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Madonna dedica Human Nature a jovem paquistanesa baleada pelo Talibã

Madonna

O atentado a tiros contra a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai, conhecida por seu trabalho em prol da educação feminina, continua a gerar uma corrente de solidariedade ao redor do mundo. Na noite de quarta-feira (10), no show do MDNA Tour em Los Angeles, foi a vez de Madonna, que dedicou a música “Human Nature” à garota de 14 anos, baleada na cabeça e no pescoço em uma ação do Talibã na terça-feira (9):

“Isso me fez chorar. A menina de 14 anos que escrevia um blog sobre como era ir à escola. O Talibã parou seu ônibus e atirou nela. Vocês têm ideia de quão doentio é isso? Apoiem a educação, apoiem as mulheres,” disse Madonna ao público do Staples Center, em Los Angeles, antes de começar “Human Nature”, cujos versos defendem a livre expressão. “Uma das coisas que tenho percebido durante minhas viagens é o quão sortudo nós americanos somos. Somos um país imperfeito, com um governo também imperfeito, mas posso te dizer, eu estive na Ucrânia e na Rússia… Preciso lembrá-los que as integrantes do Pussy Riot ainda estão presas? Em São Petersburgo, 75 homens foram presos por serem gays… Essa canção é para você, Malala!”

Nesta quinta-feira (11), Malala foi transferida de um hospital na cidade de Peshawar para um centro médico militar em Rawalpindi, mais distante da área de influência do Talibã. A jovem foi baleada quando voltava da escola. Na quarta, a bala que perfurou sua cabeça foi removida. Hoje, os médicos que tratam da ativista informaram que ela movimentou braços e pernas na noite passada. Outras duas meninas foram atingidas no ataque de terça-feira. Uma está fora de perigo, enquanto a outra continua em condições críticas.

– Rezem por ela – pediu o tio de Malala, Faiz Mohammad, quando a sobrinha deixava o hospital de Peshawar rumo a Rawalpindi.

Dentro e fora do Paquistão, continuam as manifestações contrárias ao ataque contra Malala, que ganhou notoriedade em 2009, com o blog no qual relatava o cotidiano de uma estudante diante das restrições impostas pelo Talibã. Nesta quinta, foi a vez do ex-premier britânico Gordon Brown, hoje enviado especial da ONU para a educação global, que visitará o Paquistão no mês que vem:

“Pedi ao presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, para que o sofrimento de Malala não seja em vão. (…) Agora que o nome dela ficou conhecido em todo o mundo, espero que o atentado contra ela leve a muito mais que uma simples retórica sobre mudanças”, escreveu Brown em artigo publicado em sites como o Huffington Post.

Ao mesmo tempo, clérigos muçulmanos do Conselho Sunita Ittehad emitiram uma fatwa (lei islâmica) no qual dizem que o ataque do Talibã contra Malala atende a uma interpretação incorreta do Islã – em comunicado, o grupo fundamentalista justificou o ataque dizendo que Malala era uma militante pró-Ocidente e “símbolo dos infiéis”. Em Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão, diversas entidades civis organizaram vigílias por Malala. Na capital, Islamabad, senadores de espectros políticos opostos condenaram o ataque contra a jovem, mas aproveitaram a comoção despertada pelo crime para culpar seus respectivos adversários por suas políticas de segurança.

Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o presidente americano, Barack Obama; sua secretária de Estado, Hillary Clinton; e várias lideranças políticas paquistanesas divulgaram mensagens de repúdio ao atentado contra Malala.

Madonna MDNA TOUR Billboard Boxscore (03/10) – ESGOTADO

Madonna

A revista Billboard divulgou nesta quarta-feira, 3, mais um boxscore da nova tour de Madonna, MDNA Tour. Tudo esgotado.

MDNA World Tour 2012
Shows: 49
Público: 1.326.111
Rentabilidade: $ 172.403.622

Aug. 28, 2012
Philadelphia, Pa. – Wells Fargo Center
$2,651,855
15,741 / 15,741 (SOLD OUT)

Aug. 30, 2012
Montreal, Quebec – Bell Centre
$3,457,482
16,918 / 16,918 (SOLD OUT)

Sept. 1, 2012
Quebec City, Quebec – Plains of Abraham
$8,098,292
70,569 / 70,569 (SOLD OUT)

Sept. 4, 2012
Boston, Mass. – TD Garden
$2,450,720
13,995 / 13,995 (SOLD OUT)

Sept. 6-8, 2012
Bronx, N.Y. – Yankee Stadium
$12,599,540
79,775 / 79,775 (SOLD OUT)

Sept. 10, 2012
Ottawa, Ontario – Scotiabank Place
$2,371,994
14,422 / 14,422 (SOLD OUT)

Sept. 12-13, 2012
Toronto, Ontario – Air Canada Centre
$7,458,188
32,557 / 32,557 (SOLD OUT)

Sept. 15, 2012
Atlantic City, N.J. – Atlantic City Boardwalk Hall
$2,891,340
12,207 / 12,207 (SOLD OUT)

Sept. 19-20, 2012
Chicago, Ill. – United Center
$5,102,880
28,143 / 28,143 (SOLD OUT)

Sept. 23-24, 2012
Washington, D.C. – Verizon Center
$4,860,428
27,944 / 27,944 (SOLD OUT)

Sept. 29-30, 2012
Vancouver, British Columbia – Rogers Arena
$4,758,994
28,500 / 28,500 (SOLD OUT)

Madonna entrega uma alta dosagem de MDNA na Key Arena em Seattle

Por Gregory Franklin, para o Seattle Weakly

Madonna

Descrever a atual turnê de Madonna em um amontoado de palavras é mais ou menos como ser solicitado para descrever a história da sua vida em detalhes para um estranho. Existem tantos momentos de minúcias e detalhes maravilhosos que acabarão tendo que ser explicados em uma recapitulação posterior que a tentativa é, desde o início, inútil. O set de 135 minutos de Madonna foi uma aula master em “Arte da Apresentação Profissional”, e não houve um segundo sequer dele onde não nos sentíssemos envolvidos por inteiro, direcionando nossa atenção aos tais detalhes meticulosos, me parece trágico dar um parecer geral dos mesmos. Com isto em mente, aqui vou eu, tentar explicar o que vi nesses 135 minutos que passei na Key Arena na última terça-feira (2 de outubro) a noite.

