“Ela é tudo isso e mais”, como diz a Srta. Versace, cuja colaboração com a cantora (um catálogo de 12 páginas a ser lançado na próxima primavera americana, em revistas como Vanity Fair e nas edições americana, francesa e italiana de Vogue) é a mais recente expressão do tema.

“Madonna afirma como ninguém: ela não se arrepende de nada”, disse a Srta. Versace. “Ela é autêntica, um modelo que mostra a outras mulheres como fazer o que quiserem e como conseguirem tudo o que quiserem, fazendo tudo para elas mesmas, sem se comprometerem”.

Nos novos anúncios, Madonna parece ter gentilmente seguido o caminho de manequins Versace passados, dentre os quais estão Amber Valletta, Christina Aguilera e, talvez a mais vibrante, Lady Gaga. Todas com uma imagem firme e cabelos loiros partidos ao meio – uma homenagem evidente à magra, porém torneada e exibida Srta. Versace.

Poucas interpretaram o papel de forma tão persuasiva como Lady Gaga. Atada em tecidos de chifon lavanda e bronzeada, ela posou neste ano para a campanha primavera/verão 2014 como uma Donatella idealizada, uma forma, talvez, de trazer de volta a admiração de fã da estilista.

A Srta. Versace, no fim das contas, vestiu a cantora no clipe de The Edge Of Glory e na turnê Born This Way. E, no ano passado, Lady Gaga devolveu o elogio com Donatella, faixa do álbum Artpop, na qual ela canta: “Ela é tão magra. Ela é tão rica e tão loira. Ela é tão fabulosa…e vai além…”.

Ela poderia muito bem estar descrevendo Madonna, sobre a qual ela discutivelmente moldou sua carreira. Mesmo assim, o último ato de Madonna (que também inclui uma aparição na capa da edição mais recente da revista Interview) levanta questionamentos a respeito de sua própria relevância para uma geração de compradores de luxo, talvez mais antenados ao estilo de Lady Gaga, Rihanna ou, por assim dizer, Taylor Swift.

No entanto, para algumas pessoas, Madonna sempre foi muito relevante. “Uma vez atingido o status de ícone, não se trata mais de ser relevante”, afirmou Lisa Mirchin, consultora de propaganda. “Marilyn Monroe ou Audrey Hepburn são relevantes? Creio que sim”.

A Srta. Mirchin, fundadora da GlamBrand, uma agência especializada em moda e beleza, também disse: “Madonna não envelhece, assim como a moda. As mulheres se vestem sem pensar em idade agora. A variação pode ir dos 20 ao ponto que a natureza e a Física permitirem”.

Mais do que eterna, a moda permanece, das especulações à inovação, uma indústria decididamente conservadora. Parafraseando uma teoria avançada de Tina Brown sobre sua estabilidade como editora da revista Vanity Fair, Vanessa Friedman, a diretora de moda do The New York Times, escreveu em uma coluna em agosto que o momento de apresentar uma estória de celebridade é “logo após o topo: logo após a pessoa ter se tornado famosa o suficiente para ser imediatamente reconhecida pelo público em geral”. A realidade, segundo a Srta. Friedman, é que “a moda gosta de fazer o que sabe que funciona, ou seja: o que vende. Ou, pelo menos, o que fora comprovado antes”.

Por ter compartilhado momentos com a estilista, Madonna cumpre o requisito. A Srta. Versace escalou a cantora pela primeira vez em uma campanha de 1995, com fotografia de Steven Meisel, que clicou Vossa Senhoria em preto e branco com um grande cachorro.

Após uma década, Mario Testino retratou o ídolo pop em um cenário de 1960, escondida em trajes relativos a uma socialite bem-intencionada. Vestindo uma camisa estampada e uma saia comportada sob medida, ela posou distraída, digitando e arrumando correspondências.

E, agora, a performer mutável, que já incorporou moda, e também Versace, na arte performática astuta, posa como uma predadora sexual, usando um vestido de couro preto e uma bolsa Palazzo da mesma cor. “É Versace”, disse a estilista, “mas com novos e poderosos ares e atitudes”.

“Quando Madonna me chamou no cenário, ela me perguntou: ‘Qual personagem você quer que eu interprete?’”, lembrou a Srta. Versace, que respondeu: “Quero que você seja Madonna, si mesma’, e ela riu de mim”.

A nova campanha com Madonna será a quarta parceria dos dois. No passado, ela foi “o rosto” de Versace em:

– Campanha Primavera/Verão 1995, dirigida por Steven Meisel;
– Campanha Outono/Inverno 1995, por Mario Testino e;
– Campanha Outono/Inverno 2005, por Mario Testino novamente.

(NY Times)

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Fotos de Madonna com seios de fora são triunfo a todas as mulheres

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Madonna, a Rainha do Pop, posou com os seios de fora para uma revista de moda aos (chocantes) 56 anos de idade. A atriz Claire Cohen aprovou a decisão e explicou por que as fotos são uma afirmação poderosa a todas as mulheres.