Madonna sempre foi uma agregadora intensa de cultura pop. Algumas a chamariam de criadora de tendências ou de pioneira; outros diriam que ela usa a cultura como um figurino. Independente de qual lado da cerca você se encontre, é impossível negar sua imensa influência, e ver tudo isso em uma experiência concentrada e ininterrupta foi intensamente inspirador e simultaneamente chocante. Jogue tudo que você sabe/sente sobre religiões, espiritualidade, sexualidade, política, moda, amor, medo e a condição humana em geral dentro de um liquidificador, junto com um iPod bem estocado e você terá uma boa ideia da história caótica que Madonna está tentando contar em sua MDNA tour.

Isso não quer dizer que o caos não é bem-vindo ou não é planejado. Chegar perto de uma arena de shows é muito parecido a ir às festividades do 4 de julho; se tudo for feito de maneira correta, será algo alto, brilhante e você se encontrará processando tudo aquilo por um bom tempo. Você está ali para o espetáculo, para o bombástico, pela oportunidade de ver algo maior que a vida, e tudo que diz respeito a MDNA tour tem a obstinação de preencher todo o seu periférico até o ponto de ter seu processador sobrecarregado, derretido.

O show já começou de maneira suficientemente bela, com monges moicanos entoando uma melodia assombrosa (enquanto gárgulas aladas tomam suas posições em cubos de LED que sobem e descem do gigantesco palco) e um turibulo fumegante gigante balança, espalhando incenso pela multidão. Estamos sendo abençoados ou perdoados? Telas de vídeo aparecem ao fundo, mostrando uma enorme cruz adornada com o MDNA e o fundo de uma catedral antiga, cuja natureza sombria, rica e pontiagudaparece ter saído de alguma peça de Alexander McQueen. Por trás das telas, as luzes são posicionadas de forma a parecer que raios de sol vazam por entre as frestas. Madonna entra na arena, rezando, antes que os vidros jateados das telas ao seu redor se quebrem de maneira alta e dramática, espalhando-se pelo chão e oficialmente dando início ao espetáculo. Nunca querendo se esquivar de suas controvérsas, Madonna pula da sala de oração vestida com uma burca e segurando uma metralhadora. A sutileza tira folga quando Madonna está na cidade.

Apesar do repertório ter sido moldado para o material mais recente, o álbum MDNA, mais do que alguns fãs gostariam, foi difícil pelo menos se preocupar em ouvir as músicas favoritas quando cada segundo deste mesmo repertório foi visualmente impactante. Em “Revolver”, Madonna nos lembrou de seu contínuo gosto por chocar. Aparecendo no cenário de um motel sujo em “Gang Bang”, vários intrusos (dançarinos arrepiantemente coreografados) se arrastam para seu quarto para encontrarem a morte horrenda pela pistola de Madonna e ela rindo satisfatoriamente enquanto as gigantes telas de LED que preenchem o fundo do palco são preenchidas com um vermelho sangue vivo. Uma dica bastante saudável das menções a cerca de Quentin Tarantino, assim como um lembrete que esta não seria uma viagem rápida pela Candy Land.

Dito isso, vale dizer que Madonna não foi destrutiva o tempo todo. Em “Express Yourself”, Madonna estava estonteantemente doce. Entrando com sua tropa e com algumas projeções fantásticas inspiradas na arte gráfica pop de Roy Lichtenstein, que ficam pipocando e girando o tempo todo, Madonna parecia que estava entregando o bastão para qualquer atual ou futura cantora pop para ao menos TENTAR ser ela. Uma banda de desfile entra no meio da música, com um exército de bateristas suspensos por fios por cima do placo, flutuando por sobre a multidão, tocando como se fosse uma coisa absolutamente normal estar a 100 pés do chão. Não é grande coisa, certo? Tudo isso para ser sutilmente danado, pois Madonna coloca “Born this Way” de Lady Gaga no meio de “Express Yourself” (elas são basicamente a mesma canção) no que pareceu algo como um cumprimento amigável para Gaga, até que ela termina a canção com um desafiante “She´s Not Me” (ela não sou eu – faixa do álbum anterior, “Hard Candy”, de 2008)

A narrativa do show foi solta e dispersa, com Madonna ascendendo do inferno ao céu, passando por uma chuva de cápsulas de projéteis, indo de canções antigas (“Open your Heart” com o trio Basco Kalakan nos vocais na percussão e mostrando seu próprio filho de 12 anos Rocco Ritchie como dançarino) da lenta e tocante canção de amor “Masterpiece”, antes de se jogar ao desfile art-deco de “Vogue” e à orgia andrógena e contorcionista de “Candy Shop”.

Até mesmo os clássicos de Madonna foram refeitos, com “Like a Virgin” se tornando uma esparça e lenta peça acompanhada pelo piano, virando a música de uma celebração ao relacionamento para uma desesperada e piedosa balada sobre uma indestrutível co-dependência. Junto com algum dos momentos mais sombrios, os segmentos criativos dos dançarinos (obviamente de certa forma inspirados pelos Jabbawockeez ) foram mais do mesmo, mas mais focados em elementos de auto piedade; “Erotica” teve uma trupe de aterrorizantes palhaços em volta do filme noir da cobertura de Madonna, e os gráficos pop de “Nobody Knows Me” remeteram às armadilhas da fama, como também fizeram um tocante tributo à crianças que (presumidamente) morreram devido a atos de bullying.

A sequencia de “I´m a Sinner” e “Like a Prayer” mostraram a Madonna clássica no seu melhor, mandando lembranças ao misticismo ocidental dos Beatles enquanto abraça a vida selvagem e convidando depois um coral de 35 membros para o palco para uma grande e celestial apresentação. Foi hilário (se não um pouco já esperado) continuar seu papel, mostrando sua atuação 2012, estando confortável em sua própria pele, versus a sua luta nos anos 80 com sua culpa católica. Ao invés de uma ascensão literal ao céu, Madonna ascende para um clube de dança inspirado em Tron para “Celebration”, trazendo uma tropa de dançarinos inspirados em DJs e transformando a Key Arena em uma pulsante nave espacial pronta para entrar em órbita. Espero que eles tenham caixas eletrônicos no espaço, porque algo me diz que viajar com Madonna não vai ser nada barato.

NOTA: Se suas interações gentis com a audiência servem de indicação, seus tempos de sotaque britânico falso parecem ter chegado ao fim. Ela também cantou (ao vivo) a maior parte do show. Ela se desculpou por sua garganta arranhada (culpando Vancouver e sua imensa nuvem de fumaça de maconha na noite anterior) e fez um trabalho admirável sendo uma líder de gang e cantora. Claro, houve alguma nota falha aqui ou ali, mas eu me sinto melhor sabendo que uma pessoa (e não uma faixa pre-gravada) está manejando o microfone nos shows de Madonna.

NOTA 2: Por mais que eu queira fazer piadas a respeito dos braços de Madonna (os famosos “scaryarms” em inglês – Nota do Tradutor) e não as tenho. A mulher estava absolutamente incrível.

Setlist do show:
Gregorian Chant Intro
Girl Gone Wild
Revolver
Papa Don’t Preach
Hung Up
I Don’t Give A
Heartbeat (Interlude)
Express Yourself/Born This Way
Give Me All Your Luvin’
Turn Up The Radio
Open Your Heart/Saggara Jo (Kalakan)
Masterpiece
Justify My Love (Interlude)
Vogue
Candy Shop/Erotica
Human Nature
Like A Virgin
Love Spent
Nobody Knows Me (Interlude)
I’m Addicted
I’m A Sinner
Like A Prayer
Celebration

Tradução: Gustavo Espeschit, em 03/10/12

Vídeo

Fotos (clique nas imagens para ampliá-las)

Madonna diz ter sido ‘irônica’ ao chamar Obama de ‘muçulmano’

Madonna

Madonna disse na terça-feira (25) que estava sendo “irônica sobre o palco” ao se referir ao presidente Barack Obama como um “muçulmano negro”, durante show na véspera em Washington. Um vídeo gravado por um espectador e colocado no YouTube mostra Madonna, de 54 anos, fazendo um discurso político sobre a liberdade, em termos inflamados e com muitos palavrões.

“Agora, é tão bacana e incrível pensar que temos um afro-americano na Casa Branca (…), temos um muçulmano negro na Casa Branca (…), significa que há esperança neste país, e Obama está lutando pelos direitos dos gays, então apoiamos o homem”, disse Madonna.

Obama, que disputa a reeleição em 6 de novembro, é um cristão praticante. Reagindo ao furor midiático causado pela frase, Madonna divulgou nota na terça-feira dizendo que a referência religiosa foi uma brincadeira. “Eu estava sendo irônica sobre o palco. Sim, sei que Obama não é muçulmano – embora eu saiba que muita gente nesse país acha que ele é. E daí se ele fosse?”

“O que eu estava argumentando é que um homem bom é um homem bom, não importa para quem ele reze. Não ligo para qual é a religião de Obama – e ninguém mais na América deveria ligar.”

Desde a primeira candidatura presidencial de Obama, em 2008, grupos minoritários e oponentes ignorantes espalham rumores de que ele seria secretamente um seguidor do islamismo – boatos semelhantes às declarações persistentes e também falsas de que ele teria nascido fora dos EUA, sendo portanto inelegível para a presidência.

Madonna apoia abertamente Obama, e em shows recentes foi vista com o nome dele escrito nas costas. Esse tem sido um ano de muitas polêmicas políticas para a cantora. Em julho, num show dela em Paris, a imagem da líder ultradireitista francesa Marine le Pen apareceu no telão superposto a uma suástica. A Frente Nacional, partido de Le Pen, prometeu processar Madonna.

Em agosto, durante shows na Rússia, a cantora causou polêmica com autoridades locais ao defender o direito dos homossexuais, e também se manifestou pela libertação de três integrantes da banda punk feminina Pussy Riot que foram condenadas a penas de prisão após fazerem um protesto contra o presidente Vladimir Putin numa catedral moscovita.

Madonna chama Barack Obama de ‘negro muçulmano’ em show em Washington

Madonna

Em ano de eleições nos Estados Unidos, Madonna não deixaria de falar sobre suas escolhas políticas, claro. Durante show do MDNA Tour realizado em Washington, nesta segunda (24), a cantora fez declarações polêmicas sobre Barack Obama, atual presidente dos EUA e candidato democrata à reeleição.