Primeiro, foram os seios de Keira Knightley. Depois, o bumbum de Kim Kardashian. E agora? Os mamilos de Madonna. Não há como negar. As últimas semanas foram repletas de nudez de celebridades. E nem estou me referindo àquele reality show na selva.

Ontem, foi noticiado que a Rainha do Pop posou, com os seios de fora, para a edição de dezembro da revista Interview. Usando um bustiê e luvas de couro, ela se reclina em uma almofada de cetim, com a mão na testa e os seios nus.

O estilo é romântico – muito diferente da foto em preto e branco de Keira (que apareceu na mesma revista em setembro), na qual ela desviava o olhar da câmera, com as mãos nos quadris.

Naquela época, eu defendi o direito de Knightley de ser fotografada com os seios de fora. Foi, como eu afirmei, um direito de uma mulher que fora criticada por ter seu modesto decote melhorado digitalmente em pôsteres de filme. Lá estava ela, em sua glória natural. Os críticos não concordaram. Quem, bradaram eles, queria ver as atrizes “fritando ovos”? Alguns comentaristas indelicados se referiram à aparição dela no filme Piratas do Caribe – O Baú da Morte.

Agora, semanas depois, Madonna está sob fogo cruzado por cometer a mesma ofensa. Como ela se atreve? Aos 56 anos, nenhum a menos. Aposto que você não lerá uma notícia hoje que não mencione a idade dela. “Ela ainda manda ver!”, alguns já vibraram.
A decisão de Madonna de posar com os seios nus nada tem a ver com ela exibir seu decote sem rugas – nem ao menos com provocações masculinas. Ela é uma mulher mais velha e poderosa? Sim. Mas, pra mim, está bem claro que ela não está querendo provar que “ainda é gostosa” aos 50 anos.

A idade dela é apenas um aliado. É um motivo fácil para os críticos esbravejarem sem, superficialmente, serem sexistas. Sempre há algo escondido, não é? Há sempre uma razão para o corpo de uma mulher não estar “apropriado”. Seios muito pequenos à la Knightley? Não, obrigada. Uma popstar de meia-idade? Em que diabos ela estava pensando?

Claro, nudez não é algo novo para Madonna. Francamente, ela vem tirando a roupa por décadas. A decisão de posar para a revista Interview e, então, menos surpreendente do que o ensaio de Keira. Mas não menos poderosa. Eis uma mulher ainda no topo da indústria, após quase 40 anos. Ela já sobreviveu a inúmeras tendências musicais e conseguiu se manter relevante. Por que ela não deveria postar com os seios à mostra? Afinal, foi ela quem começou isso tudo!

De fato, apenas algumas semanas atrás, Madonna postou uma foto de si mesma em topless censurada direto dos anos 90, em resposta às fotos nuas de Kim Kardashian na revista Paper. “É confuso”, ela escreveu. “Mamilos são proibidos e provocativos, mas exibir a bunda não é. #perplexa”. Eis um sinal claro de que Madonna sabia que seu último ensaio fotográfico seria chocante. Fala sério, segundo ela, fotos de mulheres com os seios nus sempre foram.

Podemos até estar acostumados a ver fotos de modelos com a barriga chapada em revistas de moda (pensem em Kate Moss na praia ou nos bastidores de um desfile). Mas o corpo de uma modelo é uma mercadoria – é o veículo usado para vender produtos. Para estrelas como Madonna e Knightley, a situação é diferente. Elas vendem a própria imagem, não a de outra pessoa. Optar por exibir os seios é uma afirmação feminina, não um requisito. Elas estão dizendo: “Aqui estou. Aceitem-me ou deixem-me ir”.

Claro, Madonna e Knightley possuem corpos excepcionais, comparados a nós, mortais. Mas o fato permanece. Quando fica muito “real”, nós simplesmente não aguentamos. É inegável que haja um elemento de desejo no meio disso tudo. Knightley foi criticada por ser “nem tão feminina”. Seios pequenos não são tradicionalmente vistos como objeto de desejo. Nem ao menos os seios de uma mulher mais velha.

Portanto, não é uma bênção o fato de termos estas mulheres fortes, famosas e corajosas para transformar pensamentos irreais e nos mostrar que o corpo feminino vem em muitas formas?

Madonna paira sob o aspecto do que uma mulher nua “deva” aparentar. Ela controla a própria imagem, como sempre fez. Sua atitude? Só porque ela tem mais de 50 anos, por que ela deveria esconder tudo?

A jaqueta rosa que exibe seus seios na foto diz tudo: “Não estou pronta para me abotoar como uma senhora de idade. Obrigada assim mesmo”.

Devemos todos aplaudi-la por isso (de preferência, usando luvas de PVC). (The Telegraph)