Depois de falar sobre a sua admiração por figuras como Abraham Lincoln e Martin Luther King Jr., Madonna discursou sobre o presidente. “É tão assombroso e incrível pensar que temos um afrodescendente na Casa Branca. Todos vocês vão votar no Obama, ok? Bem ou mal, temos um negro muçulmano na Casa Branca, certo? Isso significa que existe esperança no mundo. E Obama está lutando pelos diretos dos gays, certo? Então apoiem o homem, porra! Estou com vocês; e vocês, comigo?Assim vocês farão melhor votando em… Obama, de acordo?”, completou.

As declarações de Madonna geraram certa polêmica, como sempre, principalmente por ela ter se referido a Obama como ‘negro muçulmano’. O presidente dos EUA é negro e tem raízes muçulmanas, mas não é praticante da religião. Ao suscitar essas características de Barack, Madonna mexeu em um terreno controverso e cheio de vieses muito profundos.

Mais de um em cada três eleitores republicanos conservadores ainda pensam que Obama -que se tornou o primeiro presidente negro dos Estados Unidos em 2008 – é muçulmano, indicou um estudo do início deste ano, quase quatro anos depois de o mandatário ter assumido o cargo.

O geral, 17% dos 3.000 eleitores consultados em junho e julho acreditavam que Obama era muçulmano, apesar de este, um cristão que frequenta a igreja, ter manifestado diversas vezes as suas crenças religiosas, indicou o Pew Research Center.

Obama tentará a reeleição no dia 6 de novembro, enfrentando o republicano Mitt Romney.

Assista ao vídeo:

Crítica Washington: “Tudo que Madonna mostrou fez os shows de outros artistas pop parecer superficiais e pequenos”

Madonna - Washington - Revolver

Madonna no Verizon Center – Washington, DC
Por Dave McKenna, segunda-feira, 24 de setembro 11:58

Madonna, a Diva Boa e a Diva Má, enfrentaram-se neste domingo, 23, no Verizon Center, na primeira de duas noites na Cidade. E Boa acabou triunfando.

Mas levou um tempo. Como uma verdadeira Diva Má, Madonna subiu ao palco às 22:30, duas horas e meia após o horário previsto do show. O atraso atrapalhou bem mais que os afazeres domésticos; a organização da arena foi forçada a fazer um acordo com o Metrô para a prorrogação do prazo habitual de serviço à meia-noite. Madonna, no entanto, certamente foi beneficiada financeiramente com o adiamento, porque uma parte da plateia, composta de fãs que tinha pago de US$59 a US$390 por bilhete, matou tempo visitando as lojinhas de mercadorias, gastando um adicional de US$45 em camisetas oficiais de “I’m a Sinner” ou com os DVDs de ginástica “Addicted to Sweat” (com exercícios chamados “Get Wet” e “Dripping Wet”)

Quando o show realmente começou, o lado benevolente da superdiva Madonna apareceu. Tudo que Madonna mostrou para os fãs fez os shows de outros artistas pop, como Britney Spears e J.Lo, parecer superficiais e pequenos. Madonna aparentemente tem os melhores dançarinos, coreógrafos e designers, e um orçamento muito maior do que todos os outros. Como Nicki Minaj disse à plateia em uma participação especial em vídeo mostrado no final de “I Dont Give A…”:”Há apenas uma rainha, e é Madonna.”

Logo na abertura: Com o palco cheio de homens musculosos em roupas de monge e contorcionistas em pedestais colocando os pés atrás de seus pescoços e um turíbulo dourado lançando fumaça balançando para lá e para cá na frente de uma catedral gigante, enquanto alguns cantos gregorianos de densa sonoridade soaram sobre o público, Madonna desce de um oratório vestindo um macacão preto e empunhando um rifle. A música medieval foi então substituída por Madonna sussurrando, “Oh, my God!” repetidamente antes de mostrar seu mais recente single, “Girl Gone Wild”. E enquanto esfregava-se em seus dançarinos um gigantesco telão mostrava o que parecia ser o fim do mundo. Madonna sobreviveu a este mini-armageddon com energia suficiente para pegar o rifle e metralhar a multidão mais uma vez antes do final canção.

madonna Washington Romney Obama2

Ela manteva esse nível bombástico por mais de duas horas de show.

O espetáculo de Madonna, chamado de MDNA Tour, é certamente sua produção mais violenta até o momento. Durante a performance de “Gang Bang”, o palco tornou-se um quarto de motel decadente em que ela bebeu uísque e usou armas de fogo para matar alguns bandidos. Ela montou seu corpo em um teatral mas confuso impulso pélvico, gritando “Morra vadia!” várias vezes, embora não fosse claro se todas as letras eram cantadas ao vivo. Enquanto isso, os telões mostravam tanto sangue espalhado que faria Quentin Tarantino ter náuseas.

Apesar de Madonna, de 54 anos, parecer um pouco velha para ter esse fascínio pela violência “cartoonesca” e macabra, seus fãs tem idade o suficiente para lidar bem com isso. Longe vão os dias em que milhões de meninas adolescentes expressavam sua individualidade coletivamente vestindo as mesmas roupas de gosto duvidoso que sua ídola usava no palco ou em vídeos.
“Ninguém veio vestido (de Madonna) hoje à noite!”, lamentou Lauren Bruzonic, de 34 anos, de Annandale, no saguão do Verizon Center que estava com quatro amigas de 30 e poucos anos vindas de sua terra natal, Virgínia do Norte enquanto esperavam o show começar. Quase todos estavam com roupas comuns, mas Bruzonic e sua galera usavam velhos bustiês e crucifixos em forma de tributo ao seu ídolo.

“Eu era apaixonada pela Madonna quando eu era uma menina – e que menina não era?” Bruzonic disse. “Eu estou aqui porque todas as suas canções antigas ainda me fazem feliz.”

Fãs que estiveram com Madonna desde a época em que Bruzonic estava , sem dúvida estavam preparados para todo o escândalo que caracterizou este show. Mas a plateia parecia muito mais atenta e interessada quando Madonna canalizava seus atenções focando sua energia em coisas mais lúdicas e divertidas. Ela vestiu uma roupa de majorette para “Express Yourself” e enquanto um grupo de tocadores de tambor balançava em cima da cabeça de todos (nota do tradutor: acho que ele juntou as performances de “Express Yourself” e “Give Me All Your Luvin'” como sendo uma só), Madonna girava o seu bastão, talvez recriando movimentos que ela usou durante seus dias como cheerleader. Aí, antes da música acabar, Madonna levantou a saia e dançou com o bastão. Os fãs deliraram, assim como deliraram com ela gritando: “Bata o bumbum com seu vizinho!” em meio a sexy performance de “Holiday” ou de seu já conhecido sutiã de metal cônico repaginado em “Vogue”, e com ela abaixando suas calças em “Human Nature”.

Mas um show de Madonna não é totalmente dependente de uma ousadia pré fabricada, vozes pré-gravadas ou exposição de suas partes íntimas. As luzes da casa acenderam quando “Like a Prayer” começou, e Madonna levou coro contratado e mais cerca de 20.000 cantores voluntários a entoar o hit 1989 em uma única voz. Nenhuma arma foi disparada nem nenhuma virilha agarrada. Nenhuma palavra obscena foi proferida. No entanto, “Like a Prayer trouxe mais prazer e emoção que se esperava do espetáculo na arena, mesmo que a atração principal tenha feito os fãs esperarem tudo o tempo que Madonna fez.

Brava, diva!

(McKenna é um escritor freelance. Washington Post) Obrigado a Jorge Luiz pela boa vontade na tradução do review. You Rock Baby!

VÍDEOS

MDNA Tour Washington: Madonna associa Romney à morte e à violência

madonna Washington Romney Obama

Depois de ter escandalizado a França ao sobrepor uma suástica sobre um retrato da líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, a Madonna voltou ontem a provocar polêmica na noite de domingo, 23 de setembro, agora nos EUA, durante um concerto em Washington, com candidato republicano Mitt Romney.

Desta vez, numa clara mensagem de apoio ao candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, a cantora mostrou imagens dos republicanos Mitt Romney (que concorre com Obama) e Sarah Palin (antiga candidata a vice-presidente), associando-os a uma caveira e a fotografias de ditadores, guerras, confrontos e violência.

Madonna, que não atuava em Washington desde 2004 com a Re-Invention Tour, recordou o seu último concerto na capital norte-americana, quando as suas ideias políticas expressas no “American Life” afetaram negativamente as vendas do álbum.

“É bom estar de regresso a esta cidade, na qual ocorreram tantas coisas boas e inspiradoras, e outras tão asquerosas”, afirmou ontem a cantora nascida em Michigan. “Mas agora estão a ocorrer coisas fantásticas, porque temos feito história e estamos a lutar não somente pelo nosso futuro mas pelo de outras pessoas”, acrescentou, em alusão à candidatura de Barack Obama.

Apoio repetido a Obama

No seu primeiro concerto no Yankee Stadium de Nova Iorque, no passado dia 7, Madonna tirou o sutiã e, de costas para o público, mostrou uma tatuagem autocolante, na qual se lia “Obama!”. “Graças a Deus por Michelle”!”, gritou a cantora, referindo-se à primeira-dama dos EUA.

Também em 2008, na sua tour “The Sticky and Sweet Tour”, Madonna manifestou o seu apoio a Barack Obama em 2008 trazendo um T-shirt  estampada com o retrato do candidato democrata. Nesse mesmi ano, em plena campanha eleitoral, a cantora mostrou uma fotografia de John McCain, o candidato republicano, sobreposta a imagens dos ditadores Robert Mugabe e Adolfo Hitler. Posteriormente, mostrou Obama junto a um ícone da paz, Mahatma Gandi.

E quando Barack Obama ganhou as eleições, Madonna disse num concerto em Las Vegas: “Sim, ganhámos, ganhámos, fizemos história”.

As relações entre Madonna e o Partido Republicano azederam-se principalmente a partir de 2003, nas vésperas da invasão do Iraque, com a apresentação do disco “American Life”, no qual a cantora critica o modo de vida norte-americano e o seu consumismo voraz.

No primeiro videoclip do álbum viam-se modelos vestidos de soldados a maltratarem crianças, sob o olhar complacente de famosos e políticos. No final, um modelo lançava uma granada, que um duplo de George Bush agarrava, acendendo com ela um charuto.

O disco foi um fracasso de vendas, tendo sofrido um boicote por parte de diversas emissoras de rádio.

Madonna, que iniciou o MDNA Tour no dia 31 de maio em Telaviv,  aproveitou a sua performance em “Human Nature” para transmitir mensagens através de tatuagens nas costas, relata o “El País”. Desta forma, quando a Justiça russa condenou as Pussy Riot a dois anos de prisão por vandalismo, Madonna, ao apresentar-se em Moscovo, em agosto, exibiu a mensagem “Liberdade às Pussy Riot”.

Madonna continua não apenas no topo do seu jogo, mas faz com que todos os outros artistas tentem elevar o nível do deles

Madonna comanda novamente seu próprio teatro com um criativo show no Boardwalk Hall, em Atlantic City

REVIEW:  Ter grandes artistas chegando a Atlantic City é certamente comum. Bruce Springsteen, Paul McCartney, Lady Gaga, The Who, The Rolling Stones, Van Halen, Aerosmith, Kiss, Phish, a Dave Matthews Band e Metallica – só pra citar alguns nomes – todos emocionam seus fãs com shows top de linha que apresentam por aqui.

Mas há algo especial – um aumento de excitação, energia e agitação geral – quando Madonna chega à cidade.

Isso sempre com muito respeito. Ela é a artista feminina que mais vendeu discos na história da música e a artista solo mais bem sucedida e constantemente se reinventa para permanecer relevante  na mutável e sempre desafiadora indústria da música pop.

Sempre vem a curiosidade. O que Madonna irá fazer desta vez?

Mas, principalmente, porque Madonna nunca  decepciona com seus shows teatrais. E sábado a “MDNA Tour”, nome do seu mais recente show – revelou que ela, aos 54 anos, continua a ser a maior artista pop do mundo. E, francamente, ninguém está nem perto (de fazer o que ela faz).

A detentora do prêmio dado pelo “Rock and Roll Hall of Fame’ usa toda sua criatividade para criar um exuberante espetáculo com um sangrento tiroteio e abdução por dançarinos mascarados para ser ofereciada à um striptease (sic), tudo isso enquanto é cercada por excelentes dançarinos, uma incrível produção e até mesmo uma bateria de tambores todos suspenso no ar.

O Boardwalk Hall com todos os ingressos esgotados foi brindado com o que Madonna descreve como “uma jornada das trevas para a luz”, mas o mais visível é que Madonna é a última grande estrela, a PT Barnum (Phineas Taylor Barnum (5 de julho de 1810 – 7 de abril de 1891) foi um showman e empresário do ramo do entretenimento norte-americano, lembrado principalmente por promover as mais famosas fraudes (hoaxes) e por fundar o circo que viria a se tornar o Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus.) do pop teatral que não tem medo de atravessar qualquer linha se isso significar entreter as massas.

Com inúmeras trocas de roupa, com um belíssimo e ajustado figurino em trajes que incluem uma pistoleira fodona e uma baliza e seu bastão, a energia de Madonna é nada menos que impressionante. Artistas de 20 e poucos anos não conseguem performar por duas horas como Madonna faz.

Mas não importa quão grande seja o carisma de Madonna, ninguém estaria lá se suas músicas não fossem ótimas. E aqueles que não gostaram do álbum “MDNA” podem ter ficado um pouco decepcionados com as seleções de cerca de 10 músicas do novo álbum que foram executadas, sampleadas ou em um algum interlúdio, compreendendo em torno de cerca de metade do material da noite.

Como os esforços mais recentes da Material Girl, “MDNA” tem uma forte base na música eletrônica bem casada com a sensibilidade pop de Madonna. Apesar de não ser o seu  melhor de trabalho, “MDNA” tem alguns destaques, particularmente o hipnotizante número de abertura com  “Girl Gone Wild” e “Turn Up the Radio.” Mas em “I Dont Give A”, onde a rainha do pop desnecessariamente toca uma guitarra e “I’m Addicted”, estas serão rapidamente esquecidas por uma boa razão: são canções nada memoráveis ​​que pouco funcionam melhor ao vivo do que no álbum.

É claro que qualquer super estrela que está na ativa há mais de 30 anos vai ter um catálogo de músicas tão grande que os fãs ficarão tristes com o que foi deixado de fora do setlist. E sobre a “MDNA Tour”, em particular, Madonna deixa bem claro que esta não é uma “turnê de greatest hits”.

As canções que ela não apresenta – incluindo “Music”, “Ray of Light”, “La Isla Bonita”, “Frozen”, “Material Girl”, “Lucky Star” e outras – são prova da incrível carreira que Madonna possui.

E mesmo que sábado à noite tenha parecido um pouco mais leve do que as turnês anteriores, ela apresentou vários dos seus antigos sucessos. Ela também, para agradar multidões, cantou hits como “Papa Dont Preach”, “Holiday”, “Vogue”,” Express Yourself”e “Like a Prayer”, mas alguns sucessos foram retrabalhados para dar aos fãs algo um pouco diferente.

Por exemplo, “Express Yourself” foi misturado com trechos de “Born This Way” da Lady Gaga – talvez para mostrar ao público o quão semelhantes elas são – junto com “She’s Not Me” do álbum  “Hard Candy”. “Like a Virgin” veio com o instrumental de “Evgeni’s Waltz “ de Abel Korzeniowski.

A reinvenção mais impressionante foi a de “Open Your Heart” que ela apresentou com o grupo basco Kalakan e que incluiu trechos de “Sagarra jo!”.A banda espanhola também fez outras contribuições durante todo o show, incluindo “Masterpiece” e “I’m a Sinner”, ambos de seu último disco “MDNA”.

Embora não seja a maior cantora de todas, Madonna tem personalidade em sua voz que definitivamente compensa eventuais deficiências. E ela continua a ser uma grande bailarina, com um grande senso de coreografia peculiar que funciona para ela e seus dançarinos.

A produção foi a melhor do que qualquer show da Broadway que você possa ver. Com um telão de vídeo nítido que se estendia por toda a extensão do palco, no alto e acima dos músicos, a experiência multimídia fez o show parecer mais como um filme ao vivo do que com um concerto.

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Os dançarinos por sí só já valeram à pena o preço do ingresso. Logo no início, eles já demosntraram movimentos notáveis ​​em saltos altos e depois saltaram e pularam cordas elásticas assustando a platéia quando contorciam seus corpos.

As únicas queixas sobre Madonna eram coisas não relacionadas ao seu show. Ela, como já é de praxe fazer, mandou a produção do Boardwalk Hall desligar o ar condicionado o que manteve a temperatura do local bem quente – perto dos 30 graus – o que é muito chato quando ela fez a multidão esperar e começou o show às 22h30, mais de uma hora após o DJ Paul Oakenfold deixar o palco.

A MDNA Tour está prestes a se tornar a turnê mais lucrativa de todos os tempos. E com razão. Madonna continua não apenas no topo do seu jogo, mas faz com que todos os outros artistas tentem elevar o nível do deles. Este é um de seus shows mais criativos e artísticos e que dificilmente ela conseguirá superá-lo. Mas, nunca duvide dela.

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(Press Of Atlantic City– Obrigado a Jorge Luizpela boa vontade, rapidez e disposição para traduzir.)

Crítica: “O show de Madonna foi um momento de honestidade frágil que permanecerá na memória de todos.”

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“Oh meu Deus”

Como escrito nestas linhas, a abertura de “Girl Gone Wild”, da nova tour de Madonna, MDNA, faixa do novo álbum MDNA, reverberou em torno dos arredores cavernosos do TD Garden, um grande crucifixo digital adornado o Jumbotron no palco e coberta de manto transpassa no palco em meio ao balanço de um enorme turíbulo de incenso. Muitos presentes provavelmente pensaram imaginaram várias coisas: blasfêmia, um segmento circense e um punhado de hits de catálogo de três décadas da carreira de Madonna.

É um direito tirar conclusões, mas muitos erraram. E eu poderia até mesmo identificar o momento em que todos percebemos como nós estávamos errados, foi mais fácil que roubar doce de criança: quando Madonna surgiu no palco para começar o show com “Girl Gone Wild”, seu mais recente single de seu último álbum, MDNA, tivemos o direito de ver uma enorme metralhadora apontada para o ar. Em “Revolver”, 2009, que vem logo após, ela sangrou sua transgressão com mais sangue e depois com mais uma faixa do MDNA,”Gang Bang” — bem, vamos apenas dizer que Madonna levou a multidão de 30 mil pessoas a um lugar escuro que poucos esperavam minutos antes da Rainha da música pop da década entrar no palco.

Antes de me aprofundar em detalhes desagradáveis, porém, vamos voltar e obter uma perspectiva sobre o que estamos falando aqui: isso é Madonna, que é, sim, uma artista de música pop, com mais hits #1 que Elvis Presley. Mas ela também é um artista que, para a manter sua invejável carreira, ou pelo menos para ter total controle de sua estética e produção, tem se esforçado para confrontar os símbolos não só de uma sociedade que não entende bem o que ela apresenta às vezes para o público, mas um público que tem tentado fechar os olhos aos seus impulsos, querendo nada além do que um simples pop pop pop, e simplicidade não combina com Madonna. A carreira de Madonna, especialmente nos últimos 10 anos, tem sido uma questão de ceder ao mundo o pop que as pessoas almejam, mas com um gosto adicional de choque e admiração, uma questão de apostar mais no choque enquanto ela se torna cada vez mais agressiva.

Porque, vamos encarar, Madonna é uma das mais famintas estrelas pop que conhecemos. Com toda razão, também, uma vez que ela é, provavelmente, a estrela pop mais odiada e amada, com cada movimento seu escancarado para o público que presta atenção em qualquer coisa que ela faça. Cada álbum seu alcança o topo dos charts, mas não sem um coro de algumas críticas que ainda temem em falar que ela é irrelevante, e depois há as suas tentativas contínuas de uma carreira no cinema, agora como diretora com o lançamento do filme W.E., de 2012, e talvez apenas a apatia geral do público que pensa que ela é uma cadela persistente em continuar a reinar suprema década após década, quando muitos provavelmente queria que ela parasse e se comportasse como artistas de sua idade, remodelando, demonstrando seus hits antigos em forma de nostalgia em compilações em reconhecimento de que ela é personificada por seu auge dos anos 80. Mas Madonna está longe disso.

Para o seu show cheio de metáforas em Toronto com direito a máscaras numa encenação de uma peça de teatro repleta de crueldades, Madonna cantou em uma série de cenários em que tudo girava em torno dela como armas de assaltantes empunhando destruindo tudo, com a exibição de estiros de sangue Jumbotron grostescos que não nos deixava nos distrair com tanta informação acontecendo. Aquilo me lembrou de uma produção que vi de Titus Andronicus, com um cenário completamente branco repleto de sangue e com a polpa de assassinato até o final. Realmente foi uma espécie de pesadelo, como ela nos manteve em cativeiro suas fantasias mais sombrias e violentas, algo como aconteceu quando ela jogou ao mundo o livro Sex, em 1992 e forçou o rosto do público a olhar para o submundo escuro de suas fantasias mais retorcidas.

E ficou ainda mais pesado: uma breve pausa em “Papa Não Preach” foi cruelmente interrompida quando Madge foi abordada por um grupo de meliantes facialmente obscurecidos e que estavam vestidos com o que podia ser descrito como o uniforme de um esfarrapado bando de assassinos em série ou membros de grupos terroristas, um saco preto foi colocado sobre sua cabeça e ela foi amarrada a um par de longas varas e levados para centro do palco, onde ela nos serenata neste estado cativo para os doces tons do mega hit “Hung Up”, de 2005. Foi irônico, eu suponho, mas também uma terrível justa posição terrível, “terrível” no verdadeiro sentido da palavra. Isso me fez lembrar da melodia aterrorizante do álbum metal do Public Image Ltd., “Poptones,”, de 1979, quando uma mulher concentrada na música é atacada e levada a um bosque isolado para ser assassinada.

Como “Poptones”, Madonna sabe que pegar uma música pop, se é “Hung Up” ou “Papa Don´t Preach” ou “Girl Gone Wild” e fazer performances de músicas felizes em algo surpreendente com choques de terror que não lembra em nada do que já se viu antes. A maneira que ela implora “Don’t stop loving me, daddy,”, soa muito mais triste”; “time goes by, so slowly” é mais verdadeiro tanto com um saco na cabeça e uma arma na sua cabeça. Nas mãos erradas, a música pode ser uma tortura, se mesmo através da associação. Como cineasta em um mundo pós-Tarantino, Madonna sabe disso, e essa aventura toda parecia muito mais cinematográfica em termos de re-enquadramento de sua estética pop do que qualquer um de seus tours anteriores.

Madonna afrouxou seu controle sobre nós quando estava em 1/3 do show após uma rápida passagem com a música “I Dont Give A”, outra do álbum MDNA, mostrou-nos que ela realmente não está nem aí, exceto que ela está sim muito ‘aí’ quando falamos de seu meticuloso controle sobre seu espetáculo. Após o choque da abertura do início do espetáculo da passagem do MDNA Tour em Boston esta semana, muito violento, tudo parecia mais vivo, se somente na sua exibição de próprio esforço. Quando “Open Your Heart” inundou as ondas das rádios com sua suave melodia em 1986, parecia um leve pettifour na obra de Madonna; mas esta noite, trechos como “Eu tive que trabalhar muito mais do que isso para algo que eu quero, não tente resistir a mim,” me senti tão sincero e tão ameaçador.

A parte central deste show, após o Grand Guignol (famoso teatro francês) do choque da abertura, foi o imponente meigo hit “Vogue”, seguido de uma íntima volta ao hit de 1984 “Like A Virgin”. Para o primeiro, Ciccone surgiu com o cabelo puxado para trás, calça reta preta e uma camisa branca customizada; para este número, ela não dança tanto quanto enquanto supervisiona seus dançarinos com precisão exigente, agilmente suportando e a agitação em torno do seu círculo social com comando garantido. Era um certo tipo de círculo completo para esta dançarina antiga que se afastou do ofício para tentar a sorte no mundo post-punk de Nova Iorque, que como dizia a sua famosa professora, a lendária Pearl Lang, “eu acho que eu vou ser uma estrela do rock.” Lang pode finalmente aprovar o equilíbrio de Madonna esta noite, ou talvez não — novamente, toda a carreira da Madonna tem girado em torno de evitar situações onde ela precisa desse tipo de aprovação ou aceitação. O que explica por que ela sempre teve uma preocupação lírica com sua coreografia no palco e também porque seus momentos de confronto parecem menos destinados a qualquer pessoa presente e mais a si e suas próprias expectativas.

“Like A Virgin”, então, era o momento de fragilidade, após do rolo compressor que certamente foi “Vogue”; sozinha e seminua na passarela com apenas um piano solitário como acompanhamento, Madonna cantou de uma forma devagar e sugestiva diferente do arranjo original e despojada quase nua até que gritou tranquilamente sua mensagem de um anseio por coisas que todos já decoraram com a letra da canção. “Your love thawed out what was getting cold,” ela entoou, rolando sexualmente no chão em uma combinação de agonia e êxtase e que foi uma performance mais pessoal possível, como se estivesse sozinha em sua cama e não numa arena. A natureza discreta dos flagrantes da música de alguma forma mostrou que esse show não era para as massas, mas para Madonna e ela sozinha, sua necessidade de exorcizar seus debates internos, e que o público é apenas um acessório essencial para que o show fosse inesquecível. Mesmo que, com o atraso e com isso deixamos o estádio 1h30 mais tarde, toda a arena eufórica com a performance de “Like A Prayer” e “Celebration”, resplandecente com um coro fazendo jus ao seu status de realeza, o show de Madonna foi um momento de honestidade frágil que permanecerá na memória de todos.

by Daniel Brockman (The Boston Phoenix)

DJ Martin Solveig perde voo e não abre show de Madonna em Boston

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O DJ francês e produtor do álbum MDNA de Madonna, Martin Solveig, perdeu o seu voo de Nova York para Boston, tudo porque seu voo foi cancelado. Isso aconteceu no dia 03 de setembro. Para quem ainda não está por dentro, ele é o DJ responsável por tocar na etapa americana do MDNA Tour.

Martin ficou desesperado e rapidamente ligou uma hora antes do show começar para outro amigo DJ Joe Bermudez para que arrumasse seu equipamento e substituí-lo.

Bermudez diz ao Boston Herald, “Eu atendi o telefone e ele disse:  ‘Joe. Aqui é o Martin Solveig. Meu vôo foi cancelado. Você pode chegar ao TD Banknorth Garden? Corri para casa, peguei minha música e meus fones de ouvido e corri para lá. Felizmente, eu tinha estado no local antes, então eu sabia para onde ir. Corri pelo backstage e comecei às 7h59, horário local. Foi uma loucura. O som foi incrível, mas foi apenas uma noite. Toda a equipe me deu o maior apoio, e recebi um agradecimento de Madonna.”

Solveig foi ao twitter pedir desculpas a Madonna e a seus fãs por faltar o show e agradeceu Bermudez por ter lhe ajudado no último minuto. “Eu quero pedir desculpas a M e seus fãs. Poderia não fazê-lo em Boston devido a atrasos de vôo depois do cancelamento. Você ainda vai apreciar o melhor show do MDNA!”

Imprevistos acontecem